Guerra das Malvinas/Falklands – 40 anos: ‘O Império Contra-Ataca’

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No dia 5 de abril de 1982, três dias depois da invasão das Ilhas Malvinas/Falklands por forças argentinas, o Reino Unido despachou uma Força-Tarefa liderada pelos porta-aviões HMS Hermes e HMS Invincible para retomar as ilhas, ao mesmo tempo em que ocorriam negociações diplomáticas para uma solução pacífica.

A invasão argentina das ilhas foi condenada pela Conselho de Segurança na ONU na resolução 502. A resolução solicitou a retirada imediata das forças argentinas das Ilhas Malvinas/Falklands e a solução pacífica da disputa.

Despachar uma Força-Tarefa em tão curto espaço de tempo foi uma conquista notável. Foi o resultado de uma cooperação estreita entre a Royal Navy, a Marinha Mercante, o Royal Dockyards e os portos comerciais, os depósitos e organizações de transporte do Ministério da Defesa e Indústria.

A Força-Tarefa teve que ser estocada e provisionada por pelo menos três meses no mar.

Muitos dos navios mercantes exigiram extensas modificações para prepará-los para o novo papel.

Eventualmente, mais de 110 navios foram desdobrados. Estes incluíram 44 navios de guerra, mais 22 da Royal Fleet Auxiliary (RFA) e 45 navios mercantes, cujas tripulações civis eram todas voluntárias.

HMS Invincible deixa o porto a caminho das Falklands
Capa da revista Newsweek com o HMS Hermes a caminho do Atlântico Sul em abril de 1982
Capa da revista Newsweek com o HMS Hermes a caminho do Atlântico Sul em abril de 1982

As Ilhas Falklands ficam a 8.000 milhas a sudoeste do Reino Unido e mais de 3.500 da Ilha de Ascensão, mas a apenas 400 milhas do continente argentino.

A força-tarefa precisava ser auto-suficiente em comida, água, combustível, munição e todos os outros equipamentos militares que pudesse requerer. Transportes sólidos e arranjos logísticos eram vitais.

Os navios da RFA e da Marinha Mercante e as aeronaves de transporte da RAF formaram o cabo salva-vidas da força-tarefa.

Navios mercantes transportaram 9.000 militares, 100 mil toneladas de carga e 95 aeronaves para o Atlântico Sul.

A linha de suprimentos forneceu 400 mil toneladas de combustível.

Os navios da RFA transferiram munição, carga seca e combustível em mais de 1.200 ocasiões e realizaram mais de 300 transferências por helicóptero.

As forças britânicas estabeleceram uma base avançada na Ilha de Ascensão, para a qual a Royal Air Force moveu mais 5.800 pessoas e 6.600 toneladas de carga em mais de 600 surtidas de C-130 Hercules e VC10.

Os C-130 também realizaram mais de 40 lançamentos aéreos de carga para a força-tarefa, que demandaram reabastecimento em voo e missões de mais de 25 horas.

Esse enorme esforço logístico possibilitou aos navios de guerra e aeronaves da força-tarefa operarem continuamente sem precisar retornar para bases distantes a fim de obter provisões.

HMS Intrepid sendo reabastecido a caminho das Falklands
Pintura retratando a força-tarefa britânica enviada para recuperar as Falklands
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Ricardo Cuore

Olha, temos que reconhecer a grandiosidade do esforço de abastecimento e suprimento do Reino Unido. Foi um feito memorável. União de diversas unidades. Também foram memoráveis as operações Black Buck.

Veja aqui: https://www.youtube.com/watch?v=DuuqgH3AWyk

Loucura mesmo foi a ditadura sanguinária levar adiante um plano tão louco, somente para tentar se perpetuar no poder.

Ricardo Cuore

Video completo: First Strike

Diego

Vocês não podem denigrar e desprestigiar o heroico valor do soldado argentino…. a Argentina mesmo com arma enferrujada e de facão lutou contra uma potência mundial ainda mais apoiada nada menos que pela OTAN y traída por Chile o Brasil apanhou des farc na vera do Rio traíra e os guerrilheiros levarão até o armamento deles …. respeito o povo e a cultura brasileira, e só contra a ditadura mais iso não me converte em simpatizante da esquerda empobrecedora y ladrona!! Deus salve o glorioso povo Argentino.

Leandro Costa

Ninguém denigre o valor do combatente Argentino. Mas foi uma guerra desnecessária iniciada pela junta apenas para se perpetuarem no poder. E depois fomos atrás dos guerrilheiros que nos atacaram no Rio traíra. A Argentina não lutou contra a OTAN. Brasil e Chile não traíram a Argentina, muito embora tivéssemos poucos motivos para ajudar a Argentina, afinal de contas tanto Brasil quanto Argentina tinham programas nucleares visando um contra o outro e, ao mesmo tempo Chile e Argentina tiveram problemas no canal de Beagle.

