Prof. Dr. Ricardo Cabral 1
Jornalista Alexandre Galante 2

A China tem aproveitado sua pujança econômica para modernizar, profundamente, suas forças armadas e fazer pressão sobre seus principais parceiros comerciais. Atualmente, Beijing é o principal fornecedor de bens e serviços do mundo. Vejam como foi o caminho.

Desde 1998 as empresas norte-americanas aceleraram a transferências de plantas industriais para o território chinês aproveitando as vantagens oferecidas por Beijing em determinadas áreas do país, as Zonas Econômicas Especiais (baixíssimos salários, mão de obra qualificada, boa infraestrutura, mercado livre praticamente sem regulação e regulamentação, câmbio depreciado, liberdade e liquidez para grandes investimentos com apoio do governo).

A liberdade que os chineses concediam, significou o desrespeito a patentes dos produtos fabricados nas ZEE, que por muitos anos ficaram limitadas ao mercado interno, como em um processo de aprendizagem, utilizando engenharia reversa e se aproveitando do conhecimento adquirido na implantação e no gerenciamento das plataformas industriais. Em paralelo, grandes investimentos na formação de mão de obra especializada e qualificada nas escolas técnicas e universidades do país. A educação foi e é alvo de vultosos investimentos.

Em 2001, a China entrou para a Organização Mundial do Comércio se cumprir todas as exigências e sem adotar o modelo de economia de mercado. Em 2010, torna-se a maior economia mundial. Em 2018, assumiu o posto de primeira economia mundial pelo Produto Interno Bruto por Paridade do Poder de Compra. O desafio à hegemonia econômica norte-americana está sendo vencido pelos chineses.

As iniciativas da Rota e o Cinturão da Seda apenas estão consolidando os laços de subordinação e dependência dos parceiros à Beijing. As pressões de Washington e Bruxelas para que suas empresas se retirem da China, não tem provocado perdas significativas, que tem saído por opções de mercado, por discordar das regulamentações do PCC e dos seguidos aumentos do salário impostos por Beijing. Aliás, as empresas têm optado por abrir operações em países que oferecem vantagens semelhantes às que têm ou tinham na China, citamos como exemplo a Índia e o Vietnã.

No aspecto militar, o acelerado processo de modernização do Exército de Libertação Popular (PLA) alterou o equilíbrio de poder no Extremo Oriente. Beijing tem se esforçado em estabelecer um perímetro de segurança. Tem chamado atenção a crescente sofisticação e confiabilidade do equipamento de uso militar. Os aportes tecnológicos têm se caracterizado por inserir tecnologias avançadas já consolidadas, em vez de investir em tecnologias disruptivas que estejam além do “estado da arte” a fim de criar um gap tecnológico mais favorável. Os constantes exercícios militares e a cooperação com os russos têm aumentado a eficácia do PLA.

Dentro da questão da segurança as disputas territoriais com indianos, russos, japoneses, com vários países no Mar do Sul da China são vistas como a recomposição dos territórios históricos do antigo Império chinês que foi apropriado de forma violenta pelas potências Ocidentais no século XIX e início do XX. A ocupação desses territórios por outras potências é violação à soberania chinesa. A China tem disputas fronteiriças com 18 países, incluindo Brunei, Tajiquistão, Índia, Coreia do Norte, Nepal, Butão, Malásia, Mongólia, Coreia do Sul e Filipinas. Recentemente diplomatas chineses reivindicaram a devolução dos territórios perdidos na Guerra Russo-Chinesa e na 2ª Guerra do Ópio, que incluem a cidade de Vladivostock.

Do ponto de vista estratégico chinês o confronto com os Estados Unidos e com o Ocidente é de longo prazo. A transição hegemônica, dessa vez, pode não se dar por uma guerra, mas por manobras limitando cada vez mais o movimento do adversário e forçando a aceitar as imposições de Beijing. O poderio militar é uma necessidade para caso a estratégia de ação indireta falhe ou não seja suficiente.

