HMS VANGAURD

O BlogNAVAL noticiou que o submarino nuclear francês portador de mísseis balísticos (SSBN) Le Triomphant teria colidido com um objeto submerso, que avariou sua proa. Agora a informação que vazou foi que a colisão, na verdade, ocorreu com outro SSBN, o HMS Vanguard. (foto acima), da Royal Navy.

O MoD (Ministry of Defense) do Reino Unido se recusa a confirmar o incidente, pois considera que operações com submarinos são secretas.

Na Guerra Fria, houve várias colisões entre submarinos russos e americanos, em perseguições submarinas, pois a missão principal dos SSN (submarinos nucleares de ataque) era afundar os SSBN inimigos antes que estes pudessem lançar seus mísseis, em caso de uma deflagração nuclear. O que intriga os especialistas é o fato do incidente recente ter ocorrido entre SSBNs, dotados de mísseis balísticos com ogivas nucleares.

O submarinos são cegos quando navegam submersos. O que eles “enxergam” é uma imagem produzida a partir dos ruídos que são recebidos por seus sonares passivos, de todas as fontes submarinas e da superfície nas proximidades. Esses sonares, embora muito sensíveis, têm um ponto cego ou região de sombra na popa (ilustração), devido ao ruído produzido pelo próprio propulsor do submarino.

submarine_bafflesUma tática usada pelos submarinos nucleares, para escutarem a região de sombra na popa, é a de manobrar 90 graus para boreste ou bombordo, após determinado período de tempo. Essa manobra, chamada de “clearing the baffles” em inglês, era usada por submarinos russos de forma repentina e surpreendente, e passou a ser chamada pelos americanos de “Crazy Ivan“,  pois provocou colisões com submarinos americanos que navegavam “colados” na popa de submarinos russos em patrulha.

Com a introdução do sonar passivo rebocado (towed array), que cobre o setor de sombra na popa, ficou mais difícil para um submarino ser surpreendido pela popa, mas nem sempre esse sistema é empregado.

Não sabemos em quais circunstâncias o HMS Vanguard e o Le Triomphant se chocaram, pois a missão principal de um SSBN é permanecer oculto e evitar ser detectado, e não se envolver em perseguições de gato e rato.

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[…] no sistema de propulsão nuclear do submarino foi reportada. Este incidente ocorre um mês após um submarino nuclear britânico também se envolver numa colisão com um submarino francês, no meio do […]

Abrivio

Mais dados sobre os danos e a instauração de inquérito:

news.bbc.co.uk/2/hi/uk_news/7892294.stm

Vou adiantar os comentários: se fosse no Brasil, iam “esculachar” a MB.

Dois SSBN’s, é uma “batida” e tanto e com misseis nucleares no bagageiro.

Abrivio

Como não houve feridos, vale a piadinha: a França e a Inglaterra mandaram as marinhas se aproximarem, olha no que deu…

Que barbeiragem, Royal Navy!!!!

Patriota

Eu ja desconfiava tava meio estranha esta ideia de objeto submerso
não identificado ser um conteiner ou coisa parecida.

Luciano Baqueiro

Como diria Jack o Estripador, vamos por partes :

1-Parabéns ao Blog foi rápido no gatilho coloquei um link do Estadão sobre isto em comentário no post anterior a este.

2- Não sei o motivo, mas este meu comentário e outros sumiram alguns instantes depois de postados.

3-No meu 1º comentário levantei uma dúvida minha e agora vou repetí-la :

“Quer dizer não é só o sub francês que é ‘cego’ o inglês também ???

Ou será que eles são tão discretos que isso os impediu de se detectarem ?

Com a palavra os especialistas do blog.”

Abraços.

Alexandre Galante

Luciano, uma explicação está no texto do Blog. A colisão provavelmente ocorreu devido ao ponto cego no sonar na popa dos submarinos e às táticas empregadas para superar esta limitação.

Patriota

Acredito que se fosse a MB o pessoal ia esculachar até porque
uma colisão entre submarinos nucleares é muito perigoso
e ainda mais que vamo gastar dinheiro e esforço pra caramba para construir nosso SSBN

Alexandre Galante

Patriota, não teremos SSBN, teremos SSN.

Nimitz

A proa do Le Triomphant ficou avariada, provavelmente ele foi vítima de um “Crazy Ivan” do Vanguard?

