O USS Grayback (SS-208), um submarino da Marinha dos EUA desaparecido há 75 anos, foi encontrado nas águas japonesas.

O veterano explorador do oceano e o CEO da Tiburon Subsea, Tim Taylor, juntamente com sua equipe do “Lost 52 Project” descobriram o naufrágio da Segunda Guerra Mundial.

A Marinha dos EUA verificou oficialmente a descoberta de Grayback, realizada em 5 de junho de 2019, a uma profundidade de 435 metros.

Conforme informado, este é o primeiro submarino dos EUA descoberto em águas japonesas e é o local de descanso final de 80 marinheiros.

Os exploradores oceânicos usaram uma combinação de veículos subaquáticos autônomos (AUV), veículos operados remotamente (ROV) e tecnologia avançada de imagem por fotogrametria, que resultaram nos registros arqueológicos históricos mais abrangentes até o momento.

“Devido à qualidade das imagens e aos dados compartilhados no projeto inovador, a equipe de arqueologia subaquática do Comando de Patrimônio Naval e História Naval conseguiu confirmar o local de descanso final do USS Grayback”, disse Robert S. Neyland, Ph.D. em História Naval e Chefe do Setor de Arqueologia Subaquática do Comando de Patrimônio, disse.

“A confirmação do local como uma embarcação militar afundada da Marinha dos EUA garante que ele seja protegido contra perturbações, salvaguardando o local de descanso final de nossos marinheiros.”

O USS Grayback, um dos submarinos mais bem-sucedidos da guerra, foi uma unidade da classe Tambor lançada em 31 de janeiro de 1941 e estava sob o comando do capitão tentente John Anderson Moore. O submarino fez 10 patrulhas de guerra no total e recebeu o crédito de afundar 14 navios, totalizando 63.835 toneladas, incluindo um submarino da Marinha Imperial Japonesa. O Grayback foi uma parte importante da ofensiva submarina desde o início da guerra.

Registros japoneses do pós-guerra indicaram que, em 26 de fevereiro de 1944, o Grayback sofreu danos quando aeronaves japonesas baseadas em terra a atacaram no mar da China Oriental, mas supunha-se que ele tinha afundado o transporte naval Ceylon Maru no dia seguinte. No mesmo dia, foi registrado que um avião japonês baseado em um porta-aviões, avistou um submarino na superfície do Mar da China Oriental e atacou. De acordo com relatos japoneses, o submarino “explodiu e afundou imediatamente”, mas embarcações anti-submarino foram chamadas para atacar a área com cargas de profundidade, claramente marcada por uma trilha de bolhas de ar, até que uma mancha de óleo pesado subiu à superfície.

O Grayback recebeu duas Comendas da Unidade da Marinha em homenagem a sua sétima, oitava, nona e décima patrulhas de guerra, além de oito estrelas de batalha por seu serviço na Segunda Guerra Mundial.

A expedição Grayback faz parte do “Lost 52 Project”, em parte apoiado pela STEP Ventures, e foi reconhecida pela Japan Agency for Marine-Earth Science and Technology  (JAMSTEC) como a primeira e mais abrangente expedição arqueológica subaquática offshore nas águas japonesas.

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FERNANDO

Deixa ele lá!!!!!!!!!

Dalton

O texto foi corretamente traduzido do inglês, mas, entre as vítimas do “Grayback” encontra-se um pequeno e já antigo contratorpedeiro o “Numakaze” o que me faz pensar que talvez o autor tenha se confundido citando que o submarino americano teria afundado
um submarino japonês.

Dario

Um comentário, Dalton: o único caso registrado de um submarino afundar outro quando ambos estavam submersos foi o afundamnto do U-864 pelo HMS Venturer após uma longa caçada.
Ainda mais interessante é que dois submarinos americanos foram afundados por seus próprios torpedos, após seus torpedos MK14 executarem uma manobra circular.

Dario

Para registro: USS Tang and USS Tullibee

Cristiano GR

Nossa! Isso era algo que eu desconhecia totalmente.
Fosse com o Brasil algo assim, toda a vez que se falasse em submarino por aqui, ou outros meios de comunicação, haveria sempre engraçadinho vira-lata fazendo menção aos fatos trágicos e de risco da operação.

Dalton

Dario seu comentário além de agregar confirmou meu apreço por um livro que tenho e que nem sempre dei o devido valor que é o “The Ilustrated Directory
of Submarines of the world de David Miller, um livro barato que comprei quase 20 anos atrás e que menciona esse caso .
.
Em outros livros, mesmo mais específicos sobre a guerra naval envolvendo a marinha alemã, o afundamento do “864” é apenas registrado como afundado pelo submarino britânico sem mencionar que isso ocorreu quando ambos estavam submersos.
.
abraços

Dario

Dalton, um dos melhores livros que li sobre a guerra submarina na Batalha do Atlântico foi “Iron Coffins” de Herbert Werner, mas hoje a internet – se cumprirmos o ritual de leitura crítica e multiplas fontes – facilita muito o acesso aos fatos da época. Obrigado por sua participação.