Os chineses percebem o aumento da presença militar norte-americana e dos seus aliados europeus e asiáticos (Coreia do Sul e Japão) como ameaças aos seus interesses nacionais. A aproximação norte-americana com inimigos tradicionais dos chineses como a Índia e o Vietnã, as seguidas intromissão nos assuntos chineses (Tibete, Taiwan, Uigures e o apoio aos movimentos “subversivos” de Hong Kong) como uma prova disso.

Comparação entre a PLA Navy e a US Navy

A Marinha do Exército de Libertação Popular (Popular Liberation Army Navy ou PLAN) tem uma força de combate de aproximadamente 180 unidades navais de combate (navios de superfície e submarinos).

A United States Navy tem 298 unidades de combate (navios de superfície e submarinos) distribuídas em seis esquadras: 2ª Esquadra, sede Hampton Roads, Virginia; 3ª Esquadra, sede San Diego, Califórnia; 5ª Esquadra, sede Bahrain; 6ª Esquadra, sede Nápoles, Itália; 7ª Esquadra, Yokosuca, Japão e 4ª Esquadra, Jacksonville, Flórida.

https://www.overseasbases.net/

Comparando com as bases navais chinesas atuais e em planejamento:

Aos compararmos vemos que a China, deu início a um projeto de projeção do seu Poder Naval, que não se limita à proteção de suas linhas de comunicação marítima ou aos projetos do Cinturão e da Rota da Seda, mas também de se contrapor à presença naval norte-americana e de seus principais aliados na região do Pacífico (Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia). Estes aliados detêm importantes capacidades militares

Um dos diferenciais da US Navy é que esta possui uma das melhores forças especiais do mundo, o United States Navy Sea, Air, and Land (SEAL) Teams (ou Equipes do Mar, Ar e Terra da Marinha dos Estados Unidos) cujo efetivo é secreto. O SEAL está dividido em seis Naval Special Warfare Groups, que se subdivem em 10 Equipes SEAL operacionais, constituídas de 8 pelotões. Existem equipes de treinamento e apoio. O famoso SEAL Team 6 foi dissolvido em 1987 e em seu lugar a Marinha estabeleceu o Naval Special Warfare Development Group, conhecido como DEVGRU. O DEVGRU é apoiado administrativamente pelo Naval Special Warfare Command, eles estão operacionalmente sob o comando do Joint Special Operations Command (Comando de Operações Especiais Conjuntas).

Os quadros abaixo mostram o estado atual das duas Marinhas. Lembrando que ambas estão agregando novas unidades às suas Frotas enquanto desativam unidades mais antigas.

Força de Superfície

Tipo / País Quantidade
China EUA
Porta-aviões 3 11
Navio de Assalto Anfíbio 3 9
Navio anfíbio transporte de blindados 32 11
Navio de Desembarque Anfíbio 8 12
Navio de Comando Anfíbio 2
Base Expedicionária Móvel 2
Navio anfíbio médio 33
Cruzador 22
Destróier 51 70
Fragatas 49
Corvetas 70 21
Barco lança míssil 109
Caça submarinos 26
Canhoneiras 17
Caça-minas 36 11
Navios auxiliares 232 63

 

Força de Submarinos

Tipo  / País Quantidade
China EUA
Submarino nuclear lançador de mísseis balísticos 7 14
Submarino nuclear de ataque 9 54
Submarino convencional 40

 

Aviação Naval

Tipo / País Quantidade
  China EUA
Bombardeiro estratégico 45
Caças 313 448
Alerta e Controle Aéreo 29 97
Reconhecimento 8
Contra-medidas eletrônicas 13 181
Patrulha marítima 11 152
Avião Tanque 4
Aviação de Transporte 53 69
Helicópteros Guerra Antissubmarino 97 508
Helicóptero lançador de minas 29
Helicóptero de Transporte 12
UCAV 55

 

Fuzileiros Navais

Marines chineses

O Fuzileiros navais chineses têm um efetivo de 40 mil homens. Estão organizados em brigadas de armas combinadas (blindados, artilharia, mísseis e defesa aérea, além de unidades logísticas) com três batalhões, cada batalhão com três companhias que contam com veículos anfíbios blindados; 1 batalhão aeromóvel, 1 batalhão de artilharia, 1 batalhão de defesa aérea, 1 batalhão de reconhecimento, 1 batalhão logístico e 1 batalhão de serviços. Existe uma brigada leve de operações especiais. Cada brigada tem capacidade expedicionária, de rápida resposta, assalto anfíbio e de atuar de forma independente. O efetivo de cada brigada é de 6 mil homens. Existem outras 4 brigadas de apoio de engenharia, guerra QBNR, engenharia e aviação.

