COMANDO-EM-CHEFE DA ESQUADRA

NITERÓI, RJ.

Em 10 de novembro de 2011.

ORDEM DO DIA Nº 1/2011

Assunto: Aniversário da Esquadra

Em 10 de novembro de 1822, ano da Independência do Brasil, o pavilhão nacional foi içado pela primeira vez em um navio de guerra brasileiro, a Nau “Martim de Freitas”, posteriormente rebatizada de Nau “D. Pedro I”, o primeiro navio Capitânia. Nascia, assim, a Esquadra Brasileira, criada para combater as forças navais portuguesas que se opunham à independência do país.

A coragem e o espírito de sacrifício das gerações de marinheiros que integraram nossas forças navais e atuaram de forma decisiva nas campanhas do Império, com destaque na Guerra do Paraguai, e nas duas grandes Guerras Mundiais, foram determinantes para a formação de nossa Esquadra. Essas histórias de glórias, aliadas a uma incessante busca pelo aprimoramento, nos proporcionaram um riquíssimo patrimônio de experiências, procedimentos operativos e tradições, um legado incalculável que nos impulsiona e nos incentiva a superar os desafios de nossa época, caracterizada por uma acelerada evolução tecnológica e constantes modificações nos cenários nacional e internacional.

A Esquadra de hoje busca a excelência com aplicação de tecnologias avançadas em seus meios e em seus recursos de combate e, paralelamente, investe na preparação de seu pessoal de modo a atender aos anseios daqueles que guarnecem nossos conveses.

Com a previsão de encerrar o presente ano com, aproximadamente, 1.500 dias de mar, a Esquadra realizou importantes comissões operativas, destacando-se as ASPIRANTEX, UNITAS (com lançamento do MSA ASPIDE pela Fragata Independência), FRATERNO, ATLANTIS, TROPICALEX, ATLANTIC WATCH, HAITI – XII e XIII, ANTÁRTICA e Líbano I, além da participação com o Submarino Timbira nas comemorações dos 100 anos da Força de Submarinos do Peru e a Viagem de Instrução de Guardas-Marinha. A Fragata União, que no dia 14 de novembro próximo passa a integrar a Força-Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas no Líbano, marca de forma pioneira, a participação de meios de combate da Esquadra em uma Missão de Manutenção da Paz da ONU.

O Navio-Aeródromo São Paulo, Capitânia da Esquadra, vem retomando as suas atividades operativas, após um longo período de reparos e modernizações, com perspectiva de, muito em breve, retomar as operações aéreas com as aeronaves de asa fixa e rotativa.

É ainda digno mencionar a participação dos meios aeronavais nas missões de resgate e apoio às vítimas da enchente na Região Serrana no Rio de Janeiro. As aeronaves Super Puma e Esquilo fizeram locomoção de feridos e desabrigados e prestaram apoio ao Corpo de Bombeiros e à Defesa Civil, no transporte de equipamentos e entrega de donativos em locais de difícil acesso, somando 100 horas de voo e transportando toneladas de alimentos, água e medicamentos. Ainda em relação a Força Aeronaval, vale ressaltar a continuidade do processo de modernização das aeronaves AF-1, na Embraer; o recebimento da primeira aeronave do total de dezesseis Super Cougar; e o processo de aquisição das aeronaves Seahawk e Trader (COD/AAR), trazendo perspectivas empolgantes rumo a um futuro auspicioso da Aviação Naval.

Com o Navio-Veleiro Cisne Branco, a Esquadra buscou aproximar a Marinha do Brasil da população brasileira, por meio da visita a diversos portos nacionais e participação na Semana Internacional de Vela em Ilha Bela, nos Simpósios de Segurança do Navegador Amador e no apoio aos 5º Jogos Mundiais Militares.

No Complexo Naval de Mocanguê, além da reforma interna do Prédio do ComemCh, também tivemos a inauguração do novo Prédio de Alojamentos e Paióis do Comando da Força de Superfície; a reforma da Pista de Atletismo e o início da operação da Usina Termelétrica de Mocanguê, disponibilizando uma fonte alternativa e confiável de energia com economia de recursos. Outras obras encontram-se em andamento com conclusão a curto prazo, como o arruamento para acesso ao prédio da Força de Superfície, a construção do novo pórtico de entrada do complexo e a transferência do Centro de Manutenção de Embarcações Miúdas para as instalações e oficinas da Base Almirante Castro e Silva.

Dentro de alguns instantes iremos inaugurar o novo Centro de Operações da Esquadra (COE), um projeto moderno onde foram utilizados os mais avançados recursos tecnológicos no apoio às atividades de Comando e Controle. O monitoramento em tempo real, a realização de videoconferência com outros Centros e o compartilhamento de dados, imagens e informações permitirão à Esquadra ter o pleno controle e acompanhamento de seus meios navais e aeronavais. Com a operacionalização desse Centro estaremos garantindo a agilidade do processo de Tomada de Decisão.

Não obstante às adversidades e desafios ainda a serem enfrentados e na certeza de que “Esquadras não se Improvisam”, continuamos trabalhando intensamente no preparo de nossas tripulações, no aprestamento de nossos meios e no aperfeiçoamento de nossos procedimentos operativos. Nesse contexto, é relevante registrar a elevada prioridade com que a Alta Administração Naval tem procurado atender nossas demandas de ordem material e pessoal, buscando aumentar a disponibilidade de meios e o seu pleno guarnecimento, qualitativo e quantitativo.

Ao comemoramos os 189 anos de criação de nossa Esquadra, não poderia deixar de agradecer aos insignes Chefes Navais que nos antecederam, nossos ex-Comandantes-em-Chefe, muitos dos quais nos dão a honra de suas presenças, pelos exemplos e ensinamentos que nos legaram e pelo precioso patrimônio do qual nos orgulhamos.

Agradeço as presenças dos ex-Ministros e Comandantes da Marinha, dos membros do Almirantado, dos demais Almirantes e autoridades, e em especial ao Comandante da Marinha, Almirante-de-Esquadra JULIO SOARES DE MOURA NETO, que muito nos honra ao presidir esta Cerimônia.

Aos meus comandados quero ressaltar que as conquistas obtidas ao longo do corrente ano tiveram como fator determinante a perfeita sinergia entre nós, a extrema dedicação ao serviço, o espírito inovador e o esforço de cada militar no cumprimento de suas atribuições. Nas oportunidades que tive de embarcar, pude constatar o destacado desempenho dos Comandantes de Força, de Divisões da Esquadra, de Esquadrões Tipo e das tripulações que de maneira profissional se empenham no preparo e emprego dos meios, permitindo promover o incremento das operações. Destaco, ainda, o constante empenho dos Setores do Material e do Abastecimento da Marinha, de nossas bases, centros de instrução, de adestramento, de apoio e de manutenção, que não mediram esforços para que nossos navios, submarinos e aeronaves estivessem nos melhores níveis de aprestamento para se fazerem ao mar. Sem dúvida estamos vivendo um período de grandes realizações e com excelentes perspectivas para os próximos anos nas operações no mar. Isso nos enche de orgulho e satisfação.

A nossa Esquadra, essência do Poder Naval brasileiro, continua crescendo e mantendo a sua navegação em rumos firmes e seguros, buscando, a cada dia, atingir uma elevada prontidão operacional.

“ESQUADRA, NOSSA SEGURANÇA NO MAR”.

WILSON BARBOSA GUERRA

Vice-Almirante

Comandante-em-Chefe

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