Navios de guerra britânicos carecem de poder de fogo para atacar alvos terrestres Houthi

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HMS Diamond - D34, destróier Type 45

Ex-chefes de defesa do Reino Unido descrevem as limitações dos mísseis da Marinha Real como “um escândalo e completamente insatisfatórias”. Os navios de guerra britânicos não podem atacar alvos terrestres Houthi porque não possuem poder de fogo adequado. Nenhum dos destróieres ou fragatas da Marinha Real tem capacidade de lançar mísseis em alvos terrestres, deixando os EUA responsáveis pela maioria dos ataques a esses alvos, com apoio de aviões da RAF baseados a 1.500 milhas de distância.

Uma fonte da defesa britânica informou que o HMS Diamond, um destróier Type 45 posicionado no Mar Vermelho, não se juntou aos ataques retaliatórios contra alvos Houthi por não ter “capacidade de disparar contra alvos terrestres”. O Ministério da Defesa (MoD) afirmou que, em vez disso, o navio esteve “diretamente envolvido na destruição bem-sucedida de drones Houthi visando navios no Mar Vermelho”.

Um ex-almirante sugeriu que a incapacidade britânica de atacar bases do movimento Houthi apoiado pelo Irã a partir de navios de guerra destaca como a Marinha seria incapaz de enfrentar navios de guerra chineses e russos. Atualmente, os destróieres britânicos só possuem canhões para disparar contra outros navios ou em terra. Enquanto os destróieres dos EUA podem lançar mísseis Tomahawk em alvos terrestres, as únicas opções do Reino Unido para tais ataques são o uso de aviões ou submarinos.

Durante os primeiros meses do mandato de Boris Johnson, Sir Tony defendeu publicamente a substituição dos mísseis antinavio Harpoon por uma arma que pudesse ser usada para atacar alvos terrestres.

Tripulantes no COC (Centro de Operações de Combate) do destróier HMS Diamond da Royal Navy, durante as operações no Mar Vermelho

No entanto, o Harpoon foi retirado da Marinha no ano passado e o seu substituto temporário, o Naval Strike Missile de fabricação norueguesa, que pode atingir alvos terrestres, só foi instalado num navio até agora como parte de um teste e ainda não foi disparado. Eventualmente, ele será implementado em 11 fragatas e destróieres antes que um novo sistema de mísseis de cruzeiro seja introduzido em 2028.

Tobias Ellwood, ex-presidente do comitê de defesa do Parlamento, pediu uma revisão urgente, destacando que a situação é insustentável e que o secretário de Defesa deve agir. “Não podemos continuar com uma frota de superfície que é muito pequena e não pode disparar em terra a longa distância”, disse Ellwood.

Admiral Sir Tony Radakin, agora chefe das Forças Armadas, estava entre os chefes da Marinha que alertaram sobre a necessidade de “acelerar nossos processos de aquisição” para armas, incluindo “sistemas de mísseis de ataque terrestre”, há cinco anos, quando era Primeiro Lorde do Mar.

A falta de poder de ataque dos navios de guerra do Reino Unido foi comparada à de “porcos-espinhos” – bem defendidos, mas com capacidades ofensivas insuficientes. O ex-ministro das forças armadas, Mark Francois, expressou preocupação com a falta de um míssil de ataque terrestre na frota de superfície da Marinha Real, uma questão destacada em um relatório do comitê de defesa há cerca de dois anos.

No sábado, o secretário de Defesa, Sr. Shapps, disse: “É nosso dever proteger a liberdade de navegação no Mar Vermelho e permanecemos tão comprometidos com essa causa como sempre”. Um porta-voz do MoD disse: “Como em todas as operações da coalizão, os comandantes selecionam o melhor equipamento para o trabalho. O HMS Diamond é um destróier de defesa aérea, que esteve diretamente envolvido na destruição bem-sucedida de drones Houthi visando navios no Mar Vermelho.”

FONTE: The Telegraph

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Emmanuel

Conversa com a MB que disso eles entendem: carência de fogo e fazer escolhas erradas.

carvalho2008

Muitas marinhas perderam a capacidade anti superficie….mesmo os EUA, se vc considerar inclusive a limitação do numero de misseis….

