Cruzador de Batalha ‘Pyotr Veliky’ lança míssil P-700 Granit

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O cruzador de batalha de mísseis guiados russo Pyotr Velikiy lancou um míssil de cruzeiro antinavio P-700 Granit (SS-N-19 Shipwreck), em vídeo recente do Ministério da Defesa russo.

O P-700 foi projetado na década de 1970 para substituir o P-70 Ametist e P-120 Malakhit, que eram efetivos, mas com um alcance muito curto diante da melhoria das armas dos grupos de batalha de porta-aviões da Marinha dos EUA. O míssil foi parcialmente derivado do P-500 Bazalt.

O P-700 tem uma entrada de ar anular distintiva no nariz. Acredita-se que a velocidade máxima esteja entre Mach 1.6 e superior a Mach 2.5. As estimativas de alcance chegam a 625 km (388 milhas). O sistema de orientação é misto, com orientação inercial, radar ativo terminal e também “home on jam”. O míssil pode ter guiagem intermediária.

Segundo algumas fontes, o P-700 quando disparado em salva (grupo de 4-8), tem um modo de orientação exclusivo. Uma das armas sobe para uma altitude maior e designa alvos enquanto os outros atacam. O míssil responsável pela designação de destino sobe em pop-ups curtos, de modo a ser mais difícil de interceptar. Os mísseis são ligados por conexões de dados, formando uma rede. Se o míssil designador for destruído, o próximo míssil sobe para assumir a função.

Os mísseis são capazes de diferenciar alvos, detectar grupos e priorizar alvos automaticamente usando as informações coletadas durante o voo e os tipos de navios e as formações de batalha pré-programadas em um computador de bordo. Eles atacarão os alvos em ordem de prioridade, da mais alta à mais baixa: depois de destruir o primeiro alvo, todos os mísseis restantes atacarão o próximo alvo priorizado.

P-700 Granit

O míssil também tem meios para contrariar sistemas anti-mísseis e o computador de bordo tem dados para combater sistemas de guerra eletrônica do inimigo e táticas de evasão de disparos da defesa aérea.

O P-700 é derivado do míssil P-500 Bazalt com um turbojato. O P-700 foi usado, por sua vez, para o desenvolvimento do P-800 Oniks, que utiliza propulsão ramjet, e o míssil BrahMos, um desenvolvimento conjunto entre Índia e Rússia do P-800.

O P-700 estreou a bordo do cruzador Kirov (agora o Almirante Ushakov) em 1980 e o míssil entrou em serviço em 19 de julho de 1983.

Porta-aviões Admiral Kuznetsov com os lançadores de mísseis P-700 Granit abertos

O porta-aviões Admiral Kuznetsov também carregava 12 lançadores do P-700, que davam ao navio uma capacidade adicional de ataque primário, e também tinha a vantagem política de classificar o navio como um cruzador porta-aeronaves. Reportagens não confirmadas dizem que os mísseis foram removidos no ano 2000, para fornecer mais espaço ao hangar de aeronaves.

Atualmente, está em serviço com a Frota do Norte Russa nos cruzadores de batalha da classe Kirov, Almirante Nakhimov e Pyotr Velikyi, e com as frotas russas do Norte e do Pacífico como parte do arsenal dos submarinos de mísseis de cruzeiro da classe Oscar (o Kursk carregava 24 mísseis) .

O tamanho do míssil limita as plataformas nas quais ele pode operar. Ele só foi instalado nos submarinos de classe Oscar, cruzadores classe de Kirov, e no porta-aviões Almirante Kuznetsov. Os navios de todos os três tipos terão seus mísseis Granit substituídos por novas células de lançamento para mísseis de cruzeiro Oniks e Kalibr menores e em maior número.

