Corveta Barroso na ATLASUR IX e IBSAMAR III

Corveta Barroso na ATLASUR IX e IBSAMAR III

Corveta Barroso na ATLASUR IX e IBSAMAR III
Corveta Barroso na ATLASUR IX e IBSAMAR III

Por Roberto Lopes*
Especial para o Poder Naval

A Marinha da África do Sul anunciou que, apesar da pandemia do novo coronavirus, ela e as Marinhas do Brasil e da Índia estão mantendo os preparativos para a realização, em setembro, do exercício naval Ibsamar 2020, previsto para acontecer diante do litoral sul-africano.

“Embora todos os exercícios [da Armada sul-africana] tenham sido cancelados até novo aviso, o planejamento [para Ibsamar] continuou já que todos os representantes dos países participantes estavam em Simon’s Town [cidade que abriga a maior parte da Marinha local] quando o presidente Cyril Ramaphosa anunciou as ações a serem tomadas em relação à pandemia do COVID-19”.

O anúncio a que se refere o comunicado foi emitido no domingo da semana passada, dia 15.

A rede de televisão sul-africana SABC News anunciou na manhã desta terça-feira, que a quantidade de casos confirmados de coronavirus no país atingiu a marca dos 504 – salto importante já que, até um dia antes, o número que vigorava era o de 402.

Nenhum sul-africano morreu, até agora, em consequência da pandemia, mas há dois internados em unidades de terapia intensiva.

Amazonas – O Ibsamar é um exercício multinacional conjunto, realizado a cada dois anos. Sua edição está programada para acontecer no período de 25 de setembro a 2 de outubro, com a África do Sul atuando como nação anfitriã.

As manobras devem se desenrolar defronte a Simon’s Town e ao largo da costa oeste do país africano.

O Brasil, tradicionalmente, envia ao exercício um navio-patrulha Classe Amazonas.

Na primeira conferência de planejamento da Ibsamar, semana passada em Joanesburgo, oficiais sul-africanos, indianos e brasileiros se concentraram na definição dos objetivos dos exercícios e das diferentes etapas a serem cumpridas por tripulantes e suas embarcações.

A reunião foi presidida pelo Brigadeiro-General Gustav Lategan, Diretor da Força Conjunta de Preparação e Treinamento das Forças Armadas sul-africanas.

A delegação local esteve composta, entre outros, pelo contra-Almirante Musa Nkomonde, da Base Naval de Simon’s Town, e pelo comandante Charl Maritz, ambos ex-comandantes de fragatas Classe Valour (MEKO).

A comitiva brasileira esteve composta pelo Adido de Defesa do Brasil na África do Sul, capitão de mar e guerra Pedro Silva Filho – que, ano passado, trocou a Escola de Guerra Naval pela comissão na África –; pelo capitão de mar e guerra (submarinista) André Martins de Carvalho – ex-comandante do submarino Timbira –; o capitão de corveta Alexandre Ferreira e o capitão de corveta Fábio Mello dos Santos, ex-Encarregado da Divisão de Monitoramento e Inteligência do Comando do Controle Naval do Tráfego Marítimo.

A Marinha indiana esteve representada pelo ex-comandante do navio de desembarque anfíbio Airavat, e atual Adido de Defesa da Índia na África do Sul, capitão Nitin Kapoor.

Cronograma – A concentração dos navios que participarão das manobras Ibsamar está prevista para os dias 20 e 21 de setembro, em False Bay – uma superfície aquática de 1.090 km², na extremidade sul da Península do Cabo.

Entre os dias 22 e 24 os comandantes dessas unidades assistirão a reuniões de mobilização e planejamento final do exercício.

A esses eventos irão se seguir duas etapas de mar: uma na área de False Bay, entre os dias 25 e 27 de setembro, e outra a partir do dia 28 (uma segunda-feira), em local por enquanto definido apenas como “área da costa oeste”.

A desmobilização das unidades participantes – entre cinco e dez embarcações – foi marcada para o período de 2 a 5 de outubro.

O exercício Ibsamar dá ênfase à guerra antissubmarina, às manobras anti-pirataria e às ações de Defesa Antiaérea.

O comunicado sul-africano especifica que os países participantes ainda não relacionaram os meios que designarão para essas manobras.

*É jornalista graduado em Gestão e Planejamento de Defesa pelo Centro de Estudos de Defesa Hemisférica da Universidade de Defesa Nacional dos EUA. Especialista em diplomacia e assuntos militares da América do Sul. Autor de uma dezena de livros, entre eles “O código das profundezas”, sobre a atuação dos submarinos argentinos na Guerra das Malvinas e “As Garras do Cisne”, sobre os planos de reequipamento da Marinha do Brasil após a descoberta do Pré-Sal.

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Vovozao

26/03/2020 – quinta-feira, bdia, num momento tão dificil que estamos passando o ideal (ao meu ver), seria transferir o exercício naval para um futuro menos compkicado. No momento em qud colocamos varias pessoas (militares) nas acanhadas instalações de um navio, corremos o risco de uma contaminação. Acho que seria a hora de repensar, outras oportunidades virão sem risco para a guarnição.

