Por ocasião da exposição Euronaval-Online, a MBDA anunciou o lançamento comercial do seu novo sistema de defesa aérea VL MICA NG.

O sistema VL MICA NG é baseado na integração ao sistema VL MICA existente do míssil antiaéreo MICA NG (Nova Geração), que começou a ser desenvolvido em 2018 principalmente para equipar o avião de combate francês Rafale. A família de sistemas VL MICA – agora adotada, em suas versões naval ou terrestre, por 15 forças armadas em todo o mundo – irá, conseqüentemente, se beneficiar de um potencial aprimorado para enfrentar ameaças futuras.

Sobre o sistema VL MICA NG, o CEO da MBDA, Eric Béranger, declarou: “Após dois anos de desenvolvimento do míssil MICA de Nova Geração, adquirimos uma compreensão profunda do desempenho deste novo míssil ar-ar que nos permite, com total confiança, para comercializar sua integração nos sistemas de defesa solo-ar ou mar-ar VL MICA. A compatibilidade total entre as duas gerações de mísseis permitirá que as forças armadas os combinem com seus sistemas existentes, maximizando seu retorno sobre os investimentos.”

Graças às inovações tecnológicas que incorpora, o novo sistema VL MICA NG oferece recursos aprimorados para lidar com alvos atípicos (UAVs, aeronaves pequenas), bem como ameaças futuras, caracterizadas por assinaturas observáveis de infravermelho e radiofrequência cada vez mais baixas. Além disso, será capaz de interceptar a distâncias mais longas os alvos “convencionais” (aeronaves, helicópteros, mísseis de cruzeiro e mísseis antinavio) já endereçados pelo atual sistema VL MICA.

As dimensões da munição MICA NG permanecem inalteradas, permitindo que ela seja integrada aos lançadores VL MICA existentes. Os mecanismos de link de dados de mísseis existentes são compatíveis com o desempenho cinemático aumentado dos mísseis, permitindo que os sistemas VL MICA atuais sejam atualizados para o padrão VL MICA NG por simples atualizações de software.



Sobre o míssil MICA NG

Baseado em um design totalmente novo, o míssil MICA NG herda as dimensões externas e o conceito único que tornou o míssil antiaéreo MICA um sucesso por um quarto de século. Este conceito significa que o MICA possui um buscador de infravermelho ou de rádio freqüência no mesmo corpo comum do míssil, permitindo ao operador, no momento do disparo, selecionar a melhor opção para responder às táticas adotadas pelo adversário.

No MICA NG, um novo buscador de infravermelho baseado em um sensor de matriz fornecerá maior sensibilidade, enquanto um novo buscador de radiofrequência de varredura eletrônica (AESA) permitirá estratégias de detecção inteligentes. O menor volume de componentes eletrônicos permitirá que o MICA NG carregue uma carga maior de propelente, estendendo significativamente seu alcance, e o novo motor de foguete de pulso duplo fornecerá energia adicional ao míssil no final de seu voo, melhorando sua manobrabilidade e sua capacidade de interceptar alvos a longo alcance.

No modo superfície-ar, o MICA NG será capaz de interceptar alvos a mais de 40 km de distância. Finalmente, os custos de manutenção e propriedade serão significativamente reduzidos graças aos sensores internos que monitorarão o status da munição ao longo de seu ciclo de vida.

O míssil MICA NG estará disponível em produção em série a partir de 2026.

A MBDA é o único grupo europeu capaz de projetar e produzir mísseis e sistemas de mísseis que correspondem a toda a gama de necessidades operacionais atuais e futuras das três forças armadas (terrestre, marítima e aérea). Com uma presença significativa em cinco países europeus e dentro nos EUA, em 2018 a MBDA obteve uma receita de 3,2 bilhões de euros com uma carteira de pedidos de 17,4 bilhões de euros. A MBDA é propriedade conjunta da Airbus (37,5%), BAE Systems (37,5%) e Leonardo (25%).

FONTE: MBDA

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TeoB

Muito interessante… acho que se vender bem vai ser um ótimo custo benefício pra quem ja opera o mica

Jagdverband#44

Bom mesmo são os sistemas sino-russos-norte-coreanos-iranianos.
O resto é o resto.

Kemen

Quais, por exemplo?

Kemen

Desenvolvimento muito bom, utilizando o hardware de quem já possui os lançadores.__ Manter o mesmo tamanho foi fundamental para conseguir isso, foi ótimo melhorar a capacidade de detecção do um missil e o seu alcance, o MICA já era considerado meio anticuado.__ Excelente melhoria, tem uma versão IR, pode disputar mercado com o CAMM e o CAMM-ER.

Carlos Campos

CAMM-ER aí já acho demais, além de que o CAMM é da mesma empresa.

Jef2019

Novos produtos surgindo neste segmento..Enquanto isso por aqui…vamos com os Bofors L70…..

Heli

A MB nunca esteve no estado da arte no que se refere a sistemas mar-ar. Quando as Niterois vieram, no inicio dos anos 80, o Sea Cat já estava pra lá de obsoleto. Os Aspide melhoraram e muito essa deficiencia da MB, e os Seaceptor sao um bom sistema.

Wilson Look

Acredito que a Classe M de 1940, tinha armas AA no estado da arte.

jef2019

Olá amigo…não só a MB, mas as FAAs brasileiras estão precárias neste segmento…com exceção a curto alcance em que temos gepards, IGLAs e RBS70, para média e elevada altitude inexiste um sistema compatível com a atualidade…na MB, as novas fragatas estarão sim bem servidas neste quesito, mas para as demais forças o problema permanece sem solução no curto prazo

Ricardo Bigliazzi

Interessante a solução combinada “infra-vermelho e AESA”.

Quanto mais perigoso o inimigo, melhor para alguns, principalmente para aqueles que produzem armas.

Segue o jogo… sigam os negócios… que a roda da fortuna continue a girar..

Ricardo Bigliazzi

Li o texto novamente, fiquei com duvida sobre o que falei sobre “solução combinada”… fiquei na duvida.

Wellington Góes

A falta que faz não termos uma ADA….

Wellington Góes

Algo parecido poderia acontecer com o A-Darter… Mas como aqui é na base do cada um por si… A FAB cancela a industrialização… A MB opta por um concorrente britânico/europeu… O EB…. até o momento tocando algo próprio… Como acontece com o Mica e o Iris-T (míssil concorrente do A-Darter que, também, a FAB fez questão de aquirir… depois reclama que falta dinheiro para investir nos projetos nacionais… Putz!!!), Python 4 e 5 e Derby, o mesmo A-Darter das aeronaves da FAB, e também da MB, poderiam ser usados nos sistemas AAe terrestres do EB (e na defesa das bases… Read more »

Carlos Campos

Interessante ter um radar AESA no míssil, o Brasil tá perdendo tempo em não dar prosseguimento aso A-DARTER, além de adquirir a tecnologia do Marlin da Afrc d. Sul, assim teríamos tecnologia suficiente para ter tantos mísseis de cruzeiro, antiáreo, BVR e Antinavio.

Wellington Góes

Há quase uma década eu venho escrevendo sobre isso na blogosfera brasileira de defesa, mas…..

Carlos Campos

já terão o CAMM então não precisa do MICA.