Os Novissimos Navios somente tem duas ou tres alternativas….

  • Passarem a utilizar drones
  • Usar foguetes guiados ou GLSDBs conteiraveis
  • Usar Helis pesadamente armados para ataque a distancia….

Mas não vejo nada disto nestes designs de navios que acabaram de sair capazes de adaptação….

Mesmo que corram para incorporar misseis superficie terra de longo alcance, o problema da quantidade a bordo estará presente…..sem falar no custo….

carvalho2008

Americanos testando o SM-6 avulsos em containeres por meio do MK-70
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carvalho2008

Rzrzrzrzz…nada como um dia após o outro…o que parecia excentrico…..
ou como disse…quandoa agua bate lá…..
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Alex Barreto Cypriano

O engraçado é que antes, em 2022, quando os ianques demonstraram a versão montada em caminhão pros europeus, eles esnobaram. Aqui: https://www.thedrive.com/the-war-zone/navy-unveils-truck-mounted-sm-6-missile-launcher-in-european-test Lançador assim (Payload Delivery System, PDS) já era testado desde 2019, não é assim novidade. O Mk-70 não é só o container de 40 pés com 4 células pivotantes strike lenght, demanda também um container menor (quando naval) ou até mais dois containers rebocados por caminhão, Apenas comparando, o Adaptable Deck Launcher, que é fixo, no strike lenght, pesa ~20.000 libras, ~9 toneladas, mais o sistema de controle de lançamento com ~4.500 libras, ~2 toneladas. Acho ambas as… Read more »

Alex Barreto Cypriano

Corrigindo: length em vez de lenght. Rapaz, sempre escrevo errado essa palavra… Freud explica?

carvalho2008

Poxa, Mestre Cypriano….voce não vai deixar esta bola quicando para mim, né….? Lembra? Sou o critico ferrenho do design ortodoxo de guerra em que levam 10 anos de projetos para depois de entrar na agua, já estar obsoleto… O design proa -Estrutura-Popa morreu….ja está obsoleto…justamente por não reservas espaços de ampliação ou improvisação conforme o mencionado….somente agora algumas poucas iniciativas timidas possuem espaço dedicado….graças a Deus a tamandaré tem….mas olha o modelo da ilustração da materia!!!! Não tem espaço para nada….a não ser, os internos em suas obras vivas….custando uns 2 anos de reformas….vergonhoso….não precisa ser genio e nunca precisou… Read more »

Nonato

Você parece concordar com meu posicionamento.
Muita demora para projetar e construir e geralmente subarmadas
Para mim, todo navio de guerra deveria vir entupido de todos os tipos de misseis.
Fazem navios entrarem sem armas ou armas muito especificas.
Por que os caras não definem que misseis vão usar e em um ano no máximo instalam tudo?
Para que esperar 10 anos apenas para instalar um simples míssil?

Carvalho2008

Sim, mestre Nonato

rui mendes

Sempre defedi as F-125 Alemãs, pois foram construídas, a pensar no armamento em contentores e são os navios com mais espaço reservado para isso.

Alex Barreto Cypriano

Concordo consigo neste aspecto, mestre Carvalho2008. Há muita demora em prototipar o progresso e uma notável miopia ao aviar a receita a partir do diagnóstico. Mas a demora e a miopia são instrumentais ao complexo industrial-militar, um enorme sistema racket, que só pensa em autoconservação cega e pilhagem de recursos extorquidos ao Estado (o titular do monopólio das extorsoes para fornecimento de proteção).

Last edited 2 meses atrás by Alex Barreto Cypriano
Wilson

Tempos é dinheiro! Quanto mais demorada a construção de uma arma mais cara ela fica e quanto mais cara a arma maior é o lucro.

