O Naval Group lançou a fragata FREMM Lorraine em Lorient no dia 13 de novembro. Este navio foi encomendado pela Direção-Geral de Armamento (DGA) da França em nome da Marinha Francesa. A gestão do programa é confiada à Organização para Cooperação Conjunta de Armamento (OCCAR). A FREMM Lorraine é a décima unidade da série FREMM produzida pelo Naval Group, e a oitava e última adicionada à frota da Marinha Francesa.

É também a segunda fragata FREMM do tipo FREMM DA, apresentando uma capacidade de defesa aérea aprimorada.

A Ministra das Forças Armadas da França (Ministra da Defesa) Florence Parly, o Almirante Pierre Vandier, Chefe do Estado-Maior da Marinha Francesa, e a Engenheira Geral Emmanuelle Thivillier, encarregada dos programas navais na Direção Geral de Armamento (DGA) da França, bem como o presidente e CEO do Naval Group, Pierre Eric Pommellet, ao lado de funcionários da unidade de Lorient participaram da cerimônia de lançamento.

O lançamento da oitava FREMM da Marinha Francesa

Cinqüenta e quatro meses após o início da produção, a FREMM DA Lorraine deixou a doca de construção do site do Naval Group em Lorient. Esta operação decorreu na sexta-feira, 13 de novembro de 2020, cumprindo integralmente o calendário definido pela Lei do Planeamento Militar, respeitando as normas de segurança e saúde vigentes.

Adaptações técnicas foram feitas na FREMM DA, como um radar multifuncional mais poderoso fornecido pela Thales, comunicações aprimoradas, três consoles adicionais do Sistema de Gerenciamento de Combate Setis® no “centro de operações central” com uma capacidade de defesa aérea aprimorada através do uso de Mísseis Aster 15 e Aster 30. A FREMM DA também se beneficia de um novo mastro, otimizado para aumentar o desempenho de detecção. Além de realizar as mesmas missões de guerra antissubmarino que as FREMMs anteriores, as FREMM DAs serão responsáveis ​​pela defesa aérea das unidades principais: porta-aviões Charles de Gaulle, ou porta-helicópteros anfíbios (PHA) como parte de grupos navais ou anfíbios.

De forma mais geral, as fragatas FREMM integram a evolução dos sistemas ao longo do tempo para garantir que as unidades mais recentes da série se beneficiem das tecnologias mais recentes, tais como: capacidades cibernéticas adicionais, implantação de Liaison 22 (ligação entre unidades militares da OTAN), integração de uma mesa digital tática, etc.

Atender aos requisitos operacionais da Agência Francesa de Aquisições de Armamento (DGA)

“Ao longo deste exigente programa, mantivemos uma relação estreita com o nosso cliente, de forma a responder da melhor forma às expectativas e aos desafios tecnológicos das inovações a bordo. Este feedback levou-nos a mudar a nossa organização industrial. Construção modular, otimização da cadeia de abastecimento e bloco a pré-fabricação reduziu os prazos de construção e, em última instância, os custos de produção, com isso, ganhamos em eficiência e desempenho, ao mesmo tempo em que melhoramos as condições de trabalho de nossos colaboradores, o que levou a uma redução considerável de acidentes. Estamos orgulhosos de lançar hoje a mais recente FREMM francesa!”, declarou Laurent Espinasse, Vice-Presidente Executivo para a Indústria do Naval Group.

As instalações do Naval Group em Lorient oferecem infraestruturas industriais que nos permitem responder aos desafios técnicos e tecnológicos das últimas gerações de navios militares, incluindo uma doca de construção coberta de 15.000 metros quadrados.

As ferramentas e métodos de design evoluíram consideravelmente durante o programa FREMM graças à realidade virtual. Todos os dados do navio, incluindo dados de operação do equipamento, são integrados em um mock-up digital. As infra-estruturas também foram modernizadas, incluindo o alargamento e renovação da área de construção, a instalação de três cabinas de pintura cobertas e o alargamento do cais.

Garantir a preservação das competências-chave

Para entregar fragatas com o desempenho militar necessário, o Naval Group mobilizou nada menos que 250 habilidades ao longo do programa. Algumas delas são muito específicas e raras e muitas vezes são o resultado de uma aquisição longa ou mesmo muito longa: carpinteiro de chapa, formador-endireitador, soldador de casco, instalador de tubos …

O Naval Group promove o recrutamento de jovens talentos e já recrutou 400 alunos para trabalho-estágio desde o início do ano e mesmo durante a crise sanitária. São 50 a mais do que em 2019 e as instalações do Naval Group em Lorient abrigam 58 deles.

