Operação Guinex III busca promover a segurança marítima no entorno estratégico brasileiro

Fragata “Liberal”, da Marinha do Brasil (MB), deixou a Base Naval do Rio de Janeiro, na manhã deste domingo (06), para dar início à 3ª edição da Operação Guinex. Com previsão para ocorrer até o dia 14 de outubro, o exercício visa incrementar a participação da MB no Golfo da Guiné, na costa ocidental do continente africano, promovendo a interoperabilidade entre as forças navais e guardas costeiras da região, além de elevar o nível de adestramento dos meios envolvidos.

Além da “Liberal”, a MB enviará para a operação, um Destacamento de Mergulhadores de Combate e uma aeronave “Esquilo”. No período, estão previstos exercícios conjuntos, no porto e no mar, com as marinhas e guardas costeiras de países como Cabo Verde, Camarões, Costa do Marfim, Nigéria, São Tomé e Príncipe, e Senegal. Também está prevista a participação das marinhas da Espanha, Estados Unidos da América, Portugal e Reino Unido. Técnicas de abordagem, visita e inspeção a outros navios, manobras de embarcações rápidas, trânsito sob ameaças assimétricas e técnicas de operações especiais estão entre os treinamentos planejados.

A operação contribui para a estabilização do ambiente marítimo e para a proteção dos interesses do Brasil no Golfo da Guiné. “As operações ‘Guinex’, que ocorrem desde 2021, têm o propósito de estreitar os laços de confiança do Brasil com os países da costa da África Ocidental, consolidando a presença da MB como parceira estratégica da região, contribuindo, também, para fortalecer o Tratado de Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS)”, afirmou o Comandante do Grupo-Tarefa (GT) e da 2ª Divisão da Esquadra, Contra-Almirante André Luiz de Andrade Felix.

Estão previstas, ainda, ações cívico-sociais nos portos estrangeiros e nacionais, entrega de donativos à população local, além de apresentação de produtos da Base Industrial de Defesa brasileira, com o intuito de fomentar possíveis relações comerciais com o Brasil. Para tanto, a Fragata “Liberal” deve visitar os portos de Natal (RN), São Tomé (São Tomé e Príncipe), Kribi (Camarões), Lagos (Nigéria), Abidjã (Costa do Marfim), Dakar (Senegal) e Mindelo (Cabo Verde).

Golfo da Guiné

O Golfo da Guiné faz parte do entorno estratégico brasileiro. Sua proximidade com o território nacional e o fato de a região ser um dos corredores de comércio internacional aumentam sua importância  para o Brasil. A presença da MB no Golfo representa uma importante contribuição ao fortalecimento da cooperação regional e ao desenvolvimento de políticas de segurança marítima mais eficazes, sobretudo ao se considerar que a área tem sido palco de inúmeros casos de pirataria nos últimos anos.

Por meio de operações como a Guinex, a MB tem buscado garantir a segurança e a proteção das fronteiras marítimas brasileiras, atuando de forma proativa na prevenção e combate a ameaças que possam colocar em risco as atividades relacionadas com o uso do mar.

VÍDEO: Fragata Liberal deixando a Base Naval do Rio de Janeiro

FONTE: Agência Marinha de Notícias

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Jagderband#44

Porque não enviar um Lynx, ao invés do esquilo?
Poupar equipamento??

Kommander

Me fiz a mesma pergunta. Será que estão disponíveis?

Dalton

Deduzo que não havia um disponível. Dos 8 selecionados para modernização apenas
5 retornaram, o último dos quais recentemente, ainda não entregue ao setor operativo
e outro foi designado para a “Defensora” conforme noticiado, então os 3 remanescentes
podem estar passando por manutenção, treinamento ou destacados para outro navio.

Fernando Vieira

Pode ser que eles estejam com o Atlântico na missão de proteção da Cúpula da Amazônia em Belém.

Dalton

O que li Fernando é que nenhum dos outros 3 “Lynx” encontra-se a bordo do “Atlântico”, conforme noticiado há “Jet Ranger”, “Esquilo”, “Super Cougar” e “Seahawk” .

Fernando Vieira

Bem, eu cometi o erro de opinar sem antes ver o que o Atlântico levou para lá. Mas o da Defensora está lá com ela né?

