Os LCS da classe ‘Freedom’ da Marinha dos EUA podem operar, mas em velocidade mais baixa

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A Marinha dos EUA tem uma maneira de usar seus navios de combate litorâneos (LCS) rápidos da classe “Freedom”, mesmo sem consertar uma caixa de engrenagens defeituosa, disse o serviço nesta semana — mas precisaria aceitar uma redução na velocidade máxima extra-alta que caracterizou a classe.

O LCS USS Sioux City da classe “Freedom” acaba de retornar de um desdobramento bem-sucedida de cinco meses no Oriente Médio, marcando a primeira vez que uma das embarcações operou na região. Embora ela tenha passado por alguma manutenção durante a viagem, executou a missão sem os problemas de propulsão bem divulgados que atormentaram a classe, de acordo com o Defense News.

A diferença desta vez, diz seu comando, foi uma série de protocolos de engenharia cuidadosos que evitam danificar os rolamentos vulneráveis ​​na caixa da engrenagem combinada.

A classe “Freedom” teve que evitar o modo de potência máxima de diesel e turbina que seus projetistas usaram para atender aos requisitos da Marinha, que exigiam uma velocidade máxima de mais de 40 nós. Esse requisito de velocidade incrível foi um fator importante por trás da decisão de blindar e armar o LCS levemente, equilibrando sua letalidade e capacidade de sobrevivência com velocidade.

Propulsores water jet do LCS classe Freedom
LCS classe Freedom operando com drone
Corte do LCS classe Freedom

Quando a Marinha dos EUA concluiu pela primeira vez que havia um problema com a caixa de engrenagens em toda a classe, ordenou que a frota existente da classe “Freedom” parasse de usar o modo combinado de diesel e gás. Mais tarde, proibiu um segundo modo – a configuração de “aceleração” totalmente a diesel – depois de descobrir que o torque poderia causar problemas semelhantes na caixa de engrenagens, disse um funcionário ao Defense News no ano passado.

Os navios da classe “Freedom” vêm operando com essas restrições com sucesso na área de operações da 4ª Frota dos EUA (Caribe e Pacífico Oriental) desde então, ajudando a Guarda Costeira dos EUA a interceptar traficantes de drogas. O recente desdobramento no exterior do USS Sioux City prova que a adaptação para navegação lenta funciona para operações de longo alcance, disse seu comandante e comodoro ao Breaking Defense. “Da minha perspectiva sobre todos esses navios, realmente deixamos esse problema para trás”, disse o capitão David Miller, comodoro do LCS Squadron 2.

A U.S. Navy pediu o descomissionamento de nove navios LCS da classe “Freedom” no próximo ano, incluindo o USS Sioux City, se puder obter permissão do Congresso. As versões da Câmara e do Senado da lei de gastos com defesa obrigatória para o ano fiscal de 2023 permitiriam que o serviço desativasse quatro dos cascos, mas exigiria a manutenção de cinco.

O Sioux City também está na fila para consertar sua caixa de engrenagens combinada em um próximo período de manutenção, de acordo com o USNI, o que removeria suas restrições de velocidade.

FONTE: The Maritime Executive

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Aéreo

A LCS com problemas na caixa de engrenagens, as Type-45 com problemas nos trocadores de calor das turbinas a gás, o Charles de Gaulle e seus problemas com a compatibilidade com E-2C Hawkeye ou as falhas no hélice. Todos problemas de engenharia em países como EUA. Inglaterra, França.

Problemas estes que são conhecido porque são nações democráticas e onde há alguma cobrança da sociedade civil sobre programas de defesa.

Fico imaginando quais os problemas Russos e Chineses que nem fazemos a menor ideia de que existem, em função da cultura politica destas nações. 

elias

concordo com vc, nao existe o contraponto, só propaganda governamental, e estamos prestes a embarcar nesta…

Fabio Araujo

Faltou o Prince of Wales que teve um problema de propulsão e esta indo para reparo!

Guizmo

Ao longo da história do Sec 20, inúmeros projetos dos EUA fracassaram, e outros tantos tiveram êxito. Isso acontece com nações que investem em P&D e são livres para pensar e falar. Pense nisso dia 30 Paulo

Marcelo

Vc tem toda razao !!!

MHC

Também foi enganado como todo o povo venezuelano.

Gabriel

Alguns foram enganados no passado e aprenderam.

Outros ainda não aprenderam e insistem no erro.

Sensível diferença.

