O Exercício Polaris 21 envolve 6.000 militares e contribuições dos EUA, Reino Unido, Espanha, Itália e Grécia

A França inicia duas semanas de exercícios navais no Mediterrâneo na quinta-feira (18), descrito como um “laboratório de guerra” para se preparar para conflitos futuros.

Cerca de 6.000 militares participarão dos exercícios Polaris, trabalhando a partir de 20 navios de guerra, um submarino, três quartéis-generais navais e uma frota de aeronaves.

Com ajuda do Reino Unido, Estados Unidos, Itália, Grécia e Espanha, eles vão simular uma batalha no mar envolvendo o porta-aviões movido a energia nuclear Charles de Gaulle.

O porta-aviões, que na semana passada se envolveu em uma colisão com um veleiro na costa francesa, sofrerá um ataque imaginário liderado pelo porta-helicópteros anfíbio Tonnerre.

Ambos os navios foram recentemente desdobrados no Mediterrâneo, com o Tonnerre realizando exercícios conjuntos com a Grécia durante tensões marítimas com a Turquia.

A fragata grega Adrias participa depois de seguir para o porto francês de Toulon para os exercícios, que estão sendo realizados na parte oeste do mar.

A França fez questão de falar pela segurança da Grécia, tendo assinado um acordo de defesa com Atenas em outubro.

O pacto foi saudado pelo governo grego como uma garantia de segurança contra a Turquia, que irritou Paris com suas reivindicações sobre terras, mar e direitos minerais no Mediterrâneo.

Outra fragata, a Auvergne, visitou o Chipre em um tour pelo Mediterrâneo Oriental na semana passada. Seu comandante disse ser um sinal do compromisso da França com a segurança na região.

O Charles de Gaulle encenou uma demonstração de força com o navio capitânia da Grã-Bretanha HMS Queen Elizabeth no mar em junho.

O envolvimento do Reino Unido ocorre na tentativa de resgatar os restos de uma aeronave de combate F-35 do Mediterrâneo após sua queda na quarta-feira.

A Marinha Francesa disse que os exercícios Polaris levariam os marinheiros a pensarem por si mesmos e “inventar e testar as técnicas da guerra de amanhã”.

“O Polaris é um laboratório gigante para a guerra de amanhã”, disse o almirante Pierre Vandier, chefe do Estado-Maior da Marinha Francesa.

O almirante Vandier, ex-comandante do Charles de Gaulle, disse que o objetivo era preparar os militares francesaes para uma “guerra de alta intensidade” marcada pela incerteza e surpresa.

“Lutar uma guerra no mar é combinar as diferentes capacidades que temos, incluindo terrestre e aérea, mas também poder lutar simultaneamente nos campos submarino, aéreo, espaço e ciberespaço”, disse ele.

Os exercícios permitirão à França “vencer a guerra antes da guerra”, disse ele.

Os exercícios, que se estenderão parcialmente à costa atlântica da França, irão preparar o caminho para o desdobramento de um grupo de ataque de porta-aviões que começa em fevereiro.

Eles também foram concebidos para fortalecer a capacidade da França de agir como parte de uma coalizão militar com seus aliados.

A Espanha está fornecendo a fragata Mendez Nunez e o navio de suprimentos Cantabria para os exercícios, que vão até 3 de dezembro.

A cooperação com os EUA ocorre depois que Paris e Washington procuraram acalmar as tensões sobre um polêmico acordo de submarinos com a Austrália.

O pacto enfureceu a França porque torpedeou um acordo existente que a Austrália havia feito com Paris para a compra de submarinos.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reconheceu no mês passado que o negócio foi tratado de maneira desajeitada e “não foi feito com muita graça”.

FONTE: The National – UAE

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Camillo

Todo estardalhaço sobre a Aukus e bastou cinco navios russos e cinco chineses e ficou o maior silêncio…daqui a pouco no Mediterrâneo, Turquia saindo da Otan e as marinhas russa, chinesa e turca dominando a área tb.

737-800RJ

Com as marinhas da Itália, França e Espanha lá? Acho extremamente improvável.

francisco

A França nunca venceu uma guerra sozinha. É uma piada.

Pedro Fullback

Parabéns a França! Detém ótimos equipamentos militares! Se a França tivesse dois porta aviões, eu a classificaria como uma força de projeção global. Mas como eles apenas tem um porta aviões, acabam sendo força global quando o seu porta aviões está totalmente disponível.