Ciclope

Esse projeto/ideia não é da Rússia?
E juro que já vi um míssil iraniano no navio logístico deles com um troço desses.

adriano Madureira

Isso lembra um sistema Kalibr…

Dalton

O “VLS” é extremamente flexível pode acomodar vários tipos de mísseis inclusive no caso dos EUA o SM-6 provou ser um excelente míssil anti navio também e em breve se terá o “Tomahawk V” com uma versão para atingir alvos em movimento. . Os 3 “Zumwalt” eventualmente terão seus inúteis canhões retirados em troca de grandes silos capazes de acomodar novos mísseis de longo alcance hipersônicos e se espera que em 2032 se comece a construir o primeiro DDG(X) de 13.000 toneladas carregado. . Os “Houthis” não são e não serão o principal potencial adversário das marinhas e não há… Read more »

Bosco

Vale salientar que em 2026 entra em operação o SM-6 Block IB , hipersônico com pelo menos 1000 km de alcance contra alvos na superfície e compatível com os atuais VLS Mk-41.
Ou seja , não serão só o Zumwalt que poderão lançar mísseis hipersônicos.

Last edited 2 meses atrás by joseboscojr
Hcosta
carvalho2008

Grande mestre Hcosta!!!! Rapaz!!! vc não sabe o quanto estava procurando a foto da LCs com estes containeres…e voce achou melhor, o video inteiro!!!! Muito bacana….

Nonato

Nada como trabalhar no pentágono…

Moriah

Ninguém sabe o dia de amanhã e poderíamos estar numa situação parecida em qualquer outro cenário onde a MB fosse exigida presença e defesa. Mas, meios existem, como as munições Vulcano 76 e 127. Por isso ainda penso que uma Meko A200 ou “minha” Meko D200″ com este último, alcançaria alvos entre 100 e 120 km em terra, fora o MCN do Edge. O UK dormiu nessa, onde a França usa o Scalp para tal função no mesmo lançador do Aster 30. Dormiu sem munições guiadas por GPS. Enfim, o HMS Sleeper lembra um outro HMS que transmitia dados e… Read more »

Last edited 2 meses atrás by Moriah
Mercenário

Moriah,

Acontece que a França antes de utilizar o SCALP modificado tinha zero meios navais capazes de ataque terrestre por mísseis. E aproveitaram a introdução da FREMM para isso.

Os submarinos britânicos usam o Tomahawk há decadas. Não valeria a pena modificar o Storm Shadow para lançadores verticais, já que são 6 Type 45. As Type 23 não possuem o vls Sylver.

O NSM vai possibilitar ataques terrestres pelas Type 23 e Type 45 e futuramente o novo míssil da MBDA (substituto do Storm Shadow e Harpoon/Exocet) deverá manter a capacidade.

rui mendes

Os Britânicos já estão a mudar isso, com as novas type 26 e têm sempre os seus SSN’s.

Dalton

Pelo momento os “T-45s” possuem “apenas” 48 silos verticais ou seja mesmo que fossem capazes de lançar “Tomahawks” – os britânicos os utilizam apenas de submarinos – isso tiraria espaço vital para os mísseis A/A , principal função do navio. . Os “Arleigh Burkes ” possuem 90/96 silos verticais então se pode dar ao luxo de sacrificar alguns mísseis A/A por “Tomahawks” e aparentemente são os “Super Hornets” do USS D.Eisenhower que estão sendo mais efetivos no ataque a alvos terrestres. . Os britânicos quando muito poderão ter 3 de seus principais combatentes de superfície – de um total de… Read more »

rui mendes

As type 45, vão incorporar mais 24 mísseis camm, aos actuais 48 lançadores silver. Sendo que os 48 silos do sylver, dá para por exemplo, levar 192 mísseis camm, que com os 24 lançadores do camm, que irão incorporar, daria 216 mísseis camm, ou então 24 camm+80 camm+28 Aster30 e para ataque terrestre nunca terá tomahank, vai ter sim, 8 NSM, o que é suficiente, pois sendo um navio de defesa aérea, ter 8 NSM, é muito bom. Agora toda a gente sabe, que os Arleigh Burke, tem mais poder de fogo. Os Britânicos, em operações conjuntas com os EUA… Read more »

Hcosta

O SLYVER dava para ter tomahawk e o SCALP mas somente na versão A-70 e as T-45 só têm o A-50. Mas me parece que têm espaço em profundidade para alguns destes.
Prioridades… Prioridade para a defesa de mísseis balísticos e depois o ataque terrestre. Algo que se compreende pelo desenvolvimento dos novos mísseis de cruzeiro e não quererem uma solução temporária/intermediária. Como acontece com os mísseis anti-navio.

