‘Barroso’ e ‘Tamandaré’: os cruzadores ABC do Brasil
O Brasil adquiriu dois cruzadores da classe “Brooklyn” no âmbito do Programa de Assistência Militar (MAP) em 1951. Foram eles o Barroso – C11 (ex-USS Philadelphia CL-41) e Tamandaré – C12 (ex-USS St Louis CL-49).
Esses dois cruzadores eram navios irmãos dos chilenos O’Higgins (ex-USS Brooklyn) e Capitan Prat (ex-USS Nashville); e os argentinos ARA Nueve de Julio (ex-USS Boise) e ARA General Belgrano (ex-USS Phoenix) – o último famoso por ter sido afundado nas Malvinas em 1982.
Juntos, esses seis navios argentinos, brasileiros e chilenos eram conhecidos como cruzadores ABC. Os cruzadores ABC foram o centro de uma bizarra corrida armamentista naval na América do Sul durante a segunda metade do século 20, centrada na compra de cruzadores obsoletos.
A classe “Brooklyn” era na verdade um tipo pré-Segunda Guerra Mundial, projetado para atender ao Tratado Naval de Londres. Eles deslocavam 12.207 toneladas e mediam 606′ x 62′ x 23′. Para encaixar um número máximo de canhões no limite de deslocamento do tratado, sua bateria principal era de cinco torres triplas, três à vante e duas à ré, com a terceira voltada “para trás”.
Eles tinham um armamento bastante substancial: quinze canhões antinavio Mk16 de 6 polegadas (152 mm) com um alcance nominal de 12 milhas náuticas, apoiados por quatro canhões duplos Mk29 de 5 polegadas (127 mm), vinte e oito Mk2/Mk4 de 40 mm e oito canhões antiaéreos Mk2 de 20 mm. A classe “Brooklyn” tinha blindagem vertical de 5 polegadas de espessura e blindagem de convés de 2 polegadas de espessura, e as torres principais tinham blindagem de 6 ½ polegadas de espessura. Havia duas catapultas de hidroaviões e um guindaste de manuseio, no entanto, nenhum hidroavião foi incluído na transferência.
A classe “Brooklyn” tinha uma velocidade máxima de 32,5 nós. A propulsão era de oito caldeiras Babcock & Wilcox de 618 psi, alimentando oito turbinas a vapor Westinghouse com caixas de redução Falk Milwaukee, girando quatro eixos com hélices de bronze de três pás. A uma velocidade de cruzeiro de 20 nós, o alcance era de 5.590 milhas náuticas. Esses navios tinham armazenamento de alimentos congelados e ar condicionado parcial, juntamente com seu bom alcance e navegação eram ideais para o foco do Brasil no Atlântico Sul tropical.
Na Marinha dos EUA a tripulação era 868. No serviço brasileiro, a tripulação era de 1.070: 58 oficiais, 35 suboficiais, 168 sargentos e 809 cabos e marinheiros.
Os EUA construíram nove navios desta classe entre 1937-1939. Um foi afundado durante a Segunda Guerra Mundial, dois foram desativados em 1947 e posteriormente desmantelados, e os seis restantes tornaram-se os cruzadores ABC.
Barroso
O USS Philadelphia (CL-41) fez duas viagens Magic Carpet na Europa após a Segunda Guerra Mundial e, em seguida, descomissionado em 3 de fevereiro de 1947. Em 9 de janeiro de 1951, a Marinha dos EUA declarou o navio elegível para transferência MAP e em 29 de janeiro foi identificado como candidato recebendo a visita de oficiais brasileiros.
Em 21 de agosto de 1951, a transferência foi oficializada e o navio passou a se chamar Barroso, indicativo visual C11. Este foi o quarto navio de guerra que os brasileiros batizaram em homenagem ao Almirante Francisco Manuel Barroso, o “Barão da Amazônia”. O Barroso foi trazido de naftalina pelo Estaleiro Naval da Filadélfia. Em 14 de novembro de 1951, o Barroso partiu da Filadélfia e chegou ao Rio de Janeiro em 7 de dezembro.
