Almirante Gilday vê embarcações não tripuladas como críticas para o futuro da Marinha dos EUA
SAN DIEGO – Embarcações não tripuladas com a capacidade para realizar bloqueio eletrônico, espionar atividades distantes e até mesmo ajudar a coordenar o fluxo de combate desempenharão um papel cada vez mais importante na missão do serviço, de acordo com o chefe de operações navais, almirante Michael Gilday.
O trabalho para concretizar tal conceito, disse ele em 16 de fevereiro na conferência West 2023 em San Diego, já está em andamento.
“Pense nas embarcações médias não tripuladas que possuem capacidades [de comando e controle], que possuem capacidades [de guerra eletrônica], que podem, talvez, até ter capacidades cibernéticas”, disse Gilday, que já liderou o Comando Cibernético da Frota. “Esse tipo de trabalho está acontecendo agora.”
A Marinha está investindo em sistemas não tripulados – no ar, na água e abaixo da superfície – para aumentar o poderio militar existente e no futuro próximo. Uma atualização recente do “Plano de Navegação” de Gilday, um documento de estilo de visão estratégica, incluía um esboço de uma frota composta por cerca de 373 navios tripulados e 150 navios não tripulados, informou o Defense News.
Ao despachar embarcações sem tripulação para áreas anteriormente negligenciadas, com falta de pessoal ou consideradas muito perigosas, a Marinha pode ampliar seu campo de visão e permanecer engajada por longos períodos de tempo, disse Gilday aos participantes da conferência.
“Estamos chegando ao ponto, provavelmente nos próximos quatro ou cinco anos, em que começaremos a desdobrar plataformas não tripuladas com grupos de ataque de porta-aviões” e grupos anfíbios prontos, disse ele. “E a ideia é que precisamos de mais navios, precisamos de mais. Precisamos nos distribuir pelo Oceano Pacífico e pelo globo.”
“Podemos fazer isso mais rápido e, pensamos, de forma mais eficaz, tendo uma combinação de tripulados e não tripulados”, disse Gilday.
Uma era renovada de grande competição de poder, com os EUA e a China batendo de frente, está atraindo os holofotes na supremacia naval, especialmente no Indo-Pacífico. A mudança para a região aquática ocorre depois de décadas passadas no Oriente Médio, onde os EUA e forças afins travaram campanhas de contra insurgência.
“Os últimos 30 anos, durante a maior parte desse período, foram um período pós-Guerra Fria distinto. Mas as coisas são diferentes agora”, disse Gilday. “O ambiente estratégico mudou fundamentalmente. E nós também devemos mudar com ela.”
A busca da Marinha pela viabilidade não tripulada é destacada pela Força-Tarefa 59, liderada pelo Capitão Michael Brasseur. No final do ano passado, o grupo encerrou o Digital Horizon, um experimento de três semanas no Bahrein que se concentrou em inteligência artificial e tecnologia relacionada.
O evento incluiu 15 dos chamados sistemas avançados, 10 dos quais operaram no Oriente Médio pela primeira vez, e um punhado de participantes da indústria privada. Brasseur, o comodoro, disse ao Defense News que “recursos não tripulados” são um meio “de colocar um monte de olhos na água, coletar os dados” e, mais precisamente, “desdobrar nossos recursos tripulados”.
No início do ano, no exercício Rim of the Pacific, mais de duas dúzias de sistemas não tripulados foram testados.
“Começamos a tomar recursos não tripulados e de IA, e começamos a colocá-los contra um problema do mundo real”, disse Gilday. “E esse problema do mundo real era uma consciência do domínio marítimo: como entendemos o que está se movendo na superfície do oceano?”
“Se são armas ilegais ou pessoas que estão sendo traficadas do Irã para o Iêmen, se são armas que estão indo para o Mar Vermelho”, acrescentou, “não podemos ver isso a menos que tenhamos algum tipo de cobertura de sensor”.
FONTE: Defense News
Semana passada foi entregue o USNS Apalachicola (T-EPF 13) um transporte veloz expedicionário que será designado para a Frota do Pacífico, o primeiro da classe onde
se testou sua capacidade de operar sem tripulação, não que isso virá a ser utilizado ao menos não a curto prazo, mas, apesar de ser um navio auxiliar, é um começo.