Luciano Baqueiro

Alexandre Galante,

na minha humilde e leiga forma de ver isso explicaria apenas que um deles não teria visto o outro à sua popa, o 2 sub então teria visto o 1º pois não há ponto cego pela proa. Considerando isto, então um estava perseguindo o outro sem este saber, seria isto ? Ou como levantei a hipótese, um deles ( ou até os 2 ) não foi detectado por ser muito discreto ou ainda por deficiência do sistema de detecção do oponente ?

Abrivio

Outro acidente inglês (2007), com um SSN da classe Trafalgar, com dois mortos.

news.sky.com/skynews/Home/Nuclear-Sub-Accident-Sailors-Named/Article/20070341256992?lpos=Home_Article_Related_Content_Region_3&lid=ARTICLE_1256992_Nuclear_Sub_Accident%3A_Sailors_Named

A coragem dos submarinistas é imensa, eu não entraria num troço desse de jeito nenhum. Meus parabéns.

Aproveitando a série submarina do PN, poderia se falar posteriormente um pouco sobre resgate. Fica a sugestão.

Alexandre Galante

Para quem ainda não leu, um texto antigo, porém muito interessante, no site do Poder Naval:
http://www.naval.com.br/biblio/guerra_fria/dossie06.htm

Batista

Houve o choque entre o avião da gol e o jato sobre a amazonia verde, agora ocorre o choque de submarinos sob o mar azul, de consquencias incalculavel, já que carregam armas nucleares.

Alexandre Galante

Luciano, meu palpite é que o francês estava perseguindo o britânico, por isso sua avaria na proa. Como disse o Nimitz, ele pode ter sido surpreendido por um “Crazy Ivan” do Vanguard. Mas é apenas um palpite, pois não sabemos ainda onde o Vanguard foi atingido.

Nimitz

Galante, também concordo contigo. O Vanguard é mais antigo que o Le Le Triomphant e deve ser mais barulhento. Deve ter sido detectado e seguido de perto pelo francês e atingiu este quando deu um “cavalo de pau”.

Patriota

obrigado pela explicação

Alexandre Galante

Tem outro detalhe: quem estava sendo perseguido, provavelmente não estava usando o towed array, que é um sistema de hidrofones rebocados que cobre justamente o setor da popa.

Corsario-DF

Também concordo com o Galante e com o Nimitz, acho que o francês tava na “cola” e o Britânico deu um “Crazy Ivan”, mas também acho muito difícil a Royal Navy admitir esse incidente.

Sds.

Alexandre Galante

Outra possibilidade: o nível de ruído dos dois submarinos era tão baixo no local onde houve o choque, que nenhum dos dois ouviu o outro. Explicação: dependendo da área do Atlântico Norte, a profundidade é baixa e o nível de ruído é alto, devido ao tráfego marítimo e à reverberação do ambiente. Os dois poderiam ficar “mascarados”. Ou seja, acima d’água as coisas são bem mais simples.

Dalton

Ambos os submarinos sao da mesma geraçao, nao sendo significativo o fato do Vanguard ser mais ” antigo”, pois a diferença é de apenas tres anos.

Ambos sao extremamente silenciosos e utilizam o ” pump jet ” em seus sistemas de propulsao.

O maior responsavel bem pode ter sido o frances que estava a popa do ingles, afinal saiu com a proa danificada.

abraços

Alexandre Galante

Uma dica: quem tem o último Google Earth, pode verificar a profundidade nas proximidades da França e da Inglaterra, uma média de apenas 300 a 400 pés (em torno de 120m), antes de cair na fossa do Atlântico, que tem mais de 12.000 pés, que é a área preferida dos SSBN, pois eles podem navegar fundo e silenciosamente. Mas até eles chegarem a área de patrulha, tem de navegar em águas mais rasas e perigosas.

Alexandre Galante

Abrivio, o que é estranho é o fato de serem dois SSBN. Na Guerra Fria aconteceram várias colisões entre submarinos nucleares.
Não se sabe até que ponto um SSBN tem liberdade para pesquisar e perseguir contatos submarinos, atuando como um SSN.

Abrivio

Continua estranho, mesmo com o ponto cego.

O que fazia um SSBN na “cola” do outro? Pelo menos o de trás via o da frente e devia ter se afastado.

