Batalha Naval do Riachuelo, ou simplesmente Batalha do Riachuelo, travou-se a 11 de junho de 1865 às margens do arroio Riachuelo, um afluente do rio Paraná, na província de Corrientes, na Argentina.

Essa é considerada pelos historiadores militares como uma das mais importantes batalhas da Guerra do Paraguai (1864-1870).

O cenário

A bacia do rio da Prata era estratégica para as comunicações entre o Oceano Atlântico e os contrafortes orientais da Cordilheira dos Andes. O transporte de pessoas, animais e de mercadorias era feito pelos rios, uma vez que quase não havia estradas até à segunda metade do século XX. O país que controlasse a navegação de seus rios, mas principalmente a sua foz, controlaria o interior do território e a sua economia.

O Paraguai não tinha uma saída direta para o mar, uma vez que a bacia estava em mãos da Argentina e do Uruguai, este último em constante disputa entre os interesses da República Argentina e do Império do Brasil. Por essa razão, as fortificações mais importantes do Paraguai tinham sido erguidas nas margens do baixo curso do rio Paraguai.

No início do conflito, as tropas paraguaias já haviam ocupado áreas da então Província do Mato Grosso (atual Estado do Mato Grosso do Sul), no Império do Brasil, e da República da Argentina. Se vencessem a batalha do Riachuelo, poderiam navegar livremente pelo rio Paraguai, descer o rio Paraná, conquistar Montevidéu no Uruguai e, de lá, ocupar a então Província do Rio Grande do Sul. Formar-se-ia assim o Grande Paraguai, que se abriria ao comércio atlântico com as demais nações.

Antecedentes da batalha

Coube ao Almirante Joaquim Marques Lisboa, Visconde de Tamandaré, depois Marquês de Tamandaré, o comando das Forças Navais do Brasil em Operações de Guerra contra o Governo do Paraguai. A Marinha do Brasil representava praticamente a totalidade do Poder Naval presente no teatro de operações. O Comando-Geral dos Exércitos Aliados era exercido pelo Presidente da República da Argentina, General Bartolomeu Mitre.

As Forças Navais do Brasil não estavam subordinadas a ele, de acordo com o Tratado da Tríplice Aliança. A estratégia naval adotada pelos aliados foi o bloqueio. Os rios Paraná e Paraguai eram as artérias de comunicação com o Paraguai. As Forças Navais do Brasil foram organizadas em três Divisões – uma permaneceu no Rio da Prata e as outras duas subiram o Rio Paraná para efetivar o bloqueio.

Com o avanço das tropas paraguaias ao longo da margem esquerda do Paraná, na Província de Corrientes, Tamandaré resolveu designar seu Chefe do Estado-Maior o Chefe de Divisão (posto que correspondia a comodoro, ou almirante de uma estrela em outras Marinhas) Francisco Manuel Barroso da Silva, para comandar a força naval que estava rio acima. Barroso partiu de Montevidéu em 28 de abril de 1865, na Fragata Amazonas, e se juntou à força naval em Bela Vista.

A primeira missão de Barroso foi um ataque à cidade de Corrientes, que estava ocupada pelos paraguaios. O desembarque ocorreu, com bom êxito, em 25 de maio. Não era possível manter a posse dessa cidade na retaguarda das tropas invasoras e foi preciso, logo depois, evacuá-la, mas o ataque deteve o avanço paraguaio para o sul, ao longo do Rio Paraná. Ficou evidente que a presença da força naval brasileira deixaria o flanco dos invasores sempre muito vulnerável. Era necessário destruí-la, e isso motivou Solano López a planejar a ação que levaria à Batalha Naval do Riachuelo.

Os combatentes

A esquadra paraguaia, partindo de Humaitá na noite de 10, devia regular a sua marcha de modo a atingir a esquadra brasileira nas primeiras horas da madrugada de 11 de junho. Cada um dos navios paraguaios devia abordar um dos navios brasileiros. Se algum destes conseguisse repelir a abordagem, teria a sua retirada cortada por uma bateria previamente assestada no barranco sobre o canal Riachuelo, duas léguas abaixo da cidade de Corrientes.

Ide e trazei-me os navios brasileiros! foram as palavras de Lopes quando terminou a proclamação que dirigiu à sua esquadra no momento da partida de Humaitá. A distancia poderia ser percorrida em cinco ou seis horas, mas uma avaria no vapor Iberá não permitiu efetuar a surpresa antes do romper do dia, e só às 9 horas as duas esquadras se avistaram.

Império do Brasil
A Força Naval Brasileira que bloqueava o rio Paraná estava fundeada ao lado do Chaco, a 25 km ao sul de Corrientes e fronteiro a um monumento denominado A Coluna, ereto na margem esquerda do rio.

