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vinheta-clipping-navalA Marinha do Brasil finalizou na última semana de março a construção de um complexo provisório na Antártica que vai abrigar cientistas e militares na Estação Comandante Ferraz. Os chamados Módulos Antárticos Emergenciais (MAEs) substituem a infraestrutura destruída por um incêndio em fevereiro de 2012 que causou a morte de dois militares (veja fotos ao lado).

O início da construção foi acompanhado pelo G1, que acompanhou uma expedição da Marinha feita entre 03 e 12 de fevereiro rumo ao continente gelado. A viagem integrava a 31ª edição da Operação Antártica (Operantar).

Segundo a instituição, os módulos são compostos por seis dormitórios, uma enfermaria, uma cozinha, além de refeitório, escritório e um laboratório. Há ainda dois contêineres destinados para o tratamento de esgoto, três para geração e distribuição de energia e mais um para o fornecimento de água potável.

Direto da Antártica, o comandante Paulo César Galdino de Souza, chefe da Estação Comandante Ferraz, disse ao G1 por telefone que ele e mais um grupo de 14 militares já estão abrigados na construção, que foi finalizada em 25 de março.

Galdino está na estação desde novembro passado, quando foi iniciada a remoção dos destroços, e deve permanecer até novembro de 2013. Segundo a Marinha, foram retiradas cerca de 800 toneladas de material afetado pelo incêndio do ano passado, que foram trazidos ao Brasil pelo navio Germânia para ser descartados.

“Durante o tempo que ficarmos aqui, vamos fazer a manutenção dos módulos, monitorar a geração de energia, de água, e fazer parte da presença do Brasil na Antártica. Neste período [o chamado inverno antártico], nenhum navio virá aqui, já que o mar congela. Os suprimentos são lançados de paraquedas com a ajuda de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB)”, explicou o militar.

Reconstrução
Entre novembro de 2012 e março de 2013, cerca de duzentos homens, sendo cem em terra, trabalharam diariamente no processo de desmontagem da antiga estação e construção do MAE. O conjunto de contêineres abrigará pesquisadores e militares por um período mínimo de cinco anos, até que saia do papel o projeto do novo complexo brasileiro no continente.

A obra foi realizada onde funcionava o heliporto da estação. De fabricação canadense, os módulos foram adquiridos por licitação emergencial e custaram R$ 14 milhões, montante que serviu para cobrir os produtos e a operação logística.

O novo abrigo foi montado na África do Sul e no Canadá, sendo unificado posteriormente em Buenos Aires, na Argentina. De lá, foi levado de caminhão até Punta Arenas, no Chile, onde embarcou no navio San Blás até a estação brasileira no continente gelado.

De acordo com a Marinha, a nova construção tem um sistema mais eficaz contra incêndio.

O comandante Paulo César Galdino de Souza, chefe da Estação Comandante Ferraz, explica que, além de portas corta-incêndio, foram instalados na cozinha do módulo e na casa de máquinas, onde estão os geradores que funcionam com um diesel especial para uso no frio, dispositivos para extinção de incêndio que podem ser acionados remotamente. Há ainda no local conexão à internet, acesso à telefonia móvel e à TV a cabo.

Os MAEs poderão ser reaproveitados pelo governo brasileiro na Antártica após a construção do novo complexo, que substituirá a estação destruída.

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O Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), que com a Marinha organiza um concurso público para escolher o melhor projeto de arquitetura destinado à construção da nova estação militar e científica do país no Polo Sul, divulgou nesta semana que contabiliza o envio de 74 projetos. O vencedor deve ser anunciado ainda este mês.

Segundo a Marinha, a reconstrução está prevista para começar no verão de 2013/2014. A nova infraestrutura destinada aos militares e cientistas brasileiros deve ter cerca de 3.300 m² de área construída e capacidade para abrigar até 65 pessoas por vez. O investimento será de R$ 100 milhões.

Incêndio destruiu parte de pesquisas
De acordo com o coordenador de projetos científicos do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), Jefferson Simões, 40% das investigações brasileiras realizadas na estação foram destruídas pelo incêndio.

Com o fim da construção da instalação provisória, é provável que as pesquisas sejam integralmente retomadas no próximo verão, de 2013 para 2014.

As investigações científicas realizadas pelo Brasil na Antártica podem ajudar no serviço de meteorologia, na previsão de frentes frias e no impacto que elas causam em atividades agropecuárias do país.

Ao mesmo tempo, os estudos ajudam a entender os efeitos da mudança climática global, provocada pelo excessivo lançamento de gases causadores do efeito estufa, responsáveis por aquecer o planeta e provocar um acelerado degelo da região.

Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), são atendidos atualmente 21 projetos de pesquisa. Entre 2000 e 2012, foram destinados ao Proantar pela pasta de ciência o montante de R$ 144 milhões.

FONTE: G1

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