USS California e USS Nimitz

Por Alexandre Galante*

Em 1987 eu era tripulante da fragata Niterói – F40 e quando estava em operação no mar, fazia parte da equipe de vigilância do navio.

Do tijupá, acima do passadiço, meu trabalho era identificar os contatos de superfície com o binóculo e me comunicar com o pessoal de serviço no passadiço e no Centro de Operações de Combate (COC), fornecendo estimativa de distância, ângulo do alvo, ângulo do navio etc.

Em junho daquele ano, saímos do Rio de Janeiro com uma missão especial: participar do exercício Top Exercise (TOPEX) 1-87 com o porta-aviões nuclear USS Nimitz e o cruzador nuclear USS California, da Marinha dos EUA, que passariam pelo Brasil.

O USS Nimitz escoltado pelos cruzadores de propulsão nuclear USS California (CGN-36) e USS South Carolina (CGN-37). Os cruzadores dessa classe eram dotados de defesa antiaérea de área, com mísseis Standard SM-1 MR

A Marinha do Brasil destacou quatro fragatas da classe “Niterói” e um contratorpedeiro para receber o grupo-tarefa da Marinha dos EUA.

Aeronaves da Carrier Air Wing 8 (CVW 8) a bordo do USS Nimitz em 1985. As mesmas aeronaves participaram do TOPEX 87-1 no Brasil em 1987

O USS Nimitz, com a Carrier Air Wing 8 (CVW-8) embarcada, tinha partido de Norfolk para seu sexto desdobramento no Mediterrâneo em 30 de dezembro de 1986. Após quatro meses e inúmeras visitas aos portos do Mediterrâneo, o porta-aviões atravessou o equador a caminho do Rio de Janeiro. Do Rio, o navio seguiria para o sul ao redor do Cabo Horn e para o Oceano Pacífico, passando por San Diego, para desembarcar sua ala aérea, e chegar ao seu novo porto de Bremerton, Washington.

Eu conhecia o USS Nimitz pelo filme “The Final Countdown” (Nimitz volta ao Inferno), livros e revistas, mas desta vez veria o famoso porta-aviões da US Navy ao vivo e a cores.

E também iria operar com os icônicos F-14 Tomcat do filme Top Gun, lançado um ano antes, em 1986.

Nas fotos acima e abaixo, F-14A Tomcat do esquadrão VF-84 da CVW-8 em 1987

Na madrugada do encontro com o USS Nimitz em alto mar, eu estava no tijupá e avistei a silhueta do porta-aviões no horizonte enquanto o sol nascia.

Na silhueta era possível ver o pessoal se movimentando no convoo e as catapultas começando a lançar os aviões.

Aos poucos o céu ficou cheio de aviões que vieram em direção dos nossos navios. Reconheci imediatamente os F-14 Tomcat, os A-7 Corsair II, A-6 Intruder e EA-6B Prowler de guerra eletrônica.

Nesse lançamento inicial de aeronaves o Nimitz realizou a conhecida “Firepower Demonstration”.

F-14 Tomcat, A-7 Corsair II, A-6 Intruder e EA-6B Prowler da CVW-8
USS Nimitz e aeronaves da CVW-8 em fevereiro de 1987

O então marinheiro MN-QSA Galante a bordo da fragata Niterói, em 1987, com o porta-aviões USS Nimitz ao fundo
MN-QSA Galante a bordo da fragata Niterói, ao lado do MN-QSO Rangel, em 1987, durante a Operação TOPEX 87-1, com o porta-aviões USS Nimitz. Ao fundo, o cruzador USS California (CGN-36)

Durante as operações os EA-6B Prowler conseguiram bloquear os radares das nossas fragatas e alguns disseram também que conseguiram bloquear nossas comunicações.

Cheguei a ver durante uma rápida visita ao Centro de Operações de Combate (COC) da fragata Niterói um display de radar cheio de faixas e ruído provocado pelo EA-6B Prowler.

Com o bloqueio (jamming) efetuado pelos EA-6B Prowler, os displays de radar das nossas fragatas ficaram como o da imagem acima, com faixas e ruído
EA-6B Prowler prestes a decolar do USS Nimitz

As aeronaves do Nimitz simularam ataques aos nossos navios e também realizamos exercícios antissubmarino em conjunto, com os helicópteros SH-3D/H Sea King de ambas as Marinhas voando com tripulações mistas.