Os brasileiros inicialmente fizeram poucas mudanças no Barroso. As catapultas inúteis foram removidas (mas o guindaste foi deixado a bordo) e o equipamento de navegação LORAN foi instalado. Durante o verão de 1953, o Barroso participou da Spithead Naval Review na Grã-Bretanha.
De junho de 1958 a maio de 1959, o Barroso testou a adequação de helicópteros nos cruzadores da era da Segunda Guerra Mundial. Para pousar um helicóptero (inicialmente Widgeon H.1 e depois Wasp HAS.1) a torre número 5 de canhões Mk16 tinha que ser conteirada para fora e o guindaste girado sobre a popa. Com algum esforço, dois helicópteros podiam ser acomodados no antigo hangar de hidroaviões, embora isso não fosse feito normalmente.
Ao longo de 1967, o Barroso fez várias travessias do Atlântico sem reabastecimento, visitando Angola (então ainda colônia portuguesa). O Brasil foi um dos poucos países a enviar navios de guerra em visitas de boa vontade, já que a guerra colonial de Portugal era cada vez mais impopular internacionalmente.
Infelizmente, na conclusão da última viagem africana, o Barroso sofreu uma explosão de caldeira e um incêndio que matou onze tripulantes. O cruzador teve que ser rebocado de volta ao Brasil. Enquanto os motores estavam sendo reparados, o sistema do radar foi atualizado e a maioria das armas AA de menor calibre foi removida.
Apesar das mudanças, o Barroso fez apenas mais algumas viagens de exercício antes de ser descomissionado em 1971.
Tamandaré
O USS St Louis (CL-49) era o oitavo navio da classe e como o último navio USS Helena, era cerca de mil toneladas mais pesado e incorporava todas as lições aprendidas na construção dos demais. Após a Segunda Guerra Mundial, o USS St Louis serviu na TF.73, destacamento da China da Marinha dos EUA, antes de ser desativado em 20 de junho de 1946.
A aquisição do navio pelo Brasil aconteceu logo após a do seu irmão Barroso. O Tamandaré (indicativo visual C12) partiu da Filadélfia em 26 de março de 1952, chegando ao Rio de Janeiro em 20 de abril. O navio recebeu o nome do Almirante Tamandaré, patrono da Marinha do Brasil.
Em 1955, o Tamandaré fez uma visita de boa vontade a Portugal e Marrocos. Em 1958, após os primeiros testes a bordo de seu irmão Barroso, o Tamandaré embarcou helicópteros pela primeira vez. Em 1960, o cruzador voltou a visitar Portugal.
Durante a maior parte da década de 1960, o Tamandaré atuou como escolta do porta-aviões brasileiro Minas Gerais. Foram instalados radares atualizados como os do Barroso. Em 1967, o cruzador fez várias travessias transatlânticas solo para a África Ocidental.
No início da década de 1970, o Barroso já havia sido desativado e o Tamandaré foi considerado caro demais para operar. Por causa do investimento nos radares, pensou-se em modernizar o Tamandaré com SAM Seacat e mísseis antinavio Exocet, usando o casco do Barroso como fonte de peças de reposição.
No entanto, após o estudo, os brasileiros decidiram que novas fragatas e submarinos de ataque eram uma prioridade orçamentária. Em abril de 1976, o governo brasileiro ordenou que a Marinha interrompesse mais estudos e em 28 de junho de 1976, o Brasil descomissionou o Tamandaré, o último cruzador do Brasil. O navio havia navegado 220.000 milhas náuticas em serviço brasileiro, visitando quatro continentes, e foi elogiado por ter um excelente histórico de segurança.
Destinos
Dos países sul-americanos, o Brasil foi o primeiro a sair da corrida armamentista de cruzadores. Os dois navios desativados ficaram na naftalina por alguns anos. O Barroso desativado deteriorou-se rapidamente e foi desmantelado em Santos, em 1975.
O Tamandaré desativado, em melhor estado, foi mantido como ativo de reativação de emergência até 1980. O Brasil vendeu o navio por US$ 1,1 milhão para a Superwinton Enterprises Inc do Panamá, em nome de um sucateador de Taiwan, por meio de um intermediário de Hong Kong para não incomodar a China.
