Um navio grego em Tróia (2004). Ship Allstar Picture Library/Alamy Stock Photo. ©Warner Brothers.

Sérgio Vieira Reale
Capitão-de-Fragata (RM1)

INTRODUÇÃO

Desde os primórdios, a circulação de riquezas pelo mar provocou o aparecimento da pirataria. Os navios de guerra foram criados para combatê-la na defesa das valiosas cargas, que eram transportadas pelos navios mercantes.

Para retratar a guerra naval Antiguidade[1] foram escolhidos três filmes, cujas cenas ilustraram como eram os navios de guerra e as batalhas navais naquele período: Tróia (2004) e Ben Hur, que teve duas versões  (1959/2016).

Tróia (2004)

Diretor: Wolfgan Petersen

Atores Principais: Brad Pitt / Eric Bana

O filme que foi baseado no poema épico Ilíada, de Homero, retrata a guerra entre gregos e troianos. Este conflito armado trouxe alguns elementos da guerra naval na Antiguidade.

O estopim para a guerra ocorreu durante uma visita do príncipe troiano Páris Alexandre ao Rei Menelau de Esparta na Grécia. Naquela visita, Páris se apaixonou pela esposa do rei, Helena, e a sequestrou levando-a num navio para Tróia.

Navio grego com olho apotropaico[2]
O irmão de Menelau, o rei Agamenon, que já havia derrotado todos os exércitos na Grécia, encontrou o pretexto que faltava para atacar Tróia. O único reino que o impedia de controlar o Mar Egeu. Após os gregos atravessarem o Mar Egeu com 1000 navios de guerra desembarcaram na praia de Tróia.

No filme, é possível observar que os navios de guerra eram compridos e estreitos; tínham grande mobilidade; velas quadradas para poupar os remadores nas longas travessias; e possuíam um esporão[3] de madeira na proa para o abalroamento.

A propulsão a remos permitia uma maior precisão dos movimentos. Normalmente, os navios não fundeavam[4], possuíam pouca resistência ao mau tempo e o fundo chato possibilitava que os mesmos fossem puxados para a terra.

Ben Hur (1959)

Diretor: William Wyler

Atores Principais: Charlton Heston e Stephen Boyd

 A superprodução de 1959, estrelada pelo ator Charlton Heston, foi baseada em um romance do século XIX escrito pelo general da guerra civil norte-americana Lew Wallace. Considerado um dos maiores épicos de todos os tempos também trouxe elementos da guerra naval na batalha entre os navios romanos e os piratas da macedônia.

O filme, que foi aclamado pelo público, conquistou 11 Oscars e se tornou o maior vencedor, pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywwod, empatado com Titanic (1997) e o Senhor dos Anéis : O Retorno do Rei (2003).

Ben Hur (2016)

Diretor: Timur Bekmambetov

Atores Principais: Jack Huston e Morgan Freeman

Em 2016, foi lançada sua refilmagem que trouxe os mesmos elementos dessa famosa história fictícia: religião, traição, sobrevivência, superação e combate a pirataria.

Nesta história, Jerusalém estava ocupada pelo Império Romano. O Príncipe Ben Hur, de família nobre, é acusado de traição contra Roma por seu irmão adotivo Messala, que se tornou  oficial de uma das legiões  romanas.  Messala era um defensor da glória romana e de seu poder imperial, enquanto Ben Hur era devoto de sua fé e da liberdade do povo judeu. Em ambas as versões, Messala  condenou Ben Hur para ser escravo e remador num navio de guerra romano.

Naquele período, a pirataria era um grande inimigo do império romano. Na batalha entre a marinha romana e os piratas macedônicos no Mar Jônico, foram exibidas cenas espetaculares de abalroamento, emprego de catapulta[5] com material incendiário, lançamento de flechas, abordagem e luta corpo a corpo nos conveses.

Táticas e armas da Antiguidade

A propulsão a remos era utilizada para aumentar a velocidade do navio no emprego da tática do abalroamento. Os navios de guerra eram construídos com ordens de bancadas em cada bordo, ou seja, birremes com duas ordens de remos, trirremes com três ordens e até quinquirremes para aumentar o número de remadores. Estes eram dispostos lado a lado ou em níveis diferentes de bancadas. O tamanho dos remos variava em função da altura da bancada.