Era composta de 11 navios, mas no dia da batalha contava só com 9; outros dois: as canhoneiras Itajái e Ivaí encontravam-se destacadas em ponto distante rio abaixo. A força era formada pela 2ª e 3ª Divisões da Esquadra.

A frota composta de nove navios de guerra estava armada com 59 bocas de fogo, levando a bordo 1 113 fuzileiros navais e 1 174 soldados do Exército Imperial. Somavam um total de 2 287 homens. Seu comandante em chefe era o Almirante Francisco Manuel Barroso da Silva.

2ª Divisão Naval: Chefe de Divisão Almirante Francisco Manuel Barroso da Silva

Fragata a vapor Amazonas (1852-1897) da Marinha do Brasil

Corveta Parnaíba (1858-1865) destruída nas batalhas de 1865

Canhoeira Araguari (1858-1882) na Baía da Guanabara

 

Navio Casco Ton. Poder de fogo Potência Notas Comandante
1 Fragata Amazonas
(Capitânia)
Aço Couraçado 1050 t 6
(1 70 £ e 5 68 £)
300 cv Capitão de Fragata
Teotônio Raimundo de Brito
2 Corveta Parnaíba Madeira Couraçado 637 t 7
(1 70 £, 2 68 £ e 4 32 £)
120 cv Encalhada.
Foi Seriamente avariada.
Capitão-Tenente
Aurélio Garcindo Fernandes de Sá
3 Canhoeira Mearim Madeira Couraçado 415 t 7
(3 68 £ e 4 32 £)
100 cv Alarmou a Armada Imperial Primeiro-Tenente de Marinha
Elisiário José Barbosa
4 Canhoeira Araguari Madeira Couraçado 400 t 5
(3 68 £ e 2 32 £)
80 cv Primeiro-Tenente de Marinha
Antônio Luís von Hoonholtz
5 Canhoeira Iguatemi Madeira 400 t 5
(3 68 £ e 2 32 £)
80 cv Primeiro-Tenente de Marinha
Justino José de Macedo

 

3ª Divisão Naval: Comandante Capitão de Mar e Guerra José Secundino de Gomensoro

Navio Casco Ton. Poder de fogo Potência Notas Comandante
6 Corveta Jequitinhonha Madeira 637 t 7
(2 68 £ e 5 32 £)
130 cv Encalhada.
Destruída em combate no dia seguinte.
Capitão-Tenente
Joaquim José Pinto
7 Corveta Belmonte Aço Couraçado 602 t 8
(1 70 £, 3 68 £ e 4 32 £)
120 cv Encalhada.
Foi Seriamente avariada.
Primeiro-Tenente de Marinha
Joaquim Francisco de Abreu
8 Canhoeira Beberibe Madeira 560 t 7
(1 68 £ e 6 32 £)
130 cv Capitão-Tenente
Joaquim Bonifáco de Santana
9 Canhoeira Ipiranga Madeira 325 t 7
(7 30 £)
70 cv Primeiro-Tenente de Marinha
Álvaro Augusto de Carvalho

 

República do Paraguai

A Marinha Paraguaia era composta de 8 navios armados com 38 bocas de fogo, contando ainda com sete baterias flutuantes “chatas” comandadas por tenentes de artilharia, montando cada uma um canhão de 68 libras. Estas “chatas” eram rebocadas ao campo de batalha por um navio à exceção do “Salto Oriental”.

Entre a tripulação figuravam 400 marinheiros entre os oito navios e outros 72 a bordo das chatas. Somando 472 marinheiros que foram agregados com quinhentos combatentes do 6º Batalhão de Infantaria a bordo.

A esquadra guarani era comandada pelo Comodoro Pedro Ignácio Mezza. Foram posicionadas nas barrancas da Foz do Riachuelo 22 peças de artilharia e duas baterias à “Congreve” com 1 200 atiradores do exército paraguaio que estavam posicionados em terra, comandados pelo Tenente-Coronel José María Bruguez.

Dois outros navios da esquadra paraguaia não participaram do combate e ficaram fundeados águas acima do rio em razão de avarias, o Vapor Paraná, comandante Gutierres e o Vapor Yberá, sob comando do Tenente Pedro Victorino Gill, teve problemas mecânicos e atrasou a chegada da frota paraguaia ao campo de batalha.

