USS Simon Bolivar (SSBN-641)

USS Simon Bolivar (SSBN-641)

Documentos que recentemente deixaram de ser secretos mostram que mesmo os submarinos mais discretos deixam um rastro

Por David Hambling

No final da década de 1980, a União Soviética reivindicou um feito que muitos especialistas militares achavam impossível. O K-147, um submarino de ataque nuclear da classe Victor, seguiu secretamente a trilha de um “boomer” americano (provavelmente o USS Simon Bolivar) em um jogo subaquático de perseguição que continuou por seis dias.

Os observadores dos EUA na época pensavam que os soviéticos não tinham tecnologia para um sonar efetivo, pelo menos em comparação com as capacidades dos EUA e seus aliados da OTAN. Agora, um relatório da CIA recentemente tornado público mostra como os submarinos caçadores, como o K-147, foram em missões secretas para rastrear submarinos americanos, sem usar o sonar.

A Diretoria de Ciência e Tecnologia da CIA produziu o relatório sobre Capacidade de Guerra Antissubmarino Soviética em 1972, mas deixou de ser secreto apenas neste verão. Mesmo quarenta e cinco anos depois, linhas, parágrafos e até páginas inteiras estão censuradas. Uma longa porção sobre a tecnologia soviética em desenvolvimento dá detalhes nunca anteriormente revelados sobre dispositivos sem equivalentes ocidentais. Enquanto a OTAN concentrava quase todos os seus esforços no sonar, os russos criaram outra coisa inteiramente diferente.

POR QUE O SONAR É REI?

A água do mar bloqueia as ondas de rádio. Portanto, o radar, enquanto eficaz na superfície, é inútil debaixo d’água. As ondas sonoras, por outro lado, viajam melhor através da água do que através do ar, e, logo na Primeira Guerra Mundial, foram colocadas à mão encontrando submarinos.

O Sonar vem em dois tipos básicos. Há um sonar ativo, que envia “pings” que são refletidos pelo alvo, tornando-se uma versão subaquática do radar. O sonar passivo, por outro lado, é baseado em dispositivos de escuta sensíveis que podem capturar o som dos mecanismos ou hélices de um submarino e, ao contrário do sonar ativo, não entrega sua posição. Dependendo das condições, o sonar pode encontrar um submarino a várias milhas de distância e em qualquer direção.

Os EUA e seus aliados desenvolveram sofisticados sistemas de sonar, que logo se tornaram tão eficazes que outros métodos de detecção foram deixados para trás ou esquecidos. Durante décadas, os métodos não acústicos foram considerados inferiores por serem limitados em alcance e confiabilidade em comparação com o sonar. “É improvável que algum desses métodos permita a detecção de submarinos em alcances longos”, conclui um relatório de inteligência de 1974.

Na URSS, era uma história diferente. Os soviéticos foram prejudicados pela eletrônica primitiva e lutaram para que o sonar funcionasse. Então, eles desenvolveram outros meios estranhamente inteligentes de detecção de submarinos.

SURGE O SOKS

Sobre esse método destacado no relatório está o misterioso SOKS soviético, que significa “System Obnarujenia Kilvaternovo Sleda” ou “sistema de detecção de rastro de objeto”. Este dispositivo, instalado em submarinos de ataque russos, rastreia a esteira que um submarino deixa para trás. O SOKS é realmente visível em fotos de submarinos russos como uma série de espigas e copos montados em barbatanas externas.

A reivindicação soviética de seguir submarinos sem sonar soava como um típico blefe russo, mas sem saber como (ou se) o SOKS funcionava, uma avaliação realista era impossível. O Pentágono tornou secreta toda essa área de pesquisa e os cientistas simplesmente não falaram mais sobre isso. Os rumores da Rússia sobre a SOKS foram inconsistentes e muitas vezes contraditórios, com alguns dizendo que o SOKS media mudanças na densidade da água, ou detectava a radiação, ou mesmo usava um sensor laser.