Já o Corpo de Fuzileiros Navais norte-americanos é um ramo independente das Forças Armadas dos EUA — o U.S Marine Corps (USMC) é responsável pela condução de operações expedicionárias e anfíbias. Trata-se de uma força terrestre de armas combinadas (infantaria, blindados (leves e anfíbios, artilharia, aviação e forças especiais) embarcada em navios da Esquadra. Os Marines têm também uma logística própria, com capacidade de atuar em todos os ambientes de guerra regular e irregular, além das operações anfíbias, podem atuar em operações ribeirinhas e ações contraterrorismo.

USS Tripoli (LHA-7) com caças F-35B dos Marines
Sistema NMESIS com mísseis antinavio NSM dos US Marines

O USMC, normalmente, é a ponta de lança, a força de vanguarda das Forças Armadas dos EUA e participaram de todas as guerras travadas pelos norte-americanos. Seu efetivo gira em torno de 181 mil combatentes e tem 38 mil tropas na reserva.

O Corpo está dividido em dois grandes comandos Pacífico e Atlântico. Daí em três forças expedicionárias, todas elas dotadas de elementos aéreos (caças, helicópteros de ataque e transporte) e tropas especializadas (infantaria, blindados e artilharia, além do apoio logístico) que estão desdobradas em forças tarefa a bordo dos navios anfíbios da Esquadra e nas bases da Marinha e dos Marines.

O USMC mesmo sendo considerada uma tropa de elite, estão dotados das United States Marine Forces Special Operations Command (MARSOC), constituído por 3.200 operadores de forças especiais, cuja base é Campo Lejune, na Carolina do Norte.

Os fuzileiros navais também são responsáveis pela segurança dos Presidente, do Vice-Presidente e das embaixadas no exterior. Tem um destacamento de fuzileiros em todos as grandes unidades navais norte-americanas.

No ensaio  “China: O Dragão do Mar” (https://historiamilitaremdebate.com.br/china-o-dragao-do-mar/ ) abordamos a PLAN. Neste ensaio dedicaremos mais espaço à US Navy.

A Presença militar norte-americana na região da Ásia-Pacífico

A 7ª Esquadra (7th Fleet) é a unidade da Esquadra do Pacífico da Marinha dos Estados Unidos (Pacific Fleet). Sediada em Yokosuka, Japão, é a maior esquadra da US Navy desdobrada no exterior. Os meios disponíveis da 7ª Esquadra variam de 50 a 70 navios/submarinos, 150 aviões e em torno de 27 mil marinheiros e fuzileiros, e está dividida em 10 forças-tarefas.

No mapa abaixo, as maiores bases militares chinesas no seu território:

Agora vejamos a área A2/AD projetaram para além das suas águas jurisdicionais:

A China está desafiando a hegemonia militar norte-americana em várias regiões do globo como mostrado acima. Mas onde essa competição está mais acirrada é na região do Indo-Pacífico fundamental para os chineses, pois são onde estão as principais linha de comunicação marítimas (SLOCs) utilizadas por Beijing e seus principais fornecedores de matérias-primas. Além do componente militar, as bases instaladas no exterior tendem a influenciar a doutrina e a política de defesa do país hospedeiro.

Os chineses estão sendo pragmáticos, se aliaram aos maiores opositores dos norte-americanos em todos os continentes e estão cooptando os seus principais Estados apoiadores com grandes investimentos que terminam por influenciar politicamente as sociedades.

