Guerra das Malvinas/Falklands – 40 anos: Grã-Bretanha pediu que submarinos brasileiros não se afastassem mais do que 500 milhas da costa

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Submarino Tonelero, da classe Oberon

O jornal O Estado de São Paulo publicou neste domingo de 1 de maio, matéria com revelações de documentos do Arquivo Nacional e do livro O Brasil e a Guerra das Malvinas: Entre Dois Fogos (Alameda, 318 págs) de João Roberto Martins Filho, que será lançado em junho.

Em um das revelações, o embaixador inglês George William Harding procurou o chefe do Estado-Maior da Armada, o almirante José Gerardo Albano de Aratanha, em sua casa, em Brasília. Pediu que os submarinos brasileiros não se afastassem mais do que 500 milhas da costa.

Martins Filho revela que o britânico registrou que Aratanha disse “sem hesitação que poderia assegurar que nenhum navio da Marinha operaria fora das 200 milhas do mar territorial brasileiro”.

Ao retirar as embarcações do caminho, o Brasil permitiu aos ingleses a certeza de poder identificar como inimigo quem estivesse na rota.

Submarino Goiás – S15, classe Guppy III
Perfis acima d’água das classes de submarinos brasileiros dos anos 1980: Guppy II e III e Oberon – Desenho: Alexandre Galante
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Jorge Augusto

Eles tinham preocupações que a Argentina iria atacar comboios britânicos no meio do Atlântico na altura do Brasil?

Os argentinos chegaram a tentar isso?

Esteves

Comboios mercantes no Atlântico Norte existiram na segunda guerra abastecendo a Europa com provisões indo da América.

Os ingleses quiseram ter a certeza que tudo que era sólido no mar era argentino.

Não haviam motivos para os submarinos brasileiros estarem navegando tão distante da costa.

737-800RJ

Esteves, e mesmo com esse esforço para garantir que tudo que fosse sólido seria argentino, conseguiram matar baleias com torpedos.
Foi até matéria aqui no Naval:

https://www.google.com/amp/s/amp.naval.com.br/blog/2021/05/25/royal-navy-atacou-baleias-na-guerra-das-malvinas-falklands/

Esteves

Pai do céu.

Camargoer.

Eram baleias argentinas.

Esteves

Salve Professor Mestre Camargo,

O PN ficou menor sem vossa presença. Faltaram as explicações estatísticas e as interpretações…as interpretações…faltou interpretação.

Bom dia.

sergio

kkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Luiz Trindade

Que ridículo heim?!? Se fosse a Marinha de Guerra do Brasil era porque era Marinha de país de terceiro mundo!

Henrique

Não tava errada. Sub não conseguem se achar direito no mar imagine ter que achar o sub neutro e o inimigo
.
colisão do HMS Vanguard com Le Triomphant reforça isso kkkk

Leonardo M.

Nada d+
Inglaterra só não queria ter um Brasil + Argentina como inimigos por erro de algum marinheiro inglês achando que o sub poderia ser argentino.

Pangloss

O almirante brasileiro deve ter ficado comovido diante do otimismo britânico acerca do alcance da MB.

rafa

Hahahaha. Essa foi muito boa

Enzo Magno Donato Vernille

Sim, muito engraçada
Programarei minha risada para o dia 32 de Fevereiro de 3202

Enzo Magno Donato Vernille

Bem

Os GUPPY II tinham um raio de ação de 12 mil milhas náuticas
Já os GUPPY III, 15 mil
Os menores eram os Oberon com 11 mil milhas náuticas

Last edited 1 ano atrás by Enzo Magno Donato Vernille
pangloss

OK, mas usar submarinos convencionais para emboscar uma força-tarefa no meio do oceano não é algo tão simples.

Nonato

Qual o problema?
A FT passou a que distância da costa brasileira?
A África não deve ficar a mais de 4.000 km.
Esses submarinos poderiam ir a 2.000 km da costa?
Até porque não precisariam ficar submersos em todo o trajeto.

pangloss

A diferença de velocidade entre um submarino convencional e um navio de superfície é um grande limitador a essa patrulha oceânica.

Eduardo Nascimento

Não se trata de alcance operativo da MB, apenas um fato de y o Brasil e a nossa Marinha, não tinha na ocasião, necessidade de operar em águas internacionais. Mas sempre que necessitamos, o fazemos sem nenhum problema.

