Há 30 anos, submarino nuclear francês ‘Émeraude’ sofreu um acidente a bordo com a perda de 10 tripulantes

19

Em 30 de março de 1994, o submarino de propulsão nuclear francês Émeraude sofreu um grave acidente, resultado do rompimento de uma tubulação de vapor. Este incidente levou à trágica perda de dez membros da tripulação e destacou os riscos associados à operação de submarinos movidos a energia nuclear.

Vapor superaquecido vazou dentro do compartimento de turbinas do submarino nuclear francês submerso, matando o comandante e nove marinheiros durante um exercício no Mediterrâneo. O Émeraude emergiu e retornou à sua base em Toulon usando propulsão de emergência a diesel e baterias, disseram os oficiais.

O acidente não afetou o reator nuclear da embarcação e “de forma alguma colocou em questão a segurança nuclear do submarino ou o meio ambiente”, disse o Ministério da Defesa logo após o ocorrido.

Tripulação do Émeraude na época do acidente

Um dos seis submarinos nucleares de ataque nuclear da classe Rubis/Amethyste, o Émeraude é movido por um reator nuclear refrigerado a água pressurizada, que aquece a água para produzir vapor que aciona dois turbo-alternadores. O submarino não carrega armas nucleares.

Atualmente, apenas o Émeraude e mais duas unidades da classe continuam em operação.

FICHA TÉCNICA DO RUBIS/AMÉTHYSTE:

Legendas: 1 – Motor Elétrico secundário; 2 – Motor elétrico principal; 3 – Posto de controle da propulsão; 4 – Turbo-alternadores; 5 – Reator e gerador de vapor; 6 – Alojamentos de oficiais; 7 – Compartimentos auxiliares; 8 – Cozinha; 9 – Posto central de navegação e operação; 10 – Periscópios; 11 – Alojamentos de praças; 12 – Torpedos e mísseis; 13 – Tubos lança-torpedos de 533 mm

  • Deslocamento: 2.400t (na superfície); 2.600t (submerso)
  • Comprimento: 73,6 m; Boca: 7,6 m; Calado: 6,4m
  • Propulsão: um reator de água pressurizada (PWR) K48 (48MW); 2 turbo-alternadores; 1 motor elétrico (7 MW); um hélice; um diesel-alternador SEMT Pielstick e Jeumont Schneider 8 PA4 V 185 SM, de 5 MW, para emergências.
  • Velocidade: mais de 25 nós (46 km/h)
  • Alcance: Virtualmente ilimitado
  • Tripulação: 70 homens

SAIBA MAIS:

Submarinos nucleares Rubis/Améthyste: as pedras preciosas francesas

Subscribe
Notify of
guest

19 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Bruno Vinícius

Se não me engano, o reator desse aí tem a mesma potência daquele que será instalado no Álvaro Alberto. Prova que a crítica de que o nosso reator é subdimensionado (que já li por aí) é exagerada, para dizer o mínimo.

Last edited 30 dias atrás by Bruno Vinícius
Allan Lemos

Prova nada. Esse submarino foi construído com tecnologia da década de 80. Não é porque a França havia escolhido um reator não tão potente que justifica nós, em um contexto completamente distinto, escolhermos o mesmo. Pelo que andei lendo, o combustível do nosso precisará ser trocado a cada 4 anos, provavelmente passará uns 2 anos no cais, no mínimo, isso sem falar na manutenção regular. É aquela máxima de quem tem um, não tem nenhum, para nós o interessante seria ou aumentar o tamanho da frota, o que não acontecerá, ou construir um submarino com um reator de alta potência,… Read more »

Gilmar

Ótimo argumento. A MB com certeza não passaria por este vexame de deixar um dossie completo de seu submarino Nuclear. Seria uma lástima para gloriosa MB o não aproveitamento de todo esse investimento de recursos humanos equipamentos, estrutura etc. Deve ter um “planoB ” com a tecnologia adquirida e controle dos processos é possível ter um programa de segurança e produção em série e desta forma ter uma flotilha de lobos do Mar.