Em nosso entendimento, excluindo os Estados Unidos, o maior rival chinês na região do Índico é a Índia. Nova Deli é pressionada nas suas fronteiras na região do Himalaia, mas principalmente pela presença militar chinesa e na concorrência (desleal) que Beijing promove. Outro fator foi a aliança dos chineses com o Paquistão, o Irã e o Afeganistão (paradoxal e contraditório, mas os chineses são muito pragmáticos) que ameaçam transbordar para seu território seus problemas étnicos e o extremismo religioso. Esta situação levou os indianos a se aproximarem do Ocidente, sem dispensar seu tradicional aliado, a Rússia. Voltaremos a esse assunto em outro ensaio. Aguardem.

O quadro abaixo, mostra o “colar de pérolas” chinês em torno da Índia.

https://www.gisreportsonline.com/r/japan-india-partnership/

A Política de Contenção

Os norte-americanos estão tentando construir alianças para conter o avanço chinês

Uma das estratégias empregadas é cinturões defensivos visando conter os chineses. Este cinturão formado por uma série de bases situadas em ilhas, em três linhas defensivas.

Os EUA querem reforçar sua dissuasão convencional contra a China, estabelecendo uma rede de mísseis de ataque de precisão ao longo da chamada primeira cadeia de ilhas como parte dos US$ 27,4 bilhões em gastos a serem considerados para o teatro Indo-Pacífico nos próximos seis anos.

Os mísseis constituem as propostas centrais da Iniciativa de Dissuasão do Pacífico que o Comando Indo-Pacífico dos EUA submeteu ao Congresso.

Conclusão

A US Navy está se movimentando para manter sua superioridade e manter o gap tecnológico com relação à PLAN. O interessante é que em alguns sistemas de armas na Navy está atrasada em relação à PLAN, como por exemplo no emprego de mísseis hipersônicos.

O destróier Type 055 testou míssil hipersônico em abril de 2022

A China lançou o porta-aviões Fujian em 17 de junho de 2022. O navio-aeródromo de 85.000 toneladas é dotado de catapultas eletromagnéticas

A PLAN está desenvolvendo um caça de 5ª Geração para concorrer com o caça stealht F-35C da US Navy. O novo avião, designado J-35, deverá operar a bordo do novo porta-aviões chinês Fujian (Type 003), de 85 mil toneladas.

Compração entre o J-35 e F-35C

Enquanto isso, a US Navy além de incorporar o F-35C, aperfeiçoa seus F-18 Super Hornet e investe em um novo projeto de caça, o Next Generation Air Dominance (NGAD).

A US Navy também está desenvolvendo programas de drones submarinos e navios de superfície não tripulados.

USS Gerald R. Ford – CVN 78

Washington planeja aumentar a força de batalha para 373 navios, 75 navios a mais. Os porta-aviões da classe “Gerald R. Ford” devem substituir as unidades mais antigas da classe “Nimitz”, também foram encomendados novos navios de assalto anfíbio, Landing Platalform Dock (LPD) da classe “San Antonio” e uma nova classe de LPDs médios, mais um Landing Helicopter Assault (LHA) da classe “America”, pelo menos mais sete destroieres de mísseis guiados da classe “Arleigh Burke” e uma nova classe que deverá substituir os cruzadores da classe “Ticonderoga”.

Concepção do futuro DDG(X)
USS Constellation (FFG-62)

O fracasso da experiência dos Littoral Combat Ship (LCS) levou a US Navy a investir na construção de 20 fragatas, a partir de uma adaptação do projeto das fragatas franco-italianas Frégate Européenne Multi-Mission (FREEM), a classe “Constellation”.

Outro destaque é a nova classe de Submarine-Launched Balistic Missiles (SSBN) classe “Columbia” com 12 (que irá substituir a classe “Ohio”) e mais seis submarinos de ataque classe USS Virginia. Os Marines devem receber novos F-35B, blindados anfíbios e helicópteros de ataque e multimissão.

