ThyssenKrupp no Brasil centraliza divisão de equipamentos

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Estande da ThyssenKrupp

Com um portfólio de negócios no Brasil que vai da produção de aço à fabricação de componentes automotivos, passando por escadas rolantes e elevadores, o conglomerado alemão ThyssenKrupp está colocando a área de equipamentos e tecnologia industriais debaixo de um mesmo guarda-chuva. As atividades passam a ser comandadas pela ThyssenKrupp Industrial Solutions.

A empresa vai abrigar os negócios que estavam espalhados em quatro áreas industriais – cimento, mineração, linhas de montagem automotiva e processos/química. O objetivo é que, consolidada, essa divisão ganhe mais dinamismo e tenha no país a mesma participação dentro do grupo – 13% do volume total de vendas – que tem globalmente.

No Brasil, no ano fiscal encerrado em 30 de setembro de 2015, a ThyssenKrupp teve receita líquida de R$ 9,9 bilhões. Foi puxada, em grande parte – cerca de 60% -, pela divisão siderúrgica.

A Industrial Solutions foi entregue ao comando do engenheiro elétrico Paulo Alvarenga, que está no grupo há quatro anos. Oriundo da também alemã Siemens, Alvarenga ocupava o cargo de vice-presidente de desenvolvimento de negócios da ThyssenKrupp na América do Sul.

“Nossa meta é fortalecer a atuação em setores nos quais estamos presentes há mais de 40 anos no país, como mineração e cimento, e ganhar maior participação em novos mercados, disse o executivo em entrevista ao Valor. O plano é se posicionar como um dos maiores fornecedores de engenharia e projetos industriais.

A Industrial Solutions, que herda operações e pessoal de negócios tradicionais, nasce com 400 funcionários. “Temos uma meta de dobrar o faturamento em quatro anos”, disse Alvarenga, sem abrir a receita obtida no país. Segundo o grupo, na América do Sul essa divisão atingiu mais de € 500 milhões (mais de R$ 1,7 bilhão) no ano fiscal 2014/2015. O montante equivale a 8% das vendas globais do conglomerado nessa área de negócios, que foram de € 6 bilhões.

Segundo o executivo, há mais de quatro décadas a ThyssenKrupp constrói unidades de fabricação de cimento no país, bem como realiza projetos de engenharia, fabrica e monta equipamentos e instalações para mineradoras brasileiras. A carteira de projetos inclui unidades de fertilizantes, químicas, biotecnológicas e coquerias siderúrgicas.

São áreas, algumas delas, como a automotiva, sofreram baque na encomenda de novos projetos devido à retração da economia brasileira. Todavia, ressalva Alvarenga, é nesses momentos que há busca de ganhos de melhorias e competitividade por parte de muitas empresas, o que pode gerar demanda por projetos.

Um novo alvo da Industrial Solutions, informa, é o segmento de geração de energia e produção de biocombustíveis, em especial a partir da biomassa da madeira e bagaço da cana e de nova “solução tecnológica” para aproveitamento do carvão mineral. O Brasil dispõe de ricas jazidas em Santa Catarina e Rio Grande do Sul, mas do minério com alto teor de cinzas, próprio para energia.

O executivo garante que a tecnologia permite recuperar esse carvão. “Não pela queima, que gera gás carbono (CO2), mas pela quebra das moléculas, que gera um resíduo sólido inerte”, diz.

Para essa área, a empresa está trazendo know-how que considera inovador, como torrefação de biomassa e gaseificação. Esses processo, informa, já estão em projetos do grupo em outros países, como Estados Unidos, França – uma unidade de bioquerosene para aviação a partir de resíduos da madeira para a Total – e Índia.

“Vemos um enorme potencial de empreendimentos no país e já temos entendimentos com alguns grupos já bem adiantados”, disse o CEO, evitando fornecer informações dos potenciais clientes. Ele diz que o Brasil tem uma base florestal enorme, é grande produtor de cana-de-açúcar, ao mesmo tempo que tem déficit em gás natural.

O grupo quer ainda oferecer tecnologias de alta pressão para área alimentícia e novos processos para produção industrial de bioquímicos a partir de açúcares.

Fonte: Valor Econômico


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shambr

naum fazem mais do que o dever deles ja que a comunidade teuto brasileira e a maior fora da alemanha a technologia alema e de otima qualidade kk

MO

Bom, lembrando que Thyssen no brasil não é apenas “submarinos”, alias evntualmente submarinos é uma parcela relativa de interesses da Tyssen no Brasil …

Em tempo:

M/S Jumbo Vision / PBBG

Entrega do 2o Shiploader ao Terminal Tiplam (Shiploader nr. 1)

12 photos

http://santosshiplovers.blogspot.com.br/2016/05/ms-jumbo-vision-pbbg-maiden-call-santos.html

MO

Eu “si” me respondendo

A Thyssen tem muitos negocios em diferentes áreas no Brasil, desde quando subimos em predio alto (o “elevator” kkkkk, como diria o mané … kkkk :-P) até … uia, foi construido pela Thyssen …. (e é brasileiro …)

http://santosshiplovers.blogspot.com.br/2016/05/nm-rr-europa-pq7875-navios-mercantes.html

Oganza

O interesse é simples e atende pelo nome de LPEM… quem acertar o financiamento primeiro com o Gamarra (ele é brasileiro) para o protótipo vai estar a um passo de uma possível revolução. – Gamarra nunca encontrou apoio na academia Brasileira e pasme, encontrou no Paraguai e foi lá que ele conseguiu o apoio para a Patente de propriedade Intelectual… – a Thyssen é uma das que estão nessa corrida… a LPEM é revolucionaria do ponto de vista da abordagem do problema, mas parece que mais uma vez atesta a atual incapacidade humana de gerar energia em larga escala que… Read more »

erichwolff

O galante, não trabalha mais por aqui???

MO

O Bozoh “Trabalha” (kkkkk) aqui. Nao mais fisicamente aqui, mas sim ali agora … kkkkk, mas Eric ta na area, so que via DDI agora ?

EParro

Oganza 12 de maio de 2016 at 16:52

Pô Oganza, teu comentário pareceu-me um tanto quanto “hermético”!
Será que você poderia esmiuçar um pouco, pois este assunto é interessante e, sinceramente, não acompanhei o raciocínio.
Saudações

erichwolff

Imaginei q fosse isso… os posts rarearam…e sei q ele tem um irmão q mora lá em nóis! a revista pelo jeito tb parou… , ou não???

MO

Eric … prefiro não comentar sobre este segundo item, diria sim e não …

erichwolff

kkkk, vlw então, vamos falar de outras coisas… que papo é esse italianecos ships pra nossa briosa? tá sabendo?

erichwolff

… teve gente passeando por lá mês passado…ops!

MO

sim, mas ouvi duas versão sobre os “achamentos” dos cara … como nada mais acurado, estou quietinho …

erichwolff

obviamente, uma cigana era má! e a outra era boa!

erichwolff

Mas me mata a curiosidade… é acima de 6000 tons, ou abaixo? ou beeeem mais baixo??? kkkkkkkkkkk

Rommelqe

Para quem tiver curiosidade: a tecnica denominada por Microextração em fase líquida (” Liquid-Phase Microextration -LPME”) tem sido muito utilizada na industria farmacêutica, em particular para obtenção de produtis homeopáticos. O Centro Tecnologico Positivo Javier Salvador Gamarra possui esse nome em homenagem ao Sr. Gamarra, paraguaio de nascimento mas que estudou no Brasil.
A LPME pode ser utilizada na obtenção de querosene de aviação a partir do carvão mineral, entre outras aplicações.
Abs