Parceria entre Marinha e Indústrias Nucleares do Brasil alavanca a produção de combustível nuclear para o LABGENE

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Pastilhas de dióxido de urânio usadas em reator nuclear

Em novembro de 2020, foi firmado um Memorando de Entendimentos entre a Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha (DGDNTM) e a Indústrias Nucleares do Brasil (INB), para cooperação mútua no desenvolvimento de processos tecnológicos e produtivos nucleares a partir das competências e recursos complementares de cada Instituição.

A ação permitiu, em 2021, a celebração de um contrato entre o Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo e a INB, para a fabricação das pastilhas de dióxido de urânio (UO2). Entre agosto e dezembro de 2021, foram produzidas pastilhas, em que cada uma possui energia equivalente a aproximadamente três barris de petróleo, que integrarão o combustível nuclear do Laboratório de Geração de Energia Nucleoelétrica (LABGENE).

Após a produção, essas pastilhas serão submetidas a diversos testes para a validação do projeto do elemento combustível, sob aspectos de segurança nuclear, visando atender às exigências do processo de licenciamento.

A fabricação das pastilhas de UO2 na INB para o LABGENE constitui um exemplo de desenvolvimento da cadeia produtiva do urânio, decorrente da tecnologia autóctone desenvolvida e implantada no País, possibilitando o avanço do Programa Nuclear da Marinha.

Apenas duas pastilhas geram energia para manter uma residência média funcionando por um mês
Maquete do reator nuclear brasileiro PWR
Maquete do reator nuclear naval brasileiro PWR
As varetas, contendo o urânio, conhecidas como Varetas de Combustível, são montadas em feixes, numa estrutura denominada ELEMENTO COMBUSTÍVEL. A Vareta de Combustível é a primeira barreira que serve para impedir a saída de material radioativo para o meio ambiente

LABGENE e seus equipamentos
LABGENE e seus equipamentos (clique na imagem para ampliar)

FONTE: Marinha do Brasil

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LucianoSR71

Acho incrível que a 1ª forma de produzir força mecânica que o Homem criou, que não dependia diretamente da natureza como força humana ou de animais, vazão de rios ou vento, foi o motor a vapor evoluímos p/ várias outras formas de obtê-la, um dia descobrimos a energia nuclear e criamos com ela … um motor a vapor.

Henrique

Zoado pensar dessa forma que a energia nuclear hj é máximo do desenvolvimento da energia a vapor kkkkkkk

LucianoSR71

Lembre que se tentou colocar motores nucleares em tudo que usou o motor a vapor antes incluindo navios comerciais, trens, carros e até aviões – sim teve avião movido a vapor – mas o custo, risco e a complexidade p/ uma operação segura dessa tecnologia limitou muito seu uso. Na contramão um uso pouco racional do motor a vapor clássico e que faz todo o sentido utilizar energia nuclear foi justamente propulsar submarinos, os ingleses chegaram a construir 17 da classe K movidos a vapor, tem inclusive uma matéria sobre eles aqui no PN escrita pelo grande Nunão:
https://www.naval.com.br/blog/2009/11/03/de-boas-intencoes-o-fundo-do-mar-esta-cheio-parte-1/

Rodrigo Maçolla

Sim muito bem lembrado, mais pouco divulgado… Foi tentado a produção de aviões Nucleares também, mais “aparentemente” não vingou ….. Ta ai um bom tema para os editores fazerem um post lá no Poder Aéreo , Aviões movidos a energia nuclear e ou com um reator Nuclear como propulsão

LucianoSR71

Mas eu citei aviões também, no caso pelo menos que se sabe foram testados no B-36 americano e no Tu-95 russo. Sempre me vem uma pergunta na mente: será que quem considerou essa uma possibilidade real e prática de propulsão acreditava que essas aeronaves nunca iriam cair, sobre tudo sobre uma área habitada do próprio país?

João Fernando

Não achei o resto da matéria rs

LucianoSR71

Fiz a pesquisa e coloquei os links das outras 4 partes, mas o comentário está retido esperando aprovação.

Jadson S. Cabral

Tem reatores nucleares que produzem energia elétrica sem precisar de vapor. São os RTGs, que inclusive alimentam as sondas Voyagers que estão saindo do sistema solar agora e os maiores rovers que já mandamos para Marte. Só que esses reatores são de baixíssima potência.
A URSS inclusive já chegou a instalar reatores desses em vários lugares do país para alimentar alguns equipamentos isolados e vários desses acabaram sendo abandonadas, o que criou alguns problemas e gerou reclamação quanto a irresponsabilidade dos soviéticos/russos.

