Concepção do DDG(X)

Do relatório
O tamanho e a composição atuais e planejados da Marinha dos EUA, a taxa anual de aquisição de navios da Marinha, a acessibilidade prospectiva dos planos de construção naval da Marinha e a capacidade da indústria de construção naval dos EUA de executar os planos de construção naval da Marinha foram assuntos de supervisão para as comissões de defesa do Congresso por muitos anos.

Em dezembro de 2016, a Marinha dos EUA divulgou uma meta de estrutura de força que exige alcançar e manter uma frota de 355 navios de certos tipos e números. A meta de 355 navios foi tornada política dos EUA pela Seção 1025 da Lei de Autorização de Defesa Nacional do ano fiscal de 2018 (H.R. 2810/P.L. 115-91 de 12 de dezembro de 2017). A meta de 355 navios é anterior às estratégias de defesa nacional das administrações Trump e Biden e não reflete a nova arquitetura de frota (ou seja, nova mistura de navios) que a Marinha deseja mudar nos próximos anos.

Essa nova arquitetura de frota deve apresentar uma proporção menor de navios maiores, uma proporção maior de navios menores e um novo terceiro elemento de grandes veículos não tripulados (UVs). A Marinha e o Departamento de Defesa (DOD) trabalham desde 2019 para desenvolver um sucessor para a meta de nível de força de 355 navios que reflita a atual estratégia de defesa nacional e a nova arquitetura da frota.

USS Constellation ( FFG-62)

O plano de construção naval de 30 anos do FY2023 da Marinha (FY2023-FY2052), divulgado em 20 de abril de 2022, apresenta os resultados de três estudos sobre possibilidades para a meta de nível de força sucessora da Marinha. Esses estudos exigem uma futura Marinha com 321 a 404 navios tripulados e 45 a 204 grandes UVs.

Um documento de construção naval de longo alcance que a Marinha divulgou em 17 de junho de 2021 e que reflete alguns desses estudos, delineou uma futura Marinha que incluiria 321 a 372 navios tripulados e 77 a 140 grandes UVs. Um relatório de Avaliação e Exigência de Navios da Força de Batalha (BFSAR) exigido pelo Congresso que supostamente foi fornecido ao Congresso em julho de 2022 supostamente pede uma Marinha com 373 navios da força de batalha.

Conceito de um navio de guerra não tripulado

O orçamento proposto pela Marinha para o ano fiscal de 2023 solicita US$ 27,9 bilhões em financiamento de construção naval para, entre outras coisas, a aquisição de oito novos navios, incluindo dois submarinos de ataque da classe Virginia (SSN-774), dois destróieres da classe Arleigh Burke (DDG-51), um classe Constellation (FFG-62), um navio anfíbio da classe LPD-17 Flight II, um da classe John Lewis (TAO-205) e um navio de reboque, salvamento e resgate da classe Navajo (TATS-6). A apresentação do orçamento do ano fiscal de 2023 da Marinha mostra um nono navio – o navio de assalto anfíbio LHA-9 – também sendo solicitado para aquisição no ano fiscal de 2023.

USS Daniel Inouye DDG-118, classe Arleigh Burke (DDG-51)

Consistente com a autorização do Congresso do ano anterior e a ação de apropriação e a Seção 126 da Lei de Autorização de Defesa Nacional do ano fiscal de 2021 (NDAA) (H.R. 6395/P.L. 116-283 de 1º de janeiro de 2021), o CRS relata os programas de construção naval da Marinha, incluindo este relatório, tratar o LHA-9 como um navio que o Congresso adquiriu (ou seja, autorizou e forneceu aquisição – não aquisição antecipada [AP] – financiamento) no FY2021.

Oficiais da Marinha descreveram a listagem do LHA-9 no envio do orçamento da Marinha para o ano fiscal de 2023 como um navio sendo solicitado para aquisição no ano fiscal de 2023 como um descuido. O orçamento proposto para o ano fiscal de 2023 da Marinha também propõe a aposentadoria de 24 navios, incluindo 9 navios de combate litorâneos (LCSs) relativamente jovens.

O plano de construção naval de 30 anos do FY2023 (FY2023-FY2052), lançado em 20 de abril de 2022, inclui três perfis potenciais de construção naval de 30 anos e projeções de nível de força de 30 anos resultantes, referidas como Alternativas 1, 2 e 3.

Alternativas 1 e 2 não assumem nenhum crescimento real (ou seja, acima da inflação) no financiamento de construção naval além do nível a ser alcançado durante o período de cinco anos FY2023-FY2027, enquanto a Alternativa 3 assume algum crescimento real nos fundos de construção naval após FY2027.

Sob a Alternativa 1, a Marinha alcançaria 300 navios tripulados no FY2035 e cresceria para 316 navios tripulados no FY2052. Sob a Alternativa 2, a Marinha alcançaria 300 navios tripulados no FY2035 e cresceria para 327 navios tripulados no FY2052. Sob a Alternativa 3, a Marinha alcançaria 300 navios tripulados no FY2033 e cresceria para 367 navios tripulados no FY2052.