O Atlântico é meio grande, dá para manobrar.

Liga aí o pisca-pisca, irmão!!!!

ViniciusModolo

Sabia que aquele contâiner submerso era balela…mas num espera que os OSNI fosse tão conhecido.

Radical_Nato

Galante, matéria interesante.

E muitos ainda dizem que o Brasil não precisa de um submarino nuclear.
Realmente! de um somente não…

SDS.

Leo

Esta história está mal contada.

O ponto cego é na popa do submarino. O sub frances bateu sua própria proa. Portanto ele não estava cego! Sabia muito bem o que tinha a frente.

É possível que o francês tenha sido surpreendido por um “Crazy Ivan” do britânico, mas isto não exime o francês de culpa. Ele deveria saber que o britânico estava a sua frente e deveria ter
guardado distância.

Leo

Luciano Baqueiro

Alexandre Galante,

partindo do pressuposto que o francês perseguia o inglês, seus sensores poderiam identificar que o dito cujo era inglês ou ele estava ainda tentando identificar ? Qual a sua opinião ?

Roberto

E o submarino britânico carregava mísseis nucleares Trident,estranho que nenhum radar dos dois submarinos não detectaram um ao outro,o HMS Vanguard eo Lê Triomphant francês.
Uma pergunta:Um submarino nuclear no atlântico consegue chegar a até quantas milhas da costa brasileira,até ser detectado?

sds.

Edilson

Ou seja Britânico era o vanguard e o francês estava na retaguard fungando no cangote? juro que sempre achei estas perseguições tipo (dog fighter), de submarinos, ou melhor (shark fighter), coisa de filmes como “caçada ao outubro vermelho”, nunca imaginei que poderiam chegar a acontecer no mundo real. o trem da alegria sobre as águas do atlântico quase cria um incdente perigoso hein???? lembrei-me do caso do ATAGO e o do recente incidente entre o SUb indiano e a Marinha Chinesa, no segundo os chineses obtiveram vitória, desmascarando o sub mas o atago não obteve sucesso, claro ambientes distintos. concordo… Read more »

gaspar

Roberto,
ate um cargueiro chega e atraca na costa brasileira sem ser detectado, interceptado, inspecionado, e por ai vai…

marlos barcelos

os submarinos são armas tão letais que nenhum dos dois sabiam da existência do outro até se chocarem, os sonares não detecam submarinos com facilidade, se detectassem não teriam colidido.

Marcelo Ostra

Realmente Gaspar

Ele atraca sem programação, sem emissão de livre pratica, sem pagamento de taxas, sem o agenciamento, sem praticos, no ponto qque lhe interessa, a seu criterio, sem amarradores, sem agente, sem liberação aduaneira, de imgração e sanitária …

Realmente deve ser assim que funciona …

Sugiro rever o conceito e verificar como é o processo de chegada e atracação de um navio mercante

ai ai

MO

gaspar

Caro Ostra,

nao se pode levar tudo ao pe da letra…
pecos desculpas se lhe ofendi…

Cinquini

Eu me lembro do “container”, não sei pq mas nao tinha acredita naquela história rsssss
Abração

gaspar

uma pergunta aos colegas,

qual o tempo minimo pra ser ter uma tripulacao bem treinada ????
para cada sub, quantas tripulacoes sao necessarias ?? duas ??

Baschera

Segundo o Gov. Francês, o incidente não ocorreu em águas rasas, não. “O Ministério da Defesa da França confirmou nesta segunda a colisão de dois submarinos nucleares, um britânico e outro francês, no início de fevereiro no meio do Oceano Atlântico, em um acidente que não deixou danos ou vítimas. Os dois submarinos, em missões de patrulha rotineira, “entraram em contato brevemente e a muito baixa velocidade quando estavam submergidos”, informou o Ministério francês em comunicado. “Não houve nenhum ferido. Nem suas missões de dissuasão nem a segurança nuclear ficaram afetadas”, acrescenta o comunicado, que afirma que o submarino francês… Read more »

Dalton

Gaspar! Com relaçao a sua pergunta de quanto tempo leva para se ter uma tripulaçao bem treinada, vai aqui o pouco que sei: Antes de vc ir para a escola de treinamento basico em submarinos, voce fará o treinamento basico de todo marinheiro, ou seja cerca de tres meses como recruta. Após isso o recruta torna-se marinheiro e irá especializar-se em algo durante aproximadamente um ano. Após isso, o marinheiro voluntaria-se para a escola de submarinos, porém os testes fisicos sao dificeis e apenas uma pequena porcentagem sao aproveitados. A esola basica dura cerca de 2 meses. Após mais ou… Read more »

Marcelo Ostra

Esquenta não Gaspar

Apenas informando que não é tão simples assim

Abs
MO

Hornet

Se a moda pegar estamos bem…outro dia foram satélites que colidiram, agora submarinos…xxxiiiiiiii!!!

