1822             -                NAVIOS DE GUERRA BRASILEIROS            -               Hoje

 

CT Paraná - D 29

Classe Fletcher (1)

 

"Dê-lhe uma missão: Ele a cumprirá"

 

 

D a t a s

 

Batimento de Quilha: 3 de maio de 1943
Lançamento: 30 de dezembro de 1943
Incorporação (USN): 14 de janeiro de 1944
Baixa (USN): 8 de novembro de 1960
Incorporação (MB): 20 de julho de 1961

Baixa (MB): 4 de abril de 1982(2)

 

 

C a r a c t e r í s t i c a s

 

Deslocamento: 2.050 ton (padrão), 3.050 ton (carregado).
Dimensões: 114.8 m de comprimento, 12 m de boca e 5.5 m de calado.
Propulsão: 4 caldeiras Babcock & Wilcox de 39.8 kg/cm2 a 454º C; 2 turbinas a vapor G.E., gerando 60.000 shp, acoplados a dois eixos e dois hélices.

Eletricidade: 2 turbo-geradores G.E. de 350 Kw, 1 gerador diesel de emergência G.M. de 100 Kw.

Velocidade: máxima de 35 nós.

Raio de ação: 4.600 milhas náuticas.
Armamento: 5 canhões de 5 pol. (127 mm) em cinco torres Mk-30 singelas; 10 canhões Bofors L/60 de 40 mm em dois reparos quádruplos Mk 2 e um duplo Mk 1; 1 lançador quíntuplo Mk 15 de torpedos de 21 polegadas; 2 lançadores de bomba granada A/S (LBG) Mk 10; 1 calha de cargas de profundidade Mk 3 e 2 lançadores triplos Mk 32 de torpedos A/S de 324mm.

Sensores: 1 radar de vigilância aérea tipo SPS-6C; 1 radar de vigilância de superfície SPS-10; 1 radar de direção de tiro Mk-25 mod.3, acoplado ao sistema de direção de tiro Mk-37 e 1 sonar de casco SQS-29.

Código Internacional de Chamada: PXFG

Tripulação: 310 homens, sendo 17 oficiais, 10 suboficiais, 56 sargentos 57 cabos e 170 marinheiros.

Obs: Características da época da incorporação na MB.

 

 

H i s t ó r i c o

 

O Contratorpedeiro Paraná - D 29, ex-USS Cushing - DD 797, foi o quarto navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil em homenagem ao Estado do Paraná (2). O Paraná foi construído pelo estaleiro Bethlehem Steel Shipyard Co., em Staten Island, New York. Foi transferido por empréstimo inicial de cinco anos e incorporado no Arsenal de Marinha de Norfolk, em Portsmouth, Virginia, em 20 de julho de 1961, pelo Aviso do MM n.º 1187 de 23/06/1961. Naquela ocasião, assumiu o comando o Capitão-de-Fragata Roberto Coutinho Coimbra.

 

1962

 

Em setembro, participou da Operação UNITAS III, integrando um GT composto pelos CT Pará - D 27, Paraná - D 29 e Pernambuco - D 30 e os S Humaíta - S 14 e Riachuelo - S 15. Em Recife-PE reuniu-se com o GT americano formado pelo CT USS Mullinnix - DD 944 (capitânia), F USS Lester - DE 1022, e, o S USS Picuda - SS 382, sob o comando do USCOMSOLANT, CA (USN) John A. Tyree Jr.; e o GT uruguaio formado pelo CT ROU Uruguay - DE 01 e o ROU Artigas - DE 02, que se juntou a FT-76 no caminho para o Rio de Janeiro. No Rio de Janeiro a FT-76 (Força-Tarefa UNITAS) recebeu a adição do GT argentino composto pelos CT ARA Alte. Brown - D 20 (capitânia), ARA Espora - D 21 e ARA Rosales - D 22 e o S ARA Santa Fé - S 11, na travessia Rio-Montevideo juntou-se a FT o NT ARA Punta Medanos - B 11. Prestaram apoio aéreo aeronaves de patrulha P-2V7 Neptune e de transporte R-4Y. Mesmo sem integrar a FT-76 o NAeL ARA Independencia - V 1, também prestou apoio aéreo com suas aeronaves S-2F Tracker. A fase Atlântico da UNITAS encerrou-se na Base Naval de Belgrano, com os navios norte-americanos seguindo para o Estreito de Magalhães onde em Punta Arenas juntou-se aos navios da Armada do Chile.