O Naval Group está também implementando programas de formação específicos para desenvolver estas competências raras e únicas, através da introdução do certificado de qualificação conjunta de metalurgia (CQPM). Este treinamento de certificação ocorre alternadamente em uma organização de treinamento e em oficinas industriais ao longo de doze meses. Um carpinteiro-carpinteiro CQPM foi inaugurado em setembro de 2019, em colaboração com o IUMM de Lorient, na instalação do Naval Group em Lorient.

Características técnicas da FREMM DA

O programa FREMM vem funcionando em um cronograma estável desde a última Lei de Planejamento Militar. Oito unidades da série FREMM foram entregues entre 2012 e 2019. Aquitaine em 2012, Provence em 2015, Languedoc em 2016, Auvergne em abril de 2017, Bretagne em julho de 2018 e Normandie in julho de 2019. A Alsace foi lançada em abril de 2019 e será entregue em 2021. Internacionalmente, a Mohammed VI foi entregue ao Marrocos em 2014 e a Tahya Misr foi entregue ao Egito em 2015.

A FREMM DA Alsace está fortemente armada e usa os mais poderosos sistemas de armas e equipamentos, como o radar multifuncional Herakles, os mísseis antiaéreos Aster 15 e 30 e antinavio Exocet MM40 e os torpedos antissubmarino MU 90.

O desempenho de seu sistema de combate é aprimorado com maiores capacidades de radar e de comunicação, novo radar e controle de tiro eletroóptico e um Combat Management System SETIS® com funções específicas de defesa aérea.

  • Comprimento total: 142 metros
  • Boca: 20 metros
  • Deslocamento: 6.000 toneladas
  • Velocidade máxima: 27 nós
  • Capacidade de tripulação: 123 pessoas (+ 14 pessoas para o destacamento do helicóptero)
  • Capacidade de acomodação: 165 pessoas
  • Autonomia: 6.000 milhas náuticas a 15 nós

Sobre o Naval Group

O Naval Group é o líder europeu na defesa naval. O Naval Group usa seu extraordinário know-how, recursos industriais únicos e capacidade para organizar parcerias estratégicas inovadoras para atender às necessidades de seus clientes. Como integrador de sistemas e contratado principal, o grupo projeta, produz e dá suporte a submarinos e navios de superfície. Também presta serviços para estaleiros e bases navais. Além disso, o grupo oferece uma ampla gama de soluções de energia renovável marinha. Atento à responsabilidade social corporativa, o Naval Group adere ao Pacto Global das Nações Unidas. O grupo reporta receitas de 3,7 bilhões de euros e tem uma força de trabalho de 15.168 (dados de 2019).

DIVULGAÇÃO: Naval Group

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Esteves The Block Man

Pois é. Competências. Parece que o mundo…ao menos o mundo pensante, decidiu deixar o vermelho e o azul e as preferências radiológicas. “Para entregar fragatas com o desempenho militar necessário, o Naval Group mobilizou nada menos que 250 habilidades ao longo do programa. Algumas delas são muito específicas e raras e muitas vezes são o resultado de uma aquisição longa ou mesmo muito longa: carpinteiro de chapa, formador-endireitador, soldador de casco, instalador de tubos… O Naval Group promove o recrutamento de jovens talentos e já recrutou 400 alunos para trabalho-estágio desde o início do ano e mesmo durante a crise… Read more »

Last edited 3 anos atrás by Esteves The Block Man
Joli Le Chat

Concordo plenamente. Infelizmente, aqui no Brasil, tomamos outro rumo.

Quando chegamos ao ponto de todo mundo só pensar em gestão, desvalorizando o trabalho eminentemente técnico, perdemos até a noção do que é necessário para que a indústria seja sustentável. Resultado: importamos tudo, desindustrializando cada vez mais, mas tudo com muita gestão.

Esteves The Block Man

Essa globalização…rima com desnacionalização. A pandemia mostrou que mais de 90% dos insumos para remédios vem da Índia. Compramos o barato da Índia. A pandemia mostrou também que mais de 90% dos insumos hospitalares ou quase tudo que faz um hospital funcionar vem da China. Compramos o barato da China…aventais, máscaras, luvas, macas, meias, esquipos, óculos, aventais, lençóis, mangueiras, tubos, cilindros. Passada a roubalheira, as costureiras na esquina e as metalúrgicas no bairro assumiram as produções. Esteves teve uma Ranger. Quebrou um botão no painel. Um novo original não lembro se francês ou inglês custava quase 200. Comprei um bastante… Read more »

Luciano

Olá, Esteves. Mas essa globalização foi vendida como o futuro do capitalismo e das relações entre países. O próprio EUA foi um grande defensor e patrocinou acordos, como o NAFTA e o grande empresariado transferiu por livre e espontânea vontade de lucrar muito as linhas de montagem para onde tivesse mão de obra barata (leia-se quase escrava) e menores custos de produção. Qualquer um que criticasse isso há 10 ou 15 anos atrás era chamado de “1esquerdista”. Hoje se tornou um critica da direita mais nacionalista, digamos.