Dalton

Não chamaria de “erro” até porque haveria a possibilidade de um estar a bordo sim, mas, dos 4 entregues ao Setor Operativo sabe-se com certeza que um deles está com a “Defensora”.

Kommander

Navio incrivelmente bonito, um design espetacular, mas já tá velho! E imaginar que a Tamandaré vai ter uma tonelagem menor. 😂😂

Alexandre

Acho que essa diferença de tonelagem entre a classe niteroi e a classe tamandare é irrelevante. É só comparar : NITEROI 3.800 Ton TAMANDARE 3.455 Ton Estamos falando de uma diferença de 345t apenas, que pode ser justificada pelo uso de materiais mais modernos, leves e stealth, mas que no fim das contas, entregam muito mais capacidade, com mais eficiência e menor peso. Creio que a substituição do Canhão naval Mk 8 Mod 1 de 4,5 polegadas presente na classe Niteroi pelo 76mmSR presente na classe tamandare já justifica essa diminuição de peso entre as duas, mas , entregando uma… Read more »

Augusto José de Souza

Acho que o que importa é agilidade e poder de fogo,se as Tamandaré forem rápidas e poderem ter grande alcance com mísseis e tiros de canhão,então tonelagem é o de menos e considerando o tamanho da nossa costa navios rápidos se fazem essenciais.

jean

isso mesmo o brasil tem que se posicionar , mostrar presenca mesmo limitada , defender a democracia, e nos esquecer que somos ocidentais , de cultura e geograficamente.

Bueno

 Mostrar presença sem ter condições de está presente quando necessário for …
Brasil , pais da piada pronta… muito parecido com o Caso português, na Hora que precisou de enviar o navio patrulha para acompanhar os nativos russo , os Portugas pularam fora do barco kkkk

Last edited 8 meses atrás by Bueno
jean

os aliados mesmo vendo que a MB nao teM reais capacidades de meios navais , vao apreciar a presenca desse barco , ou sucata chama como quiser , e mais um gesto politico que militar , bem acertado pela MB.

Hermes

Não se esqueça que você também é “Portuga”, Portuga do Brasil.

Henrique A

Não é um grande serviço ao país mostrar coisa velha e obsoleta. A verdade é que mesmo o envio dessa fragata é irrelevante já que se trata de equipamento inferior e de qualquer maneira a MB não tem capacidade de manter operações de grande intensidade longe da costa.

Last edited 8 meses atrás by Henrique A
jean

tem outros meios navais mais moderno ?nao e ne vai ter num futuro proximo. entao essa e mais uma oprecao de mostrar que nois brasil tambem estamos aqui , com o que temos e diplomacia mostrar aos aliados (ocidentais nao me venham com russia china ) que o brasil e presente.

Augusto José de Souza

Esses navios apesar de antigos dão conta do recado eles passaram por melhorias e tem excelente poder de fogo e agilidade,até as Tamandaré entrarem em serviço elas irão continuar defendendo os interesses marítimos do Brasil.

ednardo curisco

lindo navio! mas precisa de um descanso

Henrique A

Nós deveríamos ter encomendado mais Niterói do que ter jogado dinheiro fora com as Inhaúma.

Augusto José de Souza

O que deu errado nas corvetas Inhaúma para serem desativadas precocemente e até afundadas ao invés de pelo menos terem ido para patrulha regional?

Henrique A

Elas não foram modernizadas na mesma época que as Niterói foram, depois a MB achou que valia mais a pena substituí-las do que modernizá-las.
Além disso acredito que por serem navios de dimensões modestas não valia a pena gastar muito dinheiro nelas.

Last edited 8 meses atrás by Henrique A
Augusto José de Souza

Entendi,uma pena mesmo. Espero que pelo menos a única restante vá para algum grupamento de patrulha regional e a MB adquirira corvetas novas também para fazer par com as fragatas Tamandaré.

Ivan herrera

Bela fragata, mas não vejo a hora da notícia ser , fragata F200 parti rumo ao golfo da Guiné, pior que vai demorar uns anos ainda.

Augusto José de Souza

2025 está prevista a entrega da primeira Tamandaré,só espero que a MB compre as duas adicionadas no contrato e amplie em mais futuramente.