A principal tática que predominava na Antiguidade era a do abalroamento. Os navios durante a batalha naval adotavam uma formatura do tipo linha de frente (dispostos lado a lado); aumentavam a velocidade no momento do choque para perfurar o casco do navio inimigo, afundá-lo ou para destruir os remos restringindo a sua capacidade de manobra.

Trirreme

Esta tática, estava associada ao uso do esporão, que possuía forma pontiaguda; era de madeira, e posteriormente, foi revestido com bronze para aumentar a resistência ao choque. Para evitar os esporões dos inimigos e favorecer a abordagem, os romanos inventaram o “corvo”. Este mecanismo consistia numa prancha de madeira articulada ao mastro, instalada na proa da embarcação, possuindo um gancho em forma de bico. A uma distância aproximada do navio inimigo, a extremidade da prancha era liberada do mastro e caia sobre o convés da embarcação adversária, fazendo-a perder sua mobilidade.

Trirreme romana

Assim, permitia que os romanos atravessassem pela prancha para o convés do inimigo.

Outra tática naval era a abordagem, onde ocorria a aproximação entre os navios para a fixação a contra bordo e luta corpo a corpo nos conveses.

As duas táticas provocaram a evolução dos navios de guerra. A tática da abordagem gerou, por exemplo, a criação do corvo pelos romanos. A tática do abalroamento provocou o revestimento em bronze do esporão para aumentar a sua resistência.

Conclusão

Desde a Antiguidade até o século XV, a guerra no mar se realizava da mesma forma. Os navios realizavam uma manobra de aproximação para entrar no alcance das armas de arremesso  – pedras, dardos e mistura incendiária lançada por meio de catapulta; empregavam a tática do abalroamento que poderia afundar o navio inimigo sem a necessidade da abordagem; e em caso de abordagem os combatentes utilizavam escudos, machados e armas brancas na luta corpo a corpo nos conveses.

A guerra no mar só iria mudar com o aparecimento do canhão e a sua instalação a bordo dos navios a partir do século XIV.

Referências Bibliográficas

  • ALBUQUERQUE, Antônio Luiz Porto; SILVA, Léo Fonseca e. Fatos da História Naval. 2.ed. Rio de Janeiro: Serviço de Documentação da Marinha. 2006.
  • VIDIGAL, Armando e de Almeida, Francisco Eduardo Alves. Guerra no Mar: batalhas e campanhas navais que mudaram a história. Record. 2009
  • JUNIOR, Haroldo Basto Cordeiro. DE ARS BELLUM. O estado da arte bélica no inicio do século XX.  Revista Marítima Brasileira, Rio de Janeiro, v. 121, n. 01/03, jan/mar. 2001.

[1] Período compreendido entre a invenção da escrita e a queda do Império Romano Ocidente 476 d.C

[2] Olhos que buscavam afastar os maus espíritos

[3] Protuberância destinada a perfurar o casco do navio inimigo

[4] Fundear ou ancorar é a manobra de lançar uma âncora ao fundo, para com ela manter o navio seguro por meio de sua amarra.

[5] Mecanismo de alavanca inventado na Antiguidade para arremessar objetos como pedras e misturas incendiárias à longa distância contra tropas inimigas. As catapultas foram desenvolvidas muito antes do aparecimento da pólvora e do canhão. (o que tornou a catapulta obsoleta)

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Esteves

http://www.cepa.if.usp.br/energia/energia1999/Grupo4A/marinhaguerra.htm#:~:text=O%20primeiro%20canh%C3%A3o%20a%20bordo,bombardas%20eficientes%20para%20seu%20tempo.

“O primeiro canhão a bordo apareceu em meados do século XIII, pouco depois de se inventar o timão de popa e de se acrescentar um ou dois mastros aos barcos. As caravelas de Vasco da Gama (ainda no fim do século XV) já contavam com o uso da pólvora e com bombardas eficientes para seu tempo.”