Washington também está implementando a estratégia de reforçar as capacidades militares dos seus principais aliados da região e promovendo a uma maior interoperabilidade com as Forças Armadas locais, bons exemplos são o acordo para dotar a Austrália de submarinos nucleares, o aumento do número de exercícios militares entre outras medidas.

A disputa pela superioridade naval entre a US Navy e a PLAN está acirrada e novos fatos políticos pressionam ambas as marinhas.

A decisão política de Washington em articular uma nova aliança político-militar na região do Indo-Pacífico e as agressivas sanções contra a Rússia (que levaram a se aproximar, ainda mais da China), só complicaram o cenário. Vide o ensaio “O Império Contra-ataca: A Nova Doutrina de Contenção” no link https://historiamilitaremdebate.com.br/o-imperio-contra-ataca-a-nova-estrategia-de-contencao/

Como tudo que está ruim, necessariamente não melhora, a visita de Nancy Pelosy à Taiwan com certeza trará consequências. Beijing considerou a visita uma afronta e uma humilhação. Em nosso entendimento, um dos principais desdobramentos foi o aumento das probabilidades de uma integração da ilha de Formosa à China pela força, mas por quê? Pela resposta moderada da China…

A questão que se impõe é como os norte-americanos reagirão caso a China invada Taiwan? Vão responder pela via militar ou pela via diplomática, aceitando o inevitável para não escalar até uma guerra nuclear? Planos, como vemos abaixo, não faltam:

https://www.aspistrategist.org.au/wp-content/uploads/2014/02/NMS.png

A ilha é extremamente importante devido a produção de chips, sua destruição não interessa a ninguém, por enquanto, pois chineses e norte-americanos estão investindo muito na substituição das importações de chips de Taiwan.


1 – Mestre e Doutor em História Comparada pelo Programa de Pós-Graduação em História Comparada (PPGHC) da UFRJ, professor-colaborador e do Programa de Pós-Graduação em História Militar Brasileira (PPGHMB – lato sensu), da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/UNIRIO e Editor-chefe do site História Militar em Debate e da Revista Brasileira de História Militar. Website: https://historiamilitaremdebate.com.br

2 – Jornalista especializado em assuntos militares e editor-chefe da revista e trilogia de sites Forças de Defesa. No final dos anos 80, foi tripulante da fragata Niterói (F40) da Marinha do Brasil, integrando a equipe de manobra do helicóptero Lynx embarcado. Nos anos 90, colaborou como articulista com as revistas Segurança & Defesa e Tecnologia & Defesa. No jornal O Globo, trabalhou na redação, de 1996 a 2008.

FONTES:

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Dalton

Não que faça muita diferença, mas, o quadro das forças de superfície tem algumas incorreções ao menos quanto à US Navy das quais as principais são: . Navios de assalto anfíbio: 9 e não 7; . submarino nuclear de ataque, 54, incluindo os 4 SSGNs e não 40; . Navios auxiliares 63 ( ao menos os que integram a “Força de batalha” ) e não zero. . O número de “293 unidades” é de quase 3 anos atrás estando incluindo os auxiliares que operam diretamente com as frotas, hoje é de 298 já considerando a baixa do Ticonderoga “Vella Gulf”… Read more »

Alexandre Galante

Valeu, Dalton! vamos atualizar o quadro. Abs!

L G

Os Type 55 da China são Cruzadores.

Alexandre Galante

É a designação dada pela OTAN, mas na China são destróieres.

Alecs

Que a China vem crescendo de maneira continua ninguém dúvida. Agora, superar os Estados Unidos ainda levará muito tempo, se superar. Os americanos não são bobos e não querem perder o posto de maior potência militar. Além do mais, a China ainda está atrasada em várias tecnologias, como motores aeronáuticos, por exemplo. Os mísseis hipersonicos que os chineses desenvolveram tem seu valor, mas não acredito que Washington fique pra trás e em pouco tempo essa tecnologia já estará em paridade, se não mais moderna que os chineses. Enfim, um mundo multipolar é bom para o Brasil e países em desenvolvimento.