Localização do SOKS em um submarino de ataque russo

O que o Ocidente sabia com certeza era que o equipamento SOKS apareceu pela primeira vez no K-14, submarino classe “November”, em 1969. Desde então, as versões subseqüentes com nomes código como Colossus, Toucan e Bullfinch apareceram em todas as novas gerações de submarinos de ataque soviéticos e russos, incluindo o atual “Akula” e a próxima classe “Yasen”.

De acordo com esses documentos recentemente tornados públicos, os rumores antigos eram precisos de uma maneira — os soviéticos não desenvolveram apenas um dispositivo, mas vários. Um instrumento pegava “radionuclídeos de ativação”, uma trilha fraca deixada pela radiação do reator de energia nuclear do submarino. Outra ferramenta era um “espectrômetro de raios gama” que detecta vestígios de elementos radioativos na água do mar.

O SOKS em detalhe

“Os soviéticos teriam tido sucesso detectando seus próprios submarinos nucleares [várias palavras censuradas] com esse sistema”, diz o documento.

O relatório também descreve como os submarinos deixam para trás um coquetel de produtos químicos na sua esteira. Anodos sacrificiais que impedem a corrosão deixam uma trilha de zinco na água. Partículas diminutas de níquel em flocos dos tubos que circulam a água do mar para arrefecer o reator. O sistema que faz oxigênio para a tripulação deixa para trás o hidrogênio que ainda é detectável quando dissolvido na água do mar. Juntos, esses traços químicos podem medir apenas alguns décimos da parte por bilhão, mas equipamentos sofisticados podem encontrá-los.

E, como seria de esperar, um reator nuclear também deixa para trás toneladas de calor. De acordo com o relatório, um grande submarino nuclear requer “vários milhares de galões de líquido refrigerante por minuto”. Esta água, usada para absorver calor do reator, pode ser 10 graus Celsius mais quente do que a água do mar circundante, criando uma mudança no índice de refração da água — uma mudança que é detectável com um sistema de interferência óptica.

E os soviéticos fizeram exatamente isso.

“Um sistema de localização baseado nessa técnica, capaz de detectar rastros até várias horas após a passagem de um submarino, teoricamente pode ser construído agora”, diz o relatório, embora não se tenha certeza se os russos o fizeram.

FATOS SEPARADOS DA FICÇÃO

Embora muitas dessas técnicas tenham sido sugeridas anteriormente, não havia nenhuma indicação de quais eram teóricos e quais eram realmente utilizados.

“Este relatório empresta muita credibilidade aos sistemas de detecção de submarinos que muitos ainda acreditam serem pouco mais do que mitos”, disse o engenheiro de defesa Jacob Gunnarson à Popular Mechanics. Anteriormente, um estudo dos EUA de 1994 achava duvidoso se as esteiras de submarinos podiam ser detectadas, afirmando que “se os fenômenos hidrodinâmicos são ou não exploráveis ​​podem ser questionados”.

Os sensores não dizem simplesmente “aqui está um submarino”, mas gerariam um fluxo de dados numéricos. Separar a assinatura de um submarino do ruído de fundo nos dados leva algum poder de computação, e o relatório observa que, nos anos 70, os soviéticos estavam muito atrasados ​​nesta área. Hoje em dia, os russos podem adquirir máquinas comerciais, milhares de vezes mais poderosas que as que tinham, e isso pode ter dado ao SOKS um grande impulso.

O relatório mostra que, mesmo em 1972, as agências de inteligência estavam cientes de como os submarinos dos EUA poderiam ser rastreados. As contramedidas certamente teriam sido postas em prática desde então, como a redução das trilhas químicas e radioativas, o que é provavelmente o motivo pelo qual levaram 45 anos para que este documento seja divulgado.