Os caças F-5E Tiger II da FAB também realizaram exercícios de combate aéreo com os F-14 Tomcat.

Soube depois que os EA-6B Prowler realizaram exercício com a defesa antiaérea do EB mais ao sul do Brasil, depois da passagem pelo Rio de Janeiro. No exercício, os Prowler teriam cegado os radares Super Fledermaus das baterias antiaéreas de 35 mm do EB.

Um helicóptero Sikorsky SH-3H Sea King do esquadrão antissubmarino HS-9 Sea Griffins da Marinha dos EUA (da Carrier Air Wing Oito (CVW-8), operando no USS Nimitz (CVN-68) e um Sikorsky/Agusta SH-3D Sea King do esquadrão HS-1 da Marinha do Brasil, com os sonares de mergulho AQS-13 baixados durante o exercício TOPEX 1-87

Conversando com um amigo operador de radar da fragata Niterói na época, ele contou que o eco no radar produzido pelo USS Nimitz era fraco para o tamanho do navio e que no horizonte o porta-aviões desaparecia antes do normal da tela de radar, indicando que estava usando algum tipo de contramedida eletrônica.

Nos exercícios de ataque antinavio ficou evidente a deficiência dos navios brasileiros de não contarem com uma capacidade de defesa antiaérea de área.

Na Marinha do Brasil na época contávamos apenas com os mísseis Seacat de defesa antiaérea de ponto nas fragatas classe Niterói. Um outro sistema Seacat quádruplo mais antigo também tinha sido instalado no contratorpedeiro Mato Grosso – D34.

Invejávamos os argentinos, que contavam com dois destróieres Type 42 com mísseis Sea Dart com 40 milhas (74 km) de alcance. Se tivéssemos os Sea Dart, que fazia parte do planejamento da Marinha para pelo menos duas novas fragatas antiaéreas, não faríamos tão feio nos exercícios com os aviões do Nimitz.

O lançador triplo de mísseis Seacat que equipava as fragatas classe Niterói, com 5 km de alcance
ARA Hercules D28, destróier Type 42 argentino, armado com mísseis Sea Dart de defesa de área, com 40 milhas de alcance. Ele e seu irmão ARA Santísima Trinidad participaram da Guerra das Malvinas escoltando o porta-aviões 25 de Mayo
Fragata Niterói na configuração de armamento e sensores na época do TOPEX 87-1 com o USS Nimitz. Um lancador de Seacat aparece sobre o hangar do helicóptero na popa

Um ano antes da visita ao Brasil, em 1986, a Marinha dos EUA demonstrou a capacidade de ataque antinavio dos seus porta-aviões quando atacou embarcações da classe “La Combattante IIa” e “Nanuchka” da Marinha da Líbia no Golfo de Sidra.

Os aviões A-6 Intruder atacaram os navios líbios com mísseis antinavio Harpoon e bombas cluster.

O exercício de treinamento com o USS Nimitz demonstrou a vulnerabilidade dos nossos navios de superfície diante da aviação embarcada.

E também lembrou como faz falta um porta-aviões dotado de aeronaves de caça e ataque na nossa Esquadra, além de uma defesa antiaérea de longo alcance, como a do cruzador USS California.

Corveta líbia da classe Nanuchka após ataque dos A-6 Intruder da Marinha dos EUA
O USS Nimitz visto pela proa, com seu grupo aéreo embarcado ainda empregando pintura de alta visibilidade
Lançamento de F-14A Tomcat do USS Nimitz
Embarque de bombas Mk.82 de 250 kg nos A-6E Intruder do USS Nimitz
F-14A do VF-84 a bordo do USS Nimitz
A-6E Intruders recebendo bombas Mk.82 de 250 kg no USS Nimitz. Vê-se também à esquerda um S-3A Viking
O USS Nimitz e parte do seu grupo aéreo embarcado

Jornalista especializado em assuntos militares e editor-chefe da revista e trilogia de sites Forças de Defesa. Serviu à Marinha do Brasil a bordo da fragata Niterói, colaborou com revistas especializadas e trabalhou por 12 anos na redação do jornal O Globo.