Dalton

Aparentemente há maior transparência por parte dos russos que dos chineses conforme tenho lido de fontes russas, como por exemplo, toda a saga do “Almirante Kuznetsov” desde que deixou o Mediterrâneo em 2016 quando perdeu 2 aviões de menos de 20 por conta de falhas técnicas do NAe cuja revitalização vinha sendo postergada ano após ano seguido pelo afundamento do dique flutuante quando um guindaste abriu um buraco no convés, depois um incêndio e as obras tem sofrido uma série de atrasos por causas técnicas e financeiras, anunciado recentemente que 2024 verá o fim das obras. . Também é relativamente… Read more »

João Adaime

Pergunta de leigo aos especialistas:
Estes quatro que talvez sejam desativados, valeria a pena mudar a propulsão apenas para diesel e ser usado como OPV?
Se positivo e nos fossem cedidos a preço bem razoável ou mesmo de graça, seriam úteis para o Brasil?
Antecipadamente agradeço a quem responder.

EricWolff

João, entendo que sim, já que não temos nada semelhante por aqui, principalmente em termos de sensores e armamento…
Se virmos que a classe Amazonas, viraram as carregadoras de piano da MB, pau pra toda obra, esses aí acrescentariam muito mais a nossa guerreira Marinha…

Carlos Gallani

OPV não, são navios de mais de 3000t, como corvetas ou ao gosto do nosso almirantado, fragatas!
O problema é que estes navios são recheados demais, a tecnologia embarcada provavelmente os colocaria pressionando novas unidades das Tamandarés em termos de custos!

Last edited 1 ano atrás by Carlos Gallani
Nelson Junior

Elas até podem “vir de graça”, mas duvido que deixarão os radares, sensores e armamentos… E mesmo assim seriam ótimos navios (usando somente no diesel), para o Brasil que tem uma marinha que carece de qualquer meio que navegue…
E se viessem “desdentadas”, poderiam ser colocados o Boforos 40, e outros armamentos de navios desativados, e adquirir sensores e radares novos… Seriam ótimos navios para MB

Vovozao

10/10/22 – Segunda-feira, btarde, uma vez, comentei que “”caso”” as freedom’s, fossem realmente disponibilizadas para vendas e/ou doação, seriam muito interessantes para a MB, mesmo sendo pouco armadas; e, poderíamos utilizadas com velocidades de ate 30nos, que segundo relatorios, os problemas das engrenagens não existem, só com velocidades acima de 30 nós. Agora vieram confirmar, e, até, talvez deixem de considerar o descomissionamento das mesmas.

Vovozao

Utiliza-las….

Gabriel Oliveira Batista

30 nós? A Tamandaré não chegará a 27 nós rs

Satyricon

Em breve, numa Marinha perto de vc!

Last edited 1 ano atrás by Satyricon
MHC

Mãe Diná?

ADM

Resta saber qual é a velocidade máxima mantida (VMM) real para operação. A última CCI, a ex-V-33, construída na Verolme, teve uma avaria grave em sua Engrenagem Redutora (ER) durante a Operação EXPO-98, na Espanha. A V-32, detentora do mesmo conjunto de ER fabricadas no Brasil, teve sua VMM, na época, reduzida.

Alex Barreto Cypriano

Na foto da matéria aparecem os dois steerable water jet, mas os Freedom têm quatro water jets. Os outros dois, que não são orientáveis, estão recuados no recesso.

Jagdverband#44

Tive um VW Golf com essa embreagem dupla, uma m…

Carlos Gallani

Sem dúvida um dos casos que me deixa mais atônito, um conceito interessantíssimo que soçobrou sem nenhuma cerimônia, nem tentaram salvar, a catástrofe desta caixa de engrenagens é de proporções épicas!

Emmanuel

Tira a turbina, coloca mais dois “motorzão” de Scania, um par de hélices de algum navio encostado e a gente faz navegar por uns 50 anos.
E ainda chama de segunda frota.

Carlos Gallani

Eu acho que pelo formato do casco não da pra meter um hélice não!

Burgos

LCS no Brasil ?! 👀🤔
Pode até ser !!!
Mas serão as “Rainhas do Cais” (Não vão navegar).
O Brasil precisa de projetos que tenham custo manutenção condizentes e principalmente que naveguem e operem quando precisar 👍
Se vai dar 15 ou 27/28 nós, aí passa a ser outra história.

Last edited 1 ano atrás by Burgos