Jadson S. Cabral

E pra quem estiver se perguntando como um reator pode gerar eletricidade sem vapor para mover nada, simplificando muito, esse troço nada mais é que um núcleo de material radioativo que produz calor (de maneira controlada) e é cercado por placas que ao absorver o calor, geram eletricidade. Algo parecido com aquelas placas Peltier, as quais quando alimentadas com uma tensão contínua esquentam de um lado e esfriam de outro, do mesmo modo que quando submetidas as condições ideais, onde um lado está sendo resfriado e outro aquecido, elas geram corrente elétrica, quase como a relação entre um motor e… Read more »

André Macedo

E o calor é gerado pelo decaimento do material. São bons por gerar energia sem precisar de “nada”, mas produzem relativamente bem pouco se comparado aos outros métodos.

Camargoer.

Olá André. Você tem razão, mas gostaria apenas de fazer comentário adicional. Apesar do termo “calor” ser usado como sinônimo de “energia” por muito tempo, há um esforço hoje para evitar esse uso. Calor é definido como “O fluxo de energia de um corpo quente para um corpo frio”. Então, a pastilha de óxido de urânio libera ENERGIA durante o decaimento nuclear, que eleva a sua temperatura, como consequência, esta energia flui da pastilha de combustível quente para o ambiente (água nos reatores PWR) que está mais fria, aquecendo-a.

Nilo

Bom dia mestre, muita saúde para 2022, vai ser um ano muito interessante para o Brasil.

Camargoer.

Olá Nilo. Feliz 2022. Concordo que 2022 será interessante. Acho que será o momento de abrirmos um amplo debate sobre o futuro do pais. Infelizmente, o debate em 2018 foi muito prejudicado. A gente precisa retomar o bom hábito de conversar com naturalidade sobre assuntos importantes.

Marcelo Andrade

Sim, mas para produzir a energia com que um reator desses produz por dia, seriam necessários quantas milhares de toneladas de carvão para gerar esse mesmo vapor?

Tomcat4,2

E vamo que vamo. Cada pastilha desse tamanho equivalendo a aproximadamente 3 barris de petróleo é muito loko.

Welington S.

Surreal, né.

horatio nelson

qual o grau de enrriquecimento ?

Alexandre Galante

Foi informado na palestra que as duas atuais usinas civis brasileiras usam urânio enriquecido de 3,2 a 4% e que o reator do submarino atômico brasileiro usará urânio enriquecido a 7% e que deverá ter a necessidade cíclica operacional de ter seus elementos combustíveis nucleares totalmente substituídos de quatro em quatro anos.

Resumo da Palestra do Prosub – Poder Naval – Navios de Guerra, Marinhas de Guerra, Aviação Naval, Indústria Naval e Estratégia Marítima

horatio nelson

obrigado galante !

João Adaime

Caro Galante
O que nos falta para podermos enriquecer a 20% por exemplo. Ou mais.
Abraço

Zorann

Falta coragem

Allan Lemos

E comprometimento com a soberania do país.

Saldanha da Gama

Onde assino????

Jadson S. Cabral

Pelo tratado que assinamos nós podemos enriquecer até 20%, que é justamente o urânio que se usa para pesquisa. Eu acho que já enriquecemos até aí. O problema é só a quantidade. Se um dia pro outro o Brasil resolvesse enriquecer grandes quantidades, muito provavelmente soaria um alerta entre as grandes potências.

Camargoer.

Olá Jadson. Você tocou no ponto. Tecnologicamente, as ultracentrifugas usadas para enriquece 4% podem ser reconfiguradas para enriquecer 7%, 20% ou até 90%. O teor de enriquecimento depende do uso final. Só faz sentido enriquecer a 90% se for construir uma bomba.

Felipe Augusto Batista

Não necessariamente só pra fazer bomba Camargoer, reatores abastecidos com urânio mais enriquecido podem ficar mais tempo sem reabastecer, enquanto o nosso submarino precisará ser reabastecido a cada 4 anos (e assim estará indisponível durante este processo) os novos submarinos do Reino Unido e dos EUA já saem de fábrica com todo o combustível que usarão durante toda a sua vida útil de 30 anos. O problema é que usam urânio com a mesma concentração do usado em bombas, o Brasil poderia usar um valor intermediário que não fosse “weapons grade” mas que permitisse um tempo maior entre o reabastecimento,… Read more »

Camargoer.

