Consultando o Relatório de Gestão de 2020 da Marinha do Brasil, reparamos numa fotografia da página 111 representando trabalhos finais de construção do navio-patrulha Maracanã (ainda não incorporado naquela época). A imagem acaba mostrando também um verdadeiro “encontro de classes” no interior do dique Almirante Régis, o que não é incomum, pois geralmente se aproveita o tamanho da instalação para docar mais de um navio que necessite de trabalhos em suas obras vivas.

Ali estavam: um navio-patrulha classe “Macaé” – o futuro Maracanã, na imagem em fase de acabamento; outro navio-patrulha, o Gurupi, este da classe “Grajaú”, em manutenção; uma fragata classe “Niterói”; uma corveta classe “Inhaúma”. As diferenças de dimensões dos quatro navios ficam evidentes na imagem, em especial dos dois navios-patrulha (um deles com cerca de 500 toneladas e outro com aproximadamente 200 toneladas), como se pode ver em detalhe na ampliação acima.

No caso da fragata e da corveta, há uma diferença de altura que pode enganar um pouco, pois em parte é creditada ao calado, e, eventualmente, à altura dos piquetes sob cada casco (reparar  na ampliação abaixo que os cascos não estão alinhados nas marcações da linha d’água). Por outro lado, as dimensões da boca (largura) são claramente diferentes.

Ainda sobre a fragata e a corveta, não é possível dizer com precisão quais seriam, apenas analisando a foto. O espelho de popa indica que a fragata fotografada era uma de duas que, originariamente, receberam um sonar de profundidade variável, a Niterói (F-40) e a Defensora (F-41). Poderia ser tanto a Niterói, desativada no ano anterior e eventualmente tendo equipamentos retirados no dique para servir de sobressalentes a outras em operação, quanto a Defensora, sendo docada mais uma vez ao final de um longo Período de Manutenção Geral (por exemplo, naquele ano o navio passou por testes de inclinação em outro dique, o Almirante Jardim).

Quanto à corveta, apenas pela foto não é possível dizer se é a Júlio de Noronha (V-32), em plena operação naquele ano e ainda na ativa, supostamente realizando alguma docagem extraordinária, ou alguma das unidades desativadas da classe tendo seus equipamentos retirados.

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Esteves

Muito bacana ver o Arsenal em atividades. Os Comentaristas aguardam quando se dará a visita. Que visita?

A visita entregue como prêmio aos comentaristas mais…mais…analíticos e pós analíticos.

Vamos aguardar.

L Grande

Essas corvetas classe inhauma foi um dos grandes erros da Marinha. Em vez de construir mais 4 fragatas classe Niterói a Marinha preferiu inventar a roda. Só que as corvetas classe inhauma teve sérios problemas no mar. E no final saíram do serviço antes das mais antigas classe Niterói. Despercio de dinheiro e péssimo planejamento da Marinha. Horror. Misericórdia. 25#5#15

L Grande

Verdade. Só que no final hoje a Marinha poderia ter mais 4 fragatas Niterói mais novas. E a Marinha querendo inventar a roda queria 16 corvetas classe inhauma. Então não é custo. 16 classe inhauma no mínimo iria fabricar umas 8 fragatas Niterói que estaria ativa até hoje. Erro de planejamento da Marinha. Hoje a Marinha está sem navios porque 4 corvetas fragatas que deveriam está em operação até 2040 foram retirados do serviço pôr erro do projeto antes da hora.

Esteves

As Niterói são navios dos anos 1970. Tê-los feito em 1990 ou no final de 1990 para estarem navegando ainda hoje…estranho.

Estaríamos operando navios antiquados. Projeto de 50 anos. Execução de 30. Parece o Labgene.

L Grande

O pior para a Marinha é que que se fosse modernizado estaria na ativa até 2040. A Marinha tem uma mania de dá baixa nos navios antes da hora. Para forçar o executivo, vamos dizer assim, a comprar novos navios. O ideal é que qualquer navio que vai aposentar, têm um novo navio entrando no lugar. Mas aí é querer demais da Marinha.25#5#15

Santamariense

“A Marinha tem uma mania de dá baixa nos navios antes da hora.”

Tu só pode estar brincando! A esquadra brasileira é geriátrica…e tu acha que os navios são baixados antes da hora??

L Grande

Os submarinos Tupi é um exemplo vários países querendo comprar para usar por mais 20 anos. Argentina, Peru, etcetera. A MB fala eu não quero mais não vamos dar baixa. Se está faltando navios de superfície de superfície então aumenta a frota de submarinos para 9 , más tem um setor da Marinha, que manda, vamos dá baixa antes da hora. E os marinheiros, pessoal extremamente treinado e qualificado no mar, vão trabalhar de home office. 25#5#15

L Grande

A corveta barroso também e vai operar até 2040.