Para ler o relatório em inglês, clique aqui.

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Alex Barreto Cypriano

Ok, ok, e titití&trololó, mas acabou de sair a nova Estratégia Nacional de Defesa dos EUA do Jão Bidê: o quê muda pra US Navy em relação à anterior e ao planejamento e aquisição da Força?

Alex Barreto Cypriano

Até onde sei, o NDS ainda é um documento ‘classificado’ existindo apenas um ‘factsheet’ público sobre ele. Estranho?… Tempos estranhos.

Dalton

Antigamente lia com mais atenção essas “estratégias” Alex, mas, agora parece que cada mês sai uma diferente.
.
Está ficando um pouco chato, muita demora para incorporar novas unidades, atrasos constantes na modernização e revitalização de unidades mais antigas, aumento
significativo de navios auxiliares, importantes sem dúvida, mas, sem o mesmo glamour dos demais e mesmo a China terá que lidar com isso a medida que unidades mais complexas sejam adicionadas e unidades mais antigas precisem ser revitalizadas.

Alex Barreto Cypriano

Sim, Dalton, trata-se apenas de papel impresso (a publicação da 2022 USCG Strategy, de umas 30-40 páginas, têm cinco páginas preenchidas apenas com imagens, sem nenhum texto, e muitas páginas com pouquíssimo texto associado com muita imagem…) mas, de qualquer maneira, um guia do que se objetiva fazer, embora Kathleen Hicks (dra, Deputy Secretary of Defense) tenha dito a Roger Zakheim, durante um diálogo sobre o NDS e o FY23 Budget no Instituto Ronald Reagan (tem em pdf na net), que o NDS bideniano é um documento que será sempre revisado e alterado ao sabor das circunstâncias (como a da… Read more »

Last edited 1 ano atrás by Alex Barreto Cypriano
Alex Barreto Cypriano

Estou apenas concordando com o Mark Esper desta entrevista de três meses atrás…

ChinEs

A US Navy esta a anos luz da concorrencia (China + Russia + Venezuela + Coreia do Norte + Iran), nesse momento nao tem concorrencia, talvez em 2050, com o desenvolvimento da IA , a China esta trabalhando arduamente para ter navios nao tripulados, drones submarinos, nao vai adiantar ter grandes frotas de navios tripulados, o futuro da Guerra Naval e Submarina esta nas Maquinas Inteligentes.

Luis Carlos

Compartilhe seu otimismo com os americanos.
Eles mesmo já sabem que não podem mais confrontar a China em determinados pontos do Oceano Pacífico.
E o pior é que parece que a força financeira para desenvolvimento e aquisição de novos equipamentos está com a China e nunca mais voltará aos EUA.

Gerson Carvalho

Uma grande guerra se resolve com bombas nucleares e ponto.

Last edited 1 ano atrás by Gerson Carvalho
MIGUEL

Sim a China sabe dessa sua fragilidade, por essa razão ela não confronta diretamente o Império Americano. Os Americanos são o único povo da face da terra com experiência em fazer uma Guerra Nuclear, os Chineses têm pavor a Bombas Nucleares, Mas discretamente devem desenvolver um arsenal que pode chegar as 1000 Bombas Atômicas em 2030, mas acho que em 2030 os EUA vão ter umas 20000 Bombas Atômicas, sendo capazes de dizimar a População Chinesa em 30 minutos, os únicos capazes de confrontar a Hegemonia militar dos EUA são os Russos, os Russos não Blefam, se for para Atacar… Read more »

Mars

Os cruzadores da classe Ticonderoga serão os últimos da marinha americana ou existe planos para aquisição novos cruzadores?

Marcos R

me parece que os sucessores das AB terão o porte de cruzadores, teve uma matéria aqui sobre eles.

Last edited 1 ano atrás by Marcos R
Henrique

não vai ter. Vão ser tudo picotado e substituído por Flight III Arleigh Burke.
.
O que pode acontecer é o DDG(X) (a imagem que abre a matéria) receber mais uma seção e o deslocamento dele o classificar como cruzador (implicando que o pessoal da marinha entenda que agora é um cruzador… pq o Zumwalt desloca 15.000t e é um DD, e tipo, o Ticonderoga desloca 9600…)

Last edited 1 ano atrás by Henrique
Dalton

É tudo uma questão de semântica. Em meados da década de 1970 por exemplo vários navios classificados como fragatas, apesar de relativamente grandes, um termo que estava ganhando força até por motivos políticos, foram reclassificados como cruzadores, exemplo, classes Leahy, Belknap, etc, deslocando menos que futuros Arleigh Burkes já que a marinha soviética classificava como cruzador navios similares. . Não há, fora um certo tradicionalismo, motivo para classificar navios com papeis e/ou tamanho similares de forma diferente. . Um “Ticonderoga” por conta de maior uso de alumínio tem mais espaço interno para mais armas e espaço extra para pessoal e… Read more »

Rafael

Dalton, os caras do Covert Shore apostam na retirada de apenas um dos canhões. O avanço da artilharia será exponencial nos próximos os anos, faz sentido manter um canhão de 155mm.