Underground

As Caravwlas foram um salto tecnológico. Eram navios o estado da arte: Rápidos, manobraveis e de pouco calado. A primeira tentativa dos portugueses de descer a costa da África, foi para teste. A ida, com ajuda das correntes marítimas de ar ajudaram. Já a volta…. A base das Caravelas foram cascos nórdicos e velas latinas (triangulares, permitindo o formato de asa, como é hoje). Até então os portugueses usavam velas redondas (que eram quadradas). Conta-se que o termo Bombordo nasceu dos portugueses, que ao descerem a costa africana tinham a segurança do Continentes do lado esquerdo, por isso o nome… Read more »

Fawcett

As três viagens de Vasco da Gama às Índias dariam ótimos filmes. Infelizmente a história portuguesa é esquecida por Hollywood.

Zé Rato

Se Fernão de Magalhães, Francisco de Almeida, Afonso de Albuquerque ou Fernão Mentes Pinto tivessem sido Americanos ou Ingleses, imagino os filmes épicos sobre eles que já teriam sido feitos.

Alex Barreto Cypriano

Mestre Esteves, o texto tem pedigree, mas suscita dúvida. A pólvora era conhecida pelos chineses antes de 1200 da Era Cristã (portanto antes do século XIII). A novidade chegou rápido à Europa e no século XIV um monge alemão chamado Berthold o Negro inventou o canhão, inicialmente pra disparar lanças. O primeiro canhão foi de uso terrestre, portanto, e foi o seu advento e posterior desenvolvimento que pôs fim à era dos castelos (com altas muralhas) e levou ao desenvolvimento das fortificações (com planta em formato estrelado com taludes baixos e maciços) em baluartes ou bastiões (os star ou bastion… Read more »

Esteves

Amigo Alex, Bom saber. Esteves gosta de histórias. Encontrei essa por curiosidade somente para iniciar um possível interesse por postagens esclarecedoras como a vossa. Esteves…olha Alex…eu não quero polêmicas advindas de matérias que…que…deixam o conteúdo por conta dos comentaristas espertos. Historia tem começo e fim. História não tem interpretação. Logo…penso que quando a história é muito antiga até o Esteves fica com dúvidas. Não está sendo fácil. A múmia que grita. Tenho certeza que você leu sobre. Você sabia que a múmia que grita é o filho maldito de Ramses III, Pentawere? Ele tá gritando até hoje porque é impossível… Read more »

Alex Barreto Cypriano

Por falar em biblioteca, nestes comentários me baseei em informações deste aqui, que é do L. Sprague Camp de 1949:
https://www.history.navy.mil/content/dam/nhhc/research/library/online-reading-room/technology/evolutionofnavalweapons/The%20Evolution%20of%20Naval%20Weapons.pdf

Esteves

Muito bacana. Poderiam ter feito a matéria com esse livro. Sujeito a debates posteriores.

Obrigado.

Fernando "Nunão" De Martini

“História não tem interpretação.”

Hein?!?!?!?

Esteves

Pesquisa. Documentos. Registros. Atas. Atos. Visitas. Encontros com quem ainda Estiver vivo.

Ligo lá no IPEN. Digo que do reator multiproposito só tem maquete e conversinha. Peço visita in loco. Chego lá…chego lá e…

História na beira da fogueira…vamos lá ouvir historinha das religiões.

Historia de historiador é coisa séria. Esforço e dedicação.

Nunao interpretou os surtos construtivos ou contou tim-tim por tim-tim?

Fernando "Nunão" De Martini

História é interpretação dos resquícios do passado. Dos fatos revelados pelos resquícios. E das lacunas, que também revelam pistas.

Esteves

Interpretação histórica. Isso não seria um palimpsesto?

L Grande

Foi criado um GT grupo de trabalho para avaliar os comentaristas que mais comentam e acerta é uma superpotência avaliação diária. Hoje apenas mestre Esteves, Bosco, Dalton e camargoer são mestres. Nunao é doutor pôr ter poder de veto. No conselho de segurança da trilogia.

Esteves

Tem muito Mestre aqui. Mestres doutores, mestres especialistas, mestres conservacionistas, mestres navais. Mestre ou não Mestre…todos os comentários e todos os comentaristas são importantes para manter a Trilogia como único e mais importante veículo de Defesa no Brasil que abre-se. Construir pontes com o público leitor não é fácil. Ouvir…no mundo de 2023 que está disposto a ouvir e quem está disposto a responder? Assuntos militares tem tido abordagens enfadonhas porque são repetitivos, cheios de notas oficiais desatualizadas e pouco inspiradas. Bota um Ze Ninguém em um podcast, tem milhares vizualizações e seguidores. Faz uma videoconferência sobre a grana que… Read more »

L Grande

Mestre Esteves, verdade.