Salomon

Uma vez que a Júlio e a Frontin foram feitas juntas, lado a lado no Verolme, qual o motivo de baixaram uma e não a outra? Grato.

Marcilio

O motivo para baixa ou extensão do periodo de atividade de um navio, provavelmente, envolve uma serie de fatores, como questões técnicas, estratégicas e até políticas, incluindo, canibalização de um navio para manutenção de outros, devido a dificuldades orçamentárias, custo/benefício e o contexto do cenário politico/econômico do momento na tomada de decisão. Repare que na minha breve análise considerei uma serie de fatores bem mais relevantes que simplesmente uma comparação entre dois navios. Contudo, ainda assim totalmente leigo, a pesar de ter servido por 4 anos numa Fragata classe Niterói e ser um entusiasta da área militar naval, fato irrelevante… Read more »

L Grande

Continua na ativa porque não tem outra. Senão já teria aposentado.

Roberto Moura da Silva

Porra cara, você é do contra!

L Grande

Eu sou a favor de forças armadas com equipamentos novos ou antigos. o que não pode é dá baixa em um equipamento sem ter outro entrando no lugar. Aí acontece o pior que é não ter nada e em caso de necessidade jogar pedras ou paus 21#5#15

Guilardo

Eu me pergunto. Como esses engenheiros americanos conseguem manter voando as B-52 ? E os franceses operando ainda os Mirages 2.000 ? E os argentinos os TAM ? E até o pobre Paraguai os Stuarts ? Tem slguma cousa errada conosco.

Augusto José de Souza

Sim ela podemos dizer que deu certo dessas corvetas Inhaúma,quando for retirada do serviço da esquadra poderia ser repassada para algum grupamento de patrulha naval podendo ser Santos ou Rio Grande igual a Corveta Caboclo em serviço em Salvador.

Esteves

Falhas de projeto corrigidas após provas no mar. Estranho.

Lembro de críticas à estabilidade do navio mormente nos caturros a ponto de inviabilizar o tiro do canhão. E que a proa mais baixa foi projetada desse modo para melhorar a manobrabilidade. Se sim, se essas duas lembranças forem advindas da realidade…como corrigir no mar?

Esteves

Eita memória. O pior é que nada passa.

Parece Gandalf para o Balrog.

Last edited 8 meses atrás by Esteves
Alex Barreto Cypriano
Esteves

4 protótipos. Tu faz 4 protótipos quando o 1 morre, o 2 auto destrói, o 3 explode. 4 protótipos. Pra que servem se lições não serão corrigidas. “Os testes foram positivos, contrariando experiências anteriores no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas, em São Paulo) que indicaram possíveis problemas de mergulho da proa, com embarque de água, em mar grosso. Acabou se confiando mais nos testes suecos, o que depois se mostrou como um erro: o IPT é que estava certo. Voltaremos ao assunto mais à frente.” Balrog Estava certo. Por peso da superestrutura ou pelo peso do canhão ou pelo uso… Read more »

Last edited 8 meses atrás by Esteves
Alex Barreto Cypriano

Falha grave (uma inclusive que foi alertada pelo IPT mas ficaram com os escandinavos) não corrige com prova de mar na classe em que não teve evolução de um exemplar pro outro (foram quatro protótipos…), apenas correções pontuais, quase desesperadas como acrescentar lastro, aumentar um tiquinho o convôo e outras gambiarras corretivas. Projeto feio, baseado em arbitrariedades maliciosas (parecer uma mini-Niterói) e falta de prudência – esse o precipitado de corporações arrogantes e ignorantes. O que fizeram de errado, fica, o próximo, se puder, que corrija iniciando nova aquisição do zero. A MB é um dinossauro muito antigo cuja descendência… Read more »

Esteves

Pois é Alex. Pois é.

Tu tinha lido isso antes? Corrigir problema de projeto no mar?

No mar Alex…no mar.

Esteves

“Provas de mar servem para atestar se os parâmetros de projeto foram atingidos e, caso contrário, apontar as correções.”



Alex Barreto Cypriano

A correção veio na Barroso, mais larga, com bochechas (bochechas proeminentes são característica de alguma doença mental) e tosa (que me dá a impressão de escoliose ou cifose numa moça de resto bonita), na solitária e valente, ainda assim algo insatisfatória na habitabilidade. Habitabilidade que todos esqueceram quando a Barroso resgatou os mais de 200 emigrantes ‘in distress’ no Mediterrâneo…

Dalton

Lembrei da USS Boone fragata da classe Perry que localizou um barco com 160 equatorianos, homens, mulheres e crianças em 2003 imóvel no mar, há dias vivendo em condições desumanas com pouca água e comida e que após alguns dias de viagem foram repatriados
inclusive um banheiro foi improvisado na área dianteira, algo que
chamou minha atenção tanto assim que lembrei.