Olá Felipe. Historicamente, os EUA construíram primeiro uma infraestrutura para produzir combustível altamente enriquecido de U-235 para fabricar sua bomba nuclear. Depois, aproveitaram esta base industrial para produzir combustível para seus reatores navais. O Brasil seguiu um caminho diferente. Primeiro montou uma industria para produzir combustível para suas usinas comerciais (cerca de 4%) para em seguida aproveita-la para fabricar combustível para seus reatores navais (7%). Para produzir combustível com elevados níveis de enriquecimento, a MB teria que construir uma cascata de ultracentrífugas dedicada apenas para isso. Talvez, o que a MB tenha feito foi coincidir os períodos normais de manutenção… Read more »

Felipe Augusto Batista

Outra coisa que pensei, sobre os futuros submarinos da Austrália: tanto os EUA quanto o Reino Unido utilizam reatores com urânio “weapons grade”, para utilizarem urânio com nivel mais baixo precisariam modificar o reator e provavelmente readequar grande parte do projeto do submarino ao invés de simplesmente aproveitarem um dos projetos já em uso. Assim será que irão fornecer pra Austrália, um país não-nuclear, combustível que pode ser utilizado para fabricação de bombas? Não creio que os EUA ou o Reino Unido tenham preocupação de que a Austrália tenha más intenções, mas outros países como a China poderiam questionar, além… Read more »

Cristiano GR

Deixando para enriquecer depois de tudo pronto e faltando apenas o conteúdo enriquecido, com este em mãos os equipamentos estariam completos e aí NINGUEM falaria uma m… contra o Brasil.

Camargoer.

Olá Zorann. Faltam ultracentrífugas em número e configuração suficiente para produzir o combustível em teores diferentes daqueles obtidos pelas atuais cascatas instaladas em Resende.

Camargoer.

Olá João. O enriquecimento é feito por uma “cascata” de ultracentrífugas. O gás de hexafluoreto de urânio vai passando de uma ultracentrífuga para outra. A cada etapa, a concentração de urânio-235 aumenta. O número de ultracentrífugas colocadas em série é projetado para resultar no enriquecimento desejado. Para aumentar o teor de enriquecimento, basta adicionar mais ultracentrifugas. Portanto, tecnologicamente, o Brasil pode usar essa tecnologia para produzir urânio-235 com 90 ou 95%, necessário para fazer uma bomba. Então. o gargalo tecnológico para produzir urânio altamente enriquecido é apenas o número e a configuração das ultracentrífugas. Por outro lado, para se produzir… Read more »

horatio nelson

mais a quantidade de plutonio é bem maior que a de urânio né?…fat man!

Camargoer.

Olá Horario. O contrário. A Fatman usava cerca de 20 kg de plutônio e a Littleboy cerca de 60 kg de urânio (creio que 85% de 235-U). A bomba de plutônio tinha a carga de TNT em torno do plutônio para gerar as ondas de choque para a implosão do material físsil, enquanto que a bomba de urânio tinha a massa físsil divida em duas partes. As atuais bombas de plutônio foram miniaturizadas, usando menos material físsil e um sistema mais eficiente de reflexão de neutrons. Creio que algumas bombas hoje usam cerca de 15 kg de plutônio (com o… Read more »

horatio nelson

mais ainda usam plutonio hj em dia?

Camargoer.

Olá Horatio. a maioria dos dispositivos nucleares são fabricados com plutônio, mesmo sabendo que uma bomba de urânio é mais simples, um dispositivo de plutonio pode ser menor, mais leve e muito mais potente.

João Adaime

Prezado Camargoer
Obrigado pela resposta/aula. O meu questionamento não era enriquecer num teor maior para fazer bomba, mas para aumentar o tempo de recarga do submarino.
Abraço

Camargoer.

Olá João. Você tem razão. Caso a MB optasse por combustível mais enriquecido, isso poderia ampliar o tempo entre as recargas. Contudo, também seria necessário fazer um investimento maior na fábrica de combustíveis para instalar uma nova cascata de enriquecimento exclusiva para isso. De qualquer modo, talvez a MB tenha feito um cálculo simples. Um submarino precisa de uma revisão periódica que poderá ser usada para realimentar o reator. No caso dos reatores de Angra I e II, isso ocorre anualmente e apenas parte do combustível é substituido (de tal modo que o reator tenha uma média, com combustível novo… Read more »

Cristiano GR

Penso que enriquecer não é problema. O problema é dispor de meios para levar a carga até os possíveis alvos.
Foi, exatamente, para nos dificultar de termos esse meio que os engenheiros e o vls que produziram foram aniquilados em uma explosão antes do teste definitivo em Alcantara.

Last edited 2 anos atrás by Cristiano GR
Fernando

Esses engenheiros que infelizmente morreram no VLS foram vítimas de um acidente. Acidente este causado por negligência do pessoal que não bloqueou a ignição do foguete em momento que ela não poderia ser acionada de forma alguma. Qualquer boa prática de eletricista sabe disso e se usa cadeados de bloqueio. Agora se em todo o Brasil aquelas 13 pessoas era as únicas capazes de fazer um foguete e nesse tempo nenhuma outra apareceu, tem algo muito errado no país. Tem muitos engenheiros capacitados a fazer foguetes no Brasil. Só que o país não quer fazer. A Agência Espacial Brasileira tem… Read more »

horatio nelson

hj não restam duvidas que foi sabotagem…muito triste a morte de todos…a frança levou a melhor nessa!

