Navio de guerra australiano bloqueia acidentalmente Wi-Fi na Nova Zelândia

Um dos maiores navios da Marinha Real Australiana, o HMAS Canberra, tornou-se inesperadamente o centro das atenções em Wellington após interferir nos serviços de internet sem fio e rádio em partes da Nova Zelândia. O episódio ocorreu às vésperas do tradicional evento de celebração da relação de cidades-irmãs entre Canberra e Wellington, destinado a reforçar laços nas áreas de turismo, educação e cultura.
O navio de assalto anfíbio de 230 metros, comissionado em 2014 e considerado o navio-capitânia da marinha australiana, estava a caminho da capital neozelandesa para participar do desfile “Freedom of Entry”, no qual mais de 300 militares da Austrália e Nova Zelândia marcharam pelas ruas da cidade no sábado.
No entanto, ainda na quarta-feira anterior, autoridades da Nova Zelândia notaram que a sofisticada radiação de radar de navegação do Canberra estava interferindo com sinais de Wi-Fi na faixa de 5GHz, especialmente em Taranaki e Marlborough, nas ilhas Norte e Sul. A informação foi divulgada inicialmente pela emissora australiana ABC News.
Segundo comunicado do Departamento de Defesa da Austrália, “ao tomar conhecimento, o HMAS Canberra alterou suas frequências, solucionando o problema. Não há mais interrupções em andamento.”
A empresa de telecomunicações neozelandesa Primo, que teve seus serviços afetados, classificou o incidente como um “exemplo dramático da fragilidade do espectro neozelandês”. O diretor-geral da empresa, Matthew Harrison, descreveu a situação como um “apagão provocado por radar em escala militar”.
“Isso não foi um simples contratempo. Foi uma onda sincronizada com o movimento do navio, ativando protocolos de segurança projetados para proteger o espaço aéreo. Nunca vimos algo assim por aqui”, escreveu Harrison em seu perfil no LinkedIn. “Não é todo dia que um navio de guerra desativa sua rede.”
Apesar do contratempo, a presença do HMAS Canberra em Wellington faz parte dos esforços para reforçar a amizade centenária entre as forças armadas dos dois países, que lutaram lado a lado na Primeira Guerra Mundial sob o símbolo do ANZAC (Australian and New Zealand Army Corps).
O navio, que pode transportar até 1.000 soldados, 100 veículos terrestres, 18 helicópteros e quatro embarcações de desembarque, continuou sua missão diplomática após corrigir a interferência técnica.
As autoridades classificaram o evento como um incidente isolado, mas que chamou atenção para a necessidade de maior coordenação entre ativos militares de alto poder e infraestruturas civis sensíveis, especialmente em ambientes urbanos e densamente conectados como o da Nova Zelândia.
FONTE: Maritime Executive
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É a marinha australiana aprendeu bastante com o F18 Growler deles, Navio Jammer .
Altura imponente.