Navio Casco Ton. Poder de fogo Potência Notas Comandante
1 Corveta Tacuarí
(Capitânea)
Aço 730 t 8
(2 68 £ e 6 32 £)
130 cv Comodoro
Pedro
Ignácio Meza
2 Corveta Paraguarí Aço 627 t 8
(2 68 £ e 6 32 £)
120 cv Afundou em combate. Primeiro-Tenente de Marinha
José M. Alonso
3 Vapor Ygureí Madeira 548 t 7
(3 68 £ e 4 32 £)
130 cv Capitão de Corveta
Remigio Cabral
4 Vapor Marquês de Olinda Madeira 300 t 4
(4 18 £)
80 cv Neutralizado em combate e abordado.
Depois destruído.
Tenente de Navio
Ezequiel Robles
5 Vapor Salto Oriental Madeira 255 t 4
(4 18 £)
70 cv Afundou em combate. Alferes de Marinha
Vicente Alcaraz
6 Vapor Yporá Madeira 226 t 4
(4 32 £)
80 cv Capitão de Fragata
Domingo Antônio Ortíz
7 Vapor Jejuy Madeira 120 t 3
(3 18 £)
60 cv Afundou em combate. Tenente de Marinha
Aniceto López
8 Vapor Pirabebé Ferro 150 t 1
(1 8 £)
60 cv Canhão ficou indisponível Tenente de Marinha
Toribio Pereira
9 Vapor Rangel Madeira 90 t Desarmado 50 cv Rebocado para ser utilizado como navio transporte Primeiro-Tenente
Pedro Victorino Gill

 

A batalha

Na manhã de 11 de junho de 1865, domingo da Santíssima Trindade, por volta das 8h30m. após ter sido arriado o sinal de rancho, preparam-se as toldas do Amazonas e do Jequitinhonha para a celebração da Missa. Perto das 9h00m. a canhoneira Mearim, navio de vanguarda e de prontidão avançada, iça o sinal de Inimigo à vista, e logo após outro sinal: os navios avistados são em número de oito.. Barroso, a bordo da Fragata Amazonas, faz o primeiro sinal Preparar para o combate e depois Safa geralDespertar os fogos das máquinas e a seguir: Suspender ou largar amarras por arinques e boias, ou até por mão, como melhor convier.

A primeira carga

Batalha de Riachuelo, etapa 1. a) A frota brasileira desce a jusante para encontrar a frota paraguaia. b) A Amazonas sai da formação por algum motivo e é seguida pela Jequitinhonha. Em seguida, a Amazonas retorna à formação, e a Jequitinhonha é fortemente atacada pela infantaria e pela artilharia na barranca. c) A ausência da Amazonas e da Jequitinhonha faz com que a Belmonte ‘se transforme em um alvo fácil, fortemente atacado e à deriva rio abaixo. d) A força brasileira então dá meia-volta (mantendo-se a montante para manter a estabilidade dos navios) enquanto a Panaíba vem em socorro da Jequitinhonha.

Às 9h 25 min, a esquadra brasileira está na formação em escarpa voltada águas acima. Barroso iça o sinal O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever, seguido de outro, com instruções de combate: Atacar e destruir o inimigo o mais de perto que puder. Os paraguaios descem o rio, perfilham-se com a esquadra brasileira, trocam-se tiros, duas chatas paraguaias são afundadas e um terceira avariada; o Jejuí, também atingido e seriamente avariado, vai abrigar-se na beira do Riachuelo para reparos. A esquadra paraguaia desce o rio, faz a volta um pouco abaixo do Riachuelo, torna águas acima e encosta-se na curva do Riachuelo a jusante das suas baterias de terra; as chatas, fundeadas e preparadas, aguardam a resposta brasileira. Descendo, a frota paraguaia se estira ao longo e perto da margem esquerda do Paraná, entre a boca do Riachuelo e a saliência do Rincão de La Graña, a jusante dos 22 canhões inimigos assestados em terra.

A segunda carga

Segunda carga

Às 10h50m – A esquadra brasileira começa a se mover águas abaixo na direção dos paraguaios, a Amazonas repete o sinal Atacar e destruir o inimigo o mais perto que puder. A Corveta Belmonte vai a frente e abre fogo às 11h20m, sofre com o fogo combinado dos navios e das baterias de terra, é fortemente fustigada, a água lhe invade o porão. Comunica à capitânia que as bombas não dão vazão e faz contramarcha, dirige-se ao banco mais próximo, na ilha Cabral e aí encalha para não ir a pique e se recuperar.

11h25m – A Amazonas investe na vanguarda e abre fogo contra as baterias inimigas e recebe a resposta a bala e metralha. Segue-lhe a Beberibe às 11,40 hsabre fogo, seguem-lhe a Mearim pelo canal e a Araguari, esta repele uma tentativa de abordagem dos inimigos TaquariMarquês de Olinda e Paraguari. Às 11h50m A Ipiranga investe pelo canal trocando tiros com a linha inimiga e consegue atravessar. Às 12h10m a esquadra brasileira concluíra a primeira passagem águas abaixo.