Alexandre Galante
João Adaime

Prezado Cristiano GR
O meu questionamento não era enriquecer num teor maior para fazer bomba, mas para aumentar o tempo de recarga do submarino.
Abraço

Neto

Então o ideal é que quando um SBN estiver entrando em seu período de manutenção reabastecimento (de 4 em 4 anos) outro seja comissionado?
.
3 SBN é uma flotilha aceitável para o Brasil? Ou seriam 4? Com 4 SBN e 4 SBR teríamos sempre 4 em comissão?

Alexandre Galante

O planejamento da MB era ter 6 SSNs.

Adriano Madureira

“o reator do submarino atômico brasileiro usará urânio enriquecido a 7%”…

Somente a 7%?!  Sempre achei que reatores de submarinos fossem enriquecidos a um percentual bem superior…

É um percentual bem dizer padrão militar ou foi escolha de nossos militares?

Camargoer.

Olá Adriano. O histórico é o oposto. Os EUA construíram primeiro uma infraestrutura industrial para a produção de material nuclear de U-235 altamente enriquecido para construir uma bomba nuclear. Os reatores navais com este tipo de combustível vieram depois. No caso brasileiro, a base industrial foi construída para a fabricação de combustível nuclear de U-235 para as usinas de Andra I e II (cerca de 4%) que será empregada agora para produzir o combustível para os reatores navais. No caso brasileiro, seria possível produzir combustível até 20% dentro das normas permitidas pelos tratados internacionais assinados pelo país. Eu não sei… Read more »

Edson

É sabido que especialistas do Laboratório Norte americano de Los Alamos no Novo México concluíram que o Brasil desenvolveu a capacidade tecnológica para colocar em campo armas nucleares, o Brasil poderia produzir urânio altamente enriquecido usando centrífugas como a de Resende para esse tipo de armamento, mas correndo o risco de se tornar um pária mundial e sofrer graves sanções como Coreia do Norte e Irã o Brasil decidiu optar por percorrer o caminho seguro, legal e correto, que é além da área energética, será também construir submarino nuclear ou (submarinos nucleares) com um reator 100% brasileiro, o que colocará… Read more »

Last edited 2 anos atrás by Edson
Allan Lemos

Quanta bobagem esse papinho de pária mundial. A Índia e Israel estão ai para provar que essa conversinha sobre sanções não passa de uma desculpa esfarrapada para justificar a falta de bolas dos políticos e militares desse país.

Edson

Não é bobagem não, o programa nuclear da Índia começou nos anos 40, quando ainda não tínhamos regras e tratados claros sobre o tema, e após a guerra contra a China e toda a ameaça recebida, ficou inevitável não “liberar” a proliferação de armas nucleares pelos indianos, em relação a Israel todos sabemos o que sofreu e o fato de ser uma potência militar, um “mini-USA”. já o Brasil não tem o apoio dos EUA, da União Européia , da Rússia e nem China, nenhuma potência apoia o Brasil para ter armas nucleares, agora isso não impede que se caso… Read more »

Cristiano GR

Concordo em parte.

Jadson S. Cabral

Claro, porque o Brasil é igualzinho a India e Israel. Nosso contexto geopolítico é igual, nós voltaremos no tempo para aproveitar a mesma oportunidade de a India e Israel aproveitaram… sério, eu acho que vocês que vivem defendendo essas bobagens têm preguiça de pensar. Vamos lá, exercício básico, em que ano a India detonou sua primeira arma nuclear mesmo? Nesse ano, em qual contexto vivíamos? Quem era a preocupação das potências do ocidente mesmo? E quantos tratados limitando armas nucleares existiam? E Israel? Como e por que Israel desenvolveu suas armas? Com a ajuda de quem? De quem Israel é… Read more »

André Macedo

Índia e Israel tem um contexto totalmente diferente, sem falar que há partes no Brasil mais próximas dos EUA do que da outra ponta do país, os americanos nunca iriam nos deixar produzir ogivas sem nos afundar em sanções.

EduardoSP

O país fez a opção pelo uso pacífico da energia nuclear e colocou isso na CF 88.
Pode espernear.