Subscribe
Notify of
guest

69 Comentários
oldest
newest most voted
Inline Feedbacks
View all comments
Wagner Figueiredo

Galante é aquele cara que vc tem o prazer de ficar ao lado ouvindo suas histórias e experiências… conheço por aqui..quando foi criado o site.. satisfação imensa pra quem gosta do assunto como eu e outros aqui… alguém que fala e entende do assunto militar…. parabéns!!!!

Leandro Costa

Nesse mesmo ano, só que em setembro, eu estaria aprendendo à velejar. Se não me engano, em 1988 ou 1989 foi a vez do USS Enterprise aparecer por aqui, e dessa vez eu sairia no meu velho Optimist de madeira contrariando os instrutores para ir até o meio da baía de guanabara, sozinho para ir lá ver o bicho, que era gigantesco. Ainda mais para uma criança de 8-9 anos hehehehehe

DOUGLAS TARGINO

Se naquela época só faltaram girar a “chave” e desligar os navios, imagina hoje? Realmente, aquele post anterior mostrando um ataque de um navio desse hoje ao Brasil seria mais desastroso que possamos imaginar.

Funcionario da Comlurb

Ótima matéria.

“…..tijupá, acima do passadiço, meu trabalho era identificar os contatos de superfície com o binóculo e me comunicar com o pessoal de serviço no passadiço e no Centro de Operações de Combate (COC), fornecendo estimativa de distância, ângulo do alvo, ângulo do navio, etc…”

Galante, esse seu trabalho não seria supostamente a função do radar de superfície??

Por que em 1986/87 ainda era necessário ter um vigia para passar essas informações ao Comando ?

Funcionario da Comlurb

Entendi.

Ótima matéria.

Rudi

Parabéns pela materia!

José Carlos David

Esse mesmo mesmo tipo de função eu exerci nos anos 70 como MN-SC no Cruzador Barroso e Contratorpedeiro Mato Grosso. Era um trabalho muito importante na época e inclusive fazíamos o Curso Expedito de Vigilância pra ter essa capacidade.

Silas

Belíssima matéria, mestre Galante… eu, em 87, estava prestes a nascer! rs.. muito bom aprender com os mais experitentes!

M65

Galante: Em caso de danos significativos no passadiço é o COC que assume o controle da Fragata Classe Niterói ? Pergunto porque quando visitei uma na década de 70 vi um setor interno com vários equipamentos e com um timão “alternativo” caso ocorresse algum problema no principal, assim disse o guia para quem estava na visita.

QUEOPS BISPO DE FREITAS

Sou Operador radar da turma de 2015, muuuuuito boy rsrsr mas digo que nada mudou, ainda se usa os vigias de BB/BE que passam essas mesmas informações para o quadro de contato e por sua vez passa para o OR porém o OR no COC pode também contactar os vigias se quiser.

Salomon

É obrigatório e importante, a qualquer tempo. Um pequeno camalote, por exemplo, pode estar sobre vários troncos, que arrebentariam os hélices.Uma canoa de pesca não aparece no radar. Essas informações pela fonia de bordo chegam sempre em graus relativos.

Veiga 104

Excelente. Esse site se diferencia dos outros por isso. O assunto é o mesmo ;forças armadas. Mas a diferença é quem está por trás das notícias. Parabéns galante.

Veiga 104

Hoje o presidente foi em um evento na Escola Naval. Daqui a pouco vai aparecer alguém e dizer que o uss Vermont tá espionando . Kkkk

Bille

Claro que está. Veio diplomaticamente, mas está coletando dados dos submarinos em teste.

Como eles têm mais pólvora, ainda tiraram onda com subnuc.

Augusto Mota

Como se a classe Scorpène não fosse usada há décadas por aí, é um sub manjadíssimo e o Brasil não agregou NADA de ultra-secreto ou armamento poderoso nele, que alguém já não tenha, não temos absolutamente nada a esconder.

sergio

Vi uma reportagem que o eixo do sub nuclear, aproveitaria a tecnologia que nos usamos em nossas centrifugas nucleares seria magnético e não encostaria em partes físicas, ele literalmente flutuaria no sistema, deixando o sub extremante mais silencioso do que seus pares, nais não soube mais noticias sobre essa intenção.

Marcelo Silveira 75

Show de experiência
Um rico acervo no serviço militar de vivência para toda vida.
Congratulações a Alexandre Galante.

