200614-N-RF825-1041 PHILIPPINE SEA (June 14, 2020) An EA-18G Growler attached to the Shadowhawks of Electronic Attack Squadron (VAQ) 141 takes off from the flight deck of the Navy's only forward-deployed aircraft carrier USS Ronald Reagan (CVN 76), maintaining Ronald Reagan’s tactical advantage during flight operations. Ronald Reagan, the flagship of Carrier Strike Group 5, provides a combat-ready force that protects and defends the United States, as well as the collective maritime interests of its allies and partners in the Indo-Pacific region. (U.S. Navy photo by Mass Communication Specialist 3rd Class Jason Tarleton/Released)

Um jato de guerra eletrônica EA-18G Growler decola do convoo do porta-aviões USS Ronald Reagan (CVN 76) no Mar das Filipinas, no dia 14 de junho. Foto: US Navy

Hong Kong (CNN) – O desdobramento de três porta-aviões da Marinha dos EUA de 100.000 toneladas no Oceano Pacífico pela primeira vez em anos provocou pronta resposta da China, com mídia patrocinada pelo estado dizendo que Pequim não recuará para defender seus interesses na região.

O USS Ronald Reagan e o USS Theodore Roosevelt estão patrulhando no Pacífico ocidental, enquanto o USS Nimitz está no leste, de acordo com comunicados de imprensa da Marinha dos EUA. Com cada embarcação contendo mais de 60 aeronaves, representa o maior desdobramento de porta-aviões dos EUA no Pacífico desde 2017 — quando as tensões com a Coreia do Norte sobre o programa de armas nucleares de Pyongyang estavam no auge.

A presença dos porta-aviões foi destacada pela primeira vez em uma reportagem da Associated Press na sexta-feira.

“Porta-aviões e grupos de ataque em grande escala são símbolos fenomenais do poder naval americano. Estou realmente empolgado por termos três deles no momento”, afirmou o contra-almirante Stephen Koehler, diretor de operações do Comando Indo-Pacífico no Havaí, disse à AP.

No domingo, o porta-voz do Partido Comunista no Global Times disse que os porta-aviões poderiam ameaçar tropas no disputado Mar da China Meridional.

“Ao amontoar esses porta-aviões, os EUA estão tentando demonstrar para toda a região e até para o mundo que continua sendo a força naval mais poderosa, pois eles podem entrar no Mar da China Meridional e ameaçar tropas chinesas nas ilhas Xisha e Nansha (Paracel e ilhas Spratly), bem como navios que atravessam águas próximas, para que os EUA possam seguir sua política hegemônica”, afirmou a reportagem do Global Times, citando Li Jie, especialista naval de Pequim.

A reportagem — publicada no site oficial em inglês do Exército de Libertação Popular — também destacou os armamentos disponíveis para as forças armadas da China, acrescentando que Pequim poderia realizar exercícios em resposta a mostrar seu poder de fogo.

“A China possui armas destruidoras de porta-aviões, como os mísseis balísticos antinavio DF-21D e DF-26”, disse a matéria.

USS Theodore Roosevelt (CVN 71) no Mar das Filipinas no dia 11 de junho. Foto: US Navy

Contra-narrativa da China

Os desdobramento significam que três dos sete porta-aviões ativos da Marinha dos EUA estão no Pacífico. Os outros quatro estão no porto para manutenção.
Collin Koh, pesquisador do Instituto de Defesa e Estudos Estratégicos de Singapura, disse que a China reagiu fortemente porque a presença dos navios entrou em conflito com o retrato da Marinha dos EUA feito por Pequim como uma força prejudicada pela pandemia de coronavírus.

“Isso vai contra a narrativa que a China queria apresentar que os EUA estavam sob estresse no Pacífico”, disse Koh.

De fato, o Roosevelt retornou ao mar em 4 de junho, depois de passar semanas no porto de Guam, após um surto de coronavírus a bordo em março, quando mais de 1.000 da tripulação de quase 4.900 membros do navio deram positivo.

“Retornamos com o Theodore Roosevelt ao mar como um símbolo de esperança e inspiração, e um instrumento do poder nacional porque somos TR”, disse o comandante do Roosevelt, capitão Carlos Sardiello, em comunicado.

