Por Eduardo Siqueira Brick, PhD*

Os documentos de alto nível (Política Nacional de Defesa e Estratégia Nacional de Defesa) para o preparo da defesa foram entregues pelo MD ao Congresso no dia 27/07/2020, mas até o momento os sites especializados em defesa deram pouca atenção à parte substantiva dos textos.

Por conta do convite para a entrevista abaixo com o embaixador Rubens Barbosa, da Interesse Nacional, fiz um “dever de casa” para ajudar a organizar o pensamento e me preparar para tentar abordar o que fosse mais relevante para o preparo da defesa do Brasil a médio e longo prazos.

Durante a realização desse trabalho, pude conversar com quatro pessoas de nível senior (2 oficiais generais das FFAA, um diplomata e um acadêmico, todos com muito conhecimento e experiência real sobre os temas tratados), com quem venho interagindo há longo tempo.

São pessoas muito sérias e dedicadas à construção da defesa do Brasil, que leram versões preliminares, fizeram críticas e apresentaram muitas boas sugestões que foram aproveitadas.

A aprovação desses quatro ao documento foi entendida por mim como um “selo de qualidade” e me deixou tranquilo para dar ampla divulgação ao mesmo.

O texto completo ficou muito extenso (49 páginas) por isso preparei um sumário executivo, bem menor, que também pode perfeitamente ser lido por partes.

As conclusões mais gerais e relevantes constam das 4 primeiras páginas.

O Anexo B reproduz as conclusões e recomendações do texto completo.

O Anexo A apresenta uma síntese da fundamentação usada na análise.

Estou convencido de que as reformas que o documento recomenda são urgentes e essenciais à construção de uma defesa compatível com a grandeza do Brasil.

Acredito que esses textos sejam de grande interesse para os leitores desse canal.

Atenciosamente,

*Professor Titular (aposentado ) da Universidade Federal Fluminense
UFFDEFESA – Núcleo de Estudos de Defesa, Inovação, Capacitação e Competitividade Industrial – www.defesa.uff.br

NOTA DO EDITOR: A PND e a END podem ser baixadas aqui.

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Esteves

Sumário Executivo. Precisa contar a quantidade de vezes que a palavra logística aparece no texto. Exatamente não sei, mas li dezenas. Logística é gestão. Como é possível gerenciar um orçamento de 2% ou de qualquer número se sobram de 3% a 5% para gerir? A gestão que tem sido feita dos orçamentos públicos limitados a esse percentual (gastos impositivos com custeios e sustentação da máquina pública ficam com 95%) parte da escassez. O PN mostrou como a OTAN olha para as despesas. E quanto esses países precisam mostrar de disponibilidade e fôlego para adquirir principalmente produtos prontos como o F35.… Read more »

Esteves

Documento Completo. “A END, na seção 2 (Concepção Estratégica da Defesa) avança um pouco mais na definição de possíveis contingências de defesa. As seguintes são citadas: projetar poder, objetivando ampliar a sua influência no concerto mundial (mas apenas no âmbito de missões de paz e humanitárias sob a égide da ONU, ou de organismos multilaterais não especificados); exercer vigilância, controle e defesa: das águas jurisdicionais brasileiras; do seu território; e do seu espaço aéreo, aí incluídas as áreas continental e marítima; manter a segurança das linhas de comunicação marítimas e das linhas de navegação aérea, especialmente no Atlântico…” Negar o… Read more »

Allan Lemos

Sinceramente,para mim esses documentos não passam disso,documentos.Na prática não garantem ou agregam absolutamente nada à defesa dos interesses nacionais.O que o Brasil precisa,além de investimentos,é de uma atuação direta dos atores políticos nos projetos estratégicos,semelhante ao que acontece nos EUA,para que as Forças Armadas não sejam deixadas ao deus dará.

Gil U

“O único ponto de interrogação em relação às questões “defesa para quê” e “defesa contra quem” é a questão nuclear, pois o planejamento atual parece ser incoerente com a ênfase na postura de dissuasão. Este termo foi criado no contexto da possibilidade de um conflito nuclear. Nesse aspecto, o planejamento não considera a pergunta que todo estrategista é obrigado a fazer: e se? Essa é uma questão que, embora não caiba no presente momento, provavelmente terá que ser considerada no futuro, caso a situação internacional mude de uma maneira tal que recomende repensar a decisão de abdicar desse tipo de… Read more »

Esteves

A maioria da população brasileira tem interesse no tema porque a maioria da população brasileira elegeu um militar.

E porque nacionalismo é um tema fácil. Em qualquer sociedade. Só precisa empacotar.

Gil U

Caro Esteves, não sei se esta sendo sarcástico no primeiro paragrafo, mas discordo de seu ponto. Não creio que o presidente tenha sido eleito por conta de seu histórico como ex militar ou que a população brasileira em geral tenha interesse no tema da defesa. Falando apenas por mim, votei nele por achar que seria a opção menos ruim, já que a alternativa seria muito pior, minha opinião.
Quanto ao nacionalismo, concordo em certo grau.

Last edited 3 anos atrás by Gil U
Esteves

Digam-nos.

O seio militar não forneceu uns 50% dos votos?

Quanto ao outro seio…

Gil U

?

Esteves

Tenho minha própria mistura.

Quando leio esses planos&estudos…recheados de análises em planos cartesianos…

Balas. Balas 7Belo são ótimas.

Esteves

“Essas industrias são responsáveis pelo desenvolvimento e manufatura de produtos complexos, com o uso de altas e médias-altas tecnologias, tais como: aeronaves, mísseis, navios de guerra, carros de combate, radares, sonares, veículos não tripulados, robôs, satélites e seus lançadores, munições inteligentes, equipamentos de guerra eletrônica, entre outros.” Faltam as instituições. Indústrias de Defesa precisam de ITA. Quais instituições amparam a BID Naval necessária para abandonarem os discursos, trocando esses Planos&Estudos por navios e meios nativos como otomanos, indianos e chineses vem fazendo? E se…e se vigorar a atual tendência de corte nos investimentos em educação, de onde tiramos recursos para… Read more »