Submarino russo Oscar II recebendo míssil P-700 Granit
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Bosco

Apesar de impressionante é uma arma obsoleta.
O Hound Dog, míssil americano semelhante, foi retirado ainda na década de 70 por já naquela época sinalizar ser completamente incapaz de penetrar as defesas da antiga URSS.
A densidade de um sistema defensivo nucleado em um porta-aviões da USN é muito maior do que a de um país do tamanho da antiga URSS e é espantoso que tal míssil tenha tido uma vida tão longa.
Não há nenhum alvo na terra mais bem defendido que um porta-aviões americano.

pm

é uma arma antiga mas nao obsoleta. Contra uma força-tarefa, essa arma é usada em salvas, combinada com ataques aéreos e submarinos para saturar as defesas da USN. sistemas CIWS como o Phalanx sao praticamente inuteis contra uma arma dessas, pois o tempo de reaçao é minimo para um navio se defender. Esses misseis tem que ser abatidos antes por avioes em patrulha ou misseis de longo alcance com radar ativo como SM-3 e SM-6. Contra dois ou tres misseis isolados, uma FT da USN pode dar conta facilmente, mas contra ondas sucessivas de dezenas de misseis, rapidamente os navios… Read more »

Carlos Alberto Soares

Bosco
Parece um supositório gigante, rsrs.
___________________________________

“Não há nenhum alvo na terra mais bem defendido que um porta-aviões americano.”

Israel ?

Bosco

Carlos,
Mas por mais bem protegido que Israel seja ainda é fixo e tem área 1000 x maior que um porta-aviões. rsss

Roberto Bozzo

Bosco, é impressão minha ou o míssil não é, exatamente, disparado na vertical ? Ele parece que sai inclinado do lançador…

Bosco

Roberto,
O lançador apesar de ser “embutido” no convés é inclinado mesmo.

Rprosa

Ainda que pese ser um vetor desenvolvido na década de 70/80, há de se considerara validade deste vetor como arma ofensiva, face as suas qualidades e principalmente seu elevado poder de destruição, posto que a ogiva do Granit pesa nada mais nada menos do que 1650 kg, o suficiente para causar danos elevados em navios de grande tonelagem. é evidente que os carrier group americanos, possuem um elevado nível de defesas, podendo-se afirmar que no minimo um carrier group tem nada mais nada menos do que 200 misseis antiaéreos a disposição, uma elevada capacidade de observação e controle de área,… Read more »

Bardini

Nos dias de hoje, com os americanos voando E-2D… Esses mísseis tem vida difícil.

Bosco

100.000 vezes menor e não 1000 x.

Bardini

Pra quem fala mal, que a MB é cheia de gordinhos, a Rússia também tem os seus, rsrsrs…

Bosco

Rprosa,
A ogiva tem 1650 libras. Algo em torno de 750 kg, o que não deixa de ser impressionante para os padrões ocidentais.
Essa velocidade de Mach 1.5 ao “nível do mar” subentende-se algo acima de 150 m, o que dá cerca de 90 segundos de tempo de reação para a defesa.

Alberto

Impressionante como a imagem do interior do navio russo parou no tempo. Sistemas todos analógicos até o telefone é antigo. Quando comparados com o interior dos navios da US NAVY, observa-se que estão à anos luz quando comparados. Fico imaginando como é a “tecnologia” copiada pelos chineses.

Bardini

Se não me engano, o Pyotr Veliky ainda não passou pela modernização. Estão modernizando o Admiral Nakhimov no momento.

Corsario137

E o circuito interno de tv me fez voltar no tempo… sao telinhas de 10 polegadas em p&b, com resolução 320×240. Realmente deve ter sido algo inovador na decada de 80.

Corsario137

O chines copia como o japones copiava na decada de 60 e 70. Desmonta, remonta, aprende, melhora, monta um melhor.

Gerson Carvalho

Só tem uma maneira de saber se realmente um porta aviões americano é tão bem defendido. É só a Russia lançar uns quatro em um PA americano e nós veremos. Uma marinha em que recentemente dois de seus navios mais modernos bateram contra navios mercantes…..