De 12h05m às 13h. A Jequitinhonha, segundo maior navio da esquadra do Brasil, encalha antes de passar pelo canal, a pouca distância das baterias de terra do Cel. Bruguez, é atacada com vigor pela artilharia das barrancas e responde a altura com os canhões de bombordo, mas não pode mover-se, ainda assim consegue repelir a tentativa paraguaia de abordagem simultânea pela Taquari, do Marques de Olinda’ e da Paraguari. A Parnaíba deixa a formação e vai águas acima em socorro da Jequitinhonha, bate o leme num banco e depois é atingida no leme; o comandante tenta governá-la só com as velas, mas vêm em sua direção o vapor Paraguari pela proa, o Taquari por bombordo e o Salto por estibordo. A situação da esquadra brasileira nesta hora é crítica: A Belmonte e a Jequitinhonha encalhadas fora de combate e a Parnaíba sofre a abordagem e a bandeira brasileira no navio é arriada.

A luta pela Parnaíba

Greenhalgh

Marcílio Dias

 

Deu-se voz de preparar para abordagem, o comandante mandou tocar a máquina a toda força e foi sobre o Paraguari, este abriu-se quase ao meio, viu-se perdido e só teve tempo de buscar a praia e a tripulação o abandonou. No entanto a capitânia Taquari, o Salto e logo depois pela popa o Marques de Olinda realizaram a abordagem.

Os paraguaios em luta corpo a corpo tomam o navio desde a popa até o mastro grande, nesta luta sobressaem do lado dos brasileiros o Guarda-Marinha João Guilherme Greenhalgh, o Imperial Marinheiro Marcílio Dias, o Capitão do 9º Batalhão de Infantaria Pedro Afonso Ferreira e o Tenente do mesmo batalhão Feliciano Inácio Andrade Maia mortos na defesa da embarcação e da bandeira.

A bandeira brasileira é arriada pelos paraguaios. São 575 os atacantes e 263 os defensores. O comandante da Parnaíba dá ordens de incendiar o paiol de pólvora para que a embarcação não caia em mãos do inimigo. A luta dura uma hora, a esquadra brasileira, a Araguari e a Beberibe fazem águas acima e vêm em seu socorro, neste momento os navios paraguaios abandonam o costado da Parnaíba.

A Parnaíba sofre o choque de três vapores paraguaios (Le Monde illustré, nº 436, 19-08-1865

A terceira carga

14h00m. A batalha está na fase mais crítica e indecisa. A Amazonas, tendo descido o rio e completado a volta, investe águas acima e sinaliza sustentar o fogo que vitória é nossa e, por ordens de Barroso, joga a proa contra o casco do Jejuí e o põe ao fundo, a seguir joga a proa contra uma das Chatas paraguaias e a afunda.

Livre da abordagem, a Parnaíba iça novamente a bandeira brasileira. A fragata Amazonas avistando o Salto parado repetiu a manobra afundando-o, a manobra se repete mais uma vez contra o Marques de Olinda que atingido pela proa da Amazonas desce o rio desgovernado à deriva para encalhar mais abaixo.

A esquadra paraguaia perde 4 embarcações e 4 chatas, o restante surpreendido pela manobra foge em retirada rio acima perseguida pela Beberibe e pela Araguari que os fustiga com os seus canhões até se distanciarem.

Às 17h30m a batalha está terminada, com clara vitória da esquadra comandada por Barroso. A Belmonte se acha alagada e inutilizada e a Jequitinhonha encalhada.

A vitória foi decisiva para a Tríplice Aliança, que passou a controlar, a partir de então, os rios da bacia platina até à fronteira com o Paraguai, garantindo todo o apoio logístico às forças de terra e bloqueando qualquer ajuda ou contato de López com o exterior.

Ordens

Ficaram famosas na História Militar Brasileira as mensagens transmitidas às embarcações brasileiras pelo Almirante Barroso, através da sinalização de bandeiras:

  • O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever!”
  • Sustentar o fogo, que a vitória é nossa!”