Rafael Coimbra

E acredito que há outro ponto importante de ser analisado… os números chineses realmente impressionam, mas e na prática? … será que eles estão prontos para o combate? Lembrei de uma propaganda de uma empresa que fabrica pneus: “Potência não é nada sem controle” … É óbvio que o crescimento chinês é real em termos de números e mas converter isso em vitórias militares é outra questão… Só pegando um item.. porta aviões por exemplo… ali no quadro fala 3…. faz quantos anos que a China tem esses 3 operacionais, pilotos e equipes embarcadas treinadas etc…? Os 11 Americanos tem… Read more »

Dalton

O terceiro NAe chinês não está operacional, foi apenas lançado ao mar dois meses atrás, especula-se que alcançará sua capacidade inicial de operações, entre outras palavras, o mínimo necessário, em 2025, então nem mesmo deveria constar do quadro.

Bosco

Dalton,
Você sabe algo a respeito da qualidade do aço naval utilizado pelos chineses? A gente não vê fotos de navios chineses oxidados.
*O aço deve ser muito bom!

Jagdverband#44

Bosco, o aço naval chinês é igual ao aço naval ocidental. Imagina que os aços tipo A131 ou HLES 80 ou ainda superiores já tem composição química e características de processamento bem divulgadas.
Os chineses não dariam esse tiro no pé, pelo menos com as próprias belonaves.

Bosco

Blz Jag!

India-Mike

Muita coisa na vida é aparência, não? A grande maioria das fotos disponíveis dos meios chineses é distribuída pelos canais oficiais estatais deles, então seria de se esperar q exista um grande cuidado em mostrar tudo da forma mais impecável possível. Outra alternativa é que eles são como nós e sempre penduram a marujada no costado pra dar aquele tapa na pintura. Sempre lembro de uma história q me foi contada anos atrás — quando a USN vinha fazer treinamentos conosco o estado de conservação das pinturas deles era sempre muito pior q os nossos e ele nos diziam ‘vcs… Read more »

gordo

Esse é o problema, usar o parâmetro EUA para a China. O que nos garante que a China quer uma guerra onde os EUA são mais fortes? Os dois mapas postados mostram um avanço da influência chinesa na AS em 20 anos e para isso não precisaram dar um tiro. Oferecem financiamentos e negócios, e se os EUA quiser bloquear isso tem que botar dinheiro ou força. Se for a força vai contrariar em muito os setores produtivos da AS. A China vai lutar, se lutar, no seu quintal onde a força é multiplicada em muito pelo apoio aéreo e… Read more »

Erick Barros

Prática?
A última batalha naval americana foi na década de 1940.
Há quase cem anos.
Com relação ao conflito terrestre moderno, de grande porte, os americanos não têm nenhuma experiência.

Carlos Campos

operação tempestade no deserto e Iraq Freedom são o que pra ti?

Luis Carlos

Iraque?
Estamos falando de coisas sérias.
Tipo 50.000 a 70.000 disparos de canhão por dia.
Assunto para gente grande.

Bosco

Luis, não fica divilganho isso de 70 mil disparos de canhão por dia não. Fica feio para os russos.

Andre

Napoleão deve estar orgulhoso de ver os russos utilizando suas táticas.

Augusto

Na primeira guerra mundial os números diários de disparos de canhão deviam estar em torno disso ou mais.

Em pleno século XXI esperava mais dos russos.

Thiago A.

Nenhum rival ( feita exceção da URSS) desde o pós guerra teve a capacidade de desafiar os EUA sobre os mares. Qualquer nação que deseje ascender como potência marítima e dominar os mares deve necessariamente estudar o pai da estratégia naval moderna: Mahan. Qualquer potência que almeje o domínio dos mares necessariamente deverá aprender e se confrontar com os melhores . E entre os melhores, mais ilustres, estrategistas navais e almirantes difícilmente você irá encontrar um chinês. A título de curiosidade, os EUA para manter os seus interesses e a liberdade de navegação, conduziram várias operações navais depois da 2ª… Read more »

Last edited 2 anos atrás by Thiago A.
Andre

Como sempre mostrando que vive em uma realidade paralela, além de ser incapaz de ler o texto da matéria.

