A fragata Niterói encalhada em Arraial do Cabo

A Fragata Niterói (F40), desativada em 28 de junho de 2019, encalhou em 2010 em um banco de areia entre a Prainha e a Ilha do Farol de Cabo Frio, onde fazia manobras, próximo ao porto de Arraial do Cabo.

O navio estava na Enseada do Forno para embarcar uma equipe de especialistas do Centro de Armas da Marinha que iriam realizar testes operacionais específicos de alinhamento dos sistemas de bordo da embarcação militar.

Enquanto a fragata aguardava a chegada da lancha com os técnicos, o vento e as ondas acabaram empurrando o navio contra um banco de areia.

Na época, em entrevista ao jornal O Globo, o especialista em defesa Alexandre Galante, editor do site Poder Naval, disse o seguinte:

– Se as pás de hélice, as aletas estabilizadoras ou o domo do sonar tiverem sido danificados, o prejuízo foi de milhões. Esse risco existe.

A previsão se confirmou no relatório do processo administrativo aberto para apurar as causas do acidente.

Para acessar o relatório obtido através da Lei de Acesso à Informação, clique aqui.

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Dalton

Muito interessante o relatório e segundo ele o comandante foi isentado de culpa, que
por menor que fosse poderia ter deixado uma “mancha” em sua folha de serviços.

Bueno

Sou leigo no assunto mas lendo o relatório aparece vários erros de procedimentos, reunião sem todos presentes, manobras sem o comandante saber, atraso da lancha com os técnico. Um prejuízo de 2 milhões e muitos militares ociosos sem o meio operacional, tudo isto para não deixar os técnicos ociosos por 1 dia …
Cooperativismo também é uma forma de corrupção?

Dalton

Vejo esses “erros de procedimento” Bueno, como contratempos, porque, a causa preponderante do encalhe deveu-se às condições meteorológicas.

Bueno

Sim Mestre Dalton, a questão que acho estranha é colocar um navio no limite de segurança em uma operação em tempo de paz e em aguas de jurisdição da marinha… para uma situação que não valeria o risco assumido. Sou barriga verde no assunto “sapo” Vamos dizer que eu bati o carro na cardagem do patrão, tentando posiciona-lo perto da porta da sala para a madame entrar… Assumi o risco da operação. Parto do pressuposto que uma área de total conhecimento dos marinheiros, ariscaram e deu no que deu. Desculpa dizer de forma simplória de algo bem mais complexo… Se… Read more »

Bueno

ops, profissionais
Uma lição bem cara a MB obteve deste sinistro

Marinheiro Absoluto

Esse rebocador Ivan era de Porte Bruto quase 6 vezes maior q a Fragata Niterói e não sofreu dano nenhum na navegação com o tal “Não tempo na região” ou seja culpam a natureza pela incompetência

George Calmão

EDITADO

Leonardo

Interessante, não, vergonhoso. Sou mestre amador entendo, um pouco (bem pouco), de navegação. O relatório atribui o acidente à “fortuna do mar”, sem estabelecer culpados. Pois bem, cabe ao comandante da embarcação verificar as condições meteorológicas, para a realização da navegação e manobras, e isso o comandante não fez. O acidente foi culpa do comandante, que deve ter apresentado suas defesa, e essa foi acolhida integralmente pelo relatório, de forma completamente parcial. Qualquer capitão de bote inflável sabe que para realização de qualquer manobra deve verificar as condições do mar e do vento. O comandante devia, sim, ser punido, e… Read more »

Dalton

Não sou da marinha então não estou sendo corporativista, mas, condições meteorológicas podem influenciar pesadamente ainda mais quando se trata de
um navio cujo deslocamento máximo beira 3.800 toneladas.
.
Navios são tripulados por seres humanos e seres humanos cometem erros,
porém, esse parece ser o caso em que eventuais erros humanos estão dentro de um limite aceitável.

ELTON R

se fosse um recruta estaria ferrado mas….oficial nunca e culpado ou punido por nada então…

Joao Moita Jr

É mais. Me surpreende que não tenham encontrado um pobre recruta para sacrificar no altar do almirantado.