O Reagan retornou ao mar no final de maio, depois que os membros da tripulação foram submetidos a movimentos restritos em seu porto de origem no Japão para garantir seu desdobramento sem nenhum caso do Covid-19. Também foi carregado com mais de 1.000 toneladas de material bélico — “poder de combate suficiente para fazer com que o navio fique cinco polegadas mais baixo na linha de flutuação”, disse um comunicado da Marinha dos EUA.

A medida ocorreu depois que a Frota do Pacífico dos EUA disse no mês passado que todos os seus submarinos desdobrados estavam no mar realizando operações no oeste do Pacífico. Não foram divulgados números, mas especialistas disseram que provavelmente envolveu mais de oito dos submarinos de ataque rápidos e difíceis de rastrear.

Carl Schuster, ex-diretor de operações do Joint Intelligence Center do Comando do Pacífico dos EUA, disse que não foi uma coincidência.

“A Marinha Chinesa não sabe onde estão esses submarinos e isso complica qualquer cálculo e planejamento de respostas”, disse ele — especialmente quando Pequim agora também tem que contabilizar três porta-aviões e seus destróieres e cruzadores.

Tensões EUA-China

Os desdobramentos também ocorrem em um momento de crescente tensão entre Washington e Pequim sobre o Mar da China Meridional e Taiwan.

Na semana passada, um avião de transporte C-40 da Marinha dos EUA, equivalente a um Boeing 737, sobrevoou Taiwan a caminho da Tailândia, no que a Marinha disse ser um voo logístico de rotina. O jato dos EUA foi roteado sobre Taiwan, que a China considera como parte de seu território, pelos controladores aéreos de Taiwan, disse à CNN o porta-voz da Marinha dos EUA, Reann Mommsen.

Mas Pequim considerou o voo “um ato ilegal e uma séria provocação”, disse o serviço de notícias estatal Xinhua.

“O sobrevoo minou a soberania da China, os interesses de segurança e desenvolvimento e violou o direito internacional e as normas básicas que norteiam as relações internacionais”, disse a reportagem da Xinhua, citando Zhu Fenglian, porta-voz do Escritório de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado.

Em 4 de junho, a Marinha dos EUA enviou um destróier de mísseis guiados pelo Estreito de Taiwan, que separa a ilha do continente chinês. E no Mar da China Meridional, o corpo de água de 1,3 milhão de quilômetros quadrados que Pequim reivindica principalmente como seu território soberano, os navios de guerra dos EUA realizaram várias operações de liberdade de navegação este ano. Os bombardeiros B-1 e aviões de vigilância dos EUA também estão ativos.

FONTE: CNN

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Fabio Araujo

É um jogo de xadrez, a China pressiona, os EUA respondem, aí a China arruma confusão com a Índia, e vem a irmã do Kim e ameaça a Coréia do Sul, nada disso é coincidência.

DOUGLAS TARGINO

Bom, poder de fogo maior que toda América Latina junta!
 
A china vai no máximo xingar, mandar navios ou aviões para ver de longe e tchau. Taiwan que se cuide, vai ser o primeiro a levar chumbo a médio prazo.

Luiz Trindade

Muito pelo contrário.. Esse deslocamento é para mostrar para China que Taiwan faz parte dos interesses dos EUA e a China entenda isso!

Cleber

Vao ficar so nas ameaças .

Ricardo Bigliazzi

Sim, isso não interessa a ninguém. Alguém me responde se a China conseguiria resistir se o comprador de 25% de suas exportações globais fechassem as portas para Eles???
 
Segue o jogo, um quer ganhar espaço que não existe e o outro quer manter o controle do “terreiro”.

marcus

Exato! já expus essa teoria varias vezes aqui. Se os países que estão sendo pressionados pela China pararem de comprar produtos Chineses e comprarem de outros países, e os EUA e aliados retirarem as industrias do solo Chinês, o dinheiro para construir navios e aeronaves não vai durar muito tempo. A índia é um dos candidatos para recepcionar essa industrias.
 
 

Last edited 3 anos atrás by marcus
PACRF

Será que o mundo está interessado em parar de comprar e parar de vender para a China? No enredo histórico que tornou a China a segunda potência econômica do mundo, tem um capítulo muito interessante: é a maior credora da estratosférica dívida pública norte-americana. Finalizando, pergunto: quem é “vilão” e quem é “mocinho” nesse embate político, econômico e militar entre a China e os EUA?

marcus

Se os EUA der o calote o que a China vai fazer? Invadir os Estados Unidos?