 

1964

 

Em janeiro, participou da Operação DRAGÃO I, a primeira da serie daquela que seria durante varias décadas o mais importante evento de adestramento das forças anfíbias da nossa Marinha. A DRAGÃO I, foi realizada ao sul de Vitória-ES e contou com a participação do NAeL Minas Gerais - A 11 (capitânia), CL Tamandaré - C 12, CT Paraíba - D 28, Paraná - D 29 e Pernambuco - D 30 e os NTrT Barroso Pereira - G 16 e Ary Parreiras - G 21, além de aeronaves do 1º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral e embarcações do então Grupo Anfíbio, que nos anos 80 era conhecido como GED - Grupo de Embarcações de Desembarque.

 

1966

 

Participou da Operação UNITAS VII, que na fase atlântica foi realizada entre os litorais da Argentina, Uruguai e Brasil. A Força-Tarefa brasileira era composta pelo NAeL Minas Gerais - A 11 (capitânia - CA L.G. Döring), pelos CT Pará - D 27, Paraíba - D 28, Paraná - D 29, e Pernambuco - D 30, pelo S Rio Grande do Sul - S 11, NTr Soares Dutra - G 22, NO Belmonte - G 24 e a Cv Imperial Marinheiro - V 15; a FT uruguaia era composta pelos CTE ROU Uruguai - DE 1 (capitânia - CMG (ROU) H. Murdoch) e ROU Artigas - DE 2 e a FT norte-americana, pela FLM USS Leahy - DLG 16 (capitânia - CA (USN) C. J. Van Arsdall) , pelos DE USS Hammerberg - DE 1015 e Van Voorhis - DE 1028 e os S USS Chopper - SS 342 e USS Requin - SS 481.

 

1967

 

Entre os dias 23 de janeiro e 27 de fevereiro, participou da comissão ASPIRANTEX 67, integrando um Grupo-Tarefa, sob o comando do ComemCh Almirante-de-Esquadra Murillo Vasco do Valle e Silva, formado também pelos C Barroso e Tamandaré e pelo CT Pernambuco. O GT visitou os portos de Recife (PE) e Luanda (Angola). Além dos oficiais instrutores e do Corpo de Alunos da Escola Naval participaram Cadetes da Escola de Aeronáutica e da Academia Militar das Agulhas Negras. As longas travessias nos trechos Rio-Recife, Recife-Luanda, Luanda-Recife e Recife-Rio proporcionaram um bom período de adaptação a longos cruzeiros a todos os alunos participantes.

 

1969

 

Em 6 de fevereiro, suspendeu do Rio de Janeiro, integrando o GT-12.1, sob o comando do CA Joaquim Américo dos Santos Coelho Lobo, para participar das Operações SPRINGBOARD 69 e VERITAS II, realizadas com a U.S.Navy nio Caribe. Depois de escalar em Recife-PE e Belém-PA, o GT-12.1, composto também pelos CT Piauí - D 31 (capitânia), Santa Catarina - D 32, Pará - D 27, Mariz e Barros - D 26, Araguari - D 15 e Acre - D 10, NO Belmonte - G 24, NT Marajó - G 27, e, o NTr Ary Parreiras - G 21, chegou a San Juan (Puerto Rico) no dia 21. Retornou ao Rio de Janeiro em 29 de março. O elemento anfíbio, foi constituído por GptOp nucleado em uma CiaFuz do Batalhão Humaitá.