Fernando Vieira

Acredito que a Marinha só vai decidir pela compra das duas adicionais e mesmo um segundo lote após os resultados das provas de mar da primeira da classe. Se eu fosse o comandante da Marinha pelo menos faria isso.

Willber Rodrigues

2º lote?
Se as FCT realmente saírem no prazo previsto e a MB realmente encomendar + 2, já é motivo pra dar tiro pro alto e fazer festa.

Augusto José de Souza

Está bem adiantado pelo que parece e tem imagens da traseira praticamente pronta e o estaleiro está expandindo então vai agilizar a entrega delas.

Augusto José de Souza

É uma boa,já que estão negociando mais submarinos provavelmente depois eles irão ver as fragatas quando pelo menos estiverem em teste.

Bardini

“Operação Guinex III
.
Durante 3 anos seguidos, nesta época do ano, a MB tem realizado esta importante operação na região. Que venham mais operações, assim como o Obangame Express e que elas se tornem mais e mais frequentes, criando assim um posicionamento claro, visando a redução da presença de marinhas de outros continentes no Atlântico Sul e dando objetividade a ZOPACAS.

Last edited 8 meses atrás by Bardini
Alex Barreto Cypriano

Mestre Bardini, estas operações tem sido eficazes pra atingir o objetivo propalado? Pergunto porque creio que não, que nenhuma marinha exógena se sentiu desmotivada por exercício conjunto e operação de patrulha pelos nativos. Quando necessário, marinhas européias e asiáticas despontam por aqui, em visitas, em patrulhas, etc, etc.

Last edited 8 meses atrás by Alex Barreto Cypriano
Esteves

“Particularmente, a zona de paz e cooperação tem o objetivo de evitar a proliferação de armas nucleares e reduzir, até eventualmente eliminar por completo, a presença militar de países externos à organização. Juntos, os membros, buscam formas de integração e colaboração regional, tais como a cooperação econômica e comercial, científica e técnica, política e diplomática.“

Estados Unidos, Espanha, Portugal e Reino Unido são convidados?

https://pt.wikipedia.org/wiki/Zona_de_Paz_e_Coopera%C3%A7%C3%A3o_do_Atl%C3%A2ntico_Sul#Membros

Last edited 8 meses atrás by Esteves
F-39 Gripen
Willber Rodrigues

Um sopro de bom senso e caminho óbvio.
Seria excelente uma versão desse míssil lançada pelas Tamandarés, Riachuelos e Gripens.

PS: esse míssil poderia ser lançado pelo modelo de lançador vertical que equipará as FCT?

Fernando "Nunão" De Martini

“PS: esse míssil poderia ser lançado pelo modelo de lançador vertical que equipará as FCT?” Provavelmente não porque tudo indica que a classe Tamandaré será equipada com 12 células dedicadas ao sistema Sea Ceptor, que são silos mais simples e baratos, ao invés de um conjunto de células adequadas a mais tipos de mísseis (que são disparados “a quente”, enquanto o CAMM é disparado “a frio”). Porém, não vejo qualquer impedimento técnico para que uma versão naval (AV-TCM-AN) do MTC300 seja disparada de lançadores instalados em rampas, a meia-nau, no mesmo espaço que será ocupado em parte pelos lançadores de… Read more »

Willber Rodrigues

Entendí.

Mas o fato das FCT´s poderem ser armadas OU com mísseis anti-navio OU com mísseis de cruzeiro, já que os lançadores verticais dela não suportam o MTC, não seria uma deficiência muito grave nas FCT´s e limitaria muito sua capacidade de combate?

Fernando "Nunão" De Martini

Wilber, Eu não escrevi um ou outro. Escrevi que parte do espaço será ocupada por lançadores de Mansup / Exocet. Ou seja, parte do espaço estará sobrando. Até onde sei, em todo aquele espaço a meia-nau da classe Tamandaré podem caber ambos os tipos, se esse for o desejo da MB, cada modelo com seus lançadores específicos. Não vejo impedimento para instalar ali, por exemplo, quatro lançadores de Mansup / Exocet e quatro de mísseis de cruzeiro (lembrando também que no caso desse último se fala em emprego tanto contra alvos em terra quanto no mar). Esse espaço a meia-nau… Read more »

Last edited 8 meses atrás by Fernando "Nunão" De Martini
Willber Rodrigues

Entendí. Obrigado novamente pela explicação.
Que bom, achei ser obrigado a escolher um ou outro deixaria as FCT’s muito “capadas”.