Nilo

Correto, Papinho furado para quem não tem pretensão de ser potência o que me levar a crer que o Brasil PuTencia está na cabeça de muita que adora fazer referência a essa palavra rsrsr

Saldanha da Gama

Tem o paquistão também….
Só lembrando que o collor tampou na serrra do cachimbo, um buraco de concreto de 300m de profundidade para teste nuclear… Quem faria um engenho destes se não tivesse algo para testar no momento ou em breve espaço de tempo? Ahh sim Enéas tinha razão… Abraços

Last edited 2 anos atrás by Saldanha da Gama
horatio nelson

tenho uma leve disconfiança que talvez ja tivesse alguns dispositivos prontos(3)…o projeto paralelo avançou muito e o geisel investiu muito…agora se temos ou tivemos,nunca saberemos ou talvez daqui a 500 anos quando desclassificarem alguns documentos….a maior perda ao brasil do seculo XX DR ENEAS!

Thom

O Brasil deveria investir mais usinas nucleares, poderia ter um usina no Nordeste. Li até mesmo sobre usinas pequenas. Só sei que a Belo Monte dar um prejuízo por causa de circunstâncias ambientais. A energia é muito cara no Brasil. Aqui no Nordeste que tem muito geração de eólica e solar, o custo é o mesmo, se não tivesse.

OBS: Não vamos politizar. Tá chato já. Vão pro twitter.kkkkkkk

Claudio

A Eletronuclear, responsável pelas Usinas Nucleares Brasileiras, desenvolveu estudos sobre a localização de novas Usinas . Estes estudos indicam que um dos melhores sítios o escolhido pelos técnicos, fica localizado às margens do Rio S. Francisco pouco acima de Xingó.
Seriam de 2 a 4 Usinas.

Fernando

Não sei se é uma boa utilizar o São Francisco como fonte de água para usinas nucleares. A vazão do rio vem caindo ano após ano devido as mudanças climáticas.
Além disso a usina vai liberar água quente no rio, sem contaminante radioativo, mas que ainda assim pode prejudicar a economia e a vida da população naquele lugar por conta do impacto ambiental.

Eu faria essas usinas perto do oceano.

Jadson S. Cabral

Sim. E como não sofremos com terremotos, maremotos, furacões ou o que seja. Não é muito difícil encontrar bons lugares

Claudio

Quanto à temperatura não há este problema pois tem a possibilidade de Torres de resfriamento e outras soluções.
Fazer junto ao mar, passa pela nescessidade de locais favoráveis e custos mais elevados. Considere também o custo de linhas de transmissão para a interligação ao sistema. É bom que fique perto das linhas principais existentes.
Estas análises detalhadas vc pode encontrar num livro que foi editado sobre os estudos. Se for de seu interesse, entre em contato com a Eletronuclear que informará como obter.

Henrique

Foda é que pra fazer usinas isso depende de iniciativa do Executivo da União…. a ultima usina a feita foi em 1972 e é angra. Da pra ver que o Brasil ta muito interessado nisso nesses últimos 50 anos…
.
Pior que nem adianta votar em deputados pq o legislativo não tem der nenhum nessa matéria… Presidente precisa receber uma iluminação dos Deus Estadistas pra tomar a inciativa pra resolver a demanda de energia do pais pelos próximo 50 anos.

Jadson S. Cabral

A energia aqui é cara mesmo tendo muitos aerogeradores porque o sistema elétrico brasileiro é interligado e o custo é rateado para todos. O nordeste produz muito mais energia do que consome e a maior parte da energia é mandada para outras partes do país. Em 2020 mesmo foi inaugurada aqui em Sergipe, no município de Barra dos Coqueiros, parte da grande Aracaju, aquela que é a maior e mais eficiente usina a gás natural da América Latina e só ela, é capaz de suprir 15% de toda a demanda do nordeste. Com essa crise hídrica você deve imaginar que ela… Read more »

Camargoer.

Olá Jadson. De fato, a capacidade de geração elétrica no NE foi bastante ampliada nos últimos anos, inclusive com a instalação de um enorme parque eólico. Como a economia vem estagnada nos últimos 5~7 anos, a demanda por mais energia foi baixa. Como resultado, em vários momentos tem sido possível suprir o NE com 100% de energia eólica, permitindo que o SE seja abastecido com o excedente de energia produzido no NE e com a construção de novos linhões, até mesmo energia produzida no N tem sido trazida para o SE. Sobre o custo da energia no Brasil, ela estava… Read more »

Elias

Isto !! Não vamos politizar…um bom Brasil para melhorar para os brasileiros. Eu acho que uma forma de evoluir como sociedade a energia nuclear é um dos pilares com certeza….

Jadson S. Cabral

O Brasil, desse tamanho e tendo dominado o ciclo completo do urânio há mais de 50 anos só possuir duas usinas nucleares e está passando por uma crise energética dessas é uma vergonha. Até a Argentina tem mais usinas nucleares que a gente e está pra construir mais, sendo que o reator usado na próxima usina deles é autóctone.

Camargoer.