Cristiano de Aquino Campos

Bem lembrado amigo! Quem era cobtra empresa americana, europeia, japonesa de comprar empresas nacionais no Brasil, ou trazer para cá, era quase um traidor, que não queria o progresso do Brasil.
O que hoje se chama de investimentos estrangeiros, e em grande parte a transferência de capital e meios de produção de um pais oara o outro.

Cristiano de Aquino Campos

As mesmas pessoas que criticam a globalizaçào, são as mesmas que reclamam a falta de investimentos estrangeiros ou quando uma fabrica de carros de outro pais fecha as portas.
Questão complicada essa.

Esteves The Block Man

O Brasil vem sendo desnacionalizado desde os anos 1970. Em 1974 Gurgel apresentou 1 carro elétrico.

A GM decidiu produzir os próprios motores elétricos.

A Ford vai produzir as próprias baterias.

A indústria está retornando à produção horizontal e capilar para não depender.

A dependência e não a globalização matou a indústria nacional.

A globalização…o Corolla deve ter em torno de 3 mil patentes.

Aonde será feito por razões de custos é uma coisa. Reter corações e mentes é outra.

737-800RJ

Itália e França sabem o que é bom! Essas fragatas são lindas! Imaginem 8 Tamandarés, 4 FREMM e 8 submarinos classe Riachuelo na MB! Abaixo do que precisamos, porém uma força de muito respeito! Com vontade e grana, dá pra fazer isso em menos de 10 anos…

Esteves The Block Man

Com grana da. Um programa de 25 bilhões de euros para as Fremm se os franceses concordarem em transferir.

4 Scorpenes são 2,5 bilhões de euros. Mais 4 Tamandarés…vichi…mais 2,5 bilhões de euros.

Então…30 bilhões de euros e subimos na escada da vaidade.

O que iríamos fazer com tudo isso…o Esteves não imagina.

737-800RJ

Realmente é muito dinheiro, mas as FREMM sairiam bem mais em conta do que isso. Com um financiamento a longo prazo, talvez não fosse tão inviável assim:
https://www.naval.com.br/blog/2019/01/30/italia-oferece-fragatas-fremm-ao-brasil/

Esteves The Block Man

Vamos ver o que sairá do Oceana.

Essa oferta…para o NE…para os estaleiros do NE…para a região Nordeste…não foram eles que perderam e foram até a Itália tentar virar?

Com grana. Com muita grana…um polo italiano….e se os italianos despejaram milhões ou bilhões de euros nos resorts…poderiam investir nesse polo naval…a Parceria Público Privada voltou à moda.

Aqui na cidade investiram duzentos milhões em uma PPA para uma linha de ônibus rápidos.

Comprar por comprar, para ter, seria a repetição da história. Outro surto. Aprender a fazer ainda que navios menores, isso tem valor.

Kemen

Eu acrescentaria mais 2 FREMM, mais 4 OPV´s além dos 3 que temos, e + 10 navios de patrulha ZEE. Quanto aos submarinos, os Scórpene, o nuclear, reformar e modernizar os Tupy e o Tikuna, ficariamos com 10 submarinos

Last edited 3 anos atrás by Kemen
Gabriel BR

Eu quero a Meko A400 para a MB , 7200 toneladas e armada até os dentes !

DOUGLAS TARGINO

Acha que nossos almirantes vão deixar de luxar para isso? Quando tiver um conflito aqui, vão ser os primeiros a pegar um avião da tam ou gol e ir para outro pais kkkkkkkkkk

Allan Lemos

Os oficiais brasileiros são uma vergonha.

filipe

O projecto da MB é ter 6 Meko A400 logo depois das 6 FCT.

Matheus

fontes…

Esteves The Block Man

Lenda Naval.

sj1

O que a marinha quer é rega-bofe e maquete de PAs…

Aguiar Silva

Quando eu era adolescente, eu tinha esse mesmo tipo de pensamento!