Fernando "Nunão" De Martini

Podem escolher deixar o espaço vazio também.

Mas que o espaço existe, ele existe.

Esteves

É o mais provável.

Fernando Vieira

Com esse sistema de exaustão de gases na linha d’água como eles fazem para num mar mais mexido os gases não fiquem presos no sistema ou a água entre na tubulação de exaustão?

Fernando "Nunão" De Martini

Até onde sei, dentro do casco água do mar é bombeada para se misturar aos gases de exaustão dos motores (baixando a temperatura desses gases e assinatura térmica do navio) para então ser expelida como uma mistura (água + gases). Acredito que seja esse o sistema na Tamandaré. Só quando ficar pronta pra ter certeza.

carvalho2008

Pelo efeito sifão +pressão….na linha dágua….a agua não ingere acima da linha…e da mesma forma, o gas expelido pressiona a exaustão…o que importa é o motor ficar acima da linha ou a sinfonagem dela…

carvalho2008

Perfeito, mestre Nunão….esta é a analise que interessa….

carvalho2008

Ou container….ou container…mestre nunão….rzrzrzrz

Fernando "Nunão" De Martini

Hehehehe

Pra esse caso nem precisa de conteiner, só instalar as rampas e deixar tudo pronto para instalar lançadores quando necessário.

E olha que, mesmo com 4 lançadores de cada tipo, reparando bem na imagem que postei, se vacilar ainda sobra um espacinho para um conteiner pequeno.

Ou quiosque, como diz o Esteves.

Bardini

Essa Patricia Marins aí é o puro suco do achismo de twitter…

Esteves

Essa história de “entorno estratégico brasileiro” ficou só na conversinha durante os governos da estrela: Livro Branco de 2012. “O Brasil, portanto, almeja uma atuação em defesa assertiva para seu entorno. Logo, (1) garantir a autonomia da América do Sul frente à influência estadunidense no hemisfério. Isso não vai acontecer. A influência norte-americana no Atlântico Sul é inconveniente e incontestável (2) proteger a biodiversidade tanto da Amazônia Verde quanto da Amazônia Azul Isso tem com a nossa capacidade de destacar recursos para explorar a ZEE do litoral até o limite não contestado (3) proteger reservas de petróleo do Atlântico Sul… Read more »

Alex Barreto Cypriano

Pois é, caro Esteves. Na 2ªGM a MB recebeu navios adequados (portando sonares e até radar) à escolta e proteção de comboios (carregando os materiais básicos necessários à máquina de guerra de transformação do arsenal da democracia) que iam do Sul do país, passando por Recife e Natal, até Trinidad na costa Venezuelana, tudo isso no âmbito do esforço de minar os nazis Rommelianos no norte da África. A cintura do Atlântico está crivada de cargueiros afundados pela campanha submarina alemã. O bonachão Ingram era o grande organizador da MB, chamado de ‘lorde do almirantado’ por Vargas. A recém criada… Read more »

Last edited 8 meses atrás by Alex Barreto Cypriano
Fernando "Nunão" De Martini

“O Brasil não teve e nem tem importância industrial e política pro mundo” Mais ou menos, Alex. A indústria já teve um peso e importância muito maiores que hoje, fazendo parte de significativas cadeias de suprimentos mundiais. Infelizmente isso foi muito reduzido nas últimas décadas, numa desindustrialização prematura e porca. Para falar de um setor mais fácil de todos entenderem, vou mencionar a indústria automobilística. Nos anos de 1970-80 a indústria automobilística (ainda que fossem multinacionais) entrou de fato para as cadeias mundiais e exportava tanto carros prontos quanto CKD e, mais importante ainda, diversos itens de autopeças, incluindo motores… Read more »

Alex Barreto Cypriano

Mas mestre Nunão, indústria automotiva e de autopeças, apenas? Ela não veio de par com a opção brasileira pelo modal rodoviário, lá com Juscelino, em exclusão de todos os outros, que hoje lamentamos como uma limitação? No filme São Paulo, Sociedade Anônima (1965, de José Luis Person -o pai da Marina Person-, com Walmor Chagas, Eva Wilma e o famoso Zeloni) gira às voltas de carros, fábricas de autopeças, caminhões e estradas e muito drama existencial. Apesar de tudo, de toda adoração por motores, indústria deveria ter sido consideravelmente mais variada. Mas isso seria pedir que o Brasil tivesse sido… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