Olá Thom. O primero passo é concluir Angra 3. As obras foram iniciadas, muitos equipamentos foram comprados. Então, antes de iniciar uma nova usina nuclear, o correto é concluir o que já foi iniciado. Angra I está chegando ao fim de seu ciclo de vida operacional. Talvez seja importante colocar Angra 3 em operação antes de encerrar a operação de Angra 1.

Cristiano GR

A energia é muito mais cara em outros países. No Uruguai, por exemplo, é mais que o dobro. Gás também é mais caro. E petróleo não existe lá. Pode ser que achem no mar, pois recentemente ouviu-se sobre a Petrobras andar achando um campo em frente à Lagoa dos Patos.

Thom

Muitos falam que o Prosub é caro, mas foi ele que deu um empurrão para a tecnologia nuclear que abrange várias áreas. Como medicamentos para ressonância por exemplo, trazendo nossa independência.
O Brasil está construindo um mini reator nuclear. Isso é fenomenal.

Zorann

O Prosub terá sido muito caro, se deixarem as capacidades adquiridas serem perdidas por falta de continuidade. Que é o que está silenciosamente acontecendo.

Grifon Eagle

Excelente!!!

LucianoSR71

Acabou de entrar no site o idota negativador que deve estar tendo orgasmos de satisfação ao negativar todos os comentários. Parabéns, criancinha!

MSOMOZ

Mas esses sites estão cheios de radicais e idiotas. Os “fortões” por traz do teclado.
A gente vem aqui para aprender e encontra eles.
Melhor ignorar.

LucianoSR71

Fique tranquilo, não tenho raiva desse pessoal, na verdade são dignos de pena. Só comentei porque de uma hora p/ outra todos os comentários ( de todos os participantes ), que não tinham nada de polêmicos ou que suscitassem alguma discussão, foram negativados ou seja que coisa ‘fantástica’ esse cara encontrou p/ ter prazer. Abs.

Sensato

Tem negativação que é muito mais troféu que qualquer outra coisa. Cada vez que alguns canhotos mais empedernidos aqui me negativam eu vejo que estou no caminho certo.

Burgos

Caramba !!!?
Pq já não tocam em Paralelo também um projeto de um navio de superfície nuclear ?!
Seja uma Fragata ou Corveta !!!
Pq só submarino ?!
As vezes até fico pensando que seria até mais fácil e rápido e poderia servir até para fonte de informação para outros projetos de propulsão nuclear !!!
Vai entender agora !!!?‍♂️

Camargoer.

Olá Burgos. A questão é o custo para fazer uma navio de superfície com propulsão nuclear. Não faz sentido construir uma fragata por US$ 1,5 bilhão com propulsão nuclear que teria custado US$ 500 milhões.

Sensato

Usualmente só vale a pena construir navios com reator no caso dos grandes navios aeródromo.

Esteves

Porque isso foi feito sem sucesso. 50 bilhões de reais (custos, prazos, contaminações, riscos) para construírem 1 navio submarino fez americanos e russos desistirem de navios militares movidos a reator nuclear de superfície.

Por conta do reator o Álvaro Alberto deslocará 6 mil toneladas.

Last edited 2 anos atrás by Esteves
Ecosta

Pessoal, em que pé está o nosso SSN? Eu tinha entendido que a fase de projetos e os testes do protótipo do reator haviam sido concluídos.
Já começaram a construir o casco?

LucianoSR71

O reator ainda nem foi entregue. Pesquise aqui no site por NUCLEP e LABGENE e terá as notícias sobre o andamento do programa.

Esteves

Na última atualização mostraram 20% do cronograma realizado. O casco não começaram.

Camargoer.

Olá Ecosta. O Labgene consiste do reator, do gerador de vapor, da turbina e do gerador elétrico, do motor elétrico e do dissipador de potência. Deste sistema todo, só falta o reator, cujo vaso já está sendo fabricado na Nuclep. Os demais sistemas já foram montados e testados. Já sobre o submarino, ele está na fase de detalhamento do projeto. Isso significa que todos os sistemas já foram definidos e dimensionados. A construção do submarino só pode ser iniciada após essa fase de detalhamento.

Ecosta

Eu achava que a fase de protótipo ia testar tudo do reator que não poderia ser reaproveitados porque o mesmo teria o seu limite ultrapassado para que fosse conhecido.
Esperava que o combustível aqui citado estivesse nele inclusive.

Obrigado, Camargoer!

Camargoer.