Augusto

O que impressiona mesmo são os números do lado americano. Quase 200 mil só de fuzileiros considerados como tropa de elite. A Rússia como potencia terrestre está penando para colocar 100 mil soldados rasos na Ucrânia. Os americanos conseguem ter uma força dessa magnitude em estado de prontidão. Isso sem contar a USS Army. Realmente, pelo menos por enquanto e impensável tanto para os chineses quanto para os russos um confronto convencional contra os Ianques.

Thiago A.

Em tese, sim . O problema é construção da ordem, dita multipolar. As potências que desafiam a ordem estabelecida estão dispostas a reivindicar o próprio espaço com os dentes e podem sucumbir nessa tentativa. O Brasil está pronto para isso ? Está preparando ? Está disposto a sofrer e sucumbir ? Está preparado como mentalidade e militarmente ? Não, então no máximo só trocaremos de esfera de influência sem nunca criar a nossa . Pior, nessa situação o desenvolvimento e a economia -se você não tiver pronto – pode esquecer . A “globalização”, a prosperidade, o comércio e o desenvolvimento… Read more »

Thiago A.

Você pode observar essa situação até no pequeno, no micro, da nossa realidade cotidiana.

Vamos supor um morro com várias quadrilhas e facções querendo o poder . A luta e a guerra são contínuas. A vida é insuportável para os moradores. Quando uma facção se sobrepõe ela quer a ordem , estabelece a sua lei, pretende um ambiente que não chame atenção e que seja propício para seus negócios. Os moradores pelo menos voltam a respirar.

Alecs

Comentário perfeito! Quando eu disse que um mundo multipolar é bom para o Brasil e países em desenvolvimento foi no sentido de termos mais mercado, mas concordo com suas palavras. “A “globalização”, a prosperidade, o comércio e o desenvolvimento para os satélites existem quando se estabelece uma PAX . No caos não há espaço para a prosperidade.
Ou Brasil estabelece a sua PAX , ou deixa alguém estabelecer a deles para garantir o ambiente propício a prosperidade.”

Bosco

Alecs, A rigor a China parece ter só o DF-17 dotado de um HGV. E em quantidade ínfima, diga-se de passagem. Não que faça diferença, mas só pra constar. Hipersônico ou não, se defender deles é difícil, principalmente no caos reinante numa guerra real. Os outros “hipersônicos” chineses são na verdade mísseis balísticos , só que alguns dotados de MaRV (veículo de reentrada manobrável). Não são de fato “hipersônicos” genuínos. Os “genuínos” não vão ao espaço, sendo essa uma característica preponderante para não serem interceptados na fase intermediária por sistemas de interceptação exoatmosféricos , como os SM-3 americanos. Hipersônicos genuínos… Read more »

Bosco

Uma diferença substancial entre a doutrina americana e chinesa (e russa) em relação aos mísseis de ataque de longo alcance diz respeito ao tipo de ogiva e de alvos visados. Os americanos adotam seus mísseis de alta velocidade (supersônicos e no futuro, hipersônicos) com ogivas de no máximo 500 lb, focando no efeito de alta-fragmentação. Mais apropriadas a alvos moles, de área, de tempo crítico. As ogivas maiores que 500 lb , de penetração, mais apropriados a alvos altamente endurecidos, subterrâneos, grande estruturas, fixos, etc. são lançados por mísseis subsônicos. Ex: JASSM (1000 lb) , JASSM-XR (2000 lb) , Tomahawk… Read more »

Alecs

Comentários impecáveis e sempre esclarecedores, Mestre Bosco! Quem dera os comentários e discussões na Triologia seguissem como os seus. Obrigado pelos dados sempre criteriosos e bem embasados.

Luis Carlos

‘De acordo com a ABC News, pela primeira vez, os EUA estão ficando para trás de seus adversários na nova corrida armamentista, incluindo o desenvolvimento de mísseis hipersônicos.
Especialistas citados pela emissora norte-americana afirmam que as recentes tensões envolvendo a China e a Rússia mostram que as novas armas dos principais rivais podem deixar os EUA e seus aliados desprotegidos.
Além disso, a mídia destaca que hoje, os EUA detectariam uma arma hipersônica apenas quando ela já estivesse sobre o país, ou seja, tarde demais.’

