Brasil recebe duas lanchas colombianas para patrulhamento de rios na região amazônica

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brasil recebe lanchas da colombia

O governo brasileiro recebe hoje (1º) as duas primeiras Lanchas de Patrulha de Rios (LPR) adquiridas junto ao estaleiro colombiano Cotecmar. As embarcações chegaram por meio de um navio no Porto de Chibatão, em Manaus (AM), e, na primeira quinzena de novembro, começam a ter seus acessórios montados na Estação Naval do Rio Negro, da Marinha do Brasil. Estas duas primeiras embarcações serão destinadas ao Exército Brasil para o reforço do patrulhamento de rios na região Norte do país. Outras duas lanchas contratadas junto ao mesmo estaleiro devem ser entregues no começo de 2014 e serão utilizadas pela Força Naval.

A aquisição das quatro lanchas faz parte de acordo firmado pelos ministros da Defesa, Celso Amorim, e da Colômbia, Juan Carlos Pinzón, em maio do ano passado, e anunciada, em Bogotá, capital colombiana, como um conjunto de novas medidas para fortalecer a cooperação entre os dois países na área de defesa, com ênfase na proteção de um bem comum: a Amazônia. A iniciativa, segundo o ministro brasileiro, constitui um sinal da política de integração em matéria de defesa.

“Não é uma compra ocasional. É um exemplo prático de algo que estamos dizendo, que queremos construir uma base para a indústria de defesa sul-americana,” disse Amorim na época em que anunciou a aquisição das lanchas. Ainda segundo o ministro, os países da região têm capacidade de produção nesse setor e podem utilizá-la reciprocamente. “Por que buscar na Europa, nos Estados Unidos ou em qualquer outro lugar quando podemos comprar aqui?”, indagou. Para ele, essa questão não está embasada apenas em razões econômicas ou comerciais. “É também uma visão estratégica de longo prazo”, garantiu.

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Lanchas de assalto rápido

A partir do recebimento das lanchas, inicia-se o processo do desembaraço alfandegário. Numa outra frente, técnicos da Marinha e do estaleiro colombiano dão início à montagem das embarcações e procedem aos treinamentos com os militares da Força Terrestre. Os equipamentos constituem importantes instrumentos para as ações na região de fronteira. Eles podem ser empregados numa próxima edição da operação Ágata.

As LPR-40 são embarcações rápidas, em função do sistema jetpump, com 12.7 metros de comprimento e 2.8 de largura, e velocidades de até 32 nós, completamente blindadas e armadas com quatro estações para metralhadoras Browning M-2HB-QCB de 12,7 mm e U.S Ordnance M-60 de 7.62 m, com capacidade de transportar até dez soldados mais uma tripulação de seis homens.

FONTE/FOTOS: Ministério da Defesa

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ci_pin_ha

Ainda há espaço para a CB-90, já que ela possui capacidade de desembarque de tropas.

Oganza

“com capacidade de transportar até dez soldados mais uma tripulação de seis homens.”

Isso está correto? 16 pessoas ai dentro?
É uma lata sardinha.

Concordo que ainda tem espaço sim para a CB-90, principalmente para deslocamento de tropas e assalto fluvial.

As LPR-40 poderiam ser usadas como patrulha e apoio e até como apoio de fogo para as CB-90.

Mas na verdade, a CB-90 poderia fazer as duas funções com uma margem maior.

joseboscojr

Oganza,
Com certeza com os tais “16” ela estará em função de “assalto” e não de patrulha.

Eu acho a CB-90 fantástica mas acho que esta aí já está de bom tamanho e na quantidade certa a sueca nem vai fazer falta.

eduardo.pereira1

Big Bosco tambem achei esta lancha apertadinha p/ 16 sendo 10 soldados com seus equipamentos .

Sds. Eduardo o aprendiz.

