Por Simão Pedro Ferreira Gonçalves – Natal-RN (reportagem e fotos)

Visitamos a fragata Independência (F44) no domingo no Porto de Natal-RN. O navio está participando da Operação Aspirantex 2024.

A Independência é o quinto navio a ostentar esse nome na Marinha do Brasil. Ela foi a quinta de uma série de 6 fragatas da classe “Niterói” (Vosper Mk.10) ordenadas em 20 de setembro de 1970 como parte do Programa de Renovação e Ampliação de Meios Flutuantes da Marinha e a primeira construída pelo AMRJ – Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, Ilha das Cobras, Rio de Janeiro.

Teve sua quilha batida (casco 71) em cerimônia conjunta com a da fragata União em 11 de junho de 1972, foi batizada e lançada em 2 de setembro de 1974, tendo como madrinha a Sra. Luci Geisel, esposa do Presidente da Republica Exmo Sr. Ernesto Geisel.

Entre as autoridades presentes a cerimônia de batismo da Independência, estavam o o Presidente da Republica Sr. Ernesto Geisel, o ex-Presidente da Republica Emílio Garrastazzu Médici, o Ministro da Marinha Almirante-de-Esquadra Geraldo de Azevedo Henning, o Comandante de Operações Navais Almirante-de-Esquadra José de Carvalho Jordão e o Diretor do AMRJ Vice-Almirante Álvaro de Rezende Rocha.

Foi ao mar pela primeira vez em 11 de dezembro de 1978, para realizar as provas de mar. Foi submetida à Mostra de Armamento e incorporada em 3 de setembro de 1979 (Portaria n.º 1488 de 27/08/79), pelo CEMA Almirante de Esquadra Carlos Auto de Andrade, em cerimônia que contou com a presença do então Ministro da Marinha, Almirante de Esquadra Maximiano Eduardo da Silva Fonseca, do Governador do Rio de Janeiro, Sr. Chagas Freitas e do Diretor do AMRJ, Vice-Almirante (EN) Hugo Friedrich Schieck Júnior. Naquela ocasião, assumiu o comando o Capitão-de-Mar-e-Guerra Jorge Cardoso de Mendonça.

Lançamento da Independência no AMRJ em 2 de setembro de 1974 – DPHDM

ModFrag

Em março de 2001, a Independência iniciou os trabalhos do Programa de Modernização – ModFrag, quando foi docada para ser submetida a um Período de Manutenção Geral (PMG).

O programa visou estender a vida útil desses navios e aumentar sua capacidade de combate. As principais áreas de foco incluíam a atualização dos sistemas de armas, sensores, sistemas de comunicação e eletrônicos de bordo. Um componente crítico dessa modernização foi a introdução de novos sistemas de gerenciamento de combate, que permitiram uma integração mais eficiente de dados e operações entre os diversos sistemas de armas e sensores da embarcação.

A Independência foi a única unidade da classe a receber o Sistema de Controle e Monitoração de Propulsão e Auxiliares (SCMPA).

A modernização das fragatas classe Niterói assegurou que esses importantes ativos continuassem a ser uma parte vital da capacidade de defesa naval do Brasil. Com o ModFrag, a Marinha do Brasil não só prolongou a vida útil desses navios, mas também garantiu que eles permanecessem eficientes e relevantes no cenário marítimo contemporâneo, enfrentando ameaças modernas com tecnologia atualizada.

Fragata Independência – Características Principais (ModFrag)

  • Deslocamento (carregada): 3.800t
  • Comprimento: 129,2m
  • Boca: 13,5m
  • Calado: 5,9m
  • Propulsão: 2 turbinas a gás Rolls-Royce Olympus TM3B de 28.000 shp cada; 4 motores diesel MTU 16V956 TB91 de 3.940 bhp cada, 2 hélices de passo controlável
  • Velocidade máxima: 30 nós com turbinas e 22 nós com os motores diesel
  • Raio de ação: 5.300 milhas náuticas a 17 nós
  • Armamento: canhão Vickers Mk.8 de 4,5 pol.; lançador duplo de foguetes A/S BOROC de 375mm; 2 canhões antiaéreos Bofors Mk3 40mm/L70; 4 mísseis antinavio Exocet MM40; 2 lançadores triplos de torpedos A/S de 324mm; 4 lançadores SLDM de chaff; lançador óctuplo Albatros de mísseis antiaéreos Aspide; helicóptero Westland Super Lynx AH-11A
  • Sensores: radar de busca combinada Alenia RAN-20S com IFF Mk.10; radar de superfície Terma/SCANTER-MIL e de navegação Furuno 1942 Mk.2; 2 radares de direção de tiro RTN-30X

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14 Comentários
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Moriah

Saudades

Patta

eu tenho um grande carinho com essa fragata. Foi a fragata em que eu visitei na tropicalex 2023, quando vieram as viaturas blindadas para PMBA.