Salomon

Essa foi ótima.

Fernando Vieira

Por que o Oberon tem aquela protuberância na proa? O que vai (ou ia) ali?

Esteves

.

Enes

Uma espécie de Domo de sonar.

Last edited 1 ano atrás by Alexandre Galante
Adriano Madureira

“Em um das revelações, o embaixador inglês George William Harding procurou o chefe do Estado-Maior da Armada, o almirante José Gerardo Albano de Aratanha, em sua casa, em Brasília. Pediu que os submarinos brasileiros não se afastassem mais do que 500 milhas da costa.
Martins Filho revela que o britânico registrou que Aratanha disse “sem hesitação que poderia assegurar que nenhum navio da Marinha operaria fora das 200 milhas do mar territorial brasileiro”.

Claro que o brasileiro iria acatar e abanar o rabo, típico dos nossos políticos e militares,aceitar o “conselho” alheio.

Marcos R

Uma guerra que não é sua, qual a finalidade de expor seus ativos a riscos desnecessários fora da nossa ZEE?

Enes

Pura e simplesmente burrice.

Enzo Magno Donato Vernille

Eu precisava dar uma olhada pra ver se houve ações de neutralidade pelo Brasil na época (além da interceptação do IL-62 Cubano e do Vulcan), pq mesmo que a guerra não é sua mas tá acontecendo no seu “quintal”, você tem que reforçar a sua neutralidade no conflito Tem dois exemplos anteriores que foram durante a Guerra de Letícia (Conflito Colombo-Peruano de 1932) e na guerra do Chaco (Bolívia e Paraguai) em que a Aviação Naval Brasileira teve que enviar aviões pra poder realizar patrulhamento de neutralidade. Na guerra do Chaco ainda aconteceu depois que o mercante “Paraguay” (coincidência enorme)… Read more »

Matheus Menezes

Claro, você é um puta estrategista msm, pq não volta no tempo e diz pro Almirante da Marinha dar carta branca pra nossa frota passear no meio da troca de torpedos
entre ingleses e argentinos?

Carlos Campos

Pelo visto você não leu sobre o Brasil nessa época.

João Adaime

A resposta do almirante ao embaixador teve uma advertência velada também.
“E vocês fiquem fora das nossas 200 milhas”.

Esteves

Os países com seus navios tem o direito de passagem inocente. Incluindo os navios de guerra. As águas jurisdicionais brasileiras são até 12 milhas. Águas de fronteiras. De 12 a 24 milhas são as águas contíguas de interesse nacional. Ate 200 milhas e o Brasil pretende declarar até 300 milhas, está a ZEE. “O país que detém a jurisdição da ZEE também deve promover a utilização ótima dos recursos vivos desta área, ao determinar as capturas permissíveis da fauna marinha. Caso não seja capaz de atingir o teto estabelecido, deve permitir a outros países o acesso ao excedente, mediante acordos… Read more »

GFC_RJ

Estou longe de ser especialista em Direito Internacional e menos ainda em CNUDM.
Pelo que tenho de entendimento, navios civis comerciais tem livre passagem sobre as ZEEs. No entanto, embarcações militares somente autorizadas pela autoridade da ZEE. O que para os EUA, que assinaram mas não ratificaram, não quer dizer muita coisa.
Mas alguém mais especialista ou entusiasta do CNDUM pode esclarecer isso de forma mais apropriada.

André

Na verdade embarcações militares têm direito de passagem inocente inclusive no mar territorial (art. 17 da CNUDM), desde que esta seja contínua e rápida (art. 18, § 2) e não seja prejudicial à paz, à segurança ou à boa ordem do Estado costeiro (art. 19, § 1), devendo os submarinos navegar à superfície durante a passagem inocente (art. 20). Na ZEE (que tem 200 milhas contadas das linhas de base que medem o mar territorial – ou seja, no duro ela tem 188 milhas) o Estado costeiro não tem soberania absoluta, mas apenas direitos soberanos para aproveitamento, exploração, conservação e… Read more »

GFC_RJ

Legal, André. Bem esclarecedor. Grato.

