IACIT e Marinha do Brasil firmam contrato para fornecimento de dados do Radar Além do Horizonte
Acordo representa um avanço estratégico para a proteção e defesa da Amazônia Azul; Radar OTH 0100 desenvolvido pela IACIT opera no sul do Brasil
A IACIT e a Marinha do Brasil assinaram, no último dia 12, um contrato para fornecimento de dados do Radar Além do Horizonte – OTH 0100, instalado no sítio do Farol do Albardão, no Rio Grande do Sul. O acordo, celebrado na sede da Diretoria-Geral do Material da Marinha (DGMM), no Rio de Janeiro, representa um avanço tecnológico estratégico para a proteção e defesa da Amazônia Azul.
O contrato foi assinado pelo Vice-Almirante (EN) Celso Mizutani Koga, Diretor de Gestão de Programas da Marinha (DGePM), e pelo presidente da IACIT, Luiz Teixeira. A cerimônia contou com a presença do Almirante de Esquadra Edgar Luiz Siqueira Barbosa, Diretor-Geral do Material de Marinha (DGMM), do Capitão de Mar e Guerra (EN) Josmar Carreiro Freitas, Assessor Técnico de Compensação Tecnológica e Industrial, e do Vice-Almirante Paulo José Rodrigues de Carvalho.
Desenvolvido pela IACIT, o radar OTH 0100 é um sistema avançado de vigilância marítima que tem como principal característica a capacidade de monitorar grandes extensões oceânicas, alcançando até 200 milhas náuticas (aproximadamente 370 km) mar adentro. Além de ameaças à soberania do País, o radar contribui no combate a atividades ilegais como tráfico de pessoas, narcotráfico, contrabando, pesca predatória e extração clandestina de recursos naturais, entre outras atividades ilegais.
Os dados coletados pelo sistema OTH passam por complexas redes de processamento, que, por meio de algoritmos e inteligência artificial, conseguem indicar o comportamento do alvo monitorado, fornecendo uma consistente análise do grau de ameaça aos tomadores de decisão.
Evolução tecnológica
O acordo firmado entre a IACIT e a Marinha do Brasil marca anos de esforços dedicados ao desenvolvimento de tecnologia de ponta para a vigilância das águas brasileiras. Esse empenho contínuo teve início com a Plataforma HF para radares, em 2012, com apoio da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), que subsidiou metade do desenvolvimento do projeto.
Nessa ocasião, com sua equipe sempre dedicada à pesquisa e inovação tecnológica, a IACIT vislumbrou uma base sólida para a criação de radares além do horizonte. Assim, dois anos depois, implementou o RADH 0200 para monitoramento meteorológico da superfície marítima.
Em 2015, foi iniciada a obra de infraestrutura e a instalação do OTH 010, radar Surface Wave em HF para vigilância marítima, que teve sua validação concluída em março de 2018. Parcerias estratégicas fundamentais, como a colaboração da Marinha ao disponibilizar o sítio de Albardão e a contribuição tecnológica da Elta Systems, aceleraram de maneira decisiva o sucesso do projeto.
Continuando a linha de evolução, a IACIT iniciou em julho de 2023 o desenvolvimento do Processador para o Radar Skywave, também com apoio da Finep.
Cooperação e Parceria
“Hoje passamos oficialmente a contribuir com a vigilância de nossas águas territoriais através da Marinha do Brasil. Temos confiança que atingiremos a meta de trazer para o Brasil a autonomia tecnológica neste segmento de radares. Nós temos pessoas e temos tecnologias para, com apoio das nossas Forças e dos incentivos para PD&I, ter um país com capacidade para proteger sua soberania”, disse o presidente da IACIT, Luiz Teixeira.
O Almirante de Esquadra Edgar Luiz Siqueira Barbosa destacou a importância estratégica do fornecimento nacional e de uma Base Industrial de Defesa fortalecida. “A cooperação entre a indústria nacional, como a IACIT, e a Marinha é vital para alcançarmos a autonomia e a soberania tecnológica. Estamos comprometidos em fortalecer parcerias que impulsionam o desenvolvimento de tecnologia nacional e nos permitam proteger de forma mais eficiente nossas águas territoriais”.
Este compromisso reforça não apenas a excelência tecnológica brasileira, mas também a relevância da nacionalização de tecnologias para garantir a independência e segurança do Brasil.
Sobre a IACIT
A IACIT é uma empresa brasileira, fundada em 1986, com sede em São José dos Campos (SP), tendo participação societária da Elta System desde 2013 com foco em transferência de tecnologia para o Brasil. Certificada como EED (Empresa Estratégica de Defesa) pelo Ministério da Defesa do Brasil, a IACIT possui capacitação tecnológica para o desenvolvimento de produtos e sistemas aplicados ao Auxílio do Controle e do Tráfego Aéreo e Marítimo; Defesa e Segurança Pública; Fábrica de Software; Meteorologia; Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação e Telemetria.