Dalton

Sim Rui, por isso escrevi “pelo momento” mas, essa conta de 216 mísseis sabemos que não é realística provavelmente se terá desde que todos os silos sejam ocupados sempre uma informação classificada, 48 Aster 30 e 24 “camm” enaltecendo ainda mais a função A/A do navio que é o que se precisa e/ou se pode ter enquanto os EUA graças ao maior tamanho de seus Arleigh Burkes podem diversificar funções. . O T-26 e consequentemente a entrada em serviço de mais F-35Bs poderão dar ao Reino Unido mais opções já que EUA e França já possuem uma “tríade” para ataques… Read more »

Mercenário

Só em acréscimo, a Type 31 também terá vls Mk 41 e, assim, poderá utilizar o Tomahawk, se for adquirido, e o futuro míssil de cruzeiro da MBDA.

Orivaldo

Estão se Brasileirando de uma forma nunca vista antes

Gabriel

Aparentemente, toda OTAN, com o fim da Guerra Fria, se acostumou a diminuir o orçamento de Defesa, deixar políticas de defesa em segundo plano e fazer escolhas politicamente corretas (que normalmente vão de encontro a real necessidade militar), tudo pelo “bem social”.

Sem falar terem se acostumado com a “segurança” proporcionada pelo “guarda chuvas” dos EUA.

Enfim, uma hora a realidade bate na porta e a conta chega.

Jeffferson Ferreira

Agora, fiquei confuso se é a MB que copia a RMB ou RMB que copia a MB…

Esteves

Parlamentos…

Gabriel BR

Trump tem razão quando diz que o UK não é mais uma potência.

Esteves

E…ele descobriu isso agora?

Gabriel BR

sei lá…liga para ele!

Alex Barreto Cypriano

Estão reclamando que um destroyer AAW não faz ASuW. Vai entender estas cretinices.

Esteves

Reclamam da lentidão. O Ocidente é lento. O Oriente tem sido rápido nas decisões e nas ações.

Somos mimimi. O Oriente é prático.

Nonato

Essa matéria retrata o que vivo falando sobre a indústria de defesa ocidental.
Passam 10 anos para projetar (reinventar a roda, porque desenhar um casco já se faz há uns 100 anos e hoje pouco se muda), 10 anos para construir, depois descobrem defeitos
E ainda vêm com poucos misseis.
Muito tamanha para pouca arma.
E qualquer mudança tome mais 10 anos.
Complicam demais.

Heinz

A Royal navy está virando uma MB. Gzuis, que situação calamitosa, Welcome to club

Paulo A. Ferreira

Enquanto isso a China segue construindo navios de guerra numa velocidade avassaladora. E não faltam material humano para os operar , ao contrário do Reino Unido.

Helio Eduardo

Bom dia! Muito se disse nos comentários anteriores sobre as deficiências do sistema, da filosofia e da própria industria de defesa Ocidental, mas eu, na minha ignorância, vejo essa questão dos mísseis de ataque terrestre mais como um problema da Royal Navy. Se me lembro bem, as Type 45 sempre foram consideradas desdentadas, isso levando em conta o tamanho do navio versus armas embarcadas. Eu não tenho subsídios para discutir mais profundamente, mas me parece que a opção por mais meios – algo que sabemos ser bem sensível na RN – “tirou” das armas embarcadas um naco de orçamento. Isso… Read more »

Dalton

O “AB” agora na versão “III” esgotou tudo o que se podia desse modelo, não basta espaço para armas é preciso espaço para gerar energia para sensores sofisticados e segundo publicado recentemente o USS Jack Lucas o primeiro dessa versão detectou coisas que os anteriores não conseguiram graças ao novo radar. . Também é preciso levar em conta que orçamentos são finitos e não se consegue tudo o que se quer ainda mais quando se tem que levar em conta uma nova geração de grandes submarinos estratégicos, tanto EUA como Reino Unido os estão construindo. . Mas para orçamentos futuros… Read more »

Helio Eduardo

Obrigado pelos esclarecimentos Dalton!

Abner

Não poderia ser instalado um sistema de lançamento de mísseis como o Storm Shadow ou Tomahawk ?

Carlos Campos

Que vergonha