Alex Barreto Cypriano

Sim, mestre Dalton: a FFG-28 resgatou 160 em 01/04/2003. Tem foto deste improviso? E ela fez o mesmo mais tarde, de novo e de novo, salvando 50 em 17/09/2008 e outros 50 em 05/10/2008. Ela veio ao Brasil em 2011 e foi descomissionada em 2012. Ano passado foi objeto de SinkEx no Atlântico Norte. Conforme este aqui: http://www.uscarriers.net/ffg28history.htm

Bruno Richard

defendendo o indefensável, rsrsrsrssr

Fernando Vieira

A Barroso é um ótimo navio e só existe porque antes dele existiram as Inhauma. Ela é uma Inhauma melhorada.

Erro foi a Barroso ser uma classe de um navio só. Mas também 12 anos para fazer uma…

Fernando Vieira

Aí eu concordo com você. Navios com a mesma tonelagem das Niterói mas simplificados. Teria espaço inclusive para ao longo da vida do navio receber novos armamentos e equipamentos. Dessa forma elas estariam por aí hoje sendo a espinha dorsal da Marinha tendo passado também pelos ModFrag onde hoje talvez estariam com os mesmos ou até melhores equipamentos que as Niterói possuem.

Mas sim, lá atrás provavelmente eles pensavam em ter um número grande de navios para “ocupar” o mar.

Fernando Vieira

Certo, tem razão.
Mas sendo esse o objetivo das Inhauma, elas deveriam ter uma boa capacidade ASW porque nesse cenário de guerra “quente” o forte dos soviéticos no Atlântico seriam submarinos.

Aí é dúvida mesmo, quais eram as capacidades ASW das Inhauma?

Last edited 8 meses atrás by Fernando Vieira
Fernando XO

Sonar de casco Krupp Atlas ASO 84 e 2 lançadores triplos de torpedos Mk 46

Fernando Vieira

Obrigado a ambos os xarás.
Olhando aqui tem uma sequência de uns 10 comentários só de Fernandos em sequencia.
Modéstia a parte todos muito bons.

Dalton

É que a marinha queria um número muito maior de corvetas, inicialmente 16, depois 12
e tal número só poderia ser conseguido com um navio mais barato que uma Niterói, além do mais procurou-se acertadamente estimular a construção naval militar em estaleiros particulares daí duas das 4 “primeiras” construídas por um estaleiro particular.
.

Augusto José de Souza

A Barroso deveria ter outras corvetas da classe,quem sabe com essa manutenção não peguem o projeto e construíam outros navios dessa classe

Alfredo Araujo

Visitei o arsenal nessa época, para fazer um “tour” no Atlântico… A doca seca fica ao lado de onde o Atlântico fica fundeado… muito bonita a imagem da classe Niteroi, acredito que era a Defensora, ao lado da Inhaúma.

Machado

Servi no AMRJ por cinco anos na oficina de elétrica 243. Muita faxina. Kkkkkkk

Esteves

Essa história de mais navio menor porque navio menor é barato e navio barato é navio simples e navio simples cabe no orçamento é tacanho.

Porque não falam das tripulações. Não contam dos estímulos e das motivações de tripulações servindo em navios desconfortáveis, de baixa tecnologia e com pouco a aprender.

Porque navio menor não necessariamente precisa ser navio simples. Pode ser Quinhentas Toneladas com tecnologia ou Ml e Quinhentas Toneladas operando o mesmo sistema das Tamandarés. O navio leva menor quantidade de armamentos e tripulações, mas não significa simplesinho. Acho que afeta o moral dos marinheiros.

Alex Barreto Cypriano

Foi o truque que usaram pra fazer as Inhaúma: o velho estelionato de oferecer mais por menos ou pelo mesmo. No fim 12 viram 4, depois 4 vira 1; mas o dinheiro rolou como se fosse pra 12 ou 4 e as promessas são relativizadas ou reinterpretadas, posteriormente esquecidas. Assim é a vida nessas paragens.

Last edited 8 meses atrás by Alex Barreto Cypriano
Esteves

Boa história para contar. Precisa investigar. Entrevistar, talvez. Sacudir uns sofás.