RSmith

Bruno, salvo engano, o Álvaro aberto vai deslocar em torno de 6000 toneladas enquanto que a classe Amethyste desloca entorno de 2400 toneladas… reator com a mesma potencia do Amethyste com 2400 toneladas para nosso Álvaro Alberto com aproximadamente 6000? você faça as contas….

RSmith

Isso dito eu sou FAN desses submarinos…. bem que o Brasil podia adquirir por meio de um “leasing” de 10 anos uma dessas belezinha para treinar e aprender de forma segura como operar um SSN, tipo como a Índia fez arrendando um SSN RUSSO….

Dalton

Isso não seria possível independente da questão política já que se trata de submarinos antigos com o combustível nuclear no fim, não valendo a pena uma nova revitalização e reabastecimento e 3 dos 6 já foram retirados de serviço. . O primeiro submarino soviético arrendado para Índia era um modelo com cerca de 20 anos portanto com muito anos ainda de vida mas a Índia não teve acesso a tudo que gostaria e o contrato durou apenas 3 anos por conta disso. . O segundo submarino teve sua construção cancelada quando do fim da URSS e sua construção foi retomada… Read more »

Moriah

Essa classe é bem interessante devido ao tamanho dos subs. Sempre achei engenhoso o progresso que os franceses fizeram ao miniaturizar uma planta nuclear num sub que hoje se equipara a um Scorpene longo. Também são frutos da ambição (justificada) dos franceses de focar nos SSBN.

Dalton

Mais importante que comprimento é a boca (largura) que no caso do Rubis é maior que a de um “Scorpene”. No fim das contas o “Rubis” foi considerado pequeno e os substitutos
classe Suffren serão maiores no comprimento e na boca também.

Fábio CDC

O que me impressiona é a tripulação: 70 homens! O 1º foi lançado em 1988 e naquela época eles já tinham capacidade tecnológica para fazer um SSN navegar e combater com apenas 70 pessoas a bordo!
.
Hoje, decorridos mais de 36 anos desde o lançamento do primeiro dessa Classe, o nosso Álvaro Alberto, nem parido ainda, terá 99 homens a bordo para fazê-lo funcionar, uma diferença de 29 homens que dá quase a tripulação de 1 Scorpenne BR com 31 cabras.
.
Quanta distância tecnológica em termos de automação….

Dalton

Submarinos classe “Rubis” no fim das contas foram considerados pequenos tanto que os novos classe “Suffren” são significativamente maiores, apesar de menores que seus equivalentes na US Navy e Royal Navy.
.
Quanto a tripulação menor, apesar dos novos e maiores Suffren terem tripulação até um pouco menor, só tecnologia não explica e sim que algumas marinhas como a US Navy estabeleceram um piso mínimo no número de tripulantes pois automatização não substitui totalmente um número maior de pessoas em danos sofridos em combate ou acidentes e
tripulações maiores também auxiliam durante períodos de manutenção.

EduardoSP

Além dessa questão de doutrina, não esquecer também o interesse da MB em atochar gente nas suas embarcações para ajudar a justificar a existência dos mais de 70 mil militares em suas fileiras.

Fábio CDC

Exatamente, também percebi isso há muito tempo. Muito mais gente do que precisa de fato.

Gilmar

Bom dia. Acredito que deve ser para familiarizar o contingente para uma futura frota maior desta classe de submarinos, acho que essa é a idéia. O que seria muito bom para MB salvo os excessos.

mauricio pacheco

Eu fico chocado com o “conhecimento” dos comentaristas do BLOG, por mim a MB aposentava todos os Almirantes em serviço e deixaria os “comentaristas” administrarem, viraremos uma potência naval em poucos anos!

Andrigo

Todo subnuc tem um sistema diesel elétrico também? E serve só como backup do reator ou tem outras funções?

Dalton

Sim e se costuma simular situações onde o reator falha dai o diesel assume a propulsão e geração de energia há também um mastro de esnórquel para tal situação na vela junto com os periscópios e demais mastros.

Abner

Quantos submarinos a França tem ?

Franz A. Neeracher

No momento:
4 SSBN
2 SSN classe Suffren com mais 4 em construção
3 SSN classe Rubis que darão baixa a medida que novos Suffren entrem em serviço

Luiz

Lembrando que todos são de propulsão nuclear.