O plano era rebocar o cruzador “pelo longo caminho”; através do Atlântico, passando pela África do Sul, subindo pelo Oceano Índico e depois para leste até Taiwan. No entanto, perto da África do Sul, o cabo de reboque partiu e o casco afundou em 24 de agosto de 1980.
FONTE: wwiiafterwwii
NOTA DA REDAÇÃO: Para saber mais sobre a história dos cruzadores ABC brasileiros, acesse as páginas do Barroso e do Tamandaré no NGB – Navios de Guerra Brasileiros.
“Na Marinha dos EUA a tripulação era 868. No serviço brasileiro, a tripulação era de 1.070: 58 oficiais, 35 suboficiais, 168 sargentos e 809 cabos e marinheiros.”
Qual o motivo desse aumento de tripulantes quando o navio veio pra MB?
“Os cruzadores ABC foram o centro de uma bizarra corrida armamentista naval na América do Sul durante a segunda metade do século 20, centrada na compra de cruzadores obsoletos.”
Rí alto quando lí isso.
“Qual o motivo desse aumento de tripulantes quando o navio veio pra MB?”
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Acredito ter sido o mesmo motivo de sempre: Gente demais, meios de menos e até hoje se repete. Devem ter aproveitado o espaço extra para dar o que fazer para pessoal que estava encostado nos quartéis sem chances de embarcar e por em prática o que aprenderam.
Por em prática o que aprenderam e ganhar o adicional de missão. Para quem não sabe, todo militar recebe um adicional no salário quando sai da base em missão e a marinha e a que mais ganha nisso. A força aérea só os oficiais aviadores que se dão bem, além dos mecânicos de vôo.
Falando besteira, servi no Barroso de 69 a 71 e naquele tempo essa gratificacao de tempo de mar nao existia.
Prezado
Ele era muito antigo.
Tecnologia de início de II GM.
Muitas e muitas coisas necessitavam de mais manutenção, inspeções e fiscalização do q antes.
Isso, em 3 turnos.
Saliento, q em tempo de guerra o efetivo é maior, é a MB treinava com esse efetivo.
Logo, a tripulação era maior.
Não era so aqui q aumentou. Na Argentina, também, por exemplo. Nas Malvinas, mesmo com armamento moderno, q utilizam menos efetivos, a tripulação do Gen Beltrano era de 1091.
No mais, costumam comentar bastantes bobagens. Acho q é recalque.
Sds
“Qual o motivo desse aumento de tripulantes quando o navio veio pra MB?“ O motivo pode ser a fonte original usar o número de tripulantes à época do início de serviço do navio, na segunda metade dos anos 1930, ainda sem o equipamento eletrônico mais sofisticado e a quantidade muito maior de armas antiaéreas e outros sistemas instalados, durante e após a guerra, o que exigia mais tripulação. Praticamente todos os navios da USN que entraram em serviço antes ou no início da guerra terminaram com muito mais armas, sensores e tripulantes do que quando começaram. Apenas uma hipótese, mas… Read more »
Navios que deixaram saudades nos corações dos velhos marinheiros .
Corrida armamentista p ver quem compra mais sucata a gente vê por aqui!!!
Na verdade mesmo, o objetivo dos EUA era evitar uma corrida armamentista naval na América do Sul, os argentinos já tinham planos para a aquisição de cruzadores modernos da Inglaterra(Design 1124A), só não concluiram por causa dos ingleses só estarem aceitando dólares como pagamento, a Venezuela também tinha um plano naval bem ambicioso, que envolvia até mesmo a aquisição de 1 porta aviões(a queda do governo Perez matou o programa, apenas os contratorpedeiros classe Nueva Esparta foram adiquiridos). O Brasil na época negociava a aquisição de contratorpedeiros dos ingleses, design TWY 1737, o projeto não veio pela mesma razão dos… Read more »
Belos navios mais classico impossivel.
Ironicamente, seriam imunes a drones de hoje em dia…a vida dá voltas….