Azevedo

Os EUA conduzem operações de liberdade de navegação [deles] ao redor do mundo em oposição a demandas que entendem excessivas.
Relatórios em:
https://policy.defense.gov/OUSDP-Offices/FON/
Último relatório que cita o Brasil e sua Lei 8617/93:
https://policy.defense.gov/Portals/11/Documents/FY20%20DoD%20FON%20Report%20FINAL.pdf

André

À época da guerra (1982) o mar territorial brasileiro era de 200 milhas (Decreto-lei n. 1.098/1970). A CNUDM, definindo o mar territorial de 12 milhas (quando viável), somente foi aberta para assinaturas em dezembro de 1982 e entrou em vigor apenas em novembro de 1994.

Rinaldo Nery

Eu ouvi uma fragata norte americana, em 2002, próxima à Vitória, avisando um P-95 do 4°/7° (à época sediado em Santa Cruz), pra não se aproximar do navio abaixo de 20NM.

João Adaime

Prezado comandante
Li certa vez a narrativa de um piloto privado brasileiro que foi “convidado” (o texto usou o termo convidado) a contornar uma frota dos Estados Unidos que se deslocava pelo Atlântico.
No caso da fragata, o nosso avião não poderia exigir mesmo? Claro que o avião é muito mais ágil do que o navio e seria mais fácil ele desviar.
Este é um procedimento usual ou só algumas marinhas o fazem?
Abraço

Rinaldo Nery

A US Navy, que se acha dona dos mares, faz o que quer. Me pareceu que a fragata iria abrir fogo contra o P-95.

Luiz Antonio

Entendo que o comportamento da US NAVY foi consequência de comportamentos desastrados dos nossos patrícios que respondem pelas nossas relações exteriores conforme a política do governo de ocasião e me parece que isso não mudou. A política externa equivocada vai explodir no colo de alguém, das empresas nacionais e das nossas FA nas suas rotinas. A US NAVY faz o que quer porque “alguém lá de cima” diz que pode. Em condições normais, o Brasil seria notificado pela US NAVY da presença de sua embarcação, o P-95 interceptaria a fragata formalmente, cumprimentos formais e cada um seguiria seu caminho. Ninguém… Read more »

Last edited 1 ano atrás by Luiz Antonio
Rinaldo Nery

Era uma UNITAS. Todo mundo sabia da fragata norte americana.

Jadson S. Cabral

Pois eu me aproximava. Queria ver abater minha aeronave, dentro da minha casa, sem motivo algum e ainda numa UNITAS

Rinaldo Nery

E iria encontrar as 70 virgens no paraíso… E nada iria acontecer no mundo real. No máximo uma matéria na Goebbells…

Rinaldo Nery

Ah, esqueci: e uma nota de protesto do GF.

João Adaime

Comandante
Mais motivos para termos nossos subnucs.
E uns buscapés também.
Só não entendi porque a fragata, sabendo que se tratava de um avião patrulha aliado, fez esta ameaça.
Abraço

João Adaime

Li atentamente todos os comentários. Realmente o assunto é controverso. Vamos simplificar então. Assim como o embaixador queria evitar qualquer incidente envolvendo nossos navios lá em alto mar, o almirante pediu para ele não aproximar suas embarcações próximo a nossa costa. Parece que ambas as partes tiveram comportamento exemplar.

sidney pereira

Manda quem pode obedece quem tem juízo. Não foi um pedido foi uma cobrança, aliás, uma autoridade inglêsa teria dito o seguinte durante a guerra a das Malvinas: quem deve não faz guerra.

Camargoer.

Olá a todos. Durante a Guerra das Malvinas, o Brasil cedeu dois P95 para a Argentina, que retornaram para a FAB depois do conflito. O embaixador brasileiro em Londres era o Roberto Campos. Ele foi chamada para dar explicações sobre a neutralidade brasileira no conflito. O Roberto Campos assegurou que o Brasil estava neutro. Quando foi perguntado sobre os dois P95 ele disse que tinha autorização do governo brasileiro de oferecer as mesmas aeronaves para a Inglaterra, caso ela desejasse, mostrando que a posição de neutralidade brasileira era efetiva.

Renan

Gostaria de saber em uma época onde o mundo pode caminhar para a terceira guerra mundial. O motivo do Brasil não reformar os 5 submarino que tem e garantir que nos próximos 15 anos tenhamos 9 submarinos navegando nós nossos mares.
Acredito em uma irresponsabilidade terrível de nossos governantes em não destinar recursos extras para está dotação.
Seria uma resposta ao mundo que estamos atentos as mudanças geopolíticas.