Parabellum

Ótima oportunidade para testarmos a capacidade de operação, por ser esta gripe mais branda.

Vovozao

26/03/2020 – quinta-feira, btarde, Parabellum, diga-me onde esta publicado ou voce tenha lido; OMS diz que o Covid19 tem uma letalidade de 1 a 3 0/0 na população, e, informam que no Brasil deveremos ter entre 70 e 100 milhões…….para nao haver duvidas…..milhoes de infectados, e, voce diz que é branda. Pelo que estou vendo voce não é o Parabellum não, e sim o proprio Bolsonaro, ou quem sabe algum dos Brasileiro que acredita que a terra é plana.

Parabellum

Acho que vc não é militar, portanto não tem propriedade para tecer comentários sobre o uso e emprego das forças de defesa. Já fez um acampamento? Daqueles bem imundos? Já suportou um serviço de escala em campanha? já ficou na trincheira com 40 graus de febre, pés na lama e segurando o fuzil? já desatolou um blindado? Já ficou 3 dias direto sem dormir? Meu caro, não é um vírus de gripe que possa tirar nossos combatentes da missão. Morre-se mais em treinamento que de gripe. Acorda!!!

Salim

Acredito que o correto, como consta procedimento militar, preservar a tropa para estar apta na defesa da pátria e de sua população. Expor tropa em exercícios neste momento de risco resultará em baixas desnecessárias e vulnerabilidade para atender defesa da pátria e da população.

Marcos R.

Militar tem que estar apto para quaisquer situações, em um caso real o inimigo não vai esperar Vc acabar a quarentena, ou a catástrofe natural deixar de ocorrer pq alguém está indisposto.

Marcus Pedrinha Pádua

Militar não é algo descartável, principalmente sem necessidade premente.

Netinho

Comentário inapropriado, como sempre…

Rawicz

Além da corveta barroso quais os meios que aparecem na foto?

Ps: nossa corveta parece de brinquedo perto dos demais rs

Dalton

Os outros dois são da marinha indiana…o navio tanque Deepak A 50 e o
destroyer, para não usar o termo obsoleto contratorpedeiro, Dehli D 61,
que desloca mais de 6000 toneladas quando totalmente carregado.

Marcus Pedrinha Pádua

Destróier pode ser considerado igualmente obsoleto. Vem de “torpedo boat destroyer”. Que vem a ser a mesma coisa…

Dalton

Aí é que está Marcus, foi possível eliminar a parte “Torpedo boat”,
restando “destroyer” em inglês ou “destructor” em espanhol que
significa “destruidor”, inferindo não apenas de torpedeiros, que a propósito não existem mais, mas, em português se eliminar o “torpedeiro” resta apenas “contra”.

Nostra

Accurate terminology for Delhi class destroyers is ” guided missile destroyer ”
comment image

Renan

A Marinha do Brasil informou na noite de hoje, em nota, que o comandante e o imediato de um de seus navios subordinados, o “Almirante Saboia”, testaram positivo para a covid-19

Foxtrot

Devemos mandar para esse exercício a valente corveta Barroso, o OPV-classe Amazonas e na melhor das hipóteses a última remanescente Niterói, já que torraram 9 bilhões em 4 navios kkkkkkkkk.
Marinha de águas azuis comandada por almirantes de banheira.
Já passou da hora das mulheres (administradores por natureza) comandar as FAAs nacionais, ou proibir as compras de equipamentos pelos comandantes das FAAs e transferir essa responsabilidade para o MD.
Cabendo aos comandantes darem apenas consultoria técnica quando nécessario, como acontece no mundo civilizado e onde as coisas realmente funcionam.

Ozawa

Ocorrendo o exercício multinacional em setembro, naquilo que o planejamento prévio possa ser realizado sem prejuízo das normas sanitárias locais e pan-nacionais, de acordo com o estado de emergência em saúde pública internacional, não há, a meu ver, qualquer problema. Por outro giro, como divulgado por esse fórum e em outras mídias, já há casos relatados de casos positivos para Covid-19 em tripulantes de embarcações subordinadas à diversas marinhas do mundo, inclusive, como recentemente noticiado, a brasileira. Em Estados Democráticos, diante de múltiplas correntes médicas, nada obstante todas devam ser consideradas, utiliza-se a majoritária, não só local, mas mundial, reavaliando-se… Read more »

Alex Barreto Cypriano

Quem manda no mundo? Um ex terrorista marxista, violador de direitos humanos, genocida, atualmente na liderança da OMS, o arqui-corrupto Tedros, aquele mesmo que recusou nomear pandemia antes e de nomear o vírus com qualquer referência à sua origem chinesa. Sigam as orientações dessa malta de bandidos altamente empoleirados, afinal eles sabem tecnicamente o que é melhor…

Peter nine nine

Alex…

MGNVS

Mais um portador de “demmencia olavensis”

Leandro Costa

*** OFF TOPIC ***

Cmte. e imediato do Alm. Sabóia testaram positivo para COVID-19. MB já descontaminou o navio e escolheu seus substitutos. Tripulação está sob observação. Deu agora pouco no uol.

