Conselho, nova embaixada e Malvinas estreitam laços com Argentina

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Durante encontro oficial entre as presidentas Dilma Rousseff e Cristina Kirchner, Brasil e Argentina instalam conselho empresarial para buscar acordos que ajudem setor privado a ampliar os negócios e contornar problemas comerciais. Cristina também inaugura nova embaixada argentina, agora em prédio próprio, enquanto Brasil volta a defender reivindicação histórica do vizinho de controle sobre as Ilhas Malvinas. Para presidentas, iniciativas contribuem para aprofundar relações estreitadas pelos antecessores Luiz Inácio Lula da SIlva e Néstor Kirchner.

André Barrocal

BRASÍLIA – Brasil e Argentina instalaram nesta sexta-feira (29/07) um conselho empresarial que vai discutir como o setor privado dos dois lados da fronteira pode colaborar no desenvolvimento mútuo e evitar que surjam problemas comerciais entre os países. A Argentina também inaugurou uma nova sede de sua embaixada em Brasília, localizada agora em prédio do governo argentino, não mais em área alugada. Já o Brasil solidarizou-se mais uma vez com o desejo histórico do vizinho de controlar as Ilhas Malvinas e comprometeu-se a impedir que navios com bandeira da ilha usem portos brasileiros.

Todoso estes fatos aconteceram durante visita oficial da presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, à presidenta Dilma Rousseff, e, para elas, ajudam a aprofundar mais um pouco a relação entre os dois países, estreitada pelos antecessores de ambas – o marido da primeira, Néstor Kirchner, morto em 2010, e o padrinho político da segunda, Luiz Inácio Lula da Silva.

O ex-presidente brasileiro esteve na abertura da nova embaixada, situada em área nobre de Brasília e cuja construção fora decidida e iniciada por Néstor. Segundo Dilma, a nova embaixada simboliza um “legado de cooperação, entendimento e ação conjunta” deixado pelos dois ex-presidentes que “nós [as duas presidentas] iremos aprofundar”.

Neste sentido, o conselho empresarial – que Dilma e Cristina haviam resolvido criar em janeiro, na visita da brasileira a Buenos Aires, antes mesmo dos conflitos comerciais de maio – terá o papel de “ampliar a integração das cadeias produtivas” dos dois países.

Para Dilma, os problemas comerciais recentes (cancelamento de importações de alguns produtos brasileiros pela Argentina) foram “de pouca monta” e não afetam as “oportunidades” de negócios identificadas pelos dois países “em várias áreas”.

Já Cristina disse que a criação do conselho é uma “estratégia inteligente de integração”. Sobre a embaixada nova, afirmou ser um “símbolo” de como a Argentina considera o Brasil um “sócio estratégico” e “histórico”.

Em outro gesto de aprofundamento das relações, as duas presidentas tocaram nas conversas em um assunto caro ao povo argentino: o controle das Ilhas Malvinas.

Em comunicado escrito por diplomatas dos dois países durante a visita, Dilma reitera o “respaldo” brasileiro “aos legítimos direitos” da Argentina “na disputa de soberania relativa às Ilhas Malvinas”.

O documento diz que os dois países consideram que a exploração de petróleo nas Malvinas pelo Reino Unido é um “ato ilegal”, “incompatível” com determinações da Organização das Nações Unidas (ONU) e que “não contribui em nada” para resolver o conflito.

No texto, o Brasil diz que tomará todas as medidas para impedir “o ingresso a seus portos dos navios que portem a bandeira ilegal das Ilhas Malvinas”, como determina uma declaração da União Sul-Americana de Nações (Unasul) de novembro do ano passado. De própria voz, em declaração à imprensa feita ao lado de Cristina, Dilma ofereceu “solidariedade” ao pleito argentino.

Em junho, em uma sessão do Comitê Especial de Descolonização da ONU, o Brasil já havia, mais uma vez, manifestado apoio à Argentina.

Fonte: Carta Capital

Fotos: Valter Campanato/ABr

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Marine

Sem brincadeira, o Lula nao se contenta em ser “Ex-“! O ilustrissimo esta parecendo o Putin, adorando os holofotes e mantendo a Dilma na sombra dele.

Como temos muito o que aprender ainda…

Mauricio R.

Bem, se pretendemos manter algum acesso aos portos chilenos do Pacífico, alguns agrados aos argentinos, se fazem necessários.
Convém contudo, não exagerar na dose.

Marco Antônio

MO disse: 31 de julho de 2011 às 12:31 Para contrapor a sua argumentação, destaco alguns trechos do texto que tratam de assuntos correlacionados à temática do blog, no meu entendimento. Os dois trechos que seguem tratam do impedimento de acesso aos portos brasileiros: “Já o Brasil solidarizou-se mais uma vez com o desejo histórico do vizinho de controlar as Ilhas Malvinas e comprometeu-se a impedir que navios com bandeira da ilha usem portos brasileiros.” “No texto, o Brasil diz que tomará todas as medidas para impedir “o ingresso a seus portos dos navios que portem a bandeira ilegal das… Read more »

MO

alias uma pergunta, serial alguem VIP ? caso contrario no radio, gentileza me explicar)

se fica branco, posso então tirar minhas conclusoões, certo ?

Antonio M

No assunto Malvinas, não há dúvidas quanto à importância do petróleo ainda mas, para se meter a boicotar a Inglaterra quero ver quanto o governo brasileiro tem “na agulha” para fazer isso!!! E ao invés de se aproveitar disso para aparecer politicamente, por que não priorizar acordos tecnológicos, as novas fontes de energia ?!!?? E se de repente viabilizam e se tornam eficientes e acessíves os motores a hidrogênio, de energia solar ?!?!? Não deveria fazer parte das prioridades visto que petróleo é um recurso que vai se esgotar? Onde está o biodiesel?!?!?! O gás natural após tanto alarde ?!?!?!… Read more »