Desde o alvorecer do Brasil, sua história está entrelaçada ao mar. Pelos espaços marítimos chegaram os colonizadores portugueses e tantos outros povos que ajudaram a compor nossa identidade nacional.

Também foi, pelo mar e águas interiores, escrita a história da consolidação da independência e da defesa dos nossos atuais contornos. Essas águas, nas quais sempre fomos vitoriosos, foram igualmente marcadas pelo sacrifício de nossos compatriotas, que ofereceram suas vidas em prol do Brasil.

Com essa visão, rendemos uma justa homenagem no dia 13 de dezembro, data do nascimento do Almirante Joaquim Marques Lisboa, à história de um dos grandes Heróis Nacionais, o Patrono da Marinha do Brasil, o qual dedicou, com plena devoção, 66 anos de serviço à Pátria.

Além da Guerra de Independência, onde esteve embarcado na Fragata Niterói, participando da perseguição à frota portuguesa que deixava a Bahia, destacou-se na Guerra Cisplatina onde recebeu o seu primeiro comando de navio com 18 anos de idade e, depois, se tornou um herói, participando de vários episódios importantes dessa guerra.

A fragata NICTHEROY da Marinha Imperial, perseguindo os navios portugueses que se retiram da Bahia (aguarela do Vice-almirante Trajano Augusto de Carvalho 1830-1898). A NICTHEROY, ex-SUCESSO da Armada Real, fora construída no Arsenal de Marinha, em Lisboa, em 1818. Foi reaparelhada em 1822, às expensas de um grupo de patriotas do Rio de Janeiro. (imagem acervo da DPHDM)

No período Regencial, tomou parte ativa na pacificação de várias insurreições. Viveu, portanto, em um período muito importante da consolidação do Estado nacional.

Como Capitão de Mar e Guerra, foi o primeiro Comandante da Fragata a vapor D. Afonso, primeiro navio de guerra de grande porte com propulsão a vapor incorporado pela Marinha do Brasil. Em uma das provas de mar ao largo da cidade inglesa de Liverpool, salvou membros da tripulação e passageiros do navio Ocean Monarch, que levava emigrantes para os Estados Unidos da América. Já no Rio de Janeiro, ainda comandante da D. Afonso, conseguiu rebocar e trazer para dentro da Baía de Guanabara a Nau da Marinha de Portugal Vasco da Gama, que se achava desarvorada fora da barra, em meio a uma tempestade.

Como Almirante, comandou a Força Naval brasileira no Rio da Prata entre os anos de 1864 a 1866. No conflito contra o Paraguai, organizou toda a logística necessária para a manutenção dessa Força, e conduziu o início do bloqueio, estratégia que selou o destino do Paraguai.

ALMIRANTE TAMANDARÉ – MARQUÊS DE TAMANDARÉ

Tamandaré está entre o seleto grupo de brasileiros que contribuiu para resguardar o Brasil da desagregação e para a concórdia e paz do extremo norte ao extremo sul do Brasil.

“Sou marinheiro e outra coisa não quero ser”. Essas são palavras do nosso Patrono, o Almirante Joaquim Marques Lisboa, Marquês de Tamandaré, as quais traduzem a essência da Marinha do Brasil.

Faleceu no Rio de Janeiro, então capital federal da República, em 20 de março de 1897, após uma longa vida dedicada à Marinha do Brasil. As muitas qualidades e, sobretudo, o caráter do Almirante Tamandaré, comprovado por suas ações, são exemplos, não somente para os bons marinheiros, mas para os brasileiros de todos os tempos; relembrá-las é um exercício de patriotismo e inspiração.

O exemplo de Tamandaré, pautado na Rosa das Virtudes, deve ser fonte permanente de inspiração, de modo a continuarmos honrando o seu legado de dedicação no cumprimento do dever.

FONTE: Marinha do Brasil

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Esteves

Parabéns!

Veiga 104

Ainda tem un espírito sem luz que negativa .

Pablo

Se não estiver enganado, ele nasceu em Rio Grande, RS. Sua casa passará por reforma para se tornar um museu.

FERNANDO

Se vale ser marinheiro de água doce.
Eu também sou!!!!

Camargoer.

Olá a todos. Perdi a aposta. Achei que entregariam o S40 hoje para a MB.

BK117

Vi esses dias algum oficial dizer que está marcado para o inicio de 2022. (Perdão não lembrar quem nem onde)

Saldanha da Gama

Salve Salve para a histórica, heróica e gloriosa Marinha Brasileira !!! (AS)

Henrique

A fragata NICTHEROY

Deus salve as reformas ortográficas auhsauhsauhsuas

JACUBÃO

SALVE A INVICTA MARINHA DE TAMANDARÉ.

Adriano Devoglio

.

Adriano Devoglio

Sou de Curitiba, mas acabo de chegar do município de Almirante Tamandaré, em nossa região metropolitana aqui. Creio que há no RS e PE cidades a homenagear o intrépido
Almirante.

Marco Magliano

Parabéns a todos os homens e mulheres do mar!!!!

Bravo Zulu, MB !!!

Willber Rodrigues

NITCHEROY
Curioso e fascinante o quanto a língua e gramática mudam em 200 anos…

R_cordeiro

Concordo com toda a nota da marinha em favor do Tamandaré, entretanto questiono somente seu papel na guerra do Paraguai. Ele ficou o tempo todo em buenos aires e nunca esteve na frente de combate, Barroso sim esteve a frente e liderou a esquadra imperial.

Dalton

Acho que uma boa comparação seria Nimitz como Tamandaré e Fletcher como Barroso.
O primeiro hierarquicamente superior permaneceu em Pearl Harbor durante a Batalha de Midway enquanto o segundo esteve no comando tático a bordo do USS Yorktown.

Thor

Análise correta.
Barroso era o Comandante da Divisão da Esquadra em combate.

Carlos Dias

Uma das primeiras coisas que Caxias fez na guerra foi destituir Tamandaré do comando.