 

Em novembro e dezembro, participou da UNITAS X, junto com o F USS Leahy - DLG 16, o CT USS Sarsfield - DD 837, o CTE USS Joseph K. Taussig - DE 1030 e o S USS Grampus - SS 523, sob o comando do Comandante da Força Naval dos EUA no Atlântico Sul (USCOMSOLANT), Contra-Almirante (USN) James A. Dare. Também participaram dessa edição o NAeL Minas Gerais – A 11, os CT Pará – D 27, Pernambuco – D 30 e Santa Catarina - D 32 e o NT Marajó – G 27, o Cruzador O´Higgins - 03 e o Navio-Tanque Araucano - A 03, esses dois últimos da Marinha do Chile. Foram visitados os portos de Salvador-BA, Willemstad (Curaçao), San Juan (Puerto Rico) e Bridgetown (Barbados).

 

1971

 

Integrou o Grupo-Tarefa brasileiro comandado pelo CA Carlos Auto de Andrade, que participou da Operação UNITAS XII. Além do Paraná integravam o GT o NAeL Minas Gerais - A 11 (capitânia), os CT Pará - D 27, Paraíba - D 28, Piauí - D 31, Santa Catarina - D 32, Amazonas - D 12 e Araguaia - D 14 e os S Rio Grande do Sul - S 11 e Bahia - S 12. Também participaram desse exercício pela Armada Argentina os CT ARA Almirante Brown - D 20, CT ARA Spora - D 21 e ARA Rosales - D 22, NT ARA Punta Medanos - B 18 e o RAM ARA Diaguita - A 5, pela Armada Uruguaia os Contratorpedeiros de Escolta ROU Uruguai - DE 1 e ROU Artigas - DE 2, e pela Marinha dos EUA os Contratorpedeiros USS MacDonough - DDG 39, USS Bordelon - DD 881, F USS Edward McDonnell - FF 1043 e o Submarino USS Trumpetfish - SS 425. Nessa comissao foram visitados os portos de Salvador-BA, San Juan (Puerto Rico) e Willenstad (Antilhas Holandesas).

 

1972

 

Em 10 de abril, participou da Força Naval Operacional 28 (F.028) junto com os CT Santa Catarina – D 32 (capitânea) e Pernambuco – D 30 e, as fragatas portuguesas NRP Sacadura Cabral - F 483, NRP Almirante Gago Coutinho - F 473 e NRP Comandante João Belo - F 480, além do Navio de Cruzeiros "Funchal", que estava servindo como Navio Presidencial e transportou os restos mortais de D. Pedro I e o Presidente da República de Portugal em viagem para o Brasil.

 

Em 18 de abril, participou junto com os CT Pernambuco e Santa Catarina, além dos navios portugueses, ao largo dos Rochedos de São Pedro e São Paulo, das homenagens ao 50º Aniversario da 1ª Travessia Aérea do Atlântico Sul, realizada pelo aviadores Gago Coutinho e Sacadura Cabral.

 

1973

 

Em 8 de janeiro, foi retirado da lista de unidades pertencentes a Marinha dos Estados Unidos, sendo adquirido em definitivo pela Marinha do Brasil.

 

1979

 

Em janeiro, participou da Operação ASPIRANTEX/79, junto com o Mariz e Barros - D 26, Piauí - D 31, Alagoas - D 36, Espírito Santo - D 38, Riachuelo - S 22 e Marajó - G 27.

 

Em 13 de dezembro, participou da Parada Naval em comemoração ao Dia do Marinheiro, que contou com a presença do Exmo. Sr. Presidente da Republica João Baptista de Oliveira Figueiredo, acompanhado pelo Ministro da Marinha, Almirante-de-Esquadra Maximiano Eduardo da Silva Fonseca e demais autoridades embarcados na F Liberal - F 43.

 

1980

 

Realizou comissão de patrulha no mar territorial na jurisdição do 4º Distrito Naval.

 

1982

 

Em 4 de abril, deu baixa do serviço ativo, em cerimônia de Mostra de Desarmamento realizada junto com a do CT Pernambuco - D 30, presidida pelo Chefe do Estado-maior da Armada Almirante-de-Esquadra José Gerardo Theóphilo de Aratanha, no cais da Ilha de Mocanguê, em Niterói, tendo atingido nesses quase 21 anos de serviço mais de 1.000 dias de mar e 350.000 milhas navegadas.