Leonardo

Dalton, Não há dúvida que as condições meteorológicas influenciam a navegação. Isso é o básico da navegação: Antes de sair para o mar, verifique as condições do mar, e do vento. O Comandante do navio é um profissional, cometeu um erro básico, e deveria ser punido. Esse tipo de erro passa do longe do limite aceitável. Tratar um comandante inepto como se fosse um profissional de excelência, em nada ajuda a nossa marinha, e somente macula a honra daqueles comandantes que são, de verdade, profissionais de primeira linha. Por exemplo: na próxima promoção esse comandante deveria ser preterido para aquele… Read more »

ELTON R

a responsabilidade do posto e ernome ,afinal e o capitão de um navio de combate que em caso de conflito e um dos poucos meios navais que enfrentarão um possivel ataque anfibio ,a MB não deveria passar o pano para oficias que cometeram erros .

Dalton

Leonardo… . meu entendimento é que condições de tempo, podem mudar rapidamente para melhor ou pior, que navios grandes não são fáceis de controlar e que pode haver casos em que fatalidades não totalmente controláveis pelo homem ocorram. . Lembro que quando visitei a antiga base da US Navy em Alameda que chegou a ser a base do NAe USS Enterprise fiquei sabendo que ele encalhou no passado quando se preparava para entrar no porto e o comandante apesar de ter sido “repreendido” não teve sua folha de serviços manchada , enquanto outros incidentes envolvendo não apenas o “Enterprise” como… Read more »

Farroupilha

Meteorologia nunca foi 100% precisa. Ainda, aquele local possui morros a beira mar que alteram rapidamente as correntes aéreas, temos então que um encalhe sem culpa humana é perfeitamente possível. Outra coisa, dependendo das correntes marítimas do local, os bancos de areia no correr dos dias, semanas, meses e anos sofrem mudanças de posição e profundidade. Não vejo esse encalhe, que foi longe da beira da praia, tão culposo assim. A meu ver a tripulação deu azar.

Farroupilha

Pois é, fui lá ler todo o relatório. E o que tem é bem claro sobre o azar do ocorrido “Fortuna do Mar”. Já que todo possível foi feito e corretamente… Estavam atentos ao banco de areia, a profundidade, a distância da rochas da tal Ponta do Caramuru e a do Veado, os movimentos da lancha ao lado o mesmo vale para o rebocador próximo, as máquinas estavam operando a 2 terços (diferente de estarem desligadas), e finalmente: Manobras foram efetuadas para tornar o contato com a lancha mais seguro e também reposicionar a Niteroi numa melhor posição em relação… Read more »

George Calmão

o que o Comandante deveria ter feito era fugir dessas condições meteorológicas que poderiam arrastar o navio para locais pouco profundos. Por que arriscar o navio para receber lancha a contrabordo? Bem a frente da enseada do Forno existem fundos balizados em carta naútica com 12, 14, 15, 23 metros de profundidade, esses seriam os locais a receber a lancha do CASOP.

George Calmão

EDITADO

Pedro Moura

Leonardo,

Qual a AB que você está habilitado a comandar, qual a classe de embarcação você pode pilotar e a área marítima que você, como Mestre Amador, está autorizado para navegar?

Apenas para que outros aqui tenham uma visão das especificações/habilitações da categoria de MSA.

Abraço.

Eduardo

9 anos para sair um relatório administrativo!! Essa é a nossa Marinha. Em caso de guerra, antes de embarcarem nos navios já fomos bombardeados e invadidos pelas praias.

Dalton

O relatório está datado 30 de junho de 2010, portanto 7 semanas após o ocorrido.

Marcelo Andrade

Ai, toma-lhe!!! Geração hiperlink, que não lê o texto todo dá nisso!!!

Bueno

Eduardo, foi retirado o selo sigiloso, através da Lei de Acesso à Informação..

Victor F.