Dalton

Verdade Rafa enquanto outros apostam na retirada de ambos o que faz mais sentido trazendo provavelmente um total de 12 grandes mísseis sobre apenas 6 e eliminando o segundo canhão em um mesmo período de revitalização ao invés de apostar que esse único canhão remanescente
venha a ter grande utilidade já que no fim das contas se terá apenas 3 unidades na classe, quando muito um e seu único canhão estarão no mar
devidamente certificados.

Bruno Vinícius

Até onde se sabe, a USN não tem planos de adquirir cruzadores. Porém, o DDG (X), futuro DDG da marinha americana, possuirá 128 VLS (mesma quantidade que as Tico) e um deslocamento – que se supõe – estará na casa das 12 mil toneladas. Ou seja, terá porte de CG (fica a dúvida se a superestrutura também será dimensionada para abrigar o comandante da defesa aérea e de mísseis do CSG como é o caso das Tico).

Last edited 1 ano atrás by Bruno Vinícius
Nelson Junior

As Ticos se não me engano tem 122 lançadores, então os DDG(X) com 128, terão mais do que as Ticos ?
Talvez isso justifique as 12.000 toneladas…
Achei no esboço a área de pouso e hangar relativamente pequenos, e a cabine de comando um pouco baixa…
Projetinho pé no chão, sem querer reinventar a roda… Acho que agora estão no caminho certo…
“Nada como agua batendo na bunda pra ter que nadar”

Bruno Vinícius

Li certa vez que as Tico tinham dois blocos de 61 células do Mk41 porque o guindaste ocupava três células e quando ele foi removido, elas passaram a ter dois blocos de 64, ou seja, 128 no total. Mas agora não tenho certeza se isso é fato mesmo ou se estou ficando meio maluco.

Quanto ao DDG(X), também achei um projeto bem pé no chão (e muito bem armados, com 128 VLS ou 96 + 12 CPS).

Last edited 1 ano atrás by Bruno Vinícius
Nelson Junior

Entendi a questão dos guindastes… e se pudesse apostar acho que vão de 96 + 12 nesse novo projeto que de qualquer forma realmente será bem armado

Dalton

O motivo de 122 “lançadores” é que 6 foram suprimidos para dar espaço a dois guindastes para reabastecer os silos em alto mar um no grupo adiante da superestrutura e outro no grupo a ré do convés de voo que eventualmente foram retirados por conta de não poderem lidar com todos os tipos de mísseis e outras considerações, mas não se viu a necessidade de acrescentar os 6 faltantes e o mesmo ocorreu com os primeiros 28 “Burkes” com espaço para 96 mas apenas 90 instalados por conta desses mesmos dois guindastes. . O que de fato fará diferença nesse… Read more »

Nelson Junior

Entendi Dalton, então na pratica será o mesmo layout dos lançadores MK41 das Ticos… E realmente tem o fato de as Ticos usarem muito alumínio… Porém tem outras coisas que nesse novo projeto, acredito que não será necessário, como o segundo canhão de 127mm na poupa que devem pesar bastante quando municiados… também achava as superestruturas da Ticos bem feias e deviam ser bem pouco espaçosas, inclusive no hangar. Tenho curiosidade de saber qual será o contingente necessário para operar, tendo em vista que a tecnologia utilizada é bem mais atual e também gostaria de saber se vão usar o… Read more »

Dalton

Tendo visitado 2 “Ticonderogas” quando o dólar era barato atesto que são espaçosos inclusive no hangar com a vantagem do convés de voo estar localizado mais próximo do centro do navio e mais alto quando comparado com um “Burke” tornando as operações aéreas mais seguras. . E no sentido de corrigir para informar o correto é popa não “poupa” até um certo tempo atrás costumava escrever Guam com “n” no final mesmo sabendo o correto mas na hora o cérebro me enganava até que um amigo aqui chamou-me à atenção. . Quanto ao “contingente” especula-se que será algo entre o… Read more »

Bruno Vinícius

Dalton, obrigado pela explicação. Eu tinha presumido – incorretamente – que o espaço que o guindaste ocupava havia sido preenchido com células de VLS nas Tico. Porém, realmente faz sentido que – depois do fim da Guerra Fria – eles não iriam querer gastar orçamento com isso (até porque, 122 já é um número grande mesmo)

Last edited 1 ano atrás by Bruno Vinícius
Dalton

Existem relatos Bruno sobre a dificuldade de se preencher todos
os 122 silos com mísseis extremamente caros, havendo pelo menos 10% vazios, mesmo assim com 4 “ESSMs” acondicionados em um único silo se tem algo como 150 mísseis para pronto uso.
.
abraços !