Bosco

Quais armas? A “mídia” citou?
Quer dizer então que na opinião desses tais “especialistas” hj os EUA e a Europa estão protegidos?
Só ficarão desprotegidos quando seus inimigos tiverem mísseis hipersônicos em quantidade? Quer dizer que o Kalibr, o Topol, o Bulava, o KH 101/102 … são inúteis?

Erick Barros

Fique repetindo este discurso pronto até vc se convencer.
Não há como enfrentar um País do tamanho da China.
Na Coreia, saindo de um feudalismo, barraram os americanos.
Agora, com as mesmas armas, é impossível para os EUA.

Hcosta

Na Coreia, saíram de uma guerra com o Japão e de uma guerra civil com um exército de milhões, armado e experiente.
E com a ajuda dos Soviéticos.

Bosco

Esse raciocínio também serve para a Índia?

Andre

Quem atacou e foi barrado, mesmo com a ajuda de 1 milhão de soldados chineses além de armas, tanques, aviões e pilotos soviéticos, foram os norte coreanos.

André Souza

A parte de material de deslocamento anfíbio a USMC tem mais material desse tipo do que a USN ?

Bosco

Um dado que deve ser considerado é a forte atuação da USAF no rompimento das zonas defensivas chinesas (as tais cadeias de ilhas).
Mesmo que Guam seja negado os bombardeiros podem partir do Havaí ou mesmo do território continental americano e serem reabastecidos em voo e ainda assim conseguiriam apoiar a USN.
Vale salientar também a nova doutrina do USMC, que passará a utilizar mísseis em lançadores terrestres móveis. Basicamente eles adotarão o NSM (180 km de alcance) e o Tomahawk Block V (1800 km de alcance).
Tais mísseis, implantados nas ilhas, reforçariam a capacidade ofensiva americana na região.

h.saito

Já invadiram taiwan?

A China tem fornecedores mas o EUA tem influência político e econômico.
Se pressionar um pouco fazendeiros e fornecedores brasileiros, indianos e australianos cortam o fornecimento para a China.
Depois de Paracel e Spratly, indonésia pode não ser tão conivente com a China.
Europa também não compactuar com a ditadura Chinesa.

100nick-Elã

Seu nome é Helio Saito? se for, acredito que eu te conheço, gostaria de entrar em contato.
Se for quem eu penso que é, trabalhamos juntos.

Last edited 2 anos atrás by 100nick-Elã
h.saito

Lamento mas não, H é meu nome do meio..

Bosco

Ufa!

Andre

Esse ai teve sorte hein

Mensageiro

Não seremos potência agrícola para sempre, ja tem investimentos volumosos chineses na África visando formar uma segurança alimentar. É bom a elite brasileira pensar além do agro.

L G

A África é maior zona do mundo que alguém poderia imaginar. E possível milhões de pessoas invadindo as plantações. Não será nunca um mato grosso. Vamos estudar pessoal.

MHC

Sou leigo no assunto, mas acho que ninguém viu esses equipamentos chineses em funcionamento em algum conflito.

Red Pill - 红色药丸

Não existe mais quem possa ameaçar a Grande China

Andre

“”Recentemente diplomatas chineses reivindicaram a devolução dos territórios perdidos na Guerra Russo-Chinesa e na 2ª Guerra do Ópio, que incluem a cidade de Vladivostock.” Bem provável recuperar isso antes de tentar invadir Taiwan. Quanto mais a China se afasta do modelo russo mais ela rivaliza com os EUA. O que falta aos chineses agora é acertar suas relações com outros países. Parte do gigantesco poderio americano está em sua ampla rede de aliados. Em breve a China deve ser capaz de rivalizar com os EUA mas China, Paquistão e Coreia do Norte não dão conta da Otan + Japão, Coreia… Read more »