Testes de choque total do porta-aviões USS Gerald R. Ford (CVN 78)

No dia 18 de junho, o porta-aviões USS Gerald R. Ford (CVN 78) concluiu com sucesso o primeiro evento explosivo programado como parte dos Full Ship Shock Trials (FSST). O primeiro porta-aviões da classe foi projetado usando métodos avançados de modelagem de computador, testes e análises para garantir que o navio seja reforçado para resistir às condições de batalha, e esses testes de choque fornecem dados usados ​​para validar a resistência ao choque do navio.

A Marinha dos EUA conduziu testes FSST ao longo de várias décadas, mais recentemente para os navios de combate litorâneo USS Jackson (LCS 6) e USS Milwaukee (LCS 5) em 2016; bem como para navio de desembarque doca da classe San Antonio USS Mesa Verde (LPD 19) em 2008, o navio de assalto anfíbio USS Wasp (LHD 1) em 1990 e o cruzador de mísseis guiados USS Mobile Bay (CG 53) em 1987. O último porta-aviões a executar o FSST foi o USS Theodore Roosevelt (CVN 71) em 1987.

A US Navy está conduzindo o teste de choque de acordo com a Instrução 9072.2 do Gabinete do Chefe de Operações Navais e conforme determinado pela Lei de Autorização de Defesa Nacional de 2016.

Os testes de choque do Ford estão sendo conduzidos na costa leste dos Estados Unidos, dentro de um cronograma estreito que está em conformidade com os requisitos de mitigação ambiental, respeitando os padrões de migração conhecidos da vida marinha na área de teste. A Marinha dos EUA também empregou protocolos extensivos em todo o FSST para garantir a segurança do pessoal militar e civil que participa da evolução dos testes.

O Ford é o mais novo e avançado porta-aviões da Marinha dos Estados Unidos. O navio encerrou um período de 18 meses de testes e provas pós-entrega bem-sucedido em abril, durante o qual a tripulação concluiu todos os testes necessários, realizou melhorias planejadas e manutenção antes do previsto e aprendeu lições valiosas para aumentar a confiabilidade dos sistemas da classe Ford. Ao mesmo tempo, o navio também serviu como a única plataforma da Costa Leste para a realização de qualificações de porta-aviões.

Após a conclusão do FSST no final deste verão, o Ford entrará em uma Disponibilidade Incremental Planejada por seis meses de modernização, manutenção e reparos antes de seu emprego operacional.

FONTE: US DoD

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carcara_br

Alguém sabe informar a carga/ distância destes testes?

carcara_br

Agradeço ao colega mk48 e Renato pelas explicações abaixo.

Carga de 18000kg.

Pra uma carga de profundidade de 500kg de explosivos teríamos o mesmo efeito a uma distância de explosão 6 vezes menor (mantendo-se o mesmo angulo da carga em relação ao navio).

Alex Barreto Cypriano

O FSST registrou 3,9 de magnitude nos sensores do Serviço Geológico dos Estados Unidos. Coisa do falecido John McCain fazer o shock trial já no USS Gerald Ford em vez do segundo da classe. Nos vídeos disponíveis no YT (Gung Ho Videos, Times Archives, p.e.) o Ford, pelo ruido característico, tremeu como num terremoto. Impressionante.

Filipe

O navio é poderoso, ele nem abana, nem com ondas de choque… Engenharia Pura… Os Chineses ainda vão ter que comer muito arroz com feijão para chegar no nível dos americanos.

Luiz Trindade

Isso ae é fato!

João Augusto

O que preocupa os EUA é que os chineses estão comendo arroz com feijão numa velocidade incrível.

Pedro

This!!!!

Jagdverband#44

Estão comendo nossa soja e nossa carne.

Agressor's

Ótimo para o nosso agronegócio, o problema são as nossas terras…

Inimigo do Estado

Terra é um produto como outro qualquer, e sujeito às leis de oferta e demanda, não é à toa que terras raras são caras. O dono vende para quem quiser.

Marcelo Andrade

Nem abana? La dentro treme tudo, por isso o teste. Principalmente sobre o sistema de comunicações e de armas.

Heli

que o diga o 5G, 6G, estacão espacial, robôs em Marte, etc etc….
Achar que os chineses não evoluirão em capacidade técnica ou é muita ingenuidade misturada com desconhecimento ou é pq a lavagem cerebral feita por Hollywood foi bem feita…. Você faz ideia dos bilhões que eles investem em centros de pesquisa por ano?
Viaje a Shanghai por exemplo e veras um metrópole bem moderna

Jesus Junior

Impressionante o tamanho desse porta aviões, o tamanho da ponte de comando até parece uma torre de controle de aeroporto…mais espaço para manobras no convés de vôo.