Ainda assim, as novas versões dessas tecnologias são muito mais capazes do que os seus antepassados farejadores de água. Documentos científicos recentes sugerem que os chineses agora estão investigando a nova tecnologia submarina, e até mesmo a Marinha dos Estados Unidos e a DARPA começaram a se interessar pelo rastreamento de esteiras, sugerindo que a tecnologia não é tão inferior quanto se pensava anteriormente.

Se os russos ainda podem seguir sigilosamente os submarinos, ou se os EUA encontraram uma maneira de fazê-lo, é impossível saber. Provavelmente teremos que aguardar mais 45 anos para a resposta [fortemente censurada].

FONTE: Popular Mechanics / COLABOROU: Sérgio Santana

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LucianoSR71

Uma coisa me deixa intrigado: se esse relatório de 1972 agora parcialmente revelado ( imagine o que ainda está secreto ) já continha tantas informações, por que os EUA não pesquisaram também essas tecnologias desde aquela época? Ou será que não conseguiram avançar nelas e só há pouco voltaram a se interessar?

Carlos Crispim

Isso demonstra a extraordinária capacidade do povo russo, educação de primeira, cultura fenomenal, é um povo realmente magnífico, não há nada que não possam fazer ou inventar, parabéns pela matéria sensacional!

Washington Menezes

Os Russos colocam aqueles dispositivos na frente só pra confundir os adversários.

Manock

Hmmm
Esses russos são mesmo uns mandraques…danadinhos heim?!

Mauricio_Silva

Olá.
“Quem não tem cão, caça como um gato!”
SDS.

Junior

Após o colapso da URSS os serviços de inteligência americanos fizeram uma festa , eles cooptaram muitos oficiais Russos e de outras repúblicas soviéticas para obter segredos, descobriram gente de dentro do FBI vendendo informação, tomaram alguns sustos com tecnologias que eles sequer imaginavam que existia e se frustraram ao descobrir que por decadas eles desenvolveram sistema de defesa contra armas que na verdade nao passavam de “Mockup” bem feitos.
Como sera que andam as coisas hoje ?

Augusto

Seguir um submarino velho da classe Benjamin Franklin é mole, quero ver seguir um Ohio ou um Sea Wolf.

Ricardo Da Silva

“Futebolismo” de uns a parte E mesmo que seja mais um daqueles relatórios criados para justificar junto ao público o investimento massivo na máquina(indústria) de guerra dos EUA, pensar “Fora da Caixa” ou ter a ousadia de seguir um caminho diferente dos demais é, no mínimo, algo a se parabenizar.

Flamenguista

Eu achava que submarinos nucleares eram mais “barulhentos” que os convencionais.

Dalton

O problema para os soviéticos é que já no fim dos anos 80 eles estavam encontrando dificuldades para manter sua grande marinha…muitas unidades permaneciam atracadas, havia atrasos no pagamento de soldos, etc e novas diretrizes econômicas já estavam sendo formuladas para mudar prioridades econômicas…provavelmente para se manter uma grande e sofisticada força de submarinos…a força de superfície iria sofrer uma considerável redução. . Então veio a dissolução da URSS em 1991 e se as coisas já estavam ruins piorou de vez…e em decorrência disso a US Navy que havia alcançado um tamanho “surreal” de quase 600 unidades na chamada “Frota… Read more »

Helio

LucianoSR71 24 de outubro de 2017 at 21:53 , não temos como saber se os EUA não pesquisaram…. Provavelmente sim, mas com o status de “primo pobre” de outras tecnologias. Grana e gente qualificada nunca foi problema para os EUA, tanto na produção “própria” (magníficas universidades e centros de pesquisa) quanto na “importações” de gente muito qualificada que vai para lá, ou fugindo de países em crise ou buscando uma vida melhor (que lá, de fato, existe!). Vide o caso de tantos brasileiros capazes que se mandam em busca de uma vida melhor e, não menos importante, de condições dignas… Read more »

JagderBand44

Pra quem fica elogiando o povo russo e bla bla bla.
Dê uma lida no livro do Bill Browder.