Ola Ecosta. O Labgene continuará operando por muitos anos, sempre abaixo do seu limite de segurança. Ele será continuamente testado mas nunca até o seu limite de operação. Isso seria muito perigoso por se tratar de um reator nuclear. No filme Apollo 13 tem um momento que um astronauta é chamado para avaliar os procedimentos de emergência usando um modelo da nave espacial dentro do laboratório da Nasa. O Labgene terá esta mesma função. Ele vai ficar funcionando e servirá de laboratório para saber como ele se comporta ao longo da vida do submarino. Ele também poderá ser usado para… Read more »

Ecosta

Camargoer,

Já se sabe quantos torpedos/mísseis o nosso SSN poderá carregar?

Na sua opinião nosso sub seria comparável em termos de ruído e sensores ao TYPE 093 chinês?

Seria possível reabastecer um submarino, no caso ssk no mar, inclusive torpedos? Isso ocorre em treinamentos?

Obrigado.
Abraços.

Camargoer.

Olá Ecosta. Pelo que lembro, o SN10 estará armado com torpedos F21, mísseis antinavio SM39 lançados pelos tubos de torpedo e minas. O armamento será similar ao dos Scorpenes. Contudo, eu não lembro de quantos torpedos e mísseis ele poderá levar. O S40 levará 18 torpedos F21 e 8 mísseis SM39, deslocando 2 mil ton. O SN10 deslocará 6 mil ton, portanto é razoável imaginar que ele poderá levar um arsenal maior, contudo não lembro de ter lido qual seria exatamente o número de torpedos e mísseis. Com certeza não será possível reabastecer o reator em alto mar. Isso envolve… Read more »

Dalton

Uma pequena correção Camargo. O “S40” poderá levar 18 armas no total
entre torpedos e mísseis e não 18 torpedos mais 8 mísseis.
.
Uma possível carga, estando ele totalmente carregado, seria 14 torpedos e 4 mísseis e no caso mais raro de um submarino embarcar minas, para cada torpedo ou míssil se pode levar duas minas.
.
O “Alvaro Alberto” deverá levar umas poucas armas a mais, comparando com modelos estrangeiros de tamanho similar, algo como 24 armas parece bastante razoável.

Camargoer.

Olá Dalton. Obrigado pela correção. Valeu.

Ecosta

Me referia a diesel no ssk. Reator eu sei que é complexo e dura muitos anos. 😉

Camargoer.

Olá Ecosta. O reator do SN10 deverá ser reabastecido periodicamente porque ele vai usar combustível comercia, com 7% de enriquecimento. Por isso imaginei que você se referia á recarga do reator. Eu não sei dizer se submarinos convencionais podem receber diesel em operações de alto mar, como fazem os navios de superfície. Também fiquei curioso. Temo que a operação de reabastecimento de submarinos seja muito complexa, demandando o controle do lastro de água para manter a sua estabilidade. Um erro pode afundar o navio. Acho que estas operações só podem ser feitas com o submarino atracado e com o mar… Read more »

Ecosta

Será que na Wwii os navios de suprimentos alemães só reabasteciam os uboats com alimentação? ?

Camargoer.

Olá Ecosta. Também fiquei curioso.

Esteves
Alexandre Galante

comment image

Ecosta

Galante, bem que podia fazer uma matéria sobre os submarinos chineses, por exemplo TYPE 093.

Imagino que os sensores dos nossos Riachuelo serão melhores que os chineses. Mas e o nível de ruído do nosso SSN com relação aos type 093 como será?

Alexandre Galante

Vamos fazer a matéria sim, abs!

Mensageiro

Lá vem o papo de bomba atômica de novo e o país quase em recessão.
Brasil deve usar tecnologia nuclear para gerar avanços científicos na saúde, geração de energia, progresso. Não pra levar embargo, e um X no mapa das potências nucleares.
Political simulator 4, simulador que todo mundo devia jogar ou assistir vídeo pra entender que o único caminho que nos resta é reforma tributária, abolir tdos os impostos sobre consumo e deixar só na renda. Viraremos potência em poucos anos.

Alessandro

DUVIDA

O que difere de um submarino movido a energia nuclear com urânio enriquecido a 7% de outro com uma porcentagem maior, isso tem alguma interferência na questão cíclica operacional do combustível nuclear no submarino?

Last edited 2 anos atrás by Alessandro
Camargoer.

Olá Alessandro, Quando maior a taxa de enriquecimento, maior a densidade de energia e a potência máxima específica do combustível. Isso significa que há mais energia por massa de combustível. Um reator que emprega combustível a 7% precisa da metade do combustível que um reator que usar combustível a 3,5%. Portanto, quanto maior a taxa de enriquecimento, mais leve e compacto poderá ser o reator. Ou, que se um reator que usa combustível a 7% precisa ser recarregado a cada 4 anos, um reator operando com 3,5% precisa ser recarregado pelo menos a cade 2 anos. Os reatores de Angra… Read more »

Alessandro

??