While NAVSEA touted successes during testing, the Navy doesn’t have a clear plan on what to do with the capability, Chief of Naval Operations Adm Mike Gilday told reporters on Thursday. “I think one step at a time. In terms of that ship, it has the capability but we will integrate into fleet in a very deliberate manner. We won’t have a deployment and unmanned and an unmanned deployment right off the bat,” he told reporters Thursday at the WEST 2023 conference, co-hosted by the U.S. Naval Institute and AFCEA. “I think what you’re going to see in unmanned surface… Read more »
A classe Spearhead tem um histórico beeem vergonhoso. Nem Ayn Rand teria escrito um roteiro como o que fizeram com a Hawaii Superferry.
Ainda assim continuam sendo construídos já que há cenários adequados para eles além de possíveis utilizações futuras.
Concordo plenamente, um senhor feito da engenharia. Meu apontamento foi na questão anterior à encampação do projeto pela USN. Coisa de republiqueta xexelenta.
Prezado.
Em vista dos inúmeros fracassos apresentados nas novas classes de armas americanas, não aposto um dólar furado nesse sistema.
Há “fracassos” em todo lugar, só que nos EUA eles são mais “escancarados” para a mídia, mas, não adianta chorar pelo leite derramado como se diz e sim tentar contornar os problemas e adaptar-se a novas realidades e isso não é fácil depois de duas décadas sem um inimigo à altura quando até submarinos passaram a ser encomendados na base de um por ano resultando agora e já se sabia então que um
número maior de antigos deixaria o serviço e um número menor de novos entraria.
Esse é o problema.
Após duas décadas sem inimigos à altura, os americanos cochilaram e o cachimbo caiu
Mísseis hipersônicos, torpedos atômicos, embarcações autônomas, blindados autônomos, drones suicidas e por aí vai, parecem áreas em que os americanos ficaram bem para trás e não conseguem tirar a diferença.
Mísseis hipersônicos estão sendo desenvolvidos, poderão ser tão bons ou melhores que os existentes, torpedo atômico é algo que os EUA não quer enfim, isso de não conseguir tirar a diferença é mais uma opinião.
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Uns poucos anos atrás a piada pronta aqui no blog era de que os americanos precisavam dos russos para chegar até a Estação Espacial
houve todo um contexto para isso ter acontecido, mas, enfim, agora os russos também pegam carona nas naves americanas que são mais eficientes que as russas.
Mestre Dalton, com vossa vênia, os USMC sob Berger já mergulharam de cabeça na guerra dos drones: estudam fazer a logística de suprimentos das forças dispersas nas ilhas do Pacífico por drones quadricópteros ou USVs. Fuzileiro não quer saber se vai fazer o outro poor dumb bastard die for his country com colher de plástico de uma MRE ou com drone e míssil…
A navy tá perdidinha: colocar olhos (ou ouvidos, qualquer emissor ou receptor de espectro eletromagnético) na água não adianta porque o horizonte visual é curto, sempre vai precisar de conexão por meio aéreo ou satelital. A US navy tem que entender isso (perdão pela aparente arrogância) e buscar outra tática que não possa ser emulada e negada em pouco tempo por um rival páreo e afluente.
“qualquer emissor ou receptor de espectro eletromagnético“…”não adianta porque o horizonte visual é curto” prevejo sério risco deste senhor ser sequestrado pela cia a mando da usn para contribuir nos seus futuros projetos à la von braun.
Hehehe, sei que foi um esculacho, mas tão bem humorado que só posso dizer: não dê idéia de sequestro. Se quiserem é só me contratar (ou continuem lendo que eles pegam a dica…).
brincadeira, muito gente boa vc
O grande desafio e gargalo para as primeiras embarcações operacionais, a maioria destinada à logística de ressuprimento das Frotas e alguns sistemas de vigilância, são os sistemas de motorização/propulsão que devem operar de 90 à 180 dias com pouca ou nenhuma assistência e manutenção. Há anos a DARPA e outros programas de desenvolvimento vêm tentando equacionar esta questão, de difícil solução, sem obter resultados consistentes. Motores sem a mão humana…
Se o conceito de embarcacao acima e nao tripulada, qual o motivo do bote salvavidas?
Ou, seria isso um bote drone de ataque rapido? Equipa-lo com metralhadoras, ou armamentos que podem ser controlados remotamente?
Trata-se de um conceito de um “grande navio não tripulado” que poderá ter alguns poucos tripulantes a bordo e/ou por um determinado tempo daí os “botes”.
Só quero ver o que irão fazer com essas coisas quando vier mensagem do tipo: “ocorreu uma exceção fatal. Reinicialize o sistema operacional.” Ou serão autônomos, como os carros da Tesla? Outra ideia de girico, igual aos LSC.