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Contratos específicos para submarinos já estão assinados, anuncia DCNS

A empresa francesa DCNS divulgou nota nesta segunda-feira (7/9) na qual informa que já foram assinados em 3/9, no Rio de Janeiro, “os contratos específicos para o fornecimento à Marinha do Brasil de quatro submarinos convencionais e para um vasto programa de Transferência de Tecnologia que inclui a assistência para a concepção – dirigida pela autoridade de concepção da Marinha do Brasil – da parte não nuclear do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear, bem como para assistência na construção de uma base naval e de um estaleiro naval.”

A empresa lembra que o contrato principal tinha sido assinado em 23 de dezembro de 2008, no âmbito do acordo de cooperação estratégica de defesa entre o Brasil e a França celebrado no mesmo dia pelo Presidente da República do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e pelo Presidente da República da França, Nicolas Sarkozy.

“O Brasil escolheu o DCNS para dispor submarinos de alta tecnologia, perfeitamente adaptados às necessidades de proteção e defesa dos 8.500 quilômetros do litoral brasileiro”, declarou o almirante Júlio Soares de Moura Neto, Comandante da Marinha do Brasil. “Estas construções se beneficiam das inovações desenvolvidas, nos últimos anos, pelos programas da Marinha nacional e reúnem as tecnologias mais avançadas, especificamente nos setores da hidrodinâmica, da discrição acústica, da automação e dos sistemas de combate. Foram também concebidas para permitir uma manutenção facilitada, de modo a fornecer uma disponibilidade maior.”

De acordo com a nota da DCNS, os submarinos serão construídos pela Itaguaí Construções Navais, uma joint venture criada conjuntamente no final de agosto de 2009 pelo DCNS (41%) e pela sua parceira brasileira Odebrecht (59%). O capital será de R$ 10 milhões. O governo brasileiro terá uma Golden Share na empresa, na qual será representada pela Marinha do Brasil. A expectativa da DCNS é que o projeto criará 700 empregos, sustentados por 15 anos.

Segundo a nota, o Presidente do Conselho de Administração do DCNS, Patrick Boissier, está consciente da responsabilidade assumida com o acordo. “Todas as nossas equipes estão mobilizadas para serem bem-sucedidas neste projeto ambicioso”, afirmou.

O acordo prevê os seguintes passos:

-Os quatro submarinos convencionais serão concebidos em cooperação com as equipes brasileiras dirigidas pela autoridade de concepção do DCNS. O Grupo assegurará igualmente a direção do projeto destas edificações construídas pela Itaguaí Construções Navais. Finalmente, entregará vários equipamentos de alta tecnologia.

-Um programa de produção local e de transferência de tecnologia permitirá que a Marinha do Brasil e a indústria brasileira de defesa participem no desenvolvimento e na produção de vários sistemas e materiais.

-O DCNS prestará assistência na concepção – dirigida pela autoridade de concepção da Marinha do Brasil – da parte não nuclear do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear, que também será efetuada pela Itaguaí Construções Navais.

A DCNS informou ainda que prestará assistência na direção do projeto para a construção, por parte da Odebrecht, do estaleiro de construção naval, onde serão produzidos os cinco submarinos, bem como de uma base naval para a Marinha do Brasil.

O primeiro submarino convencional deverá ser concluído em 2015 e iniciará o serviço operacional em 2017, apto, segundo a DCNS, “a todos os tipos de missões anti-superfície ou anti-submarino, bem como às operações especiais ou à coleta de informações”.

FONTE: Ministério da Defesa – Brasil

FOTOMONTAGEM: DCNS

NOTA do BLOG 1: a nota ajuda a responder uma questão que já foi levantada no Blog: a data de 2015 seria mesmo a da conclusão do submarino, e não a da entrada em serviço (indicada como 2017)

NOTA do BLOG 2: para acessar a nota da DCNS, em francês, clique aqui.

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renato

Bom dia, A escolha do Scorpene só faz sentido se na transferência de tecnologia prometida, constar, mesmo que de maneira oculta, o conhecimento e processo para o desenvolvimento do reator. Como se sabe a França desenvolveu reatores compactos para seus submarinos, o que certamente será interessante para o modelo escolhido para o Brasil. Certamente este tipo de transferência de tecnologia não poderia ser admitido pelas partes (Brasil e França) e muito menos seria aceita pela comunidade internacional. Isso é apenas uma suposição diante de tudo que foi comentado e escrito por muitas pessoas, jornalistas, leigos e até especialistas. A minha… Read more »