Classe Foxtrot (Projeto 641)

A Marinha Soviética, durante a Guerra Fria, não só desenvolveu uma poderosa frota de submarinos movidos a energia nuclear, mas também manteve uma significativa e diversificada classe de submarinos convencionais (diesel-elétricos).

Esses submarinos convencionais desempenhavam papéis cruciais em operações de patrulha, reconhecimento, interdição e como parte da defesa costeira. Alguns também transportaram mísseis balísticos na missão de dissuasão nuclear. Aqui estão as classes de submarinos convencionais mais notáveis da União Soviética:

Classe Whiskey (Projeto 613) (1950s): Os submarinos da classe Whiskey foram introduzidos no início dos anos 1950 e formaram a espinha dorsal da força de submarinos convencionais da Marinha Soviética durante a primeira parte da Guerra Fria. Baseados em designs alemães da Segunda Guerra Mundial, esses submarinos eram relativamente pequenos e operavam principalmente em águas costeiras, embora algumas variantes fossem usadas em missões mais distantes. Deslocamento: 1.340 toneladas, 215 submarinos construídos.

Classe Romeo (Projeto 633) (1950s): A classe Romeo era uma evolução do projeto da classe Whiskey com melhorias no alcance e condições de habitabilidade. Não tão numerosos quanto os Whiskeys, eles ainda assim forneceram à Marinha Soviética uma capacidade substancial de patrulha subaquática durante os anos 1950 e 1960. Deslocamento: 1.830 toneladas, 133 submarinos construídos.

Classe Zulu (Projeto 611) (1950s): Os submarinos da classe Zulu foram um dos primeiros a serem equipados com mísseis balísticos em modificações posteriores, embora em um papel muito limitado e como uma tecnologia de transição. Eles também conduziram operações de patrulha e reconhecimento e foram um dos primeiros projetos soviéticos a serem observados com frequência por forças da OTAN. Deslocamento: 2.425 toneladas, 26 submarinos construídos.

Classe Foxtrot (Projeto 641) (1960s): Os submarinos da classe Foxtrot eram maiores e mais capazes do que seus predecessores. Com melhor capacidade de permanência submersa e alcance aumentado, os Foxtrots poderiam operar em missões de longa duração. Eles eram armados com torpedos e minas e eram conhecidos por sua resistência e capacidade de operar em diferentes teatros marítimos. Deslocamento: 2.515 toneladas, 75 submarinos construídos.

Um submarino soviético Golf II acompanhado na superfície pela fragata USS Pharris (FF-1094) ao largo de Copenhagen, em fevereiro de 1978

Classe Golf (Projeto 629) (1950s-1960s): Os submarinos da classe Golf eram submarinos movidos a diesel-elétrico que desempenharam um papel importante na transição da União Soviética para uma capacidade de dissuasão nuclear. Embora tecnicamente sejam classificados como submarinos de propulsão convencional, sua distinção vem do fato de que foram um dos primeiros tipos de submarinos soviéticos capazes de lançar mísseis balísticos. Com três tubos de mísseis balísticos, eles podiam permanecer submersos e lançar seus mísseis enquanto estavam submersos, uma capacidade significativa durante a Guerra Fria para a estratégia de segundo ataque da União Soviética. Deslocamento: 3.535 toneladas, 23 submarinos construídos.

Classe Juliett (Projeto 629) (1960s): O Projeto 651, conhecido no Ocidente pelo nome da OTAN, classe Juliett, era uma classe de submarinos diesel-elétricos soviéticos armados com mísseis de cruzeiro. Eles foram projetados no final da década de 1950 para fornecer à Marinha Soviética capacidade de ataque nuclear contra alvos ao longo da costa leste dos Estados Unidos e seus porta-aviões.

Classe Tango (Projeto 641B) (1970s): A classe Tango foi uma melhoria significativa em relação à classe Foxtrot, com melhor sonar, sistemas de controle de tiro e condições de vida para a tripulação. Eles foram projetados para combater submarinos nucleares e servir na defesa antissubmarino. Deslocamento: 3.800 toneladas, 18 submarinos construídos.

Classe Kilo (Projeto 877) (1980s): Os submarinos da classe Kilo são, talvez, os mais conhecidos submarinos convencionais soviéticos. Entrando em serviço na década de 1980, eles se tornaram famosos por sua operação extremamente silenciosa. Os Kilos eram equipados com torpedos e minas e mais tarde, algumas variantes podiam lançar mísseis de cruzeiro. Eles continuaram a servir na Marinha Russa pós-soviética e foram amplamente exportados. Deslocamento: 3.100 toneladas, 73 submarinos construídos.

Essas classes de submarinos representam apenas uma parte da extensa frota submarina da União Soviética, que complementou sua frota nuclear e desempenhou um papel significativo na estratégia naval soviética durante a Guerra Fria. A capacidade de operar silenciosamente e a relativa simplicidade em comparação com os submarinos nucleares fez dessas embarcações uma escolha eficiente para operações nas águas costeiras e em ambientes onde a persistência e a discrição eram de alta prioridade. Mesmo com o avanço da tecnologia nuclear, a Marinha Soviética continuou a ver valor na manutenção e no desenvolvimento de uma força de submarinos convencionais.

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Rafael Gustavo de Oliveira

Seria interessante uma matéria investigativa de encontro com submarinos soviéticos no atlântico sul (se é que ja aconteceu).

Last edited 5 meses atrás by Rafael Gustavo de Oliveira
Alexandre Galante

Já aconteceu.

Willber Rodrigues

Achei interessante como eles lançavam uma nova classe a cada década, e cada classe era uma melhoria da classe anterior

Last edited 5 meses atrás by Willber Rodrigues
Macgaren

Pior que a marinha russa hoje depende em grande parte de meios dessa época URSS recauchutados.

Last edited 5 meses atrás by Macgaren
Felipe

Não senhor. Continua lançando varias classes novas bem após o fim da URSS.(Borei, Lada, Improved Kilo, etc)

Dalton

Ele não está errado, a marinha russa depende sim de muitos meios da URSS, como o único NAe construído na década de 1980 a grande maioria dos combatentes de superfície, todos os navios de desembarque com exceção de duas unidades mais recentemente incorporadas, etc. . Quanto a “SSNs” todos os 14 do inventário são de projeto soviético mesmo que alguns poucos tenham sido incorporados após o fim da URSS assim como a maioria dos “SSGNs” então não é que a Rússia não esteja lançando várias classes novas e sim que a maioria do inventário ainda provém da época soviética. .… Read more »

Ciclope

Excelente matéria, parabéns aos autorres