Tiago Gimenes

Vcs falam ” ..países que estão sendo pressionados pela China pararem de comprar produtos Chineses” como se fosse coisa simples mover todo um parque industrial de um lugar para outro. Isso é coisa de décadas, e existe um problema com os países ocidentais.. continuidade, a democracia fragmenta as ações. Tudo que a China tem que fazer é aguardar as próximas eleições.

marcus

Trabalhei uma fábrica de tratores,antigamente era a Fiat Allis, hoje é a CNH Industrial. Essa empresa tinha uma maquina para fabricar cilindros hidraulicos. Em 1998 a CNH, resolveu terceirizar a produção dos cilindros. Terceirizou para uma empresa Gaúcha.A maquina era enorme, foi desmontada em 2 dias e retirada por guindaste pelo teto da fábrica. 3 dias para desmontar e levar embora.
Qual a dificuldade em movimentar equipamentos???????

MestreD'Avis

Há 2 meses atrás neste mesmo blog, comparavam o COVID-19 a uma Batalha de Midway em reverso, em que os EUA numa semana “perdiam” o seu poderio naval. Ao mesmo tempo alguns aplaudiam a patrulha do Porta aviões Chinês em contra ciclo, como uma demonstração de mudança de paradigma no Pacifico. Na altura, alguns mais moderados comentaram que o Theodore Roosevelt tinha sido afectado, enquanto os outros passavam por regresso à base após patrulha e rapidamente estariam prontos a entrar em acção. Hoje vemos 3 CSG a navegar alegremente numa clara demonstração de que muita caminho falta ainda para retirar… Read more »

MMerlin

A China é uma das maiores (se pós covid-19 já não se tornou a maior) patrocinadoras midiáticas da internet, tanto de forma direta quanto indireta. A metodologia vem na forma de patrocínio, parceira ou compra de inúmero veículos de informação o que, infelizmente, tem por objetivo influenciar a opinião pública. Esta prática mostra o quanto devemos ser céticos em relação aos veículos de informação que utilizamos como fonte, e não me restrinjo apenas aos militares. Referente ao método, é similar a práticas já conhecidas do governo chines com indústrias e empresas, onde o governo tem direito autoritário (vejam bem, disse… Read more »

Tomcat4,2

O modus operandi da China pode ser visto nos meios midiáticos até aqui no Brasil ,na forma que colocam as manchetes políticas com títulos berrantes que dizem algo que não se vê nos textos das matérias(principalmente quando é contra o governo), e como brasileiro lê o título e já compra a matéria sem lê ai já viu né….

Ricardo Bigliazzi

Já vi isso em algum ligar… não me lembro o site…

Alexandre de Paula Neto

Tenho opinião de que as grandes potências e todos que colaboram de alguma forma, para o crescimento do poderio financeiro da China, deveriam retirar imediatamente esses apoio, escolher outro país ( A Índia por ex.) para instalar as indústrias. Os chineses são muito bélicos e isso é extremamente perigoso.

MMerlin

Tudo mudou quando a China resolveu criar criar bases militares em ilhas artificiais, criando e auto-reconhecendo a zona exclusiva de comércio em volta delas. Isso é irreal.   Existem informações no setor empresaria (não só brasileiro) que atuam em importação e exportação com a China, relacionado a produtos que são transportados por embarcações que transitam pela costa africana. Estas informações dizem que, devido a preocupação deste país (China) com a segurança das mesmas (o que faz sentido) estão em estudo a construção de 4 bases militares no lado atlântico do continente africano.   Mas veja, são informações passadas modo informal.Pode… Read more »

Last edited 3 anos atrás by MMerlin
marcus

Terra Brasilis.

Augusto L

E mostrar como o governo chinês é obcecado em controlar a narrativa.
Parece ate um família brasileira que controla algumas das grandes mídias no país.

Ricardo Bigliazzi

Bem lembrado, quando a Marinha americana foi colocada de “quatro” perante as Super-Potencias Mundiais dessa nova era… segue o jogo… os caras colocaram 300.000 toneladas de aço a boiar no Pacifico e mais de 200 aviões de primeiríssima linha como braços ultra longos para aniquilar qualquer ameaça. Isso em tempos de paz… se a guerra que nunca acontecerá … acontecer o desdobramento e o esforço industrial americano será para valer.
 

Tomcat4,2

Só não vê isso quem não quer, o recado está dado !!!! 😉

Tomcat4,2

Milhares de toneladas de empuxo e poder “diplomáticos” nestes três “CSG’s” e os chinas vão só ver com os zóio e chorar!!!