LucianoSR71

Helio 25 de outubro de 2017 at 9:27
Lógico que nesse ramo não pudemos afirmar nada, por isso coloquei uma 2ª indagação: “Ou será que não conseguiram avançar nelas e só há pouco voltaram a se interessar?” O fato é que liberaram esse relatório, mas não informações de pesquisas sobre o conceito, o que também não garante que não houve. Enfim, tudo que podemos fazer é conjecturar. Abs.

Rafael_PP

Achei sensacional o sistema. Porém, minha ignorância nas áreas científicas abordadas no texto me trouxe alguma dúvidas, talvez até tolas.
.
1ª: como o sistema se comportaria em uma região de intenso tráfego marítimo? A poluição gerada por outros navios poderia comprometer ou embaralhar a análise dos resíduos?
.
2ª: se o mecanismo é viável em grandes áreas? É capaz de direcionar o submarino para um ponto preciso/específico ou no máximo denunciaria a presença de outro vetor, relegando ao sonar um guiamento mais acurado?
.
Desde já, grato.

RL

Caraca.

Nikiti

E isso é oque os americanos sabem…
E oque eles não sabem sobre os sistemas russos no período soviético é enorme e até atual.

As pessoas gostam de achar que os russo são atrasados. “Mantra talvez…” Mas eles fizeram muitas das tecnologia que usamos na espaço. Primeiro satélite, animal, homem/mulher ,primeira caminhada, maior caminhada, primeira estação espacial temporária e depois a primeira permanente, maior tempo no espaço. Até a estação espacial atual é baseada em Bia parte. A MIT II.
Espaço era parte garota propaganda e que os soviéticos queriam que fossem visto…

Agnelo

Boa tarde
O F-117 apareceu muitos anos depois. O Silent Hawk só apareceu, pq caiu na missão do Bin Laden.
Acredito q, principalmente, EUA e Russia tenham meios e tecnologias q nos surpreenderão muito ainda.
Sds

Wagner

Talvez a Marinha Russa atual use o dispositivo como alternativa, ou complemento, aos,sonares, dependendo da situação.

Lembrando que a força de submarinos da Rússia ainda é a segunda mais forte do mundo, e deve ser muito respeitada pelos militares ocidentais.

Wagner

Quanto a visão absurda defendida por alguns aqui de que a Rússia está atrasada tecnologicamente, sugiro um estudo mais aprofundado sobre esse país, seus recursos e capacidades.

Dizer que Moscou ainda precisa implementar os métodos mais modernos, coisa que está fazendo em um bom ritmo, é uma coisa. Mas, dizer que os russos estao na era Atari, tal como vejo aqui as vezes, sério, beira a imbecilidade.

Gilson Moura

Rafael_PP 25 de outubro de 2017 at 10:32

Tenho as mesmas dúvidas que você.

Gilson Moura

Aliás seria interessante ver este dispositivo em navios de superfície, em guerra anti submarina seria um complemento a mais.

PRAEFECTUS

Meus caros,

haveria um sistema em operação, semelhante ao contraste. Aderente a determinados elementos e material comumente utilizados atualmente na industria naval…

Haveria especifico modus operandi já desenvolvido…

Seria como seguir o vagalume!

Grato

Jacinto

A existência deste sistema era conhecido da US Navy já na década de 80, não é nenhuma grande novidade. Contudo, hoje acredita-se que os sucessos da marinha soviética em rastrear os “boomers” dos EUA na décade de 70 e 80 não estava relacionado e este sistema, mas ao trabalho do John Anthony Walker. John Anthony Walker era um oficial de comunicação da marinha dos EUA que, entre 1968/1985 vendeu os códigos de comunicação da US Navy aos soviéticos. Dizem que o incidente com o USS Pueblo em 1969 foi encomendado à Coreia do Norte pelos soviéticos para que eles pudessem… Read more »

Plamber

Esse texto é perfeito para que aquele clubinho anti-Rússia pare de duvidar da capacidade dos outros (não apenas dos russos) e ficarem pensando que só o ocidente possui capacidade de fazer qualquer coisa.