Souto.

OFF TOPPIC Senhores alguem sabe quando a fragata
defensora volta a navegar?

Flanker

Pergunta para o Centro de Comunicação Social da Marinha

mendonça

meu Deus !
esses caras aqui do brasil não tem tem vergonha não?
olha os navios da índia,embarcações grandes ,de respeito ,e o brasil ,esse naviozinho .

Foxtrot

Infelizmente não conhecem o conceito de vergonha mesmo não caro Mendonça.
Veja o exemplo CCT/Meko gambiarrada.
Onde já se viu, com tanta carência torrar 9 bilhões em 4 navios que quando operacionais não mudarão em nada a balança estratégica regional?
E para piorar o que já é ruim o bastante, esses navios virão repletos de sistemas importados, caros e que não dominamos.
Ou seja, metaforicamente falando o almirantado resolveu comprar 4 Ferraris ao invés de 12 carros populares que realmente precisavam.
Absurdo!

Salim

Esta e a Corveta Barroso, sera enviado classe amazonas que e menor. Lembro que as 4 Tamandaré serão 4 metros maior comprimento relação Barroso ( 107 x 104 m) e boca (16×12 ) aproximadamente. São barcos pequenos para guerra, visto a tonelagem e equipamentos de marinhas com relevância e gasto compatível com o nosso. A imagem mostra o real, que salienta minhas observações quanto a capacidade de nossa marinha de guerra referente a meios superfície.

Peter nine nine

Tonelagem nem sempre é condizente com as capacidades bélicas de um navio, que pode ser mais ligeiro mas capaz de se apresentar como altamente armado e capaz. As futuras tamandare, ao que tudo indica virão consideravelmente bem armadas e apetrechadas, inclusive melhor que muitas embarcações de maior envergadura que operam pelo mundo. Quanto à matéria em si, não vejo razão para que se cancele um exercício militar a menos que o problema a ser evitado, no caso o vírus, esteja num estado de propagação bastante elevado. Ou que os recursos financeiros sejam desviadoss para lidar com a emergência, ou ainda… Read more »

Salim

Infelizmente náo e o caso Tamandaré, sem turbina vmax 25 nos, barcos escolta geralmente vmax 30 nos com turbina. A tonelagem conta muito no mar e tamanho pois o barco tem maior estabilidade e fica ativo com mar bravio. Maior tamanho também resulta em maior quantidade de armamento tubos, veja capacidade dos Burke e OHP. As tamandares tem armamento para patrulha ou teria que fazer parte de um grupo tarefa grande . Tem barcos maiores menos armados, peco citar alguns de guerra. As opvs de Israel e Rússia são menores e mais bem armadas, porem operam em mar fechado e… Read more »

Dalton

A marinha indiana apenas parece ter gasto compatível com o nosso Salim.
Em primeiro lugar há uma guarda costeira separada da marinha com mais de 15.000 integrantes e o exército tem diversas unidades anfíbias que obviamente não são cobertas pelo orçamento da marinha.
.
Poucas marinhas possuem combatentes com mais de 6.000 toneladas ainda mais em números expressivos, mesmo os russos, dependem de navios da era soviética que estão tendo suas vidas estendidas gerando indisponibilidade por vários anos já que até o momento não se encontra em construção nenhum de 6.000 toneladas ou mais.

Salim

Caro mestre Dalton, Marinha de guerra e caro, concordo com VC, vários paises separam função guarda costeira e marinha guerra. Eu sou adepto disto, VC treina um capitão de guerra por vários anos e depois ele fica em uma capitania ou operando barcos com poucas características guerra, sendo barcos de policia maritima no maximo. Se tivéssemos meios reserva em quantidade ate teria logica, porem hj os meios são poucos e antigos ( barcos , armamento e sensores ). Conversa com pessoal destes distritos e VC sentira a frustração dos mesmos. Nossa marinha infelizmente náo tem foco. VC sempre cita fuzileiros,… Read more »

Dalton

Salim que a situação da marinha e do país é ruim, todos sabemos, foi assim durante as guerras mundiais, durante a guerra fria, enfim, o que não entendo são certas comparações, agora com a marinha indiana cujo efetivo é voltado para combate tendo uma imensa e ativa guarda costeira e tropas do exército que atuam na área anfíbia, não dá para simplesmente comparar e concluir que o Brasil gasta ou investe pior que a Índia em defesa. . Uma coisa que nunca se compara são as relações com os vizinhos que os outros tem , como no caso da Índia,… Read more »

Matheus

Que nem no super trunfo né amiguinho?

Salim

Caro Matheus, queria que fosse isto, mas com quatro tamandares pra daqui a sei lá quanto, armamentos Niterois, tupis e Barroso do seculo passado e maioria parando, só sobrara Scorpene, ainda que operacionais com horizonte incerto. Temos que acordar.