Guerra Fria: Submarinos soviéticos infiltraram-se na costa noroeste de Washington, nos anos 1980

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Submarino nuclear de ataque classe Victor III

Submarinos de ataque soviéticos, utilizando informações fornecidas pela rede de espionagem da família John Walker, conseguiram infiltrar-se no Estreito de Juan De Fuca, na costa noroeste de Washington, desde 1981, conforme reportou o Seattle Post-Intelligencer em 1987.

Esses submarinos avançaram até o Admiralty Inlet, um ponto estratégico de acesso ao Puget Sound, contornando as redes de defesa antissubmarino dos EUA, graças às informações vazadas pela rede de espionagem. Um ex-oficial da Marinha, na época, expressou preocupações sobre a insuficiência de recursos do Departamento de Defesa dos EUA para monitorar adequadamente esses estreitos.

Os submarinos soviéticos tinham como objetivo identificar a assinatura dos submarinos Trident dos EUA, que possuem capacidade nuclear suficiente para destruir as cidades soviéticas mais significativas. Desde a abertura da Base Naval de Bangor como porto base para a frota Trident em 1981, a presença soviética intensificou-se, com submarinos espiões atuando ocasionalmente como navios-mãe para facilitar essa infiltração.

Vista aérea do Pier Delta na Base Naval de Submarinos de Bangor. Dois submarinos classe Trident aparecem na imagem, um docado e outro atracado

Autoridades do Pentágono, em 1987, confirmaram um aumento na atividade dos submarinos soviéticos, especialmente dos da classe Victor III, uma das mais modernas naquele tempo, desde que Bangor se tornou uma base Trident. A monitoração desses submarinos era feita por aeronaves e navios da Marinha, mas eles eram considerados como uma ameaça potencial apenas em um contexto de guerra.

Essa infiltração não apenas sublinhava a vulnerabilidade das defesas costeiras americanas, mas também refletia o sofisticado jogo de espionagem e contra-espionagem entre as superpotências durante a Guerra Fria, evidenciando a contínua disputa de capacidades ofensivas e defensivas submarinas.

FONTE: UPI

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Burgos

Rápida pesquisa sobre o Victor III
https://youtu.be/o3Ng72Qv6tw?si=f54Q6aP0I0tYbSp2

Willber Rodrigues

Toda vez que eu leio algo sobre a 1° Guerra Fria, eu sempre me pergunto qual o milagre que nos faz estar aqui, hoje, e a humanidade não ter se destruído naquela época…

Dalton

Bangor que já abrigava o USS Jimmy Carter, um classe Seawolf modificado, passou à abrigar também – de 2 anos para cá – os outros dois, Seawolf e Connecticut apesar deste último estar passando por longo reparo em Bremerton após a colisão com um monte submarino em 2021 e poderá abrigar no futuro alguns dos Virginia Block V com a seção extra para abrigar 4 grandes silos para mísseis atrás da “vela”.
.
Não é possível ver as novas instalações na foto onde aparece o “Pier Delta” mas é só seguir em direção para cima e se chega lá 🙂

Macgaren

Bem interessante.

Tipo de coisa que mostra como as capacidades russas são bem reduzidas hoje em relação a URSS.

Bispo

Talvez não , os russos eram mais quantidade que qualidade … hoje um classe Yansen-M rivaliza com um classe Virgínia…

Claro os EUA possuem bem mais Sub’s … mas , localizar e destruir, o adversário…não é soma e subtração..rs

Dalton

Ele comparou Rússia à União Soviética que foi responsável por números mas também
excelentes submarinos muitos dos quais estão em serviço até hoje como os “Oscar II”
e “Akula” que constituem a espinha dorsal da força de submarinos táticos, enquanto “apenas” 1Yasen e 3 Yasen M foram incorporados desde o início do século até hoje.

Fernando XO

De acordo com o Maps, o Admiralty Inlet fica depois do canal de acesso… manobra ousada, pois a área não é profunda (https://muir-way.com/products/admiralty-inlet-and-puget-sound-nautical-chart-1948)… abraço a todos…

curisco

esse comandante russo tinha culhões viu