 

Batalha Naval do Riachuelo
Guerra do Paraguai ou Guerra da Tríplice Aliança
Palácio Pedro Ernesto - Batalha do Riachuelo - cópia.jpg
Data 11 de junho de 1865 (152 anos)
Local Rio da Prata, Argentina
Desfecho Decisiva vitória brasileira
Beligerantes
PARAGUAI
Marinha de Guerra Paraguaia
Exército Paraguaio
IMPÉRIO DO BRASIL
Armada Imperial Brasileira
Corpo de Fuzileiros
Comandantes
Comodoro Mezza
Tenente Robles†
Coronel Bruguez
Almirante Barroso
Capitão Secundino
Forças
Naval:
1.472 combatentes
7 navios (38 canhões)
6 chatas
Terrestre:
1.200 soldados
22 canhões
2 Baterias Congreve
Naval:
2.287 combatentes:
1.113 da marinha
1.174 do exército
9 navios (59 canhões):
1 Fragata
3 Corvetas
5 Canhoeiras
Baixas
351 mortos
567 feridos
4 navios afundados
6 chatas afundadas
104 mortos
142 feridos
20 desaparecidos
1 navio afundado
2 navios encalhados

 

FONTE: Wikipedia

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Victor Filipe

A Armada Impérial e o Exercito do Império Brasileiro carregaram o piano nessa guerra.

A Argentina ficou mais de camarote. Quanto mais o tempo passava menos forças eles colocaram na guerra e o Uruguai coitado. Era pequeno de mais e não era um país consolidado ainda, então não tinha como exigir muito.

O Brasil poderia ter lutado sem a aliança e o resultado seria o mesmo

Agressor's

A Marinha Brasileira dessa época era outro nível…A Marinha Imperial foi o apogeu de nossa Marinha…

Last edited 2 anos atrás by Agressor's
AMX

Era justamente o que Tamandaré defendia: que lutássemos sem nos comprometermos com aliança alguma.

camargoer

Caro Vitor. Recomendo o livro “Maldita Guerra”. A Argentina estava politicamente dividida. De um lado, Buenos Aires e do outro as províncias mais ao norte. Havia o real de uma secessão, com as províncias argentinas que faziam divisa com o Paraguai se juntarem a ele. Sem entender esse contexto, fica difícil compreender o envolvimento argentino na guerra. Também é necessário lembrar que o abastecimento das tropas do exército brasileiro foi um pesadelo logístico. As tropas da tríplice aliança dependiam inteiramente do fornecimento de alimentos provenientes da Argentina. Teria sido impossível abastecer as tropas sem a colaboração argentina. e o resultado… Read more »

Leandro Costa

Tive a oportunidade de assistir uma palestra do autor do livro a algum tempo atrás. Se eu já recomendava o livro antes de assistir a palestra, agora o faço com ainda mais ênfase. Realmente muito bom.

sergio

Meu caro, so dependemos dos argentinos por que eles eram aliados, e incluímos eles no planejamento , se não estivessem na guerra nos lutaríamos do mesmo jeito, so teríamos que adaptar a estrategia, mais no fim seria tudo igual.
Ou você acha que o império iria perder parte do seu território só por que os argentinos não estavam na guerra?
se daria um jeito meu caro.

camargoer

Caro Sergio. O único meio de chegar ao Mato Grosso durante o período do Império era entrando no Rio da Prata e subindo o Rio Paraguai. Para isso, é preciso navegar um trecho argentino e depois um trecho paraguaio do rio. Sem o apoio dos Argentinos, as tropas brasileiras nunca chegariam ao Paraguai e muito menos ao Mato Grosso, onde ocorreu a invasão. A resposta do Império teria que ser por terra ou descendo o Rio Paraná a partir de SP e de MG, lembrando que existiam vários saltos e quedas ao longo deste trajeto, impedindo que navios pudessem seguir… Read more »

Fernando Veiria

o que aconteceu com a bateria paraguaia que estava na margem do rio? Eles devem ter sido uma pedra no sapato dos brasileiros porque era uma posição em que toda hora os navios brasileiros tinham que passar e os paraguaios tinham condições boas de tiro.

Em tempo, a Amazonas que virou o jogo na batalha investindo de proa contra os navios paraguaios fazendo um estrago considerável na esquadra inimiga.

Leandro Costa

Essa falácia do Brasileiro manso e pacato já deveria ser um tanto óbvia. Pelo menos para aqueles que residem no Hell de Janeiro hehehehe

Agressor's

Um FATO curioso. Depois que o Brasil derrubou o Paraguai em 1870. O parlamento sugeriu que uma estátua de Dom Pedro II fosse construída. Porém o imperador recusou a iniciativa do parlamento de construir uma estátua sua, aconselhando os políticos a usarem o dinheiro da estátua para a construção de escolas no Rio de Janeiro. A família imperial desde o primeiro reinado defendia a abolição da escravidão, Dom Pedro II buscou a todo custo investir em educação, até mesmo com o próprio salário. O Liceu Sagrado Coração de Jesus foi fundado pela Princesa Isabel em 1885 para oferecer educação gratuita… Read more »