“Mas mestre Nunão, indústria automotiva e de autopeças, apenas?” Não Alex, só dei um exemplo mais fácil. Nos anos 60-70-80 a indústria brasileira foi ficando bastante diversificada, metal-mecânica, química, elétrica, petroquímica, siderurgia etc. “Ela não veio de par com a opção brasileira pelo modal rodoviário, lá com Juscelino, em exclusão de todos os outros, que hoje lamentamos como uma limitação?” Essa é outra premissa falha que costuma ser muito repetida. Não houve exclusão de outros modais ou indústrias relacionadas, e sim a necessidade de implantar uma indústria para a qual havia enorme demanda (na virada dos anos 40-50 a importação… Read more »

Alex Barreto Cypriano

Muito agradecido pelo comentário denso e esclarecedor, mestre (e doutor) Nunão. Não tenho gabarito pra aprofundar a discussão, vejo quase tudo, a partir de minha miopia, através de grande angular, senão olho de peixe, quando deveria usar mais de teleobjetiva e confiar na memória visual periférica: por isso. comumente, exagero. Segundo Adorno, nessa época (a dele, ao menos) o exagero seria o único meio de comunicar a verdade, infelizmente – o que não serve como defesa de meu argumento rapsódico. E não me sai da cabeça aquele detalhe na sua tese, a resistência/incapacidade em adotar soldas elétricas em vez dos… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

Alex, Eu que agradeço pelo debate. “E não me sai da cabeça aquele detalhe na sua tese, a resistência/incapacidade em adotar soldas elétricas em vez dos rebites a quente na indústria naval.” Eu preciso criar coragem para reler todo esse pedaço da tese e ver se fui claro o suficiente (a gente se esforça, mas em centenas de páginas, sempre vai haver falhas). Creio que você esteja falando da construção dos seis contratorpedeiros classe A de projeto britânico e casco rebitado, na sequência dos classe M, de projeto americano e casco soldado. Na verdade era uma fase de transição, com… Read more »

Dalton

Alex, a marinha brasileira tinha quando do envio da FEB apenas 3 contra torpedeiros modernos, construídos no Brasil com ajuda americana mas que demandou grande engenhosidade brasileira, incorporados em 1943 e os 2 pequenos cruzadores Bahia e Rio Grande do Sul com capacidade autonomia para escoltar a FEB sendo que o Bahia não foi utilizado para isso, tanto que a escolta dos escalões foi complementada por navios americanos. . Os 8 modernos contra torpedeiros de escolta foram entregues a partir do segundo semestre 1944 até início de 1945, então dos navios recebidos pelos EUA quem de fato “carregou o piano”… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

Dalton,

Não esquecer das seis corvetas (ex-navios-mineiros) classe “Carioca” que faziam escoltas de comboios desde 1942, todas construídas aqui na virada dos anos 30-40, dentro do mesmo “surto” de construção naval militar.

Dalton

Bem lembrado Nunão uma das quais a Camaquã naufragou em 1944.

Alex Barreto Cypriano

A Teoria da Deriva Continental, se ainda não foi cancelada ou subvertida por revisão, faz crer que a América do Sul já formou um bloco continental com a África, inclusive há uma notável semelhança entre a linha litorânea do nordeste brasileiro e a linha do litoral do Golfo da Guiné. Mas os escravos traficados ao Brasil (muitos milhões…) vieram de Nigéria (colônia inglesa) e Angola (colônia portuguesa), sobretudo. A África, furiosamente dividida entre franceses, ingleses, alemães, italianos…, ‘sacudiu’ suas metrópoles recentemente, na esteira dos movimentos anticoloniais/descolonizadores posteriores à IIGM, mas continua numa situação de atraso (um atraso que a coloca… Read more »

