Saildrone e Meta concluem primeiro levantamento autônomo e não tripulado de rotas submarinas no Atlântico Norte

O Saildrone Surveyor SD-3000 é o primeiro USV de produção da classe Surveyor da Saildrone.
Em um marco inédito para a indústria de mapeamento oceânico, a empresa americana Saildrone, em parceria com a Meta, concluiu com sucesso o primeiro levantamento de rota de cabos submarinos em águas profundas realizado de forma totalmente autônoma e não tripulada no Atlântico Norte. A missão, que durou 26 dias, foi conduzida pelo Saildrone Surveyor, um veículo de superfície (USV) de 20 metros de comprimento, demonstrando desempenho técnico comparável aos navios de pesquisa tripulados, com custos e riscos significativamente reduzidos.
O Surveyor mapeou mais de 4.500 quilômetros de fundo marinho, enfrentando topografias complexas e condições ambientais desafiadoras, sem necessidade de escalas em portos ou apoio externo. Operando em modos de propulsão à vela e motor, o veículo estava equipado com sonar multifeixe Kongsberg EM304 MKII, alcançando cobertura de até 10 km de largura em profundidades de até 5.500 metros.
A operação teve como foco a rota estabelecida do cabo Anjana e a recém-mapeada rota Aurora, com o objetivo de comparar diretamente a qualidade dos dados com levantamentos realizados por embarcações convencionais. Segundo os engenheiros da Meta, todos os parâmetros operacionais — fidelidade de rota, manutenção de linha, transmissão de dados e precisão de profundidade — atingiram ou superaram as expectativas.
“Essa missão provou que o mapeamento oceânico autônomo não é apenas viável — ele já é uma realidade altamente eficaz,” afirmou Andy Palmer-Felgate, engenheiro de cabos submarinos da Meta. “Os dados entregues igualaram os de levantamentos legados, com altíssima precisão, e sem o impacto ambiental de operações tradicionais.”
O controle da operação foi feito remotamente através do Saildrone Mission Portal, com conectividade via satélite de alta largura de banda, permitindo o redirecionamento dinâmico do veículo para investigar feições submarinas importantes como montes e cânions — algo antes exclusivo de embarcações com tripulação.
A missão teve também um forte enfoque em redução de riscos de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (HSE). Segundo a Saildrone, a operação remota elimina a necessidade de longas permanências offshore por parte de engenheiros e técnicos, diminuindo o impacto psicológico e físico sobre os profissionais. Além disso, a operação evitou cerca de 243 toneladas de emissões de CO₂, mais de 50 vezes menos do que um navio convencional emitiria.
“Este é um ponto de inflexão para o levantamento oceânico profundo,” declarou Brian Connon, vice-presidente de mapeamento oceânico da Saildrone. “O desempenho do Surveyor nesta missão prova que podemos entregar batimetria de alta resolução em águas profundas com uma fração do combustível, custo e risco.”
Com os resultados promissores, a iniciativa abre caminho para a ampliação do uso de veículos não tripulados nas áreas de telecomunicações submarinas, energia offshore e programas hidrográficos nacionais. As próximas etapas incluirão melhorias em autonomia de navegação, resistência meteorológica e integração com tecnologias emergentes, como inteligência artificial e sensores descartáveis de temperatura oceânica.
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