Cady

Tem este outro caso de submarino afundando submarino
http://ww2today.com/15th-july-1943-submarine-stalks-submarine-in-the-mediterranean
Mas, acho que o sub italiano não estava submerso, por isso, não “conta”…

Ozawa

Recentemente também foi descoberto, o que se indica pelos restos navais, o USS Johnston DD-557, a 6.220 metros, na Fossa das Filipinas, sendo o naufrágio mais profundo já encontrado até hoje. O USS Johnston foi afundado na Campanha do Golfo de Leyte, durante a Batalha do Largo de Samar, no épico combate entre destróieres de escoltas americanos contra cruzadores e encouraçados do Almirante Kurita, para defender os porta-aviões de escolta do Taffy 3 em apoio à invasão anfíbia das Filipinas. Um encontro naval inusitado entre Davi e Golias, e que possivelmente não ocorresse não fosse Halsey, em uma manobra até… Read more »

Burgos

Jisaburo Ozawa ( 2 de outubro de 1886 — 9 de novembro de 1966 ) foi um almirante japonês e último comandante-em-chefe da Frota Combinada imperial durante a Segunda Guerra Mundial. Ozawa formou-se na Academia Naval Imperial em 1909 e em 1936 alcançou a patente de contra–almirante. No ano seguinte foi nomeado chefe de estado maior da frota combinada e em 1940 promovido a vice-almirante e comandante da Academia Naval. Foi um dos grandes entusiastas do uso da aviação na marinha japonesa e reputado como um dos melhores comandantes navais do Japão, sempre preocupado com o tratamento dado a seus… Read more »

Ozawa

Prezado Burgos, esse último parágrafo do seu texto foi inserido por um editor do Wikipédia mal informado. Se me permite, segue a correção da fonte genuína. ONDE SE LÊ: “Ozawa sobreviveu à guerra e morreu aos 80 anos no Japão, em 9 de novembro de 1966.” LEIA-SE: “Ozawa sobreviveu à guerra e ainda sobrevive. Após naufragar no massacre de Halsey e toda a sua poderosa 3a. Frota sobre sua esquadra nas Filipinas, continuou atravessando o Pacífico a nado – acreditem no que o medo do inimigo e dos tubarões faz um homem realizar – e prosseguiu nadando o Canal do… Read more »

Burgos

Não perde o senso de humor nunca !!!
?

Edson

Muito obrigado pela excelente aula de história militar.

Antonio Palhares

Burgos.
Informações úteis que contribuem para um melhor entendimento da situação naquele teatro de operações. Não entendo porque alguns negativam.

Burgos

Eu também não entendo o pq dessa negativação !!!?‍♂️
Mas enfim !!! Segue o baile !!!

Vovozao

12/11/19 – terça-feira, btarde, aos interessados, o NETFLIX, está com uma série muito boa: “Os grandes momentos da II Guerra Mundial, vale dar uma olhada, relatos com grandes especialista sobre a IIGM.

Salim

A analise do exercito francês na tomada da França esculachou os comandantes franceses.

Edson

Com certeza Gamelin foi o mais esculachado

Bueno

Surpreendente!! 75 anos depois!
Se tiver algum parente vivos dos tripulantes do USS Grayback estão sendo consolados com esta achado!
Top!

Ricardo Bigliazzi

Descansem em Paz!!

ersn

uma duvida .durante o conflito as tripulações dos submarinos eram substituidas em rotação durante o intervalo das patrulhas ou um submarino continuava sempre com a mesma tripulação de comissionamento fazendo apenas recompletamento e substituição de membros individualmente?

LucianoSR71

Sou leigo, mas pelo que eu já vi quando um submarino voltava passava por uma revisão que dependendo das condições / danos podia durar um bom tempo, nesse caso provavelmente sua tripulação seria aproveitada em outro submarino. Especificamente no caso do USS Grayback (208), ele teve 3 comandantes diferentes, não sei quanto ao resto da tripulação, veja:
https://uboat.net/allies/warships/ship/2920.html

willhorv

O quão fascinante é um trágico destino, que emociona e traz a tona o que foi feito por um ideal e uma crença, em um dos episódios mais dramáticos da humanidade, chamado de 2° grande guerra.
Em sua eterna patrulha, que descansem em paz.

nonato

O normal nesses casos é não recuperar nada?
Ossos?
Objetos?

ednardo curisco

445 metros de profundidade. Seria uma operação caríssima e humanamente proibitiva.

E mesmo robôs teriam muito dificuldade em entrar no submaruno, mesmo por partes rompidas do casco.

e seria um sacrilégio mexer no túmulo desses guerreiros.

Luiz Carlos
Alexandre Esteves

Bem que poderíamos tentar descobrir como está o nosso Cruzador Bahia. Talvez seja um dos afundamentdos mais profundos do mundo.

Airacobra

O bom é que se poderia constatar se o rombo esta sob a linha d’água ou acima dela

M65

Acho que dos submarinos inimigos afundados na costa brasileira na 2a GM somente um foi localizado.

Flavio

De todas as armas navais o submarino é com certeza a minha favorita, mas eu não gostaria de estar dentro de um em uma guerra.