Dalton

Não acho que o número de “porta aviões” defina uma “força global”. A Rússia tem apenas um que encontra-se indisponível desde 2016 que só deverá retornar à ativa no fim de 2023 início de 2024 e mesmo assim a marinha russa se faz presente com submarinos combatentes de superfície e aeronaves baseadas em terra. . A França já operou 2 NAes mas muitas vezes o segundo operava na função de porta helicópteros dada a dificuldade de se manter duas alas aéreas completamente operacionais mais aeronaves extras para treinamento, testes , manutenções, etc, então, tão importante como o número de NAes… Read more »

Pedro fullback

Prezado Dalton! A França detém bons meios de desembarque anfíbio, uma boa escolta, submarinos nucleares, porém, só possui um porta aviões. Portanto, sem o seu porta aviões, a Marinha Francesa não irá conseguir cumprir a sua projeção global. Quando eu me referi ao porta aviões, não me referi apenas ao casco, mas as suas alas aéreas. Sobre a Marinha Inglesa: A Marinha Inglesa tem dois porta aviões, todavia não possui alas aéreas navais para esses aviões, sua capacidade de Alerta Aéreo Antecipado é muito pífio, tem carência em meios de desembarque anfíbios, e as suas escoltas não são tão modernas,… Read more »

Dalton

Oi Pedro ! . as marinhas britânica e francesa tem capacidades muito semelhantes,veja quanto a força anfíbia, que enquanto a França tem 3 LHDs de 20.000 toneladas o RU tem 2 LPDs dos quais apenas um em atividade, por conta de um rodízio e 3 LSDs, mas há previsão de se usar os NAes em uma capacidade anfíbia secundária. . Quanto ao estado de arte de escoltas, os 6 “Darings” da Royal Navy apresentam maior capacidade de defesa aérea quando comparados com os 2 Horizon e duas FREMM otimizadas para guerra aérea e os submarinos da classe “Astute” são até… Read more »

India-Mike

Na foto de capa uma La Fayette — na minha opinião uma das poucas fragatas usadas no mundo q se encaixaria (muito) bem na MB… baixa complexidade e focada em cenários de baixa intensidade (como o nosso). Quase um OPV super vitaminado… se quando viesse fosse possível trocar o canhão de 100mm pelo oto 76mm então perfeito… falta agora combinar com os franceses que não pensam em se desfazer delas no momento…

Hcosta

Eram pouco mais que um OPV. Seria perfeito se tivessem mais misseis AA e sonar.
Neste MLU já colocaram sonar mas mesmo assim ainda tem uma fraca defesa AA.

India-Mike

A previsão do MLU era adição de sonar e trocar o crotale pelo simbad RC, o que, sinceramente, estaria de ótimo tamanho pra MB. A defesa AA da Barroso, nosso escolta mais ‘moderno’ é apenas o bofors 40mm, tenho dúvidas da operacionalidade dos Aspide das FCN e com certeza os Sea Wolf das FCG estão com a validade vencida há uns 10 anos…

Ahh, e não estranhe se os Sea Ceptors nunca forem adquiridos pras FCT…

carcara_br

A Rússia já enviou alguns Tu-160/ A-50 passearem na região?

Carlos Campos

Isso é para “colocar a Turquia no Lugar dela”, a Rússia já tem a Ucrânia, Bielorrusia e Armênia para se preocupar, no caso da Armênia a situação é crítica, Ankara e Londres parecem apoiar o Azerbaijão contra a Armênia que tem o Direito de pedir ajuda da Rússia e a Rússia a obrigação de defender a Armênia. então duvido que o Putin vá segurar o abacaxi do Erdogan a troco de nada.

carcara_br

não tive essa leitura da situação, ok…
Ainda é OTAN, e estão próximos, marcar presença e inteligência nunca é demais.

David

Na minha opinião a marinha francesa é a britânica são muito capazes mas fica claro que elas precisam de apoio de embarcações de outras nações europeias ou dos EUA para enfrentar a marinha da china

Hcosta

Isso no caso de enfrentar a China no Oceano Pacífico. O inverso também pode ser verdade, a China também precisa de aliados para enfrentar os Europeus na Europa, principalmente para cobrir as rotas de abastecimento. Aí basta ter a Rússia como aliado e a China passa a ser um grande problema.

francisco

Esses exercícios só servem de propaganda. Em uma guerra real é diferente, não se sabe a estratégia do inimigo e muito menos os meios que utilizarão..