Agressor's

“A maneira mais eficaz para destruir as pessoas é negar e destruir a sua própria compreensão de sua história. Quem controla o passado, controla o futuro. Quem controla o presente, controla o passado.” George Orwell Recomendo que pesquisem mais profundamente sobre a nossa historia passada. Porque hoje ela está sendo atacada e destruída em nosso país, para ser reescrita e nos passar uma visão distorcida de nossa nação pra fazer com que o próprio povo se deprecie. A mentalidade de colonizado e o complexo de inferioridade são constantemente estimulados em nossa sociedade pela mídia e pelos meios culturais(cultura de massa,… Read more »

Pedro Tomaz Da Rocha

Excelente reflexão sobre a história do Brasil

Wilson Look

É isso o que acontece quando uma parcela grande da população, não tem direito a renda, que era o caso dos escravos.

É importante saber ler os dados, caso contrário levará a desinformação, no caso do período, além da escravidão temos também a crise econômica do final do Império e que foi agravada, e muito, pela proclamação da república.(essa crise não tinha relação com o fim da escravidão, estava mais relacionada a empréstimos para pagar as dívidas da guerra e pelo baixo nível industrial do País).

Willber Rodrigues

“Essa falácia que brasileiro é pacífico e bonzinho é conversa pra boi dormir”
Concordo. É só ver o n° de assassinados nesse país…

Gabriel

Que falta faz um cinema nacional de qualidade, essa batalha daria um bom filme, mais infelizmente cinema no Brasil é sobre favela, prostituição e glorificação de criminoso.

Leandro Costa

Esqueceu do Nordeste de Jorge Amado ehehehhe

Agressor's

Os filmes de favela daqui como Tropa de Elite ou Cidade de Deus fazem um bom sucesso nos eua, e filme que glorifica criminoso é o que mais se faz em Hollywood nos dias presentes…

Last edited 2 anos atrás by Agressor's
camargoer

Olá Agressor. Tropa de Elite tem favela mas não é filme-favela (como seria Cidade de Deus). É sobre corrupção das instituições do Estado. É aquele filme que a gente assite a cada três anos… e continua bom

Esteves

O Brasil é sobre favela, prostítulos, corrupção, ladroagem, crimes. Não é o cinema que condena um criminoso a 15 anos por matar ou 1 traficante a 3 anos por traficar.

Arte de qualidade? Existe arte. Quem não gosta passa longe. O Rio de Janeiro ficou como Está porque o cinema mostra o que é ou é o que é porque a bandidagem tomou conta?

Quando o trem ou o ônibus atravessam as ruas…vamos fechar as janelas. Boa essa.

camargoer

Olá Esteves. Há o cinema com arte e técnica. E há o cinema comercial. Aquelas comédias (chatas) não tem arte e falta técnica. Cidade de Deus teve muita técnica. O Pagador de Promessas ganhou a Palma de Ouro. Central do Brasil merecia o Oscar. A hora da estrela é surpreendente. Floradas na Serra e quase tudo que foi feito na Vera Cruz. Beijo no Asfalto. Estômago (adoro esse filme)… Tropa de Elite é sensacional porque mostra a corrupção da polícia, o domínio do tráfico, a hipocrisia da classe média, preconceito, racismo, drama pessoal, é engraçado…é trágico, violento. O Quatrilho (é… Read more »

carcara_br

Vou degustar a matéria mais tarde, é o tipo de coisa boa pra ler antes de dormir rsrsrs

Allan Lemos

É uma lástima que com a exceção de entusiastas militares como nós, pouquíssimos brasileiros conheçam o heroísmo do Greenhalgh e do Marcílio Dias e da grande atuação das forças armadas brasileiras na Guerra do Paraguai e também em outras(já tive uma professora me falando que os soldados brasileiros não dispararam um tiro sequer na WWII), mesmo os mais escolarizados. Enquanto que nos EUA é difícil encontrar um americano médio que não saiba o nome de pelo menos um personagem importante da Revolução, aqui só se dá valor a subcelebridades, artistas de 5º categoria e outros tipos que jamais fizeram algo… Read more »

Leandro Costa

Finalmente concordamos em alguma coisa.

Agressor's

Durante toda a minha vida escolar, eu sempre ouvi falar muito mal do Período Monárquico Brasileiro… Os livros do MEC sempre se referem a essa época de forma muito rápida e com um tom pejorativo… Mas a realidade é que o braziu mergulhou nas trevas e vai ser muito difícil de sair dessa… O braziu é um país trágico, perdemos completamente o rumo e nossa identidade cultural… O caos em que nos encontramos é um reflexo disso… Este país já teve grandes nomes em sua história passada como Santos Dumont, Bartolomeu de Gusmão, Oswaldo Cruz, Vital Brasil, Manuel de Abreu,… Read more »

Allan Lemos

Durante toda a minha vida escolar, eu sempre ouvi falar muito mal do Período Monárquico Brasileiro… Os livros do MEC sempre se referem a essa época de forma muito rápida e com um tom pejorativo…

Amigo, não poderíamos esperar absolutamente nada de diferente de um sistema educacional construído pela esquer** e baseado em seu método Paulo Freire.