Cesar A. Ferreira

Não era bem uma novidade, mas…
Mesmo tendo desenvolvido sensores diversos, os russos não deixaram de perseguir uma evolução nos seus sonares, que hoje possuem um desempenho correspondente ao dos seus pares.

Paulo Nunes

A engenharia Russa se divide em duas frentes, métodos. A primeira, que eu acho instigante, é o pensar fora da caixa, é pegar o simples e fazer algo bom e que ninguém esperava, com poucos recursos fazer algo tão bom quanto outro que custa milhões. ex; t34 com suas blindagens inclinadas, mig 21, o niva com monobloco e seus três diferenciais etc. O segundo método, quando o primeiro não dá certo, é o método “se não sabe brincar não desce para o play”, é pegar e instalar o maior motor possível, o maior canhão, o maior míssil, o maior tudo… Read more »

Paulo Nunes

como aficionado por veículos adoro o segundo método, agora quando os dois métodos se juntam ai saem coisas como o ekranoplano que é de pirar. Podíamos fazer uma lista com os representantes do primeiro método, do segundo e do misto.

Tamandaré

Matéria sensacional!! Vou até salvar nos favoritos. 😉

Miguel

Viva a Russia e o futuro que esta na Eurasia.

Danton

Kkkkkk Quanto deslumbrante emergiram! Sim os russos eslavos são criativos,astutos, com eficiência em contra inteligência e muito pragmáticos. Sagazes em tecnologias simples é funcionais, mas não se esqueçam que os submarinos americanos sabiam que estavam sendo seguidos…. ou só leram é assimilaram aquilo que gostam de ouvir?? Fico imaginando a época um volume gigantesco de dados coletados sem uma máquina eletrônico com capacidade de processamento para mastigar esse volume. Rapidez continua sendo imperativo numa batalha. e Há uma infinidade de contra medidas para enganar o farejador. Ele é eficiente em lugares isolados, no tráfego e com contra medidas vai requerer… Read more »

Ronaldo de souza gonçalves

Os Russos são espertos mesmos,igualmente aos americanos e graças o respeito mútuo e o avanços dos dois lados não tivemos outra guerra mundial.Graças a Deus.

César A. Ferreira

Uma percepção que não pode deixar de ser dita: a presente matéria é “um direto no fígado” de todos aqueles que costumam bradar em tons ideológicos e preconceituosos quando se aborda equipamentos orientais, notadamente russos. Ao mesmo tempo uma bela aula de como se procede para soluções de engenharia: se debruça sobre o problema a procura de soluções. A propagação de sons é a unica forma de se detectar algo no meio líquido? O que mais se propaga na água? Que tipo de assinatura pode uma massa em deslocamento produzir além da sonora? Pois… Resolvendo estas perguntas os antigos soviéticos… Read more »

Luiz Trindade

Quanto muitos nestes blogs de defesa desdenham dos equipamentos russos, nessa reportagem mostra como os russos estavam a frente dos EUA e a OTAN, como diz o nosso colega:

Carlos Crispim 24 de outubro de 2017 at 22:00
Isso demonstra a extraordinária capacidade do povo russo, educação de primeira, cultura fenomenal, é um povo realmente magnífico, não há nada que não possam fazer ou inventar, parabéns pela matéria sensacional!

Não me espantaria se os russos ainda nesse século conseguissem realizar o sonho do Typhoon Outubro Vermelho realidade (Esteiras electromagnéticas)…

cwb

Uma dúvida para os especialistas:
Quando um boomer parte em missão ele vai para um ponto fixo no oceano e lá permanece on station até ser rendido por outro. Então: nesse momento as emissões do submarino não seriam mínimas?
Obrigado

Maurício

CWB, imagino que um submarino em ponto fixo seja mais fácil de ser rastreado pelo calor emanado pelo reator. Apenas uma impressão….