Fernando "Nunão" De Martini

Não

L Grande

Nunao, ou Doutor Fernando De Martini, é um monge tibetano na paciência. Eu me lembro a alguns anos atrás quando meus filhos me inscreveram na trilogia, porque eu tinha me aposentado e não tinha o que fazer e ficava enchendo o saco aqui em casa. Era uma bagunça total kings para lá, niks para cá, terceira G mundial nuclear, estudar pessoal, pessoas com 10 nomes que comentava e respondia os comentários, e dava dedinho para cima ou para baixo, meus filhos me falaram para não me preocupar com os dedinhos para cima ou para baixo está bom, eles me falaram.… Read more »

Wilson Look

Na batalha naval de Diu já havia o uso de canhões por ambos os lados, arrisco dizer que o uso de canhões em navios era até mais antigo podendo remontar ao século 15.

L Grande

Amigo Wilson, bem lembrado. Batalha de Diu, quando o Vice -Rei das índias Francisco Almeida comandando 19 navios portugueses derrotou uma frota muçulmanos de 200 navios usando as novas táticas de canhões nos lados dos navios. Os navios mulçumanos tinha menos canhões apenas na frente. E Francisco de Almeida vingou a morte de seu filho e mudou a história da humanidade. Da para fazer um filme.

Alex Barreto Cypriano

Li algures algo sobre batalhas navais no extremo oriente anteriores ao nosso século XV com algo como canhões. Mas possivelmente tais canhões não fossem como os nossos e sua ‘munição’ fosse, como a de algum antigo grego, ‘incendiária’…

LucianoSR71

Vendo essas imagens de navios cheios de remo me lembrei daquela história do imediato que chega pra os escravos remadores e diz:
– Tenho uma boa e uma má notícia pra vcs: a boa é que o comandante mandou dobrar a ração de vcs hoje.
– Aí beleza!!! Gritam extasiados.
– A má notícia é que ele quer praticar esqui aquático depois do almoço.

Bento

Eu li essa piada em uma Seleções antiga, décadas de 60 ou 70 do século passado, então já a considero clássica.
Obrigado por me trazer essa lembrança!

LucianoSR71

Precisamos trazer um pouco de humor p/ os dias atuais, o ambiente está muito carregado. Já que o amigo citou ‘Seleções’ pra mim seu melhor produto foi a coleção ‘A Grande Crônica da 2ª GM’ em 3 volumes de 1969, meu tinha e eu c/ uns 11/12 anos já lia. O que eu mais gostava é que tinham trechos de livros escritos por pessoas que participaram efetivamente dos acontecimentos, por exemplo quando abordava ‘A Grande Fuga’ do Stalag Luft III era uma parte do livro de um dos prisioneiros que participou dessa incrível façanha. Se não conhece a coleção, dá… Read more »

Bento

Obrigado pela dica!

Fawcett

Na versão de Ben Hur de 1925 também possui uma batalha naval. Embora apresente as limitações da época do filme a cena dos navios não deixa de ser impressionante.

https://archive.org/details/ben-hur-a-tale-of-the-christ-1925

Alex Barreto Cypriano

Tão romanos que somos que ainda apreciamos naumaquias.
https://en.wikipedia.org/wiki/Naumachia

Esteves

Encenação de batalha naval. Esses romanos foram impressionantes.

Alex Barreto Cypriano

Hoje tem filme e videogame. Progresso(?)…

Esteves

Verdade que o Coliseu era alagado para receber essas encenações?

Bento

Sim, escavações arqueológicas encontraram o sistema de ligação com um aqueduto, cujo nome não me lembro agora, que permitia o alagamento, bem como o sistema de drenagem, ligado à “Cloaca Máxima”, o sistema de drenagem do vale entre as colinas romanas que permitiu a drenagem do pântano que recebia as águas das colinas, permitindo a ocupação de toda a área. Segundo relatos históricos, a lâmina d’água era de aproximadamente 1,5m. Quando se decidiu pela reforma do Coliseu, não lembro agora em que ano, pois estou escrevendo pelas minhas lembranças, com a instalação dos subsolos, essa prática se tornou inviável, e… Read more »

Esteves

Grato.