Renan

Diferenciada está tecnologia.
Você arrisca uma explosão próxima da sua melhor nave porque com certeza sabe que ela resiste

carcara_br

Eu não conhecia o teste, na verdade nem sabia que uma explosão próxima gerava este efeito, muito menos da classificação, vivendo e aprendendo, pode comentar mais sobre as classificações?

carcara_br

Obrigado Mk48
foi bastante didático.

carcara_br

Pra quem se interessou em entender o fenômeno e quiser fazer comparações com outras cargas de profundidade recomendo https://en.wikipedia.org/wiki/Shock_factor
Por exemplo uma carga de profundidade de 500kg com as mesmas condições da equação acima provocaria um efeito semelhante a uma distância 6 vezes menor, se não estou raciocinando errado rsrsrs.

Last edited 2 anos atrás by carcara_br
Palpiteiro

Imagino que estes testes testes são executados também em escala e em subsistemas.

Palpiteiro

Que coisa. Você sabe se os milhares de itens instalados no navio precisam ser inspecionados, fazer ensaios não destrutivo? Como sabem se não se criaram trincas por toda parte? Esse tipo de ensaio permite a realização com vários navios simultaneamente para reduzir os custos e impactos ambientais.

Piassarollo

Obrigado pela explicação, sanou uma dúvida que eu tinha

Pedro Bó

As explicações do Mk48 em matéria naval são sensacionais!

Alex Barreto Cypriano

Quase nunca o shock trial é feito nos navios líder de classe, Mk48.

Last edited 2 anos atrás by Alex Barreto Cypriano
Dalton

Complementando o Alex, segundo ou terceiro da classe é o mais comum. No caso das classes Arleigh Burke e San Antonio utilizou-se a terceira unidade e
na classe Nimitz a quarta unidade o USS Theodore Roosevelt.

Marcelo Andrade

Mas que dá medinho, dá! Imagine um bichão desse de 10 Bilhões de doletas ser danificado porque um maluco errou o ponto, rsrsrsrsr

Veiga 104

Excelente comentário. Informação totalmente referente ao assunto da matéria. Parabéns.

willhorv

Qual equivalência desta carga explosiva? 500, 1000lbs ou mais?
Acredito que a implosão de um torpedo pesado abaixo da quilha, os efeitos seriam bem diferentes….não sei se o navio resistiria.

Renato

Segundo BBC 40.000 lb de explosivos. Abaixo um link para um vídeo do teste.
US Navy uses 40,000lb explosive to test warship in ‘Full Ship Shock Trial’ – BBC News

Palpiteiro

Estourou os tímpanos das baleias

Piassarollo

Amigo submarinista, exato sua colocação, o atol de bikini realmente foi um desastre ecológico. As consequências desses testes são sentidas até hoje,

Marcelo Andrade

Quem assiste Bob Esponja sabe disso!!

Salomon

Que grande oportunidade para o Brasil.

Guacamole

Concordo.
O Brasil deveria comprar uns 10 desses, não é mesmo?

É cada um….

Salomon

Grande oportunidade para o Brasil ficar quieto.

Jagdverband#44

Chineses e Russos também mitigam o impacto ambiental em seus testes….
SQN!

Felipe

Fonte?

Piassarollo

Caro MK48, um dos motivos das duas torres se dá pelo arranjo da propulsão do navio, com as saídas dos gases em ambas as torres e respectivas chaminés. De um lado se economizou utilizando uma propulsão convencional e de outro acabaram gastando mais construindo duas torres. Destaque que ambas as torres possuem funções dedicadas, a dianteira para o comando do navio, e a traseira para o controle aéreo. Certamente os experientes Ingleses chegaram a esta configuração por apresentar uma relação custo/benefício mais satisfatória. Abs

Piassarollo

O grande problema da propulsão nuclear são os custos associados. Instalações específicas, para manutenção e troca do combustível nuclear. Transporte do lixo nuclear, armazenamento dos resíduos e por fim o descarte dos reatores. Os ingleses possuem uma tradição e experiência em se tratando de marinha de guerra que poucos países no mundo possuem. E a decisão de usar ou não a propulsão nuclear, ao meu ver, não recai a apenas às vantagens, mas ao todo, aos custos, benefícios, ciclos de manutenção, apoio político, tratados sobre circulação de embarcações nucleares, etc, etc. Não é tão simples assim.