Casuar

De nada adiantou pois experimentaram uma falência digna de bolivarianos eslavos , dizer que são fodões,kkk, é forçar a barra , na incapacidade de produzirem sonares eficientes partiram para o desespero , pensaram fora da caixa ? Não , pois estas tecnologias ja eram conhecidas , o texto deixou bem claro , o problema foi que o ocidente não esperava que os russos seriam tanto incopetentes no desenvolvimento de sonares ,kkkk, sobre -julgaram os russos , mas como o colega lá em cima disse : Sabiam que estavam sendo seguidos , só não sabiam como porque não havia eco de… Read more »

César A. Ferreira

Como sempre aparecem os trolls…
Estão em todos os lugares.
Dá como conhecido tecnologia que foi aplicada em um só lugar, e neste lugar desenvolvida.
Insidioso, diz que o texto deixou “bem claro”. Das duas uma: é desonesto, ou incapaz de interpretar um texto corretamente.
Fico com a segunda opção.

O que temos então? Raiva e rancor ideológico fazendo com que uma pessoa passe vergonha em uma coluna de comentários. Lamentável.

César A. Ferreira

Como não sou um troll, trago informações adicionais ao texto, pois é para isso que serve uma coluna de comentários (ao contrário do que pensam alguns que acreditam que o espaço é destinado às rinhas ideológicas): – A operação na qual se deu o sombreamento descrito na matéria foi a “Aport”. Realizada pelo almirantado soviético em 1985, caso a memória não me falhe. – O comandante do K-147 atendia pelo nome de Nikitin. – O K-147 era um submarino da primeira versão do Projecto 671 (Viktor-1); – O SOKS do K-147 era de uma versão nova, nomeada de MNK-100, ou… Read more »

César A. Ferreira

Duas correções: o nome do comandante é Nikitin, e os submarinos içaram os ferros ao invés de lançaram, pois estavam partindo e não aportando.

cwb

Então na saída da base russa não tinha nenhum submarino caçador americano ou inglês seguindo esses 5 submarinos.
Se havia isso nunca saberemos.
Mas é uma tecnologia interessante,então nosso submarino nem precisa ser construído pois essa tecnologia invalida ele, vcs não acham?

cwb

Outra dúvida:
Perto de um submarino lançador de mísseis não fica um caçador do mesmo pais para proteger o lança mísseis em caso de ataque ou mesmo no jogo de gato e rato que havia na guerra fria para marcar presença?

Dalton

cwb… . seria o ideal, mas, simplesmente não há “caçadores” em número disponível para acompanhar os “lançadores de mísseis” que possuem um ciclo de emprego completamente diferente dos “caçadores” ou seja, patrulhas de cerca de 2,5 meses, retornando à base, para depois de um mês, sair novamente com uma segunda tripulação ! . Os soviéticos estavam mais atrasados que os EUA quando se trata de sonar…enquanto já na década de 60 submarinos da US Navy já utilizavam grandes sonares “esféricos” na proa quando os tubos de torpedos foram deslocados para os lados, só agora, os russos estão equipando a nova… Read more »

cwb

Obrigado Dalton

César A. Ferreira

O Project 671 (OTAN Viktor-I) possuía um sonar com alcance de captação de ruídos da ordem de 60 milhas náuticas (111 km) de distância.
Um submarino desta classe sombreou o SSBN – 641 fazendo uso apenas do sonar.

Durante a operação “Aport” um SNA Project 705 Lyrae (OTAN – Alpha) foi enviado para Cuba, mas permaneceu em estação. O motivo disto eu não consigo compreender… Nas duas operações os submarinos enviados foram da classe P-671, 671-RT e 671 RTM (OTAN – Viktor I, II e III).
Os Lyrae não foram enviados, por exemplo.