Francisco Lucio Satiro Maia Pinheiro

Para mim, já estava na hora de os EUA produzirem mais porta aviões convencionais de tamanho e custo menor que os da classe Ford, para construir mais uns 10 deles em paralelo para reforçar a marinha.

Ricardo Bigliazzi

Não vale a pena, constrói um PA menor e são obrigados a construir uma frota de cargueiros para deixá-lo operativo em seus compromissos globais. Duas coisas os Americanos sabem fazer. PA´s e Subs e o blog quase não fala da mais bem treinada força de submarinos nucleares do Mundo que é a dos EUA. Isso sim é o diferencial de negação dos mares que dificilmente será superado por China e Russia, nas próximas décadas.
 

Corcel

É senhores, os EUA não sabem brincar.

Tomcat4,2

Na verdade apelam com brincadeira facilmente!!!rs

Victor Filipe

São alocados permanentemente no pacifico cinco Super Porta aviões americanos. quatro deles ficam na costa oeste. eles fazem parte da terceira frota e são divididos nas unidades: Carrier Strike Groupe One (tradução livre: Grupo de ataque de porta aviões um) Carrier Strike Groupe Three ( trés) Carrier Strike Groupe Nine (nove) Carrier Strike Groupe Eleven (onze)   O quinto porta aviões faz parte da Sétima frota americana e esta alocado na unidade Carrier Strike Groupe Five. (cinco)   organizar as patrulhas dos porta aviões, saídas dos portos, escalas manutenção etc… não é impossível, mas requer um esforço logístico.   é… Read more »

Dalton

Muito bom Victor …e complementando mesmo sabendo que não interessa a grande maioria, administrativamente falando a Frota do Pacífico tem 7 NAes, só que 2 atualmente encontram-se na costa leste. . O “George Washington” encontra-se passando pela modernização de meia vida e deverá retornar ao Pacífico no fim do ano que vem quando irá substituir o “Ronald Reagan” no Japão que então irá para Bremerton para um muito necessário e longo período de manutenção. . O “John Stennis” encontra-se em uma fase preparatória para a modernização de meia vida, onde muito equipamento, móveis, etc, está sendo retirado antes do início… Read more »

Victor Filipe

Sempre com ótimos comentários em Dalton. Grato.

Caio

Agora o foguinho de Pequim abaixa.

Last edited 3 anos atrás by Caio
filipe

Americanos e Chineses morrem de amores uns pelos outros, é só mais um jogo … Eles são os maiores parceiros comerciais, agora a América não faria isso com a Rússia, a Rússia mata a cobra e mostra o pau, já a China é mesmo fogo de palha…

Jonatan

Que os EUA esmague os criminosos do PCCh! Só com os Strike groups, além dos Virgínias e Ohios, a democracia mais poderosa da história pulveriza o criminoso e genocida Estado chinês!

Sincero Brasileiro da Silva

Para fazer frente a China no quintal dela precisaria de muito mais do que 3 porta aviões…

Alexcg

Vejo os comentários aqui e vendo um fala que um lado nao depende do outro acordem ambos dependem um do outro não tem como nem um sair prejudicado em um conflito e o resto do mundo tb se f…. Se acontecer um conflito desses dois entao nem um lado quer uma guerra ficao so na briga pra mostra eu tenho mais

Alex

A China e o deplorável e assassino Partido Comunista Chinês, não merece atenção alguma, são desonestos criando ilhas artificiais para roubar áreas oceânicas justas de Países em volta, não permite pluralidade partidária, assassina jornalistas, escritores ou qualquer um do seu próprio povo se falar mal do partido. Esperar o que de um País desonesto, não que os EUA sejam bonzinhos, todos lembras que Bush Filho invadiu o Iraque alegando que teriam armas químicas, mas pelo menos os EUA ainda respeitam a maioria das leis Internacionais.

Ariel, Ucla, vaaamos !!!

A pipoca já está no micro-ondas e o guaraná geladinho.
A poltrona está confortável e a banda larga e o notebook estão afiados.
Agora é só aguardar um pouco…

Luiz Trindade

Vejo isso como a nova guerra fria. A Guerra Fria do século XXI pois os interesses estão na mesa e agora e por muito tempo para frente vão ficar rangendo dentes um para outro por muito tempo!