Paulo Paiva

Ué, o Brasil não tem know-how para fabricar uma lancha dessas, precisando comprar à colômbia?

joseboscojr

Eduardo,
Se imaginarmos que o M-113 tem menos de 5 metros e leva 11 infantes não é nada demais a LPR-40 levar 10 tendo mais de 12 metros de comprimento.

joseboscojr

Mas independente de achar ser fácil essa lancha levar 10 tropas sem dúvida sua vocação original é a patrulha.
Para o deslocamento de tropas/assalto podemos adquirir as Riverine Patrol Boat, americanas, com capacidade para 26 tropas.

Mayuan

Ou fazer aqui né Bosco? Essa aí foi comprada pra fazer média e política com os vizinhos mas se os engenheiros navais brasileiros não conseguirem projetar uma simples lancha de patrulha é melhor fechar as escolas de engenharia militar…

Oganza

Bom, quando perguntei “se 16 entalados ali dentro estva certo”, é pq essa conta parece não bater. Com 6 tripulantes mais 10 tropas, me parece impraticavel até pelo design. Se me dissessem qu eu poderia ter 6 em função de patrulha ou 6 ou 8 tropas mais uns 3 ou 4 tripulantes, vá lá dando um total entre 10 e 12 embarcados. E Boscão, eu acho que as CB-90 fariam falta sim, elas foram desenhadas desde o projeto para o desembarque, as LPR-40 não, acho até difíciu esse desembarque ser no mínimo eficiente com esse design. =/ seguem alguma imagens… Read more »

jcsleao

Amigos, Quanto a fazer aqui, não tenho dúvida que conseguiríamos projetar e construir uma. Mas temos que levar em consideração duas coisas: 1 – Existe sim um fator político na compra. E não vejo mal algum nisso. A Colômbia comprou o Super Tucano e, dizem, estaria financiando um radar para o mesmo ST. A compra das lanchas portanto não deixa de ser um off-set. 2 – Talvez mais importante ainda é que, inegavelmente, os colombianos têm muito mais experiência no uso em combate que nós. O projeto dessas lanchas têm por base as experiências vividas na luta contra as FARC.… Read more »

joseboscojr

Sem dúvida Oganza.
É por isso que eu disse que embora acho possível que ela leve 10 infantes ela não é vocacionada para movimentação de tropas.
Sem dúvida a CB-90 é superior nesse quesito, mas se tivermos a dupla “Riverine” + LPR-40 teremos um bom patrulheiro e uma boa lancha de assalto, e a um custa menor que a quantidade necessária das lanchas suecas.
O Brasil possui algumas lanchas Guardian 25 de procedência americana que também são “desajeitadas” para o desembarque de tropas.
O ideal ao meu ver seria adquirirmos as RPB com “rampa” de desembarque igual à CB-90.

joseboscojr

Maurição,
É a PAF-P (Patrulheira de Apoio Fluvial Pesada)
http://www.semana.com/upload/images/2012/9/8/312210_191834_1.jpg

Colombelli

Amigos, vocês ficariam espantados com a capacidade dos infantes de ocupar espaços diminutos.

Deixando a brincadeira de lado,desenvolver uma aqui teria o custo do projeto e talvez não tivesse escala industrial, de forma que, dependendo do preço, pode valer a pena comprar fora.

Oganza

Concordo que compremos da Colômbia sim, isso não é demérito nenhum, só acho que deveria vir umas 50, com a metade fabricada por aqui e distribuidas pelos “Distritos Fluviáis” na função de Patrulha. A PF poderia ter algumas tb, quero ver os traficantes paraguaios fazerem racha contra uma dessas ai… rsrsrsrs E Bosco, é verdade… um MIX é sempre mais interessante, na função de Patrulha, teriamos uma presença maior contra a pirataria fluvial que aqui é uma coisa terrível. Colombelli, rsrsrs pode crer (espaços diminutos), mas ai sempre lembro de um amigo (Ex-SAS) do clube de tiro lá nos EUA.… Read more »

Colombelli

Oganza, colocaste uma boa questão. A embarcação tem climatização? Não se trata de frescura, é algo sério mesmo.

Numa realidade de deslocamentos com centenas de quilômetros que existe na Amazônia, isso gênero de primeira necessidade, ainda que a função dela seja mais tática. Mesmo considerando-se deslocamentos pequenos, uma condição extrema pode reduzir e muito o desempenho do combatente.