Porém o que me intriga não é apenas a deficiência da MB na época, frente a U.S.NAVY. Más referentes a Armada Argentina, pois pelo relato do Alexandre Galante, ainda estávamos abaixo do patamar em se tratando da Argentina que a pouco havia perdido um conflito contra a Grã Bretanha.
Ainda hoje estamos anos luz de uma marinha que possa cumprir suas obrigações.

Dalton

A marinha brasileira era superior à argentina em matéria de guerra anti submarina, com 4 Niterois armadas com o míssil “Ikara” coisa que a marinha argentina não tinha e um número maior de submarinos 3 “Oberon” e entre os “Guppies” havia 2 tipo “III”. . A maior preocupação da marinha brasileira em plena guerra fria seriam os submarinos soviéticos, enquanto a maior preocupação argentina era o Chile com quem quase houve guerra em 1978 e uma professora na época chegou a mostrar-me fotos de navios de guerra mobilizados de ambas as nações em uma viagem de turismo que fez na… Read more »

JACUBÃO

Na marca a matéria Suboficial Galante.
A única observação pertinente era o cabelo grande!
KKKKKKKK
Viva a Invicta Marinha de Tamandaré………

Ron Rodrigues

Notei o mesmo detalhe, não sabia que naquela época marinheiro podia ser cabeludo. kkkkkkkk

Santiago

Parabéns pela Matéria Galante!

A Marinha Argentina desde as Malvinas sempre foi superior à MB. O que deixa a gente triste é que passado mais de 30 anos, as coisas continuam do mesmo jeito, Eu queria saber o que passa na cabeça desses Almirantes, Generais e Brigadeiros. Hoje a história se repete do mesmo jeito como em 1987.

O pessoal fica aqui comentando o que precisa 20, 30 anos e parece que as coisas não mudam, continuam do mesmo jeito ou até pior. Tem hora que desanima.

Alexandre Galante

Não pode deixar o fogo sagrado apagar. Aos poucos a situação vai melhorando. Abs

DOUGLAS TARGINO

O galante tem muitas esperanças, eu não tenho nenhuma mais, infelizmente.

Douglas R.J.Santos.

Desde não .Até a guerra das Malvinas pois depois as forças armadas da Argentina só foi decaindo com o passar dos anos….

Santiago

Eu sei disso. Em 1986 estava servindo o Eb, acontecia a Operação Prato quando caças Mirage IIIBr decolaram para interceptar pontos luminosos no céu. O Comte do Eb na época era o Gal Leônidas Pires Gonçalves. Desde então sempre acompanhei as Forças Armadas do Brasil e do Mundo. tenho várias revistas sobre temas militares e armas. São 34 anos! A Marinha Argentina em 82 conseguiu fazer mais estragos na RN que a Mb e Fab juntas em 2020 contra a Us Navy na simulação do Naval. Se fosse um combate real na época em 1987 o Galante não ia estar… Read more »

Marcelo Mendonça

Santiago, mas se a frota inglesa fosse igual a americana da simulação, oa argentinos possivelmente não teriam conseguido os resultados que fizeram. Não há como comparar 20 Sea Harrier para defesa aérea e 8 harrier para ataque, com 24 F-14, 24 A-7 e 10 A-6 que era o padrão anos 80 da USN,,, provavelmente os hermanos não chegariam nem perto da frota….

Fernando

Os Phoenix dos F-14 teriam abatido os caças argentinos antes deles saírem da costa da Argentina

Dalton

Não era superior…apenas era focada para enfrentar a marinha chilena e quase houve guerra em 1978.
.
A marinha brasileira tinha mais submarinos e seis fragatas modernas 4 delas configuradas para guerra anti submarina com o míssil “Ikara” considerado na época estado da arte.
.
Também havia uma robusta força de fuzileiros navais maior que a congênere argentina.

Fernando Turatti

O problema é que se não combinar com o inimigo, ele pode simplesmente usar coisas para as quais você não se preparou.
Os A-4 argentinos poderiam fazer a festa no céu enquanto a marinha estaria focada olhando para baixo.

carvalho2008

Não, não poderiam não…não estavam conseguindo operar embarcados a contento….tal como o foi…..