EParro

Olá Esteves!
Escavações arqueológicas, históricas. Relatos históricos, arqueológicos. Interpretações ou fatos?
Saudações

Alexandre Costa

Estes barcos são lindos. Alguém sabe se existe em algum lugar barcos desses conservados ainda? Ou pelo menos réplicas? Tipo um museu ou algo assim?

Dalton

Talvez ajude e em particular a cópia em tamanho natural de uma “trireme” grega a
“Olympias” que também faz parte da lista.
.
https://en.wikipedia.org/wiki/Ship_replica

Alexandre Costa

Muito bom. Obrigado.

Bento

Duas grandes naus romanas da época de Calígula foram recuperadas no Lago de Nemi, durante o governo de Mussolini, e para elas foi construído um museu, mas infelizmente se perderam em um incêndio em 1944. Parece que os soldados alemães receberam ordens para os queimar na retirada. Muitos estudos foram feitos durante o período em que eles estavam intactos, e o museu ainda existe.
Vale a pena ler mais sobre eles.
Muitos outros navios romanos foram encontrados, de guerra e cargueiros, devido à naufrágios no Mediterrâneo.

Augusto

Esses navios ai eram praticamente palácios flutuantes, praticamente sem finalidade alguma, somente para entreter um soberano louco e megalomaníaco igual o Calígula.

Mas eram obras primas da engenharia naval da época, uma pena terem sido destruídos pelos nazistas.

Esteves

Encontraram um.

L Grande

Falando em filmes tornei a ver semana passada o filme Cães de guerra – 2016. Muito bom o filme trata do mercado negro de vendas de armas mundial. Fica a dica.

Allan Lemos

Roma aprendeu as manhas da guerra naval com Cartago.

Augusto

Os principais professores dos romanos eram seus próprios inimigos. Eles eram mestres em imitar e depois aperfeiçoar as táticas do inimigo. Qualquer viés ou derrota, eles tratavam de estudar aonde erraram e aonde era o ponto forte do adversário. Na guerra contra Cartago, os romanos conseguiram capturar uma Quinquerreme cartaginesa, desmontaram ela e descobriram que cada parte da embarcação era numerada para facilitar sua montagem, com isso em mãos puderam fabricar esses navios as centenas e desafiar o poderio marítimo Cartaginês no Mediterrâneo Ocidental. Como faltava “jeito” dos romanos em lutarem no mar (pois eram mais adaptados a lutarem em… Read more »

Alex Barreto Cypriano

Na Primeira Guerra Púnica (264 a.C. a 241 a.C.), os romanos perderam quatro frotas pras condições de mar: é que os remos demandavam pequeno freeboard e uma mera ventania fazia o resto com o casco de fundo chato.

Esteves

As frotas que deixaram Portugal e Espanha também. Condições do mar foram responsáveis por mais afundamentos X enfrentamentos com outras naus.

Augusto

Isso mesmo Alex e Esteves, o mar era o maior adversário dos almirantes da época. Aqueles navios eram muito vulneráveis, principalmente em mar aberto.

Nas guerras medicas, os persas e seus aliados fenícios também tiveram perdas catastróficas por causa das condições do mar.

Esteves

Esteves tentou. Encontrou ajuda para vencer a maré. Foi. O bote girava e girava…não ia em frente. Cheguei em uma ilha…na frente da praia da Mococa.

Mar terrível. Golfinhos e outros animais marinhos. Piratas aproximaram…vindos de Ubatuba…queriam. Esteves foi forte e decidido acelerando o bote.

Esteves voltou. Um dos meninos com arpão trouxe um ser fantástico.

— Larga isso. É aquele peixe barrigudo…venenoso. Nem japonês come.

Na volta, trazido pela maré, Esteves encalhou o bote na areia.

Esteves e o mar nunca mais se falaram.