Agressor's

Mais um circo de propaganda pra mostrar que são invulneráveis aos DFs chineses, mas será que aguenta o tranco de um ataque de saturação ou de uma ogiva nuclear? 😉

carcara_br

Bem da verdade é uma explosão que se situa num gap entre o convencional e o nuclear colocando em escala foram 18ton de explosivos, supondo que seja uma carga com rendimento equivalente a 1.5 vezes a massa de TNT (seria um explosivo extremamente eficiente) daria uma energia equivalente a 27.000kg tnt, Em termos comparativos um ogiva nuclear tática costuma varias entre 250 e 5Kton (250 000 000 a 5 000 000) toneladas de tnt, uma energia de 185 a 9000 vezes maior. Em relação a distância, considerando a equação do “shock factor” para as mesmas condições de de angulo da… Read more »

Victor Filipe

Serio? ataque nuclear? se fizerem um ataque nuclear nós estamos falando de uma guerra total, uma destruição mutua das nações envolvidas.

E o motivo do teste ta longe de mostrar resistência contra impacto direto de um DF-21

silvom

Putz, erraram feio o porta aviões…

Agressor's

Com certeza fizeram aquilo pra simular um ataque dos DFs chineses e fazer guerra de propaganda contra a China. Quando vcs observam que algo desse tipo é muito difundido nas mídias ocidentais podem ter certeza de que se trata de alguma peça de propaganda, feita pra algum fim…

Jacinto

E a rigor, os EUA operaram grandes porta aviões convencionais também. Os da classe Kitty Hawk (que estavam em operação até meados dos anos 2000´s) eram convencionais e extremamente capazes.

Paulo

Pelo tamanho e quantidade de testes da pra ter uma pequena ideia da complexidade que é operar e construir um monstro desses.

Agressor's

Ai vem um míssil e faz Kabbbuuummm, e põem tudo isso abaixo…Em contraste, de uma forma bem simples… 😀

Paulo

Hora de dormir criança.. comentário infantil.

Victor Filipe

só outro fake do kings que passa pelos filtros do site.

Dalton

Durante a II Guerra, muitos navios foram danificados por explosões submarinas próximas de torpedos ou outras armas que erraram o alvo ou mesmo atingiram outro navio próximo. . Desde então, fim da década de 1940, toda nova classe de navio, representado por uma única unidade, normalmente o segundo ou terceiro da classe passam pelos testes de choque para testar a sobrevivência de equipamento essencial. . No caso da classe Nimitz utilizou-se a quarta unidade, nas classes Arleigh Burke e San Antonio a terceira unidade, etc, então, trata-se de algo rotineiro para a US Navy e nada a ver com simular… Read more »

Piassarollo

Falando em reserva de energia para a implantação de catapultas eletromagneticas , os ingleses já estão estudando essa possibilidade de instalar nos QE nos proximos anos. Para a operação dos F35c e aeronaves não tripuladas. Abs

Luiz Antônio

Amigos, uma dúvida: o porta-aviões fica com tripulação normal durante o teste?

nonato

Normal antes da explosão.
Depois ficam feridos ou com abalo psicológico.
???

Luiz Antônio

Nonato, fica todo muito zureta depois, rsrsrs…

Luiz Antônio

*todo mundo

Luiz Antônio

Obrigado, MK!

engmeccesar

Belíssimas imagens!!! Trata-se de um teste bem comum em navios da USN. O fenômeno chame-se UNDEX (Underwater Explosion). A marinha norte americana tem uma preocupação enorme com os efeitos dessas explosões, tanto em nível estrutural quanto nos impactos resultantes nos equipamentos essenciais dotados a bordo (altas acelerações e velocidades). Li sobre esse assunto um tempo atrás e, salvo engano, a carga utilizada é 2/3 do valor de projeto.

Palpiteiro

Ok. E como se avalia os resultados. Tem que inspecionar o navio inteiro?

engmeccesar

Creio que eles devam instrumentar alguns pontos de interesse: equipamentos vitais, alguns pontos na estrutura, etc. Só que aí vem a sacada: a partir dos dados coletados em campo, eles calibram os resultados analíticos e simulações; pronto – para aquela classe de navio, os dados numéricos foram validados.

carcara_br

Interessante. Vamos colocar uma margem de segurança de 50% em relação ao valor de projeto. então uma carga 5 vezes maior geraria danos catastróficos. Pra uma carga de 500kg isso seria uma distância 13.5 vezes menor ao da detonação mostrada em vídeo.