Primeira fragata da classe ‘Constellation’ atrasada pelo menos um ano. Falta de mão de obra é uma das causas

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ARLINGTON, Va. – A primeira fragata da classe Constellation, de mísseis guiados, será entregue com pelo menos um ano de atraso, em grande parte devido à falta de mão de obra no estaleiro de Wisconsin onde está sendo construída, segundo apurou o USNI News.

O serviço informou ao Congresso que o futuro USS Constellation (FFG-62) poderia ser entregue em 2027 e que o estaleiro Fincantieri Marinette Marine passou por uma revisão independente para avaliar o atraso, uma fonte legislativa confirmou ao USNI News esta semana.

Durante um briefing do programa na quinta-feira no Simpósio Anual da Marinha de Superfície, o gerente adjunto do programa de fragatas reconheceu um possível deslize no cronograma do programa devido a problemas de mão de obra. Quando questionado sobre uma estimativa do cronograma, Andy Bosak disse ao USNI News que a avaliação está “em andamento”.

“Temos desafios no cronograma. Estamos trabalhando nisso. A Fincantieri nos comunicou desafios dentro do cronograma”, disse Bosak ao USNI News.

“Estamos fazendo nossa análise, como a Marinha faz, de mergulhos profundos nas causas e efeitos e várias alavancas diferentes que podemos acionar dentro do estaleiro”, acrescentou. “E precisamos, como programa, trabalhar com nossa liderança, para descobrir o que queremos fazer. E a partir disso, faremos essa avaliação quanto ao impacto real do cronograma de onde estamos. E esse esforço está em andamento.”

Fincantieri Marinette Marine

Após uma versão anterior desta postagem, o Secretário da Marinha Carlos Del Toro anunciou uma revisão da construção naval da Marinha, citando preocupações com o programa de fragatas e o programa de submarinos balísticos da classe Columbia. O chefe da NAVSEA, vice-almirante Jim Downey, e o secretário assistente da Marinha para pesquisa, desenvolvimento e aquisição, Nickolas Guertin, liderarão a avaliação.

“O público americano deve saber que o Departamento da Marinha está comprometido em desenvolver, entregar e sustentar a melhor capacidade de combate para nossos Marinheiros e Fuzileiros Navais”, disse Del Toro em um comunicado. “Continuaremos trabalhando com a indústria e todos os outros interessados ​​para fortalecer nossa capacidade nacional de construção naval, tanto naval quanto comercial.”

Fincantieri Marinette Marine está com uma deficiência de várias centenas de pessoas tanto na força de trabalho de colarinho azul quanto na de colarinho branco, confirmou Bosak.

O estaleiro em Marinette, Wis., está tendo dificuldades para contratar soldadores, disse o capitão Kevin Smith, oficial executivo do programa para combatentes pequenos e não tripulados, a uma plateia no mesmo simpósio. Os problemas de mão de obra se estendem por vários ofícios e disciplinas, disse Bosak na quinta-feira.

Para lidar com a falta de mão de obra, a Fincantieri recebeu US$ 50 milhões da Marinha para a base industrial de combatentes de superfície. O estaleiro está usando esse dinheiro para emitir bônus para funcionários tanto de colarinho azul quanto de colarinho branco, para incentivá-los a permanecer em Marinette. Funcionários que trabalharem na fragata no estaleiro de Marinette a partir de 1º de janeiro de 2024, e ainda estiverem empregados em 31 de dezembro de 2024, receberão US$ 5.000, segundo o USNI News. Funcionários que estiverem trabalhando na fragata no estaleiro de Marinette e permanecerem com o programa até o lançamento do navio receberão mais US$ 5.000.

“Precisamos de jovens no país dispostos a assumir empregos bem remunerados – quero dizer, pago bem aos nossos operários qualificados em comparação com o salário médio de colarinho azul aqui em Wisconsin e na península superior de Michigan”, disse Mark Vandroff, CEO da Fincantieri Marinette Marine, ao USNI News em abril do ano passado durante uma visita ao estaleiro de Marinette. “Mas é uma luta por talentos – realmente é. A mão de obra é escassa.”