Esteves

Tava demorando.

Paulo Freire não foi historiador. Foi pensador. Educador. Filósofo. Nacionalista. Patriota. Dedicou a vida a alfabetizar os adultos. Não escreveu sobre batalhas ou sobre guerras. Paulo Freire está citado entre os 100 grandes pensadores educadores da história moderna.

Essa vida escolar pobre sobre nossa história…esses livros escolares pouco ricos e quase nada aprofundados sobre o que passou nesse período imperial…foi a vida escolar dos anos 1960 aos anos 1990. Período esse dominado pela censura (1968 a 1985) e pela visão republicana dos militares (1964 a 1985) que Estavam no poder.

Tava demorando pra postar tontice.

camargoer

Olá Esteves. Concordo com você. A alfabetização de adultos é completamente diferente da alfabetização de crianças. É impossível usar o mesmo material e abordagem desenvolvida para crianças de 5~8 anos para alfabetizar adultos. Por outro lado, adultos têm uma experiência de vida, exemplos de superação ao longo da vida e necessidades e responsabilidades que podem ser usada como motivadores. Quem conhece o EJA sabe que é muito difícil o processo de alfabetização de adultos. Em 1970, 33% da população adulta brasileira era analfabeta. É um enorme erro confundir a alfabetização de adultos com a alfabetização de crianças.

camargoer

Caro Allan. Há um estudo sobre psicologia comportamental chamada “efeito Dunning-Kruger” cuja conclusão é que “quanto menos se sabe sobre um assunto, maior é a impressão que se sabe muito sobre ele”. Um exemplo disso é confundir os trabalhos de Paulo Freire sobre a alfabetização de adultos com a alfabetização de crianças. Em 1950, 50% da população brasileira (maior que 15 anos) era analfabeta. O livro “A pedagogia do oprimido” foi publicado em 1968, mas foi proibido no Brasil pelo governo militar (o que serve para entender o que foi o período militar). Neste contexto, a alfabetização ao longo dos… Read more »

Allan Lemos

Camargoer, o problema é que esse tipo de alfabetização vem sempre acompanhada de doutrinação ideológica. Crianças devem ir para a escola para aprender português, matemática, geografia e etc, mas no Brasil, elas aprendem que o Maring**** e o Ch* eram heróis. Não é culpa do regime militar que o Brasil tem ocupado as piores posições no ranking global de educação básica e tem pouquíssimas universidades de destaque(a única no top 100 é a USP, se não estou enganado). Já que é professor, com certeza viu como o Enem era até o governo mudar, uma prova repleta de temas ideológicos, quando… Read more »

Fernando Veiria

Crianças devem ir para escola para aprender além das disciplinas que você citou, também história. Eu não aprendi que Che e Mariguela eram heróis, na verdade mal se falava deles, mais de Che por causa da revolução cubana. Escola deve te dar senso crítico também para saber que Che, Marighela, Stalin, Mao não foram heróis. Mas também para te fazer ver que Médici, Ustra, Figueiredo entre outros eram igualmente ruins. E sobre o Enem, as mudanças que eu vi da mudança de governo foi aquele exame desastrado feito pelo ministro que teve que sair fugido do país para não ser… Read more »

camargoer

Olá Fernando. A revolução cubana precisa ser vista com cuidado. Primeiro, Cuba estava sob um ditadura militar e corrupta comandada por Fulgencio Batista. Fidel tentou se aproximar do governo dos EUA, mas a tentativa de invasão na Baia dos Porcos financiada pela CIA e autorizada por Kennedy prejudicou as relações entre os dois países. A URSS passou a apoiar Cuba no contexto da Guerra Fria, atingindo o ápice na crise dos mísseis. Em seguida, Cuba passa a apoiar as revoluções socialistas na África, novamente entrando em conflito com os interesses dos EUA. Tentar colocar as coisas como mocinhos e bandidos,… Read more »

camargoer

Caro Allan. A educação no Brasil foi por séculos uma ação excludente. Apenas os filhos das elite recebiam educação para continuarem ocupando a elite. O resto da população era negligencia. Em 1950, 50% dos adultos eram analfabetos. Em 1970, eram 33%. Apenas no fim do século XX foi possível oferecer vagas para todas as crianças e jovens cursarem o ensino fundamental e ensino médio. Ainda hoje, 6% da população adulta é analfabeta. O problema nunca foi de doutrinação, mas de exclusão. Parece razoável imagina que um jovem que tenha frequentado uma boa escola seja capaz de perceber por si o… Read more »

carvalho2008

Pedro II era um homem a frente de seu seculo….