Marinha do Brasil deveria ser fechada. Não tem mais serventia pra sociedade. É muito dinheiro desperdiçado em um monte de baboseiras. Melhor usar o dinheiro pra fortalecer e EB e a FAB e no lugar da MB cria uma guarda costeira com status de polícia federal. Mais barato e eficiente pra sociedade
A Ucrânia não tem Marinha mais e tá lá lutando muito bem.
Me explica aí
Como lanchas e cutters vão proteger a Amazônia Azul
Do tamanho que ela é?
E francamente
Que tem a ver a TO da Ucrânia com possível TO aqui na América do Sul?
Caro Neural. O litoral da Ucrânia é o Mar Negro enquanto o litoral brasileiro é o Atlântico Sul. Se por um lado, a Ucrânia não tem marnha, a Russia ali do lado tem.
” a Ucrânia não tem marnha, a Russia ali do lado tem.”
kkkkk tinha né.. depois do ataque de drones a Sevastopol a marinha russa foi comprar uns cigarros
Caro H. A frota russa no Mar Negro é maior que a esquadra da MB. São 7 submarinos.
Mestre Neural, não Mestre….não……
Mestre Neural, o Brasil é o 3o país com mais vizinhos de fronteira no mundo…temos 10 países fronteiriços, somente China e Rússia possuem mais….mas em compensação, nenhum dos dois tem uma costa do nosso tamanho….noves fora….somos tão continentais quanto eles e mais marítimos e dependentes do oceano que a soma dos dois juntos….
O amigo já percebeu isto?
Pra atividades do dia a dia, combate ao narcotráfico, crime, pesqueiros invasores, uma guarda costeira serve, com uns 30 Classe Macaé e uma meia dúzia de Amazonas. Do jeito que tá a MB hoje ela não serve nem pra uma coisa e nem pra outra. Não tem meio de superfície nem pra guarda costeira, sobrou 1-2 Niterói e a Barroso. Classe Macaé tem uns 3 unidades pra um país gigante. Quase não tem submarinos, quase todos inoperantes com exceção talvez do Tikuna e do Riachuelo, não tem aviação naval mais mantém um esquadrão.. É muito dinheiro jogado fora. Não vale… Read more »
Temos 03 Mearin
somado a 1 Unidade U27 NaEscola Brasil
Mais 05 baratissimos Classe Piratini hoje alocados no fluvial, mas são fabricações nacionais do Classe Cape da USGC
Versão americana dos 05 Piratini
Meu pai foi imediato do P11, o Pirajá, à época em que ele servia em Natal, entre 1975/1976.
some-se a mais 12 Classe Grajaú de 200 ton
Somados a 04 Classe Bracuí de 600 ton, hoje dotados na patrulha fluvial, mas eram varredores de minas na inglaterra
na Inglaterra
adicionados a mais 5 navios classe Macaé de 500 ton
Opa! São 2 cascos prontos (ou 3) e no mar , 1 ainda em construção avançada e 1 em construção (quiçá com 40% ). Todos os cascos que você adicionou só reforçam o argumento de que na prática a MB é uma guarda costeira com 2 fragatas e 2 submarinos e não o contrário.
ops…verdade
Adicionados a mais 03 unidade da Classe Amazonas de 1700 ton
Adicionadas a mais 06 Patrulhas costeiras classe marlim
mais 3 uniddes de instrução Aspirante Nascimento
Mais duas unidades classe Triunfo
Caraca!!! Ganhou o Trofeú 2022 da maior besteira comentada no ano!!! Vai pra frente do Quartel pedir intervenção , vai!!!! kkkkk
Estava assistindo essa manhã uma animação no Youtube sobre o funcionamento de uma torre de artilharia primcipal de um encouraçado da classe King George, quantos eram necessários pra operá-la, e como era feito o carregamento e disparo.
A tecnologia envolvida nisso é impressionante até pra os padrões de hoje.