Que falta faz…

Marcelo

Olha direito….com o mastro cortado…já é a sucata da Niterói….para remover mais alguma coisa….. antes de levar embora pra virar PANELA…

Augusto José de Souza

Hoje o casco da Niterói está largada na Baía de Guanabara depois de ser toda canibalizada para a manutenção e atualização da defensora e da constituição. Poderiam restaurar o casco e os canhões e guardar no espaço cultural da marinha como exposição.

Santamariense

Se a foto é de 2020, acredito que a fragata seja a Niterói, visto o nível de “desmonte” que se encontra, com muitos equipamento e estruturas faltando. Além disso, o longo período de manutenção geral da Defensora previa 3 docagens, sendo que a última, ocorrida no dique Almirante Jardim, se iniciou em outubro de 2016 e se encerrou em março de 2017 e nessa ocasião já estava com todos seus equipamentos e armamentos instalados.

Santamariense

Valeu, Nunão. Obrigado.

Fernando XO

Correto… e a o casco da CCI era da ex-V31.

Augusto José de Souza

Poderia trazer ela de volta a aplicar a modernização que fizeram na Júlio de Noronha

Fernando XO

Já foi empregada como alvo.

Augusto José de Souza

Poderiam pegar o projeto e reconstruir as três corvetas que deram baixa já atualizadas resolvendo os problemas

Leandro Costa

Augusto, agora o futuro é CCT.

carvalho2008

Se for pelo que devia, que devia…..devia mesmo era terem construido uns 12 U-27 Brasil, na versão original dele…

Motorização dele é apenas diesel e no plano original teria um 76 mm….seriam excelentes NapaOc…

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O U-27 Brasil por ter motorização diesel, esta navegando até hoje,e provavelmente seja o navio da MB com mais milhas navegadas

Last edited 8 meses atrás by carvalho2008
Esteves

Niterói. Navio de 3 mil toneladas. Não precisa de tanto para patrulhar nosso mar.

Alex Barreto Cypriano

Mas deixe que eu te conte essa que é muito boa: o ex N.1 da MB, o almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, confrontado com a pindaíba que se avizinhava, dava total apoio à idéia de empregar as Niterói, descomissionadas e desarmadas, como meios de patrulha oceânica. Li naquela entrevista clássica dele ao jornalista R.Lopes, cujo link aqui no Naval não redireciona mais. Entretanto, sobrou no registro do seu legado a referência à idéia acima (ítem 3), aqui:
https://www.naval.com.br/blog/2018/07/07/almirante-leal-ferreira-legado-e-sucessao-no-comando-da-marinha/

carvalho2008

3.800 ton não é grande para NapaOc. endurance e persistencia coerente com as distancias de nosso mar, com as ondas maiores de nosso mar….nosso mar é mais bruto na media…. O U-27 somente é uma Niteroi do casco da linha dágua para baixo. Todos os compartimentos acima são diferentes e simplificados….grandes saloes….não a toa o diagrama acima seja do U-27 Brasil com canhão 76 mm…esta era a ideia inicial…atentar que não é o desenho da niteroi….este ai de cima com o canhão é o U-27 Brasil…não é ideação minha…era ideação da marinha a epoca de sua concepção…. O grupo motriz… Read more »

Esteves

Anos 1970.

Alex Barreto Cypriano

É uma tara isto de colocar o convôo com mais freeboard que a proa e seu canhão (estimo uns 23-25 pés no U-27 ao passo que nos Burke o convôo tem apenas 13 pés de freeboard, um e meio deques até a linha d’água), deve ser pra não molhar os pezinhos dos oficiais aviadores. Ora, o costado de vante empurra a água pra longe do navio, pra longe da popa. Deviam ter abandonado as bochechas em nome de um flare mais definido…

Esteves

Essa turma dos espaços livres…só pensam em quiosques.

Fernando XO

O convés de voo é mais do que uma plataforma de pouso… é aonde circula a equipe de manobra para realizar diversas atividades, como abastecimento e instalação de armas… precisa de espaço, portanto… fora a lógica necessidade de acomodar, com sobras, o diâmetro do círculo formado pelas pás do rotor principal em movimento… quanto à relação de comprimento com a proa, deixo a questão com engenheiros, mais gabaritados do que eu, que era como “usuário”.

Augusto José de Souza

Essa classe Macaé tem que ir para frente,devem ter estaleiros á disposição para construir os outros navios previstos no contrato,são essenciais para o patrulhamento naval em todas as regiões.

Esteves

Essa é a lenda. E dizem que será exportado.