Tinham exocet? tinham….mas como o Mestre Dalton falou, tinhamos 5 ssk´s bem operativos, ao tempo que eles não….tal como o foi…

O chile os aperrearia da mesma forma tal como foi e nós, apesar de numero menor de supersonicos, tinhamos uma frota de jatos muito maior,,,a mulinha dos 126 Xavantes faria o equilibrio….e na terra, nossos cascaveis estavam as centenas e novinhos….epoca em que o 90mm fazia bonito…

Fernando Turatti

Se conhece a história do PA argentino, sabe que na vasta maioria do tempo tinha vento o bastante pros a-4 né?

Carvalho2008

Conheço, estava em péssimas condições em seu maquinário. Não conseguia fazer vento para que os caças decolassem com a carga necessária e na ausência de vento era inviável. Noves fora, qtde de A4 comprometidos e carga de A4 comprometidos. Uma hipotese seria a MB tomar a iniciativa, outra a MA, mas veja que se o combate poderia ocorrer na regiao proxima de onde a Task Argentina estava e assim, estaria sem vento tal como foi…mesmo nao fosse, sua tx de detonação foi de 30%…ou seja…tinha de conseguir de decolar, tonha de conseguir levar a carga calculada, tinha de conseguir acertar… Read more »

Franz A. Neeracher

Meio que off-topic, mas durante essa visita do USS Nimitz no Rio de Janeiro, vários tripulantes americanos envolveram-se numa briga feia num local em Copacabana.
A polícia baixou no local, colocou os brigões em camburões e levou a galera toda para a cadeia, sendo liberados depois quando o navio deixou a cidade 🙂

Jefferson

Tempo bom quando as coisas eram resolvidas na garrafada. Estragaram as brigas com esses bobalhoes que não sabem brigar.

Leandro Costa

Tenho um amigo que estava no Nimitz e falou dessa briga. De acordo com ele era algo relativamente corriqueiro, e ainda por cima acrescentou que ‘viveu os últimos anos da lástima que era Po City’ nas Filipinas. Ainda de acordo com ele, ele e mais alguns foram visitar a Barra da Tijuca. Quando mostrei as fotos da Barra hoje em dia ele ficou assombrado hehehehe

M65

Numa destas visitas no Rio, os EUA alugou uma Barca da travessia Rio Niterói para transportar os marinheiros até a Praça Mauá. Quem passava pela Ponte via o gigantesco Carrier com a “pequeníssima” Barca na lateral.

Fernando

Essa da Marinha dos EUA ter alugado a barca (e eu nem achava que tinham alugado, pra mim era emprestada) foi a visita do USS George Washington. Ela é recente, eu trabalhava no centro do Rio perto da Praça Mauá, aquela área estava em obras, estavam construindo o museu do amanhã. Na hora do almoço peguei minha câmera e fui lá, conversei com um operário da obra e pude chegar da beira para tirar umas fotos dele.

gordo

Uma grande experiencia que relata algo obvio, nunca estivemos bem aparelhados. Talvez no Império tivéssemos uma força razoável. Note que havíamos recém saídos de um governo militar e estávamos um pouco melhor do que hoje, o que me faz pensar que ainda temos os mesmos problemas desde o golpe que fundou a Republica.

Funcionario da Comlurb

Você está certo . Entre o período do Império e a nova Republica, invadimos e conquistamos varios paises, e assim foi definido o Brasil gigante que temos hoje.

Pursuit

Este tipo de postagem tinha que ser mais vista por aqui.
Me senti presente por lá.
Parabéns

Não sei quanto anos blogs existem, tenho 35 anos e pelo que lembro desde faculdade com 24 anos eu já estava por aqui como leitor.

Matheus Pereira

Que baita experiência Galante!

A alguns anos atrás, fiz uma ilustração ao estilo “shipbucket” do que seriam as fragatas de defesa anti-aérea baseadas na classe Niterói.

Heli

Muito interessante seu trabalho Matheus, parabéns. Eu trocaria os CIWS Phalanx por Bofors 40mm pois os USA não venderiam o Phalanx para o Brasil, nao autorizaram a Royal Navy a repassa-los no HMS Ocean. Alem disso, (caso os USA liberassem) trocaria o lancador do Sea Dart por dois lançadores óctuplos com os Sea Sparrow, que ao meu ver eram mais modernos que os Sea Dart, apesar do alcance de “apenas” 25km, um a proa e outro a popa como posteriormente foi feito apos a modernização da classe com os Aspide..