é questionável essa imunidade hj, mas de fato arma disponível disposta a derrubar não faltava kkkk
Os drones de hoje anda tem perfil de voo inferior a um caça da WWII…então o armamento dele faria a festa sim….a famosa artilharia de boca….um dos erros somados dos argentinos nas Falklands foi não ter alocado desde o inicio o Belgrano nos canais das Ilhas….seria o cenario perfeito para ele lá….e porquê? Justamente porque é um navio de guerra litoranea, criado e formado para este tipo de doutrina….um marretador…ele sozinho tinha mais poder de fogo que a soma de toda artilharia de tubo da Task britanica….e nos canais, misseis anti navio ficariam inviaveis, somente os Harriers poderiam ataca-los sendo… Read more »
O’Higgins da marinha Chilena mostrando todo o seu Punch…
Este mesmo casco, foi usado as pressas com muito sucesso na construção de porta aviões leves. Trata-se da Independence Class carrier
em varias batalhas, estes CVLs representaram 30 a 40% da força aeronaval…. foram 9 conversões ao todo. Transportavam 30-32 aviões
https://www.youtube.com/watch?v=xLnyjcyRRiA
Um desdestes esteve em serviço até a decada de 80 na armada espanhola.
Foi o Dédalo, equipado com 08 harriers e 08 helicopteros…
https://www.youtube.com/watch?v=MSUsC75KU1Y
o Cleveland foi a segunda versão da classe Brooklyn….muito interessante o video
Nunca li nada a respeito sobre o não envio do “Belgrano” para um “canal” das Ilhas para atuar como uma bateria estacionária como um dos “erros argentinos”
além do que um navio enorme com grande calado não é um “navio de guerra litorâneo”, provavelmente seria um alvo fácil até para helicópteros e comandos
incapaz de mover-se livremente e sabe-se lá que utilidade seus canhões teriam
dependendo de onde os britânicos desembarcasse, etc.
.
O “Belgrano” a princípio foi enviado para atacar navios britânicos ou mesmo dar fim aos eventuais avariados pelos aviões e não muito mais.
O grupo-tarefa do Belgrano estaria “atendendo não só às ações da frota inglesa, mas também protegendo o flanco sul, atuando como elemento dissuasor no âmbito regional, já que não havia certeza quanto às intenções dos vizinhos transandinos em caso de confronto da frota argentina com os ingleses. A intenção era permanecer nessas posições enquanto se aguardava que a evolução da situação político-militar indicasse o momento oportuno para redistribuir e realizar as ações ordenadas.”
http://www.irizar.org/816coli.pdf
Mestre…sei que já falaram coisa do gênero, mas balela, foi claramente um ataque em pinça….a task do 25 de Mayo está vindo ao Norte e a task do Belgrano ao Sul….o encontro por um dos lados seria inevitável….o plano era tentar se aproximar após o ataque aeronaval do 25 de Mayo, escalando para uma disputa de superfície com os exceto e canhões…a área mais ao Sul porém rumo norte era mais rasa e causaria uma desvantagem aos subnukes inclusive….os ingleses perceberam o plano todo a tempo e agiram a revelia do Alto Comando, pois sabiam que não tinha tempo a… Read more »
Mestre Dalton!! Como não Litorâneo??!! Olha a ficha das áreas de combate em que mais se envolveram…..mais de 90% nas ilhas…..quer seja contra as tropas em terra, quer seja contra outros cruzadores que se aproximavam das cabeças de praia….olha, o próprio link que passei dos Cleveland que dão a mostra das batalhas….. não eram necessariamente oceânicos, pois neste papel imperavam 9s canhões pesados de 16, 15 e 12 polegadas dos encorajados e cruzadores pesados….
Então o uso do Beltrano nesse caso, teria o mesmo fim que o MOSKVA, o erro da Rússia foi confiar demais e se aproximar muito da Costa com um navio de operações oceânicas, virou alvo fácil.
Fiz exame médico de admissão, em 1975, no Cruzador Tamandaré…..