Fadas, duendes, bruxas e petiscos. Navio não há

https://www.marinha.mil.br/emgepron/pt-br/desenvolvimento-do-projeto-basico-do-npa-500br

Augusto José de Souza

Ah sim agora tem esse projeto,tomara que saia do papel

Fernando XO

O principal problema das classe Inhaúma era a geração de energia… muito embora a questão da estabilidade tenha sido um fator, juntamente com a proa baixa, os navios atiravam muito bem, sem nada dever às classe Niterói… mas é fato que eram navios que cobravam um tributo às suas Tripulações, o que não me impede de guardar no coração a saudosa V33 e na lembrança, meus 350 dias de mar na classe…

Esteves

Parabéns, Fernando.

Esteves

A indústria tem dessas coisas. Fábrica, depois testa. Até porque não da pra testar projeto. Da pra simular. Mas simuladores não construção naval…será que tem?

Essa história da Inhaúma com problemas na geração de energia, proa baixa, desconforto, navio desproporcional em suas dimensões, parece história que se repete ou que acontecia.

HMS Tiger. O Tiger disparou 255 vezes. Errou todos. Ok..anos 1910. Mas foram 33 mil toneladas de problemas.

Tradição é tradição.

https://pt.wikipedia.org/wiki/HMS_Tiger_(1913)

Last edited 8 meses atrás by Esteves
Fernando XO

Nos tempos em que vivemos acho difícil não haver uma simulação robusta em computadores… fora o uso dos tanques de prova como o que existe na USP…

Esteves

Pois é. Achei estranho essa história de testes no mar.

— Vamo fazer um navio redondo.
— Funciona?
— Testamos no mar.

Esteves

Fatos.

Last edited 8 meses atrás by Esteves
Alex Barreto Cypriano

Navio redondo? Os russos já fizeram, o monitor Almirante Popov. Um desastre. Mas tem muitos outros de outras lavras, aqui:
https://youtu.be/HgxiVevVf3M
É indesculpável qualquer marinha de 200 anos que não saiba fazer navio, que não saiba fazer teste de modelo em tanque, que não saiba desenhar um casco streamlined (usando o parent design de um navio patrulha oceânico alemão…), que não saiba avaliar equilíbrio (atachando um único canhão de 27 toneladas na proa de um vaso pequeno), que se apegue por híbris a aparências heteronomicas e se esqueça do seu conteúdo específico e autônomo.

Last edited 8 meses atrás by Alex Barreto Cypriano
Esteves

Testes de mar…até com o Almirante Popov foi assim.

Alex Barreto Cypriano

Não é, Esteves? Mas lá ainda se justificava pelo ineditismo e novidade…

Alex Barreto Cypriano

Quais foram os parâmetros a serem atingidos nas provas de mar das Inhaúma? Sei que nos EUA de entreguerras se dava ao construtor um prêmio se o navio ultrapassasse a velocidade especificada (o construtor/refitador dos CVs classe Lexington embolsou uma graninha). Mas velocidade (ou seja, motorização e desempenho hidrodinâmico de casco) era essencial pros americanos de então, que ainda nem sabiam bem o que era e pra que servia um radar. Recentemente uma fragata alemã foi entregue com list, e foi devolvida pra corrigir (devem ter alterado a distribuição de lastro e passado a régua). Já os LCSs Freedom foram… Read more »

Marcelo

Impressionante que o Governo e a marinha nao se juntam e chega a um acordo para comprar 1 navio patrulha por ano pelos próximos 10 ou vinte anos.
O brasil nao é para amadores !!!!

Fernando Vieira

Mas aí você teria que tirar do orçamento… ah, deixa pra lá, cair na mesma ladainha de todos os posts sobre a MB e que infelizmente são verdade.

Alex Barreto Cypriano

Sabe o que me enche de tristeza? É saber que a civilização material de base industrial brasileira tá indo pro vinagre por causa da hegemonia do capitalismo financeiro e pela reprimarização nacional e a gente aqui se enganando imaginando que o que existe não vai acabar porque as condições mudaram e que sursis da esperança é efetivo contra a fatalidade da sentença já lavrada. Mesmo força armada, a epítome da organização técnica humana, pode esclerosar, desmanchar. Exemplo não falta: as poderosas e eficazes legiões romanas retrocederam, nos territórios do extinto império ocidental, de corpos armados disciplinados, que faziam imperadores e… Read more »

Alexandre

Como a fragata é a corveta estão sem o nome na popa a fraga de fato é a Niterói e a corveta é que não se saberia.

Alex Barreto Cypriano

V-31 Jaceguai, conforme XO pontuou acima e ainda lembrou que ela já foi à pique em MissilEx ano retrasado. O PN tem uma série de reportagens sobre esta corveta, desde 2009, ou antes, até.