César A. Ferreira

Que não se tome a USNAVY como ban-ban-ban por conta de sonares… O sonar AN/BQQ-5, esférico, demonstrou um desempenho fantástico nas águas profundas do Atlântico e do Pacífico, mas quando teve que lidar com as águas gélidas e rasas do mar de Barents foi um fracasso retumbante. Comandantes e mesmo Almirantes alardeavam que tinha sido expulsos do Ártico por causa do BQQ-5, que “escutava nada”. Submarinos de classes mais antigas assumiram as patrulhas no Ártico. O problema com estes sonares nunca foi devidamente solucionado, dado as reclamações sobre o mesmo no tocante as águas rasas, mas alguma solução deve ter… Read more »

Bosco

Sem dúvida a criatividade dos soviéticos era louvável (apesar de achar que teria sido mais válido se essa criatividade tivesse sido focada para melhor desenvolver o sonar) mas de modo algum esses sistemas “farejadores” substituiriam o sonar de forma efetiva. Há vários sistemas “farejadores ” em operação e inclusive aviões de patrulha utilizam para detectar a presença de submarinos DE pela emissão de CO2. O problema desse tipo de equipamento é que você tem que passar por sobre a “trilha” sendo difícil se manter nela e no máximo o instrumento informa que o “alvo” passou por aquele “caminho”. Ouso dizer… Read more »

César A. Ferreira

1º) Quem disse que o esforço soviético e depois russo não foi focado no desenvolvimento do sonar como meio de detecção? O desenvolvimento de um meio não é necessariamente excludente. 2º) Um sonar que na década de setenta do século passado detinha uma ordem de alcance para ruídos de baixa frequência de 60 milhas náuticas, por acaso, exibia com isso baixo desempenho? Pois… Foi com sonar desses que o Comandante Nikitin sombreou o SSBN 641. 3º) Afirmar sentença sobre este sistema, SOCKS – System Obnarujenia Kilvaternovo Sleda (ru), do qual conhecimento algum possui alem do texto vinculado neste post, que… Read more »

Bosco

César, Eu afirmo o que quiser dado às minhas convicções e isto não faz das minhas afirmações algo obrigatoriamente a ser acreditado por outros. Todos os seus comentários são impositivos e afirmativos e baseados nas suas convicções e eu não faço juízo de valor delas apesar de não raro contestá-los com contra-argumentos. Ora! Um sistema farejador é um sistema farejador e ponto final. Eu não preciso ter acesso aos dados técnicos nem ao depoimento do comandante da Marinha Russa para considerar que esse não é um método prático de detecção submarina dado à dimensão dos oceanos que obrigavam os submarinos… Read more »

Bosco

E os soviéticos (e americanos ) utilizaram o serviço de médiuns, videntes e paranormais de todos os tipos para encontrar submarinos e gastaram uma grana e perderam tempo com isso e eu também considero ser este um método completamente equivocado e inútil.
Não é porque se gasta bilhões e se põe “cérebros” dos mais renomados que a coisa obrigatoriamente vai prestar e servir para algo na prática.
E antecipadamente já peço desculpas aos que acreditam nesse tipo de coisa mas reafirmo ser o método de uma completa inutilidade, que é um eufemismo para idiotice.

Dalton

Nem americanos nem soviéticos detinham “expertise” em tudo, em algumas coisas um era melhor que o outro, o fato é que a URSS “quebrou” e mesmo antes disso os submarinos russos estavam fazendo menos patrulhas, teoricamente em bom estado nas bases, há controvérsia sobre esse “bom estado” e de qualquer forma as tripulações não estavam adquirindo o treinamento adequado justamente por ficarem no porto mais tempo. . Não importa muito quanto esse sistema foi formidável se ao mesmo tempo não havia tantos submarinos no mar , as tripulações não estavam bem adestradas, a manutenção dos submarinos não estava sendo adequadamente… Read more »