 

 

 

 

 

 

O antigo CT Paraná - D 29, da classe Fletcher, com a tripulação em continência. (foto: SRPM) O CT Paraná - D 29, navegando. Notar o detalhe do passadiço e o indicativo visual de tamanho menor do que o padrão adotado pela MB. (foto: SDM) O CT Paraná - D 29, navegando. Notar o detalhe do passadiço e o indicativo visual de tamanho menor do que o padrão adotado pela MB. (foto: SDM) O CT Paraná - D 29, navegando, já no final de sua vida operacional na MB. (foto: SRPM, coleção José Henrique Mendes) O CT Paraná - D 29, manobrando próximo a costa. (foto: SRPM) O CT Paraná - D 29, terceiro da formação com o Cruzador Tamandaré e seus três irmãos de classe que entraram em serviço entre 1959 e 1961. Notar que o Paraná tem o indicativo mais para ré, próximo das torretas de 5 polegadas da proa. (foto: Marinha do Brasil) O Paraná, em data e local desconhecido, paresentando um terceiro padrão de indicativo de casco, neste caso o indicativo já é de tamanho grande mas com os caracteres ainda bem juntos. (foto: SDM, via José Henrique Mendes) O CT Paraná operando em mar aberto. (foto: SDM, via José Henrique Mendes) O Paraná navegando em formação com seus irmãoes de classe. (foto: SDM, José Henrique Mendes)

 

R e l a ç ã o    d e    C o m a n d a n t e s

 

Comandante Período
CF Roberto Coutinho Coimbra  20/07/1961 a __/__/196_
CF Nelson Fernandes __/__/19__ a __/__/19__
CF Carlos Eduardo Cézar de Andrade __/__/19__ a __/__/19__
CF Lelio de Souza __/__/198_ a 04/04/1982

 

H i s t ó r i c o  A n t e r i o r

 

 

B i b l i o g r a f i a

 

- Mendonça, Mário F. e Vasconcelos, Alberto. Repositório de Nomes dos Navios da Esquadra Brasileira. 3ª edição. Rio de Janeiro. SDGM. 1959. p.198-199.

 

- Mendonça, José R. A Marinha Brasileira de 1940-2000. Rio de Janeiro. José Ribeiro de Mendonça, 2001

 

- O Anfíbio - Revista do Corpo de Fuzileiros Navais. Rio de Janeiro, Assessoria de Relações Publicas do CGCFN, n.º 17, Ano XVIII, 1998, n.º 22, Ano XXIII, 2003.

 

- Jane's Fighting Ships 1974-1975. London: Jane's Publishing Company Limited, 1975.

 

- Friedman, Norman. U.S. Destroyers: An Illustrated Design History. Annapolis, MD. United States Naval Institute, 1980.

 

- Claude E. Erbsen, Ensign, USN. All Hands Magazine - USS Mullinnix during Unitas III Exercises of coast of South America 1962 Sailing with South America’s Navies, February 1963.

 

- Jornal Virginian-Pilot, 18 December, 1962.

 

- NavSource Naval History - www.navsource.org

 

- NOMAR - Notícias da Marinha, Rio de Janeiro, SDGM, n.º 61 dez. 1966; n.º 439, jan. 1980; n.º 451, jan. 1981.

 

- Colaboração de José Henrique Mendes.

 

- Colaboração Especial do CMG (RRm) Egberto Baptista Sperling.

 

- Revista Marítima Brasileira, Rio de Janeiro, n. º 4/6, abr/jun 1982.


(1) Os Fletchers eram também conhecidos no Brasil como Tipo 600.

(2) Paraná, nome que em tupi significa "mar".

(3) Na Revista Marítima Brasileira, Rio de Janeiro, n. º 4/6, abr/jun 1982, consta a Mostra de Desarmamento como tendo se dada em 2 de abril de 1982 e a Incorporação em 23 de abril de 1961.