A Fincantieri também está tendo problemas para gerenciar a transição da força de trabalho de seus outros programas, os últimos navios de combate litorâneo da classe Freedom e o combatente de superfície multimissão da Arábia Saudita. Alguns engenheiros que deveriam migrar para o programa Connie ainda estão trabalhando no LCS ou no MMSC.

Durante a visita do ano passado, o USNI News observou um estaleiro cheio tentando concluir a linha LCS da classe Freedom, enquanto construía os combatentes de superfície da Marinha Real Saudita e os novos Connies. Enquanto a Marinha planejava um esquema de compra em zigue-zague – alternando entre uma e duas fragatas por ano – Vandroff disse que seu estaleiro não pode construir mais de duas fragatas por ano. Se a Marinha quiser aumentar para três ou quatro fragatas, terá que recorrer a um segundo estaleiro.

O design dos navios da classe Constellation é baseado no projeto original da fragata multimissão FREMM italiana, que foi modificado pelo designer de navios Gibbs & Cox para atender aos requisitos de sobrevivência e equipamentos da Marinha. A subsidiária da Leidos, a Fincantieri e o Comando de Sistemas Navais Marítimos lutaram por dois anos e meio para americanizar o design FREMM antes de atingir 80% da conclusão do projeto e começar a fabricação do Constellation em 2022.

A modificação do projeto alterou quase todos os desenhos do FREMM e exigiu revisão do NAVSEA, segundo o USNI News.

“[A Marinha] e o construtor naval concordaram que a maturidade do design era provavelmente o fator mais importante que poderíamos fazer para reduzir o risco de produção”, disse o ex-oficial executivo do programa para combatentes pequenos e não tripulados, contra-almirante Casey Moton, em agosto de 2022.

Por exemplo, testes no Centro de Guerra Naval de Superfície, Carderock, descobriram que o design modificado não atendia aos padrões de serviço para operação em mares agitados, exigindo alterações de design que consumiram a margem de programação que o estaleiro queria ter para o primeiro navio da classe.

“Já estávamos no design funcional e detalhado quando esse relatório veio de Carderock – algo surpreendente porque o design original realmente não tinha isso”, disse Vandroff.

Não está claro como o atraso na entrega da primeira fragata da classe afetará o cronograma de implantação do Constellation. As primeiras doze fragatas focadas em guerra antissubmarino serão baseadas na Estação Naval Everett, em Washington.

A Marinha concedeu à Fincantieri um contrato de design detalhado e construção no valor de 795 milhões de dólares para o primeiro navio em 2020. Depois, a Marinha concedeu contratos subsequentes para o Congress (FFG-63) em 2021, Chesapeake (FFG-64) em 2022 e Lafayette (FFG-65) em 2023.

FONTE: USNI News

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Gabriel BR

O Setor industrial americano como um todo está carecendo de mão de obra , tem fabrica empregando mão de obra infanto-juvenil em alguns Estados( Existem denuncias na ONU). Quem acredita em reindustrialização massiva dos EUA como foi no passado é ingênuo.

Moriah

Até montadora de carros de origem coreana foi envolvida (nesse caso aí), assim como também tem empresas do setor de transporte contratando adolescentes como motoristas de caminhão. Estes são recrutados já no ensino médio… Legalizar imigrantes dispostos a trabalhar seria uma solução, mas nos states, a coisa não é politicamente assim tão fácil…

Last edited 3 meses atrás by Moriah
Fernando Vieira

Se é difícil para eles agora controlar as ondas de imigrantes que forçam passagem nas fronteiras deles, imagina a hora que a notícia de que estão contratando os imigrantes se espalhar? E não adianta, eu sei que naqueles grupos de imigrantes a chance de você encontrar um soldador qualificado é mínima mas os imigrantes não vão dar a mínima, só vão saber que tem emprego. Quando começou a exploração de Petróleo na Bacia de Campos, Macaé tornou-se o centro dessa atividade. Muita gente foi para Macaé tentar uma vaga. Foram sem nada, com ensino fundamental incompleto. Obviamente essas pessoas não… Read more »