O Peru teve alguns cruzadores interessantes também Os primeiros foram dois classe Crown Colony, ex Royal Navy que vieram em 1959 e 1960 Os BAP Coronel Bolognesi (Ex-HMS Ceylon) e BAP Almirante Grau (Ex-HMS Newfoundland) Esses deram baixa nos anos 70 tal como os Brooklyns do ABC Só que foram substituídos por dois neerlandeses Classe De Zeven Provinciën BAP Aguirre (ex-HNLMS De Zeven Provinciën) e BAP Almirante Grau (sim, reusaram o nome, algo que acontece aqui na MB de vez em quando) [ex-HNLMS De Ruyter] O segundo Almirante grau só deu baixa definitiva em 2017 E havia planos que ele… Read more »
“Isso vale também pra muitos navios aqui da MB
Quantos não poderiam ter sido preservados como navio museu?
Os próprios cruzadores da matéria talvez.
O Minas (NAel ou encouraçado)”
E esses supostos museus flutuantes iriam sair do bolso de quem pra manter isso?
Da MB? Ela não tem grana direito nem pra operar, quanto mais pra museu.
Governo? Seja municipal, estadual ou federal, ninguem se interessa por isso. É só ver o que houve com o Museu Nacional.
Iniciativa privada? Não me faça rir…
Sim, a minha crítica foi justamente ao desinteresse Não só do governo mas da sociedade em si Claro que por exemplo… O Reino Unido não conseguiu preservar nenhum de seus encouraçados da época do pós guerra. Muito pela falta de dinheiro para manter esses museus (afinal de contas, tinham acabado de sair de uma guerra de seis anos) Da segunda guerra eu sei que eles conseguiram preservar o Belfast Pra nós aqui do Brasil A última esperança é tentar fazer do monitor Parnaíba um navio museu Quando a MB decidir dar baixa nele Mas aí esbarra no questionamento que você… Read more »
Caro Enzo , infelizmente as coisas por aqui são assim mesmo. A corveta museu em Rio Grande, por exemplo, se encontra semi naufragada, visivelmente deteriorada, e provavelmente não será reparada tendo como destino o desmanche para virar sucata. Quando vi o navio neste estado lastimável, confesso que senti uma grande tristeza, pelo navio e pelo descaso. Abraço
Um Museu tem de se pagar por conta própria.
Um navio pequeno ou estreito é relativamente inviável para isto.
Já Um Nae é diferente, pois tem espaço, salões para congressos, lojas e feiras….
Nos Nae americanos, realizam até jogos da NBA….
Ola Carvalho. Um museu nunca se paga sozinho. Ele sempre vai depender do aporte de recursos públicos, qualquer que seja a sua natureza. Existem museus de arte, museus de ciência e museus temáticos. O mais adequado é combinar os espaços de exposição dos museus com atividades de educação de pós-graduação e pesquisa.
dinheiro para comprar fuzil não pode se misturar com dinheiro para teatro ou museu
É com lágrimas nos olhos que vejo essas fotos antigas, e relembro que a MB já esteve entre as maiores e mais temidas Marinhas do mundo, tendo operado diversos porta-aviões, couraçados e cruzadores! Mas em breve a MB renascerá das cinzas e poderemos ostentar uma novíssima frota de fraguetas Tamandaré! Será a ocasião perfeita para os nossos heróis comemorarem degustando à vontade uísque de 12 anos, lagostas, camarões, vinhos tinto, branco e rosé e outras iguarias pagas com o dinheiro do contribuinte! Safo!
Isso aí…tem os 340 dentistas e as dezenas de banda de música da marinha…estamos bem…sorriso lindo e muita música e se tiver guerra temos um porta sei lá o que que será afundado. 5 minutos…excelente tiro aí alvo.
Esse é outro mito. A marinha brasileira nunca foi temida ou esteve entre as maiores do mundo. Há um parágrafo em um livro (já li e esqueci o título ) que comenta que no início do século 20 ou 19 a marinha brasileira adquiriu navios (eram um ou dois encouraçados ) que tinha tonelagem maior que os similares da marinha americana. MAs Era só isso. Não havia tripulação educada suficiente, logística/ Suprimentos, ou número de outros cascos para tornar a marinha “entre as mais poderosas”, ou sequer história para torná-la temida . Isso é puro ufanismo que nao resiste a… Read more »
No final do século 19 o Brasil Império adiquiriu 2 navios que superavam os navios americanos(isso ocorreu em grande parte pela falta de investimentos na modernização da marinha americana após a guerra civil, vale dizer que havia um cruzador chileno nesse mesmo período que se referia como mais veloz que qualquer navio americano). Isso mais uns exageros feitos na época por um secretário dos EUA levaram ao retorno dos investimentos, sendo que fizeram um navio que no geral era uma cópia dos navios brasileiros. No Século 20, o Brasil comprou 2 encouraçados que por uns 6 meses foram os maiores… Read more »
Mestres Nunão e Galante,
segue o video da cerimonia de tranferencia do ex Philadelphia /Barroso para a marinha do Brasil.