Esteves

Foi um homem exatamente dentro de sua época. Pra variar…só pra variar…desprezamos nossos expoentes.

Temos essa mania populista de apalpar os medíocres e ignorar quem nos manda estudar.

Saldanha da Gama

Falava “apenas” 16 idiomas……Além de muitas “deficiências” culturais e científicas…..

camargoer

Olá Saldanha. Tanto D.Pedro I qunado D.Pedro II foram personalidades excepcionais. Tinham muitas qualidades sim. Extremamente inteligentes, mas tinham defeitos também. Gosto muito daquela série de livros do Laurentino Gomes (1808, 1922 e 1889) e do livro “As barbas do Imperador”. Eu coloco como exemplo a incapacidade de D.Pedro fundar uma universidade imperial, por exemplo, como fez o império japonês ao fundar a Universidade de Tóquio em 1877.

Saldanha da Gama

2!!!!!!!!!!

Camargoer

Caro Allan. Eu recomendo um documentário chamado “Para o dia nascer feliz”. Continua atual e necessário. Nele são apresentados três escolas de ensino médio, uma rural, uma de periferia e uma da elite, caríssima. Fica muito claro as diferenças, particularidades, problemas e também as semelhanças entre os jovens estudantes. Também tem um texto do Darcy Ribeiro “sobre o óbvio”. Quando você diz fracasso, fica a pergunta “fracasso para quem?” Durante o período da cana, os engenhos brasileiros abasteciam a Europa. Sobre o trafico de escravos, 1/3 deles desembarcou no Brasil. Durante o ciclo do ouro, o Brasil abasteceu o mundo… Read more »

Allan Lemos

Camargoer, é a elite do atraso(ainda lerei o livro). Mas o problema não é apenas ela. Por exemplo, você verá aglomerações no Leblon, mas também as encontrará nas comunidades do RJ, só o que muda é a paisagem e a cor da pele dos que estão se aglomerando.

Agressor's

O povo brazileiru não é pacífico, ele é pacificado…O povo brazileiru de hoje é massa de manobra e vive embaixo de uma engenharia social financiada por um sistema que controla o país…

Last edited 2 anos atrás by Agressor's
Leonardo Costa da Fonte

Estava curioso para entender o porquê do Paraguai ter um navio chamado Marquês de Olinda! Aí descobri que foi um navio brasileiro confiscado pelo Paraguai. Precisamos conhecer mais a nossa história. Infelizmente, o nosso ensino ainda é muito pobre e politizado.

Esteves

40 livros publicados. 70 idiomas traduzidos.

Esteves no poder. Eita que Esteves teria adorado ter Estado no estado em forma de empoderado. Ou não.

“O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.”

No seu caso, obviamente, pelas asneiras que escreve, isso não faz nenhum sentido.

Last edited 2 anos atrás by Esteves
Esteves

Foi pro abestalhado. Não sei porque saiu aqui em cima.

Qualquer pensador capaz de publicar 40 livros e ser traduzido em, dizem alguns, quase 100 idiomas…vai pensar assim lá na casa do Abelardo.

Ensinar criança é uma vocação. Ensinar adulto é uma adoração.

camargoer

Olá Esteves. A alfabetização de adultos é muito difícil e normalmente há um envolvimento emocional muito grande entre os professores e os alunos. É muito mais uma relação entre amigos do que entre professor-aluno. Eu sempre lembro daquele estudo que originou o efeito Dunning-Kruger, cuja conclusão é quanto menos se sabe de um assunto, maior é a impressão de conhece-lo.

sub urbano

Solano López era um playboy arrogante e burro. Foi avisado que sua marinha não daria nem pro cheiro. Em Tuiuti foi a mesma coisa apesar de quase ter virado o jogo em um momento da batalha. Tem um livro escrito por um oficial americano que serviu com os Paraguaios que dá uma noção da personalidade de Lopéz. Ele esperava 3 coisas ao invadir o Brasil atravessando a argentina: uma revolta separatista Gaúcha, uma rebelião de escravos e uma guerra civil na argentina.

M65

E por falar em Família Imperial, sugiro a pesquisa na internet e leitura de : Como está o processo de beatificação da Princesa Isabel ?

camargoer

Olá M65. Sugiro também os livros do Laurentino Gomes. Aliás, ele está lançando uma nova série sobre a escravidão. O primeiro livro foi muito bom.

M65

Grato !