Carlos Santos

Nem precisa, Gerson Carvalho; é só usar navios de transporte. 😉

Bosco

Gerson, E aí iríamos ver se esses mísseis são bons mesmo. Se o ataque cooperativo funciona mesmo ou se é só uma alegação sem fundamento. E também vamos ver se o ESM do míssil funciona também. Vale salientar que esse é o único míssil que alegadamente dispõem de capacidade ECM. O outro será o LRASM. A primeira dificuldade dos russos seria detectar a força tarefa americana. O míssil para ser lançado precisa primeiro que uma aeronave de patrulha (ou similar) ou um caça se aproxime a uns 300 km do porta-aviões, a grande altitude, de modo a designar os alvos… Read more »

Melky Cavalcante

Não sei mas se em uma guerra futura a Rússia for atacar uma força tarefa de um NAe mericana acredito eu que será uma missão coordenada, entre maios navais de superfície e submarina, bem como meios aéreos, aeronaves de ataque guerra eletronica, etc. Esse míssil representaria apenas um das peças do quebra cabeça do ataque.

Arariboia

O Granit também é usado para atacar alvos em solo.

Nonato

American Battle Groups. Mas eles ficam escondidos? Para serem usados precisam se aproximar da costa, nem que seja a 1.000 km. Basta um navio mercante disfarçado, um avião civil… Imagino que não naveguem totalmente escondidos… Bosco, você falou que são protegidos por 4 F18. E se o inimigo tiver seus su57, J20, su 35… Estou começando a suspeitar dessa invulnerabilidade dos nae americanos… Até da Coreia do Norte estão com medo. O aegis sequer abateu os mísseis disparados sobre o Japão… Se eu fosse os EUA destruiria cada míssil balístico disparado pela Coreia ainda no território deles. Mandavam algum míssil… Read more »

Bosco

Nonato,
Eu não disse que são “invulneráveis”. Disse que é o alvo mais bem protegido da Terra.
Quanto à CN, claro que estão com medo. O cara tem armas nucleares.

Bosco

Nonato, Uma força tarefa (ou grupo tarefa, nunca sei) primeiro tenta se manter oculta, movimentando-se de forma errática, fora das vias normais de navegação, com radares e sistemas de comunicação utilizados de forma a não sensibilizar os satélites ELINT, etc. Em sendo descobertos e havendo possibilidade deles serem atacados eles iriam tentar atacar primeiro, tanto os navios quanto tentar abater os caças/bombardeiros, seguindo o velho ditado de “matar o arqueiro e não as flechas”. Não sendo possível evitar o ataque a primeira linha de defesa seriam os caças coordenados pelo AEW. Só de curiosidade, esses aviões radar operam na banda… Read more »

Renan

É se o espaço não é de ninguem então conclui que não teve violação da soberania do Japão. Portanto porque criticar o gordinho? E porque tanto oba oba. O cara só quer ter tecnologia, coisa que muitos tem e ninguem fala nada contra. Para mim vejo a geopolitica com coisa de criança. Tem uma gang que se mecheu com um mecheu com todos. Ja penssou quando vc ta na escola e alguem briga com voce. Então 20 cara vem e te bate, voce se ve sozinho. Esta é a filozofia da Otan, uma gang. Uns tem direito de aprovar as… Read more »

MO

Em tempo = Petr Velekiy …..

Bosco

Renan, O Japão não alegou que seu espaço foi violado. Ele de forma legítima defende a integridade do seu território e da sua população reclamando a quem de direito que testes desse tipo não podem ser realizados ao bel prazer de um país, sem que se respeite regras internacionais mínimas. Você que defende esse tipo de procedimento poderia nos responder por que a CN não dirige seus mísseis para caírem no deserto de Gobi do aliado chinês? E se as regras internacionais são obsoletas e feitas pelos poderosos para oprimir os fracos porque o Japão tem que obedecê-las. Ora! O… Read more »

Antonio Palhares

O Bosco é uma enciclopédia, ou melhor dizendo. O Google.

sub-urbano

Não da pra saber se a intenção dos russos é usar isso apenas contra um Battlegroup americano.

Um navio desses tem valor diplomático. Ele sozinho + escoltas supera 90% das marinhas do mundo rs.

Se a Venezuela precisar de ajuda contra a Colombia ou o Brasil por exemplo os russos mandariam um Cruzador desses + algumas escoltas pra protegerem seus interesses (2 bilhões de dólares que os bolivarianos devem pra eles rs).