Não jogue a culpa à outros por consequências de decisões puramente Argentinas.

Ernane Pereira

O Brasil foi bastante solícito com a Argentina, fornecendo combustível e algumas aeronaves, coisa que certamente não fariam por nós! A bisonha 1ª ministra da Inglaterra queria invadir o território deles, no que o Gen. Figueiredo se opôs, alertando sobre um possível alastramento do conflito caso insistisse. Reagan negociou à época, mas tanto os EUA e Chile ajudaram às pretensões inglesas. O Chile foi covarde! Cedeu bases de comunicação sob comando Inglês; assim todas as ações e planejamento argentinos eram, previamente, de conhecimento de seu adversário que virou algoz! O maior pecado da Argentina foi não ter se enxergado como… Read more »

Leandro Costa

O maior pecado da Argentina, foi ter usado força militar para ganhar apoio interno e assim ter jogado fora décadas de negociações frutíferas acerca da governancia e posse das Faklands, nas quais os ingleses já estavam bastante simpáticos às propostas. A ocupação militar das ilhas pelos Argentinos era um meio, ao invés do objetivo e o pior é que fizeram isso tudo à partir de premissas falsas e longe de estarem preparados.

Rinaldo Nery

Você precisa estudar mais sobre o evento no Rio Traíra. Nossos FE foram lá, recuperaram tudo, e mataram 60 guerrilheiros. A AVEX fez seu batismo de fogo, após somente 2 anos de ativação. Cuidado c as besteiras q você posta.

PACRF

Bota ditadura sanguinária nisso, pois foram mais de 30.000 mil opositores assassinados. No momento que se depararam com forças armadas profissionais, de um país que derrotou Napoleão e ajudou (muito) a derrotar a Alemanha nas duas Grandes Guerras, deu no que deu: um vexame.

Last edited 2 anos atrás by PACRF
Hank Voight

Muitos dos opositores assassinados foram jogados inconscientes de aviões sobre o Rio da Prata, e nada é mais emblemático da ditadura argentina que Alfredo Astiz, o “anjo loiro da morte”, que se infiltrou no grupo Mães da Plaza de Mayo e traiu a presidente com um beijo tal como judas. Com o conflito ele foi enviado para as Georgias do Sul, onde se rendeu aos Royal Marines sem disparar um tiro

Ernane Pereira

Mataram tanta gente, à toa e desnecessário, que fez falta na hora que precisaram!
Certamente, seriam os verdadeiros patriotas e fariam a diferença no conflito!

Henrique

Uma aeronave espetacular era o Sea King, e a RN tinha muitos, hoje em dia eu acredito que não há nada igual a ele, nem o Black Hawk.

Burgos

Esse titulo do texto eu já vi em algum filme de ficção!!!🤔

PACRF

Ao contrário do filme, a Guerra nas Malvinas não teve nada de ficção, pois até os dias de hoje, a Argentina amarga esse vexame.

Salomon

O título da revista foi genial. Coincidência ou não também saiu na Veja.

Salomon

Até porque não beeeem Império, mas estava valendo.

Moriah

Essa capa é emblemática, numa alusão completa à Star Wars. No universo paralelo naval, a frota da RN lembra mais as naves da aliança rebelde por suas formas variadas e mais estilosas que os padronizados destróieres do Império, que associo mais com os navios americanos, feitos em blocos de maior quantidade.

Willber Rodrigues

Invadiram o território de outro país, achando que o país agredido iria apenas protestar na ONU e deixar pra lá.
Queria ter visto a cara da junta militar argentina, quando eles descobriram que não, a Inglaterra não iria só protestar na ONU e deixar pra lá….

Carvalho2008

Esses foram os verdadeiros responsáveis pela vitória.

Angelo

Pois é, a Argentina achou q a Inglaterra não viria brigar aqui tão longe, tão ao sul….mas vieram, cruzaram 2 oceanos e deram uma surra….surra para inglês ver…

Angelo

Esses Vulcan eram imponentes…impor respeito e medo.

carlos mendes

Distancias
Ilhas Malvinas para Patagônia 480 km
Ilha de Fernando de Noronha para Natal 378.73
E disso que se fala

MAXIMILIANO DE SOUZA ZIERER

Boa tarde a todos,
Fico me perguntando quanto dinheiro os ingleses e os argentinos gastaram no conflito.
Alguém teria uma estimativa dos custos financeiros da guerra para a Argentina e para os Ingleses? Obrigado