Não custa nada dar uma lidinha na última página, onde se vê que o relatório é de 2010. Esse é o nosso povo. Em caso de guerra, se esconde em baixo da cama e posta no Twitter, porque tem medo de molhar os pés.

Eduardo

Eu sou o povo que trabalha demais e não tive tempo de ficar lendo o relatório, ao contrário de ti.

Eco Bravo

Se não teve tempo de ler o relatório, perdeu tempo em comentar o que não leu.

Roberto Santos

Esse comandante no minimo foi promovido a Almirante, seus auxilares incompetentes seguem carreira. Brincaram com o dinheiro do contribuinte, uma serie de erros. Vergonha !

Roberto Santos

Aos que botaram o dedinho negativo, lhes digo: Nossa Marinha tá cheia desses barbeiros vestidos de oficiais ( Não todos evidentemente ). A Corveta Ipiranga afundou por pura barbeiragem, o mestre do navio avisou ao comandante que não era seguro dar a volta na ilha durante a chegada do navio ao Arquipélago de Fernando de Noronha. O Comandante queria por ser sua primeira vez na ilha e seu primeiro comando, dar essa voltinha, o Mestre avisou que existia “sapatas” pedras submersas não localizadas e pouco mapeadas nas cartas a época, recomendou para ele abrir, ele não o fez. O resultado… Read more »

George Calmão

desde quando tamanha ignorância, o Mestre do Navio dá sugestões de Navegação ao Comandante? De onde o nobre colega tirou tamanha ignorância? Quanto as profundidades ao redor da ilha, o navio tem um encarregado de navegação para avaliar tudo em carta náutica e assessorar o Comandante, sobre onde deve ou não deve passar. A corveta Ipiranga bateu em uma laje não cartografada, essa foi a causa do naufrágio.

Mauricio Pacheco

Barbeiragem do comandante, o corporativismo falou mais alto nessa investigação!

Yakko

Não era pra ter rolado um IPM (art 94 CPM)?

Joka ká

IPM só se há indícios de crime. Não parece ser o caso.

Wilson Marcos Santos

O que prepara o Militar para o combate, ou para as contingências que encontrará no dia a dia, é o treinamento incansável. Este treinamento deve, sempre que possível, ser o mais próximo da realidade. Tal situação foi demonstrada, por exemplo, quando do acidente dos dois “Falcões”, que se tocaram em voo de treinamento, ocorrendo a perda de uma aeronave e, o pior, a vida do piloto que sequer teve o corpo resgatado. O treinamento, nas mais adversas condições, é imprescindível. Se, em decorrência da “tempestade perfeita”, ocorreram os danos, responsabilizar os operadores em decorrência disso, seria exagero. Até porque, tendo… Read more »

marcelo baptista

Só um comentário, estamos julgando baseados no relatório final, sem termos acompanhado todas as diligencias, portanto sem dados para chegar a uma conclusão adequada. Estamos concluindo sem base adequada. Não sou advogado, mas acho que isto não é o correto.

Roberto Santos

Vc é cego ?

Luiz Trindade

Lições aprendidas. Só é de espantar ter vindo à público depois de quase 10 anos (09 anos) depois. Pergunto para que? Foi emitido um alerta de meteorológico e risco de encalhe na época para os outros navios e barcos que transitavam por lá?
Enfim… Brasil é Brasil!

André Luis Santos de Oliveira

Resumindo! As condições para o encalhe foram dadas pela lancha e do oficial de manobra! do oficial de manobra não tinha que ter reduzido máquinas, ter concluído o giro para boreste e só depois o recebimento da lancha devido as condições do mar, e a da lancha por sua demora em largar do navio uma vez dada a autorização para abordagem, barbeiragem total e a tal pressa de sua saída de arraial do cabo, as boas intenções só são boas quando forem seguras!

Rogers Cabral dos Santos

Melaram de chicote. Se navegassem nos rios da Amazônia, estariam perdidos.

Marinheiro Absoluto

O nome do Encarregado da Navegação é Wagner Silva hoje Capitão de Corveta