DIVULGAÇÃO: Rossi Comunicação
Fiquei muito contente com este anuncio, achei que teria morrido o Radar OTH100 da IACIT com a SIATT fechando contrato com a MB no programa SisGAAz.
Que bom que darão continuidade no OTH100 a MB fez Investimento neste protejo, não estão jogando no ralo o que gastaram.
Mudando um pouco mas falando em monitoramento e controle da Amazónia AZUL ,
Surgiu duas perguntas :
Com a EDGE adquirindo participação da SIATT não inviabiliza o programa SisGAAz por se tratar de monitoramento e segurança nacional?
A EDGE entrando com a SIATT favorece a implantação do programa e pode se tornar mais um produto de sucesso para ambos ?
https://www.naval.com.br/blog/2023/07/19/marinha-do-brasil-lanca-rfp-do-programa-estrategico-sistema-de-gerenciamento-da-amazonia-azul-sisgaaz/
EDGE e SIATT são fornecedores de armas. Mísseis.
Sim Esteves ,e com sistemas de sensoriamento
Segue
A SIATT, empresa especializada na integração de sistemas de alto teor tecnológico
https://www.naval.com.br/blog/2023/11/14/siatt-inicia-planejamento-para-instalacao-da-unidade-de-vigilancia-do-sisgaaz/
Alcance de 370 km.
Por curiosidade, um radar convencional, devido a curvatura da Terra, teria qual alcance?
20 a 25 milhas, que é a distância do mastro do navio até a linha do horizonte.
Complementando a resposta do Galante, se um radar “convencional” costeiro for instalado no alto de uma montanha, morro, etc. o horizonte radar se expande e navios poderão ser detectados mais longe.
Por exemplo, se tiver uma montanha de 500 metros e o radar for montado no topo dela o horizonte radar (contando com a refração na atmosfera) seria em torno de 50 milhas náuticas (92 km)
Poderíamos imaginar um sistema Astros 2020 contendo o AVTM300 com cabeça de impacto único e sistemas de navegação que são utilizados no Mansup por exemplo para atingir alvos a estas distâncias de 200 milhas?
Sonhei e cai de cara no chão ou, seria possível?
ABS
Sem dúvida.
De preferência adicionando ao sistema de navegação um data link para atualizar a posição do alvo após um percurso de uns 20 minutos.
Abraços e feliz Natal.
Grande Mestre Bosco.
Obrigado querido.
Boas festas para todos nós.
Obrigado pela elucidação.
ABS
Aqui tem uma matéria bem legal sobre alcance de radar naval:
https://www.naval.com.br/blog/2019/12/02/como-a-curvatura-da-terra-afeta-o-alcance-do-radar-naval/
Fico com a impressão que essa cerquinha de arame, tratando-se da proteção a uma instalação de vigilância, não corresponde ao valor do investimento. Deveria ou poderia mostrar maior segurança.
370 quilômetros. Quem atesta, quem garante? O que faríamos com uma informação tão distante? Saber o que passa é bom. Poder reagir é melhor.
Esteves Bom dia, correto.
Bom dia, Nilo.
Muita fartura para você. Saúde. Obrigado por tudo.
Abraço.
Que o bom Deus sempre esteja entre nós
É muito bem observado. Além de ter o informe precisa saber o que fazer. Penso que há, ou haverá, maior integração com forças de Defesa e Informação, internas e externas.
O que se faz é enviar um avião patrulha ou um navio patrulha para investigar contatos suspeitos.
Lembrando que um navio com 20 kt de velocidade (bem veloz para um navio), detectado a 200 NM, demoraria um bom tempo p se aproximar do litoral. Dá tempo pra qualquer avião de Patrulha, ou drone, chegar nele.
Nao é possível que uma instalação dessa importância não tenha um militar armado fazendo a segurança da área.
Só existe um Radar OTH 0100 instalado?
Será que pensam e instalar outros ao longo da costa?
Penso que pensam nos custos.
Como diz o ditado, uma só andorinha não faz verão rsrsrs
Sim. Só é preciso lembrar que a segunda andorinha só aparece após a primeira, e assim sucessivamente.
Sim só um para teste, o radar esta sendo desenvolvido, a matéria fala que começaram a instalar o radar em 2015 concluíram em 2018 e esse ano iniciaram o desenvolvimento do processador, então esse radar é um protótipo em desenvolvimento, com certeza numa etapa futura mais radares deverão ser instalados.
Sempre para no protótipo as FA defendem a tese q naonprecisa gastar dinheiro em
Produção só precisa saber fazer. Seria bom aprender a fazer e vender p outros .
Segundo o fabricante seriam necessários 14 unidades por todo o território litorâneo nacional.
Alguém me corrija se estiver errado.