Last edited 8 meses atrás by Alex Barreto Cypriano
carvalho2008

Talvez, o Brasil esteja proximo de fundamentar uma nova doutrina e plano de defesa diante do potencial recrudecimento de uma guerra global. Ele perde dos dois lados que venha a se alinhar. Mas pode usar isto justamente para forçar a neutralidade e não pesar na balança que penderia para qualquer dos lados que venha optar… O mundo sequer é capas de espelhar os antigos conceitos de escoltas de comboios da WWII, desafio qualquer um a fazer a conta….não ha navios de nenhuma parte, suficientes para tal. Por obvio, muito menos o Brasil. Isto quer dizer que num cenario de guerra… Read more »

Alex Barreto Cypriano

“(…)se responsabiliza apenas na entrega de seu proprio porto de exportação antes de zarpar…o frete e a retirada fica por conta do cliente.” Mestre Carvalho 2008, salvo engano meu, já não é assim? O navio pertence a um, a tripulação vem de vários países, a mercadoria é nossa, o comprador é um terceiro e o seguro ainda de um quarto envolvido? Nem a cabotagem por aqui é feita com navio nosso…

carvalho2008

Creio que não.

Os navios são da Vale e da Petrobras….e creio que os graneleiros tambem tem problema similar

Esteves

Resumindo como resumiu Alex, Não temos nada para fazer no Golfo da Guiné. Esse lero-lero de 2012 sobre “entorno estratégico” na África Ocidental é ofensivo para com a soberania africana. O que diríamos se descobríssemos “estudos estratégicos” sobre a Baía da Guanabara ou a Fox do Amazonas feitos por europeus ou asiáticos considerando a Costa brasileira como de interesse…deles? O que? O que? Desde quando a África Ocidental é “fronteira marítima brasileira”? Quais ilícitos chegam ou partem tendo o Golfo da Guiné como origem ou destino? Lero-lero oooooo Esteves 6 a zero. Obrigado ao Nunão e ao Dalton por mais… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

Esteves, A conversa com o Alex começou porque ele partiu de uma premissa errada, ao afirmar que o “Brasil não teve e nem tem importância industrial e política pro mundo”. Mostrei, com fatos, que não foi bem assim, ao menos na parte industrial, e apresentei alguns (de milhares) de exemplos de fatos. Acho que 90% das minhas intervenções, respondendo a comentários, são por esse motivo: premissas erradas, desconhecimento de fatos, que levam a conclusões erradas. Quando se apega demais às estruturas como determinantes, dos quais não se consegue fugir, como essa frase sua: “Produção industrial sem propriedade é jogo marcado… Read more »

Last edited 8 meses atrás by Fernando "Nunão" De Martini
Esteves

Sim, Nunão. Falamos disso outrora. Bom dia pra você. Quando as montadoras iniciaram o fecha fecha de fábricas transferindo a produção para a Ásia fomos afetados. As unidades aqui eram repetidoras. Anos 1980. Mesmo montando motores OHC…é a mesma ladainha que telecomunicações meteu-se com a história da tecnologia…CDMA, GSM. O que isso significa além de ego? A indústria, toda ela, tem seus momentos de disputa por mercados. Foi assim na telefonia quando disputaram, Claro, Tim e Telefônica, a planta de clientes destruindo margens de operação. Hoje a Nissan e outras dizem o que querem. Como a Ford disse anos e… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

“Anos 1980. Mesmo montando motores OHC…” Esteves, bom dia pra você também. De novo, volto à questão das premissas. Se você fala em montagem (palavra que também carrega um conteúdo pejorativo), está errando na premissa. Vamos tentar falar a mesma língua para esse fato específico, dentre milhares de outros: não era “montagem” (ainda que montagem também tenha sua complexidade). Era a produção completa, desde a fundição do bloco e sua usinagem até a produção de todas as peças (pistões, cilindros, bielas, anéis, virabrequim, valvulas, árvores de comando). Isso já se fazia aqui no Brasil desde o final dos anos 50… Read more »

E só para reforçar que não se tratava apenas de montagem, segue um ótimo audiovisual da época (produção com a qualidade dos documentários de Jean Manzon) com a fábrica em plena produção, logo após inaugurada:

https://m.youtube.com/watch?v=1vOtm4v3CQo&pp=ygUYRm9yZCB0YXViYXRlIGplYW4gbWFuem9u

Last edited 8 meses atrás by Fernando "Nunão" De Martini
Esteves

Sim.

Você está correto sobre o uso pejorativo da palavra montagem. A fábrica de motores em Porto Feliz também é uma unidade fabril. Não é mera montadora.