Precisa-se de ter mais rigor na hora de emitir as “carteiras de motorista” de SSBN…ou então colocar mais semáforos nos cruzamentos atlânticos, senão o caos do trânsito de SP pode se instalar no reino de Netuno…hehehehe

abraços a todos

Cinquini

Hornet,

Eles já estao resolvendo o problema pra isso não ocorrer mais, eles vao instalar “bigode de gato” na lateral dos Subs pra ninguem mais bater um no outro rsss

Abração

Excel

Submarino não tem buzina???

Nunão

“Luciano Baqueiro em 16 Fev, 2009 às 13:20 Alexandre Galante, partindo do pressuposto que o francês perseguia o inglês, seus sensores poderiam identificar que o dito cujo era inglês ou ele estava ainda tentando identificar ? Qual a sua opinião ?” Luciano, tomando a liberdade de me intrometer na conversa de vcs, creio que o sub francês deveria saber muito bem o que ele tinha pela frente já que a “assinatura” do hélice do inglês deve ser bem manjada nas bibliotecas dos sistemas franceses, isso segundo a teoria de vcs de que ele estava perseguindo o inglês e levou um… Read more »

Alexandre Galante

Baqueiro, esse tipo de incidente é como acidente de aviação, a gente só vai saber o que realmente aconteceu (SE revelarem, o que é muito difícil, pela natureza do “Silent Service”), quando sair o relatório final. Mas continuando nos palpites, como disse o Nunão, se o Le Triomphant estava realmente colado na popa do Vanguard, ele sabia quem estava lá em sua proa, pois os operadores de sonar alimentam continuamente suas bibliotecas de assinaturas acústicas durante as missões e exercícios. Um dado interessante é que mesmo em submarinos da mesma classe, cada submarino tem uma assinatura particular sua, devido a… Read more »

Hornet

Cinquini,

já ajuda. Mas tem que ter farol de milha, pisca alerta e buzina também (como perguntou o Excel)…senão não resolve…hehehehe

inté

Luciano Baqueiro

Amigos Nunão e Alexandre Galante,

muito obrigado pela atenção, se esta foi realmente a situação, então deve ter havido uma boa troca de ‘conversas diplomáticas de alto nível’, pois a França estaria ‘espionando’ as atividades dos ingleses ou testando suas capacidades. Estive pensando, se foi apenas e tão somente um verdadeiro acidente isto não poderia ser evitado por um equivalente ao IFF ( Identifier Friend or Foe ) usado nos aviões militares, se é que já não existe – lembro que sou um leigo muito curioso no assunto.

Mais uma vez, obrigado pelas informações.

Roberto CR

Excel em 16 Fev, 2009 às 17:11

Submarino não tem buzina???

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
kkkkkkkkkkkkkkkkkk

Pra fechar o dia bem… kkkkkkkkkkkk… essa valeu…

Abraços

Roberto

Lançado em 1992, o Vanguard é um dos quatro submarinos britânicos que carrega o míssil nuclear Trident – sistema de defesa nuclear do país. Pelo menos um dos submarinos sempre está em patrulha.Já o submarino francês,o Lê Triomphant,que entroi em serviço em 97,carrega 16 mísseis nucleares e é um dos 4 submarinos com armamento atõmico da Marinha Francesa.

sds.

Wolfpack

O subamrino inglês estava sendo pilotado pelo Nigel Mansel, então o louco só pode ter dado um cavalo de pau e pegou o Alan Prost de surpresa em sua cômoda persiguição do tipo dog tail…

Nelson Lima

Sarkosy batendo de frente com Gordon Brown?

Nelson Lima

Os nossos aqui são prtegidos por yemanjá e não batem nem em cocô!