Tipo os TU-160 contra a Colômbia aquela vez! kkkkkk

Augusto

Sub-urbano apesar do Kirov se uma arma formidável, os Russos carecem de escoltas modernas. Submarinos do tipo u-209 posicionados poderiam em causar grandes danos, sem contar os p-3 armados com os harpoons, se for o Kirov não modernizado fica mais fácil . Porém tenho que concordar que só olhando navios por navios teria que concordar com você, mas no embate naval há muito mais que isso.

Dalton

Acho que você está sendo otimista demais…esse cruzador que é único e portanto nem sempre disponível e já deveria estar passando pela modernização de meia vida, viria acompanhado provavelmente por dois “Udaloys” e um “Akula” sendo otimista já que há poucos deles e alguns estão sendo revitalizados ou passando por manutenção de rotina, é o que se tem visto normalmente e isso não garantiria a sobrevivência dele diante de um submarino e um comandante determinado por exemplo. . Evidente que a marinha russa não conta apenas com “Udaloys” para defesa contra submarinos mas também não há muito mais e o… Read more »

sub-urbano

Não, não falo em confronto.

É só pra impor respeito mesmo. Intimidação.

Passar no atlântico sul com seus reatores nucleares fervendo. Um teste de mísseis ao largo da costa venezuelana.

Só pra fazer medo nos políticos latinos mesmo.

Bosco

O sistema HOJ utiliza a própria antena receptora do seeker do míssil para se dirigir contra um emissor de RF que tenta interferir com ele. Como o sistema de ECM utiliza a mesma frequência utilizada pela cabeça de busca do míssil, a capacidade HOJ é só uma questão de software, já que o hardware já existe – a antena receptora. Num míssil antinavio a capacidade HOJ (home on jam) é até mais letal que num míssil antiaéreo. Contra aviões um míssil com capacidade HOJ se dirige exclusivamente contra as emissões do sistema de ECM ativo de autoproteção, já contra um… Read more »

XFF

Esses “especialistas” dizem que P-700 é uma arma obsoleta. Será que sabem do que estão falando? Perguntaram para os comandantes Russos? rsrs.

Bosco

XFF,
Perguntaram sim! Eles disseram que são mesmo obsoletos e até 2018 serão totalmente substituídos por outros modelos, como o P800, o Kalibr e até possivelmente o Zircon.
Aliás, não é preciso ser especialista, “especialista” ou mesmo perguntar para os comandantes russos, é só ler o texto e deixar a preguiça mental de lado e fazer uma pesquisa básica na internet, inclusive de fontes russas. Não leva nem 10 minutos. E não dói!!!!
Não fala russo não! Uso o “tradutor” do Google.

José Luiz

Melhor forma de atacar a frota norte americana com certeza absoluta de destruição: Simplesmente com armas nucleares, seja um torpedo de longo alcance, digo torpedo não míssil, viajando em profundidade e depois aflorando a superfície antes da detonação, ele não vai precisar chegar nem perto do Nae. Mina nuclear de fundo detonada quando a frota passar por cima ou um ataque de saturação com mísseis balísticos de ogivas múltiplas também nucleares. Claro para todas as opções tem que “ver” onde esta a frota porque mesmo com um cep de digamos 1 km ou mais, o mar é bem grande. Agora… Read more »

Wagner

E quem disse que a Rússia vai atacar a ” Mega fodástica ” USN ?? Se a Rússia quiser atacar a USN, ela vai usar navios mais modernos, como os Yasen, e não o Kirov, vetor de superfície . Obviamente os russos não tem os 30.000 navios que a USN supostamente tem, então, é duvidoso que colocariam sua capitânia para lutar em mares distantes contra uma Frota da USN. Os russos não são os ufanistas que a Sputnik nos faz crer, seus militares são bem realistas e sabem de suas possibilidades. A Marinha Rusa é uma arma defensiva e não… Read more »

Bosco

Eu realmente desisto!!!

Bosco

E o salário, óóóó!!!!!!!!!!!!