Fernando Turatti

Até pro nível médio de devaneios em comentários de sites militares, tal comentário foi demasiadamente irreal.
Não tem método, não tem lógica, quer navios da década de 1980 novos, mete números aleatórios de submarinos e tipos diferentes por alguma razão… Mas a cereja do bolo fica por conta de um porta-aviões velho soviético operando F-35B.

Thulio manhaes

Essa foi boa!!!hahaahahaha

Paulo

Acho o senhor Teropode foi irônico.

Esteves The Block Man

Vichi…nem o Esteves chega perto dessa coisa.

737-800RJ

[OFF], mas nem tanto:
Falando nela, olhem uma FREMM italiana trabalhando e impondo respeito em local que deveria ser de influência da Marinha do Brasil, no Golfo da Guiné, tradicional ponto de atuação de piratas:

https://www.navalnews.com/naval-news/2020/11/italian-navy-foils-two-pirate-attacks-in-gulf-of-guinea/

peter nine nine

O Golfo da Guiné até pode ser considerado, pelo Brasil, um ponto de sua influência, mas assim como é considerado pela UE e EUA.
Portugal está lá, esteve lá, estará lá, assim como marinhas europeias, neste caso a italiana.

A presença brasileira em África ao longo dos anos é facilmente superada pela presença de qualquer país europeu que tenha por hábito ali assumir compromissos. Não basta assumir uma área de influência por conta de uma ligação atlântica, isso, por si só, pouco significa.

737-800RJ

Peter, quando afirmo que aquela região deveria ter nossa influência exercida não é somente pela proximidade geográfica, mas porque devemos fazer jus ao décimo primeiro orçamento militar do planeta e, se queremos nos reafirmar como maior potência bélica do hemisfério sul, isso se torna uma obrigação. A presença dos europeus lá é benéfica e histórica por conta das antigas colônias, mas se o Brasil não quiser ser cercado pela debt trap diplomacy chinesa que ocorre na África, vai ter que começar a agir como gente grande e parar de jogar a responsabilidade para os ombros alheios.

peter nine nine

Sim, mas é precisamente isso, até de forma mais extensa, que aqui disse já varias vezes.

Partilho o seu pensamento e, sentimento, neste assunto, mesmo não sendo brasileiro.

Quem acompanha os meus comentários com alguma atenção com certeza que se lembrará das minhas tradicionais situações hipotéticas onde tendo, entre muitas outras coisas, explicar a importância de um Brasil mais intervencionista, de forma isolada, mas também colectiva, lado a lado com aliados, nomeadamente Portugal.

sergio ribamar ferreira

Oito Fremm entre 2012 e 2019. Oito. Praticamente uma belonave ano. aqui 4 FCT para 10 anos ou mais e pelo jeito desdentadas. É isso aí E agora plano de planejamento e defesa para 2040…

Esteves The Block Man

A boca fala do que o coração está cheio. (Mt 12, 34)

Johan

Pois é, acompanho o tema defesa desde os anos 90 e te digo que isso de estudos e mais estudos, sempre empurrando mais 10 ou 20 anos não é de hoje! Sendo que os barrigudos não perceberam que desta vez, até lá, 2040, não terá mais classe Niterói para empurrar com a barriga. Parecem até Dom Quixote lutando com seus moinhos de ventos.

Jorge Knoll

Não acredito que levem 10 anos, no mínimo 12 anos, uma a cada 4 anos, conhecendo o histórico da MB e Emgepron.

sj1

Deixem de ser pessimistas, lembrem-se daquele GT da defesa AA que tinha 120 dias para dar um relatório…

Kemen

Uma produção que é consequência da continuidade de pedidos permite a consolidação empresarial do grupo. Um estaleiro precisa ter uma continuidade de pedidos para manter seus empregados treinados e desenvolver novas tecnologias e capacidades. Para um estaleiro que tem poucos pedidos, melhor manter a sua produção e as entregas mais espaçadas.

Last edited 3 anos atrás by Kemen
Esteves The Block Man

E por que aparece a descontinuidade? O que faz o empresário interromper a atividade principal do seu negócio? Na empresa, toda vez que os custos ameaçam as receitas aparece a maldita. Culpa da dificuldade de se conseguir financiamentos, culpa da cadeia tributária, culpa das novas oportunidades que aparecem. No estado, precisa haver demandas. Demandas sólidas. Demandas sustentadas. Uma forma de erguer essas demandas seria exportar como faz a Embraer. Outra forma seria conseguir caixa para o Tesouro através das exportações para pagar por esses pedidos inclusive antecipadamente. Atrair capital externo não especulativo para fábricas, indústrias e jointventures como os chineses… Read more »