Ótimo passo em relação a esse radar.
O próximo, que deve ser feito com urgência, é a compra e instalação de mais radares desses em pontos estratégicos de nosso litoral, principalmente no Nordeste.
PS: fico imaginando se seria possível um desses em Fernando de Noronha…
Olá Wilber. Concordo. Há alguns anos defendo um sistema de proteção naval consistindo de radares, imagens de satélite, acompanhamento dos transponders e sensoreamento por drones, tudo isso monitorado por IA, funcionando como primeira esfera. Em seguida, aviões de patrulha para os casos que indicarem inconsistência, como segunda esfera. A terceira esfera seriam os NaPa e NaPaOc.
Acho que você falou do SigAAz…
Sim.
SisGAAz
Que legal isso, os engenheiros brasileiros conseguem fazer tudo e mais um pouco. Triste o Brasil ñ ter nacionalização de tudo.Gostei muito dessa notícia 😀
Esse tipo de radar deveria ser instalado por toda a costa brasileira
Agora só falta um sistema como esse:
https://www.mbda-systems.com/product/exocet-mobile-coastal-defence-system/
seria ótimo, com o MANSUP ER
OU um drone levando o Penguin ou MANSUP
Muito provavelmente os dados só desse sistema não seria suficientes para enviar um míssil de ataque direto como o Exocet. Um míssil desses implica uma kill chain mais complexa com mais meios envolvidos.
Se for um míssil com capacidade de “vadiagem” e com capacidade ATR (reconhecimento automática de alvos) como o LRASM aí sim seria possível.
Um míssil guiado por radar tem uma reduzida capacidade de discriminação. Ele pode estar programado para atingir o alvo maior , por exemplo, mas não consegue saber se um “contato” é o porta-aviões alvo ao qual foi destinado ou se é um petroleiro amigo. Quanto mais rápido o míssil se move menor o deslocamento relativo do navio alvo na unidade de tempo, mas menos tempo o míssil tem para processar os dados recebidos do seeker radar. Daí geralmente mísseis supersônicos têm radares maiores e mais potentes que os mísseis subsônicos e os hipersônicos (Zircon??) têm radares ainda maiores que os… Read more »
Bosco, digamos que o alvo esteja a 100 nm do lançador de mísseis que está na costa e que ele foi detectado pelo OTH 0100. Caso fosse enviado um drone e este conseguisse chegar a 20 nm da embarcação, isso seria suficiente pra completar a kill chain necessária pro míssil engajar o alvo?
737, Sem dúvida. Se o drone identificar o alvo ele consegue enviar dados refinados de GPS para a solução de tiro e pode até estar linkado com o míssil atualizando a posição do alvo depois do míssil ser lançado. Dessa forma o míssil pode até se aproximar em baixa altitude (sea skimming) e deixar para ativar o radar quando já bem próximo do alvo de modo a não alertá-lo. Não sei se nessa distância (20 nm) um drone não precisaria de um radar. Talvez dê para utilizar só sistemas passivos (TV e FLIR). Se ele for furtivo e não precisar… Read more »
Obrigado pela resposta super completa, Bosco, de verdade! Aprendi um pouco mais.
🤝🏻
Blz , 737. Só complementando um veículo de combate é verde ou cor de areia para se camuflar já um navio inimigo para se camuflar pode utilizar o tráfego civil de navios e se deslocar numa região muito movimentada. Dificilmente os navios civis iriam se desviar de uma rota perigosa só por conta de estar havendo um conflito. Se um navio de guerra estiver tão perto de um navio civil a ponto dele entrar na área de varredura prevista do radar do míssil ele pode ser travado como se fosse o alvo. Vale salientar que dois navios muito próximos (talvez… Read more »
Logo…esse radar OTH é uma peça no tabuleiro.
Finalmente saiu o primeiro! Torcer para que instalem mais alguns para cobertura N-NE
É muito bom ver a nossa indústria de defesa desenvolvendo tecnologias para as nossas forças armadas. Sem dúvida um país com o litoral tão grande precisa muito desse tipo de radar!
Há notícias que circulam que ele é capaz de detectar embarcações a distâncias de mais de 450km.
Pronto ! Finalmente poderá sair de sua longa gestação e ir para a fase de concepção… Antes tarde que nunca.
Falando em dificuldades com fotos, alguém já viu alguma com nossos gripens em formação ou pelo menos alguma foto com um par deles?
Sim, tem no Poder Aéreo, de poucos dias atrás.
PS: dentro do navio não vale.
Excelente notícia. Há anos já poderíamos ter adquirido tais radares. O ideal era a cobertura total, porém desnecessário se não há um vetor de interceptação. Há um estudo desenvolvido a anos, que aponta as áreas de interesse da MB (pontos focais de TM, áreas de fronteiriças e outras) para sua instalação.