Augusto

Esse filme do Ben Hur e um disparate histórico, kkkkkk. Como o filme era contemporâneo a época de Jesus, boa parte da pirataria do mediterrâneo já tinha sido bastante suprimida. Dificilmente os poucos piratas que existiam, teriam condições de reunir grandes frotas para desafiar o poderio naval romano. Pompeu o Grande algumas décadas antes tinha conseguido resolver o problema da pirataria. Por ironia, seu filho anos depois para desafiar o segundo triunvirato voltou com a pratica no Mediterrâneo Ocidental dando muito trabalho para o então triúnviro Otavio, mas seu general e melhor amigo Agripa conseguiu vencer Sexto Pompeu e pacificar… Read more »

Esteves

Ben Hur faz parte da mitologia hebraica.

Augusto

Como historia mitológica ai e perdoável Esteves, kkkkk.

Alex Barreto Cypriano

Duas coisas: “Desde os primórdios, a circulação de riquezas pelo mar provocou o aparecimento da pirataria. Os navios de guerra foram criados para combatê-la na defesa das valiosas cargas, que eram transportadas pelos navios mercantes.” Grifo meu. Pirataria ou corso ou ambas? Curioso é que apenas depois que os romanos haviam dominado militarmente o mediterrâneo com navios enormes (com até 60 metros de comprimento e centenas de toneladas de deslocamento) é que estes construíram navios menores, mais adequados pra combater a pirataria. O ‘Corvus’ girava horizontalmente, não apenas pivotando na vertical (o que o faria estilhaçar-se contra a elevação de… Read more »

Esteves

Tem link?

Alex Barreto Cypriano

Então, mestre Esteves, estas informações estão presentes no The Evolution Of Naval Weapons em pdf cujo link compartilhei acima nos meus primeiros comentários.

Bento

É interessante notar a diferença de projeto entre os diferentes barcos acionados por remo, conforme muda a tática de combate naval. Nos barco gregos e romanos, além de outros povos mediterrâneos, a tática do aríete obrigava a uma concentração de força muscular para deslocar uma nau dotada de esporão ou aríete à proa, motivo pelo qual era adotadas várias ordens de remadores, sendo mais comuns a birremes na estrutura naval grega, e ordens superiores nas naus romanas, mais pesadas. Isso permitia que o espaçamento entre remadores de mesmo nível, que é de algo próximo a 1,2 m, não fosse o… Read more »

Esteves

“Já na tradição nórdica, optou-se por uma ordem apenas de remadores, pois, ao não se adotar o uso do esporão, limitando-se o combate naval à abordagem…”

Bento,

Esses barcos nórdicos foram construídos para desembarque. A construção não Teve o objetivo de enfrentar outros. Certo?

Bento

Essa é uma parte pouco explorada por filmes, mas na verdade existiram sijm batalhas entre esse tipo de navio, podendo ser citados os encontros entre as embarcações do rei Alfredo, o primeiro a constituir uma marinha na Inglaterra, e os invasores nórdicos. Também pode ser citada a batalha descrita na Saga do Rei Olaf Tryggvarsson, onde se percebe uma combinação entre o uso de arqueiros para dar a “amaciada inicial” na defesa e guerreiros armados com lanças, machados e espadas e é claro o escudo redondo na abordagem. Sempre há a referência sobre as frotas vikings invasoras, mas pouco se… Read more »

Esteves

Grato.

Não é bom um rei morrer.

Bento

Não sei se ele era considerado tão bom assim por outros líderes vikings, afinal foi um dos incentivadores da adoção do cristianismo entre os povos nórdicos, o que originou muitos conflitos internos.

Esteves

Rei bom não presta. Como presidente.

Zé Rato

As principais guerras da antiguidade com batalhas navais em larga escala foram sobretudo as Guerras Médicas (essencialmente a frota ateniense contra a frota persa), a Guerra do Peloponeso (em que Esparta se aliou aos Persas para contruir uma forte frota de guerra e assim vencer Atenas) e as Guerras Púnicas, entre Roma e Cartago.

Destas guerras no cinema, só me recordo do segundo filme da saga 300, mas a guerra naval aí mostrada é pouco rigorosa do ponto de vista histórico.

Esteves

300 é pouco rigoroso. Historicamente. Mas cinema é somente uma história.

Manus Ferrum

Sugestão de leitura: Impérios do Mar, por Roger Crowley.