Isso não muda muito, ok? A contratação que fazem aqui e existem modificações realizadas pela engenharia nacional, como a HPE Mitsubishi antiga Souza Ramos em Catalão GO, impede decisões.

A Ford recusou-se em vender a Troller. A decisão de viver ou morrer nunca Esteve conosco.

Fernando "Nunão" De Martini

Esteves, Poucas coisas são menos produtivas do que, após várias discussões para mostrar que uma afirmação inicial estava errada, levando a conclusões erradas, ler frases como “Isso não muda muito, ok?” Muda. Porque achar que não muda é quase uma posição de turrão, de não desgarrar do entendimento prévio de antes de conhecer e analisar mais fatos, que acrescentam muito mais complexidade a um problema. É não querer se desprender dos truísmos. Para sair da caixa, tem que se desprender deles, ou então se ater a um truísmo que pelo menos seja mais produtivo na hora de buscar alternativas que… Read more »

Alex Barreto Cypriano

Eu não parti daquela frase como premissa, Nunão, cheguei nela como conclusão anticlimática. Seu argumento é verdadeiro mas falta a conexão com o evolver do todo, como o desenvolvimento dependente lacrou nosso destino a vôos de galinha mais ou menos bem sucedidos, no que um vôo desses poderia ser, já que o desenvolvimento não depende de mera vontade nacional em aprender com o passado. O brasil já representou algo como um quadrigésimo do output industrial do mundo lá em meados dos 70, mas hoje representa dois terços daquele quadrigésimo, apesar do aumento populacional, do tempo decorrido, dos investimentos em tecnologia,… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

Alex, Só deixo claro que não estou negando a desindustrialização, muito pelo contrário. Seja premissa, seja conclusão, busquei contrapor sua afirmação de que o Brasil não teve e não tem importância industrial no mundo. Teve (e citei alguns dentre inúmeros exemplos) e ainda tem alguma, mas infelizmente hoje bem pouca, de exportações de produtos de alto valor agregado a países industrializados, caso atualmente de aeronaves, contrapondo a noção geral de que o Brasil é e sempre foi um exportador de commodities a países industrializados. Enfim, acredito que ter noção da importância conseguida há algumas décadas é fundamental para mudar o… Read more »

Alex Barreto Cypriano

Entendi e achei correto sua lembrança de que, em meu arrazoado, esqueci tudo o que veio nos anos do ‘milagre’. Mas o milagre foi um empréstimo satânico e agora o pagamos com nossa ‘pound of flesh’. Meus cumprimentos, novamente, mestre Nunão.

Fernando "Nunão" De Martini

Retribuo os cumprimentos e acrescento mais um argumento: não esquecer que o “milagre econômico” não se deu por “milagre”.

Ele se deu em cima de uma base industrial implantada e expandida nas décadas anteriores, caso até mostrado no exemplo do filme de 1965 que vc mencionou.

Época de aceleração do tempo histórico.

Esteves

Nunão, Do Parque Novo Mundo até Santa Izabel eram indústrias de montagem, encaroçadoras, terceiro eixo, baús, reboques e semi reboques, basculantes de baixa e alta pressão. Montados sobre a linha americana (Ford, GM, Chrysler) que não existe mais e sobre MB. Acabaram. Houve um suspiro com a duplicação da Dutra, a construção do aeroporto em Guarulhos, a construção da Ayrton Senna, a rodoviária do Tietê…vc viu que o Maluf devolveu a grana? Lembra da Ciferal…Duque de Caxias? O estado manda na infraestrutura. O estado contrata as obras. A indústria junto. A crise do petróleo, dos juros, do endividamento, nos anos… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

“Por que nossa indústria morreu? Bem…isolamento, reserva de mercado, atraso tecnológico, atraso cultural, outros competidores surgiram, falta de financiamento, custos fiscais, legislação… Longa lista essa.” Como diria Elvis na excelente interpretação da canção “I was born about ten thousand years ago”: Now you’re talking business, have a chair. Aí sim começamos a conversar de fato. A lista já está um pouquinho maior do que botar a culpa apenas em propriedade intelectual ou coisas do gênero. Estamos falando de um universo de escolhas, decisões, erros e acertos. Como escrevi em outro comentário, explicações para problemas complexos não são simples nem únicas,… Read more »