Pablo Maroka

Otimo relato, parabens

sub urbano

Parabéns pela Matéria, muito boa.

Já eramos defasados na época. Só prova como somos governados por embusteiros… e o pior, os embusteiros de hoje se inspiram nos embusteiros dessa época aí kkk

ps. terrível como os Prowlers cegaram completamente nossa escoltas. É por isso que eu digo: boa sorte na guerra contra o Biden pessoal, vou torcer por vocês kkk Melhor trocar o chanceler hein kk

Fernando

Nós temos um chanceler? Da última vez que chequei tinha uma criança birrenta lá no Itamarati

Coutinho

Relaxa. Biden vai estar muito ocupado pra se preocupar com o Brasil, ou sequer pensar em guerra.

Jadson Cabral

Triste é saber que hoje, 33 anos depois, nada mudou pra gente. Imagina o que um EA-18 Growler faria hoje

Luiz Trindade

Em 1987 fizeram o que fizeram com as nossas defesas de dia… Imagina hoje à noite… Ainda vem com bravata de as Forças Armadas Brasileiras podem lidar com pólvora quando a diplomacia acabar… É uma piada muito sem graça mesmo para dizer o mínimo!

Rinaldo Nery

Em 2002 fui à Dallas pra treinamento em simulador do E145, na Flight Safety. O diretor lá era um Almirante da reserva, aviador naval. Esteve no Rio nessa missão, voando F-14. Era veterano do Vietnã, onde voara o A-4. Depois voou o A-6, e, por fim o F-14. Tinha, na sua sala, vários troféus e quadros da Navy, dentre eles, um quadro enorme com um gancho de parada do A-6, comemorativo a ¨x¨ catrapos (não recordo o número). Nos conseguiu o acesso à Joint Reserve Air Base, em Fort Worth, onde fomos ao BX e ao Military Clothing.

Coutinho

Parabéns Galante. Materia incrivel. É uma pena que não tenha nenhuma foto dos Tomcat do VF-41 Black Aces.

gerson carvalho

Agora sim, isso eh do meu tempo na MB… Velhos tempos, belos dias….

Fernando

Por que a Marinha dos EUA abandonou a ideia de cruzadores de propulsão nuclear? Custos?

Heli

Prezado galante, te pergunto: a MB tinha, à época da entrada em serviço das Niteroi, conhecimento das grandes limitações dos Sea Cat?

Alex Faulhaber

Acho que só quem se deu bem nessa história no lado brasileiro foram os F-5 x F-14

Marcelo Mendonça

Não diria bem, conseguimos algumas vitórias, mas perdemos no geral de longe.

Fernando

Pintaram os F-5 de preto e disseram que eram Mig-28?

Leandro Costa

Olha, é uma idéia meio maluca, mas acho que teria funcionado. Os dois são muuuuuuito parecidos! 😛

Rinaldo Nery

Era estagiário no 2°/5°, e sobrou pra nós lá em Natal…

Marcelo

“E também lembrou como faz falta um porta-aviões dotado de aeronaves de caça e ataque na nossa Esquadra“ Galante, com todo o respeito pela sua experiência extraordinária de ter participado desse exercício militar, a MB não precisa de porta aviões! Isso ficou demonstrado no período em que tivemos o Minas Gerais e o São Paulo: ambos saíram pouquíssimas vezes em patrulha do nosso litoral (o São Paulo mais porque era uma sucata que merecia ter sido afundado num exercício sem tiro). Porta aviões são navios caríssimos de operar e tem como missão principal a projeção de poder, jamais o patrulhamento… Read more »

Marcelo

“o São Paulo mais porque era uma sucata que merecia ter sido afundado num exercício DE tiro”

Falha do corretor ortográfico

Fabiano

Excelente comentário!

Patriota

Não temos equipamento anti-aéreo porque os almirantes acham melhor defender suas pensões e gastar o dinheiro com picanha.cerveja e lombo de bacalhau.
Toma!

Santiago

Me lembro desses exercícios. A época servia na Capitania do Rio de Janeiro. Levamos diversas vezes na lancha os técnicos da UFRJ para recolher amostra de água ao redor do Nimitz na baía de Guanabara. Era p atestar substâncias radioativas presentes ou não na água. A lancha da Capitania parecia uma formiga ao lado gigante Nimitz. Era Marinheiro oriundo da EAMCE.