Last edited 9 meses atrás by Patta
Rodrigo Silveira

É uma coroa enxuta.

Burgos

Quando criança, passando ao largo do AMRJ via esse navio na carreira. Eu falava pra mim mesmo em meus pensamentos: “Quando crescer, vou servir em uma belonave como essa”.
E não é que servi mesmo !!!
Servi 6 anos da minha carreira na F 44 💪⚓️🇧🇷.
“A Independência de todos, depende de cada um”.
Esse é o lema do navio 👍

Last edited 9 meses atrás by Burgos
Augusto José de Souza

Tem também imagens das visitas a fragata união em Cabedelo,da constituição em Recife e da liberal e do Nam Atlântico em Fortaleza que foi a principal atração?

Nonato

Cadê?

Dragonfly

Alguém sabe explicar o porquê de o cano do Bofors 40mm ser “aberto” na ponta?

Dalton

Não é “minha praia” mas até alguém aparecer com resposta melhor se lembro bem
é para impedir que a boca seja danificada ou mesmo divida-se pelo choque dos projeteis
acho que cada canhão tem suas especificações exigindo maior ou menor “abertura”.

Last edited 9 meses atrás by daltonl
Fernando "Nunão" De Martini

Esta foto serve para ilustrar um assunto que volta e meia gera polêmica: o fato de concepções artísticas das fragatas classe Tamandaré mostrarem apenas 4 lançadores de mísseis mar-mar. Na foto vê-se a rampa inclinada de uma das fragatas classe Niterói, que tem largura suficiente para um par de casulos lançadores de Exocet / Mansup lado a lado. E sobre a rampa há um par de suportes que prendem os lançadores para serem instalados empilhados: Ou seja, como às vezes é preciso ilustrar / desenhar para entenderem, essa foto deve ajudar a quem ainda não entendeu que o espaço necessário… Read more »

Santamariense

Nunão, eu sou um dos que criticam as Tamandaré no quesito armamento. Nunca, em momento algum, pensei que não houvesse espaço para mais mísseis ar-mar ou antiaéreos. Meu questionamento é em relação às especificações iniciais de 4 e 12 mísseis, respectivamente. Por que? A própria classe Niterói explica. Depois de mais de 40 anos continuam com as mesmas 4 estações de mísseis Exocet. No quesito antiaéreo tiveram um incremento quando da modernização, passando de 6 Seacat para 8 Aspide. As Tamandaré vão se manter com essas quantidades iniciais de mísseis até talvez um futuro processo de modernização – e mesmo… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

Santamariense, Existe dotação de tempo de paz e de tempo de guerra. No caso da classe Niterói você vê nessas fotos que há espaço para até 8 mísseis mar-mar por navio. É isso que estou querendo dizer. Há espaço para isso caso necessário (desde que o sistema de combate também tenha canais disponíveis para todos os mísseis). Se você olhar a Barroso, o espaço ali só comporta duas rampas estreitas com dois lançadores empilhados em cada uma. Na classe Niterói as rampas são mais largas, permitindo dois lançadores lado a lado e um “segundo andar” conforme a necessidade. É frequente… Read more »

Santamariense

Sim, Nunão. Com certeza existem dotações de tempos de paz e de conflito. As Niterói e Tamandaré tem espaço suficiente para duplicar suas dotações de mísseis mar-mar. Isso é visível e sabido. Mas, minha descrença é que se nunca foi feito nas Niterói, provavelmente vai se repetir nas Tamandaré. Claro que se isso nunca acontecer podemos ver pelo lado de que não foi preciso, pois não entramos em conflito com ninguém. Já no caso dos mísseis antiaéreos, o problema de sub-dotação é o mais preocupante. Poderia aumentar a quantidade, mas com intervenções físicas na estrutura. Perdeu-se a oportunidade de já… Read more »

Fernando "Nunão" De Martini

De fato, perdeu-se a oportunidade de instalar módulos de silos Mk41 para manter os custos mais baixos e viabilizar 4 navios. Foi uma escolha, até onde se pode averiguar. O espaço para silos verticais no projeto Meko A100 é suficiente para 16 células, segundo o fabricante. Isso pode ser ocupado a gosto do freguês, o que no caso da MB foi (pelo que se vê nas concepções artísticas) por 2 módulos de 6 silos caca, dedicados ao sistema Sea Ceptor (CAAM) que são lançadores mais simples, baratos, porém não economizam espaço. Eventual mudança ou ampliação desses silos, de fato, não… Read more »

Nativo

Sempre penso que poderíamos usar esse design das Niterói, para criar pelo menos uma classe de opvs.
Tipo os ingleses com a classe.river ou mesmo os alemães com as mekos