infelizmente, o video não tem o audio
O “Barroso” e o “Tamandaré” foram o motivo de ter comprado duas décadas atrás um modelo em metal da classe “Brooklin” representando o primeiro e outro da subclasse “St Louis” representando o segundo, caso contrário teria bastado comprar um, mas, na época as diferenças entre ambos, dólar barato e uma compulsão doentia me cegaram. . A principal diferença externa entre ambos que permitia que fossem identificados a grande distância era que o “Tamandaré” possuía a superestrutura traseira junto a segunda chaminé enquanto o “Barroso” a tinha mais afastada como se pode ver nas fotos e como o irmão do “St… Read more »
Dalton, um fato interessante sobre o Tamandaré é que assim como o BB São Paulo, ainda é possível ver eles, basta pagar uma expedição. kkk
Porque esses cruzadores são apontados como “obsoletos” em meados da década de 50?
Basicamente por conta do surgimento do avião a jato que eventualmente levou os EUA
a converter alguns de seus cruzadores leves e pesados na década de 50 retirando todos ou quase todos os canhões principais e substituindo-os por mísseis AA e radares mais
capazes e eventualmente construindo cruzadores novos inclusive de propulsão nuclear.
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Olá Mahan (eu sempre lembro do livro de química geral do Bruce Mahan). Os grandes cruzadores e encouraçados (battleships) da II Guerra tinham como principais armas seus poderosos canhões e como o uso de couraças defensivas. O advento dos mísseis antinavio e dos aviões bombardeiros a jato neutralizaram estas vantagens. Por serem enormes, são alvos fáceis e seus canhões se tornaram armas de curto alcance (compardo com mísseis). Além disso, a advento dos submarinos nucleares também reduziu a vantagem destes grandes navios em termos de velocidade e estanqueidade. A MB fez um bom uso como escolta de um NAe, contudo… Read more »
Mahan, a palavra obsoleto, é das mais das vezes empregada de forma extremamente generica e na maioria esmagadora, foca um cenario em desprezo aos demais. Para uma batalha naval de superficie x superficie, a WWII demonstrou que o avião é a arma que substituiu os grandes canhoes….ao passo que 20 a 30 km de alcance de um, não poderiam se equiparar ao alcance deles de 200 milhas….o avião propiciou um braço muito longo tornando rara a ocasião de encontro de superficie nas batalhas principais, embora elas tenham ocorrido e muito. Depois vieram os misseis, que ampliam o alcance dos aviões… Read more »
Obrigado pelos esclarecimentos, senhores. Ainda insistindo no questionamento, focando em meados dos anos 50, os mísseis anti-navio já eram absolutos nos mares ou o avião, que fossem jatos, já operavam com qualquer condição climática ou período noturno? Claro, ninguém poderia esperar uma unidade como esse Cruzador operando independente da cobertura de pelo menos um porta-avioes leve.
Lembrar da última guerra litorânea que foi as Malvinas, já contemporânea dos exocets, jatos Harrier, Dagger, A4….as fragatas britânicas se aproximavam já naquilo que ficou apelidado de expresso da “meia noite” para bombardear a ilha e em operações de NSFS nas Falklands toda a noite….tudo depende do papel necessário…usavam seu único MK8 4.5 pol….imagine fosse o contrário com a Royal Navy com 3 destes…seria terrível, a diferença seria colossal….cada especialidade ou macaco no seu galho….
Imaginar que um cruzador foi desmantelado aqui no Itapema é realmente incrível.