Só um ultima dúvida, achei interessante isso que vc disse:

Portanto, quanto maior a taxa de enriquecimento, mais leve e compacto poderá ser o reator”

É uma questão de necessidade do reator ser mais leve e compacto para atingir índices mais altos de enriquecimento, ou tem mais haver com o conhecimento da tecnologia conforme o país?

Vc sabe se o Brasil tem essa capacidade de miniaturizar o reator em caso de um dia precisar aumentar o nível de enriquecimento do urânio? Ouvi dizer que a Argentina estava nos ajudando, mas era para outro tipo de reator voltado para medicina.

Last edited 2 anos atrás by Alessandro
Esteves

A colaboração da Invap acontece no reator RMB. É um reator civil autóctone para pesquisa e produção de radiofármacos.

A Invap também colaborou no reator australiano.

https://www.gov.br/cnen/pt-br/rmb/o-reator-multiproposito-brasileiro-rmb

Camargoer.

Olá Alessandro. O obstáculo para produzir combustível com elevadas taxas de enriquecimento seria a construção de uma cascata de ultracentrífugas dedicadas apenas para isso. O enriquecimento é feito com o gás hexafluoreto de urânio, extremamente corrosivo. O sistema funciona como uma pirâmide. Na base existem muitas ultracentrífugas que vão repassando para o próximo nível um gás com mais U-235, removendo a cada etapa o gás com U-238. A cada nível estivem menos ultracentrífugas. A usina de Resende tem várias cascatas para preparar combustível a ~4% para as usinas de Angra I e Angra II. Talvez uma destas cascatas pode ser… Read more »

Nilo

“…..Portanto, quanto maior a taxa de enriquecimento, mais leve e compacto poderá ser o reator………” “….Quando maior a taxa de enriquecimento, maior a densidade de energia e a potência máxima específica do combustível….” O material empregado na produção do reator, deverá ser alterado, ser mais resistênte, em razão da mudança do enriquecimento ex. de 3,5 para 7? Qual o efeito desta alteração sobre produção (elevação) de calor? e se existe esta alteração na produção de calor de que forma é controlada? Perguntto porque me vem a questão se esse mesmo reator pode receber as pastilhas com um maior teor de… Read more »

Esteves

A espessura do vaso de contensão/pressão é calculada para a reação/potência/energia produzida pelo reator. Calor, resfriamento, material de construção do vaso, vedação, fadiga, vida útil, padrões internacionais…

Uma das formas de garantir que estão enriquecimento até 20% é a espessura do vaso de pressão.

Certo?

Nilo

obrigado Esteves

Esteves

Não se anime. Isso é conclusão do Esteves.

Camargoer.

Olá Nilo. Todo reator nuclear dispõe de um sistema de segurança de barras de atenuação que absorvem os nêutrons e interrompe a reação nuclear. Estas barras também servem para controlar a potência de operação do reator. Se o combustível mudar de 3,5% para 7%, será preciso usar muito mais barras ou barras mais espessas para obter o mesmo resultado. O tipo de barra e sua quantidade são características do reator que não podem ser mudadas. Desta forma, um reator só pode usar o tipo de combustível determinado no projeto. Um reator projetado para usar 3.5% só pode usar este tipo… Read more »

Nilo

Obrigado

Esteves

Submarinos americanos e russos operam com combustível enriquecido a mais de 90%. Significa que não precisam de recargas ao longo da vida útil estimada de 35/45 anos.

Aqui não temos essa capacidade.

Alessandro

??

Não temos capacidade por falta de conhecimento e dinheiro, ou por questões externas que nos proíbe?

Last edited 2 anos atrás by Alessandro
Esteves

Tudo na vida começa menor e vai crescendo.

Camargoer.

Olá Alessandro. Um pouco de tudo. O programa nuclear da MB passou por períodos vegetativos, praticamente sem recursos para qualquer ação. Também passou por períodos nos quais foram garantidos muitos recursos, permitindo que ele tivesse muitos avanços. Como é um programa de longo prazo, sempre teve problemas de disponibilidade de pessoal técnico. É muito fácil dispersar uma equipe mas demanda muito tempo e esforço para reorganizar uma nova equipe. O país também é signatário de alguns tratados internacionais, que de um lado não impedem a pesquisa e o desenvolvimento sobre energia nuclear, por outro demandam algum esforço para adequar o… Read more »

Nilo

Ótimas explanações. As vezes as mentes não estão preparadas para ler sobre ciência, ou fatos incontestes rsrssrs

Last edited 2 anos atrás by Nilo
Alessandro

Camargoer e Esteves, obrigado pela paciência e as explicações

é uma pena que tem gente que negativa os comentários elucidativos de vocês.

Abs.

Esteves

Aprendizado. A vida é um aprendizado.

Obrigado ao pessoal do Naval.