Willber Rodrigues

“E não adianta, eu sei que naqueles grupos de imigrantes a chance de você encontrar um soldador qualificado é mínima mas os imigrantes não vão dar a mínima, só vão saber que tem emprego.” Concordo, mas pra um mexicano médio ( por exemplo, mas pode ser cidadão de qualquer país da AL ) acostumado a ganhar pouco em seu próprio país, qualquer emprego em que ele arranje nos EUA ganhando em dólar, e sobrando pra enviar uma quantia pra sua família em seu país, já será um salto pra ele. É mais fácil um imigrante aprender a soldar, pra subir… Read more »

Fernando Vieira

Então, digamos que de 1000 imigrantes do México para baixo que entrarem nos EUA você tire um soldador e ele vá trabalhar no estaleiro. O que você faz com os 999 que sobraram?

Willber Rodrigues

Provavalmente eles iriam pra sub-empregos que o cidadão/juventude de países do 1° mundo não querem, tipo manutenção em sistemas de esgoto ou limpeza predial.
São sub-empregos, mas pagam em dólar, o que é mais do que eles ganhariam em seus próprios países.

Cristiano GR

Exatamente o que ocorreu em Rio Grande, com a construção do estaleiro e das plataformas petrolíferas. Veio gente de todo o Brasil para Rio Grande e Pelotas e, essas cidades que já tinham alto índice de marginalidade, tiveram um aumento considerável da criminalidade.

Allan Lemos

Se legalizarem os imigrantes desse jeito ai, em pouco tempo o IDH do lugar vai cair até ficar igual ao país de origem deles.

Gabriel BR

E se não tiver mão de obra o IDH vai cair da mesma forma.

deadeye

Não é falta de mão de obra. E sim que o setor de manufatura nos EUA paga menos do que o MacDonalds.

Nonato

Cite a fonte

H.Saito

O problema maior dos EUA é o excesso de socialismo, que tem aumentado excessivamente a criminalidade, o custo laboral, e de moradias, impossibilitando investimentos em certos estados controlados por democratas. Pesquise pelo movimento DEFUND POLICE, que resultou no corte de verba de segurança e aumentou a criminalidade lá e tráfico de drogas, algo que já passamos por aqui no século passado. E no caso específico desse navio, reside o fato de a Fincantieri ter escolhido um estaleiro velho no fim do mundo, quase no meio do continente, onde faltam pessoas com CREDENCIAIS DE SEGURANÇA NECESSÁRIOS, para trabalhar na construção em… Read more »

Nonato

A cidade tem 12 mil habitantes, que talvez dificulte.

Fabio Mayer

Ingênuo é quem acredta que basta montar uma fábrica e chamar gente para trabalhar. Mão-de-obra industrial qualificada leva ao menos meia década para se formar e uma década para se dizer profissionalizada, o erro dos EUA foi justamente abdicar da indústria e transferi-la para a Ásia, seguindo os ensinamentos doe “jenius” de Wall Street que só pensam e suas carteiras de investimentos e liquidez imediata…

Cristiano GR

Pois é,… Teve um presidente americano que tentou fazer os EUA voltar a ter uma indústria mais forte e mais competitiva, que quis fazer muita coisa para manter o país na liderança mundial. Mas uma série de ações do judiciário americano, artistas, muitos empresários e quase todos os jornalistas fez de tudo para sabotar o esforço do homem. Qualquer semelhança com o que ocorreu no Brasil é mera semelhança. De todos os ex-presidentes americanos ainda vivos, foi o único que não fez uma guerra ou que não mandou mais tropas p algum conflito, mesmo os americanos que se dizem pacifistas… Read more »

Franz A. Neeracher

Virou em parte moda em vários setores esses lamentos de “falta de mão de obra qulificada”. A verdade é que realmente existe setores; a depender de qual país estamos falando; que o problema existe. Mas em muitos casos a indústria também tem sua dose de culpa, não querem investir em mão de obra e querem pagar o mínimo possível. Em outra interessante matéria de que a Royal Navy está com navios parados devido a falta de tripulantes…..ora, antigamente a Royal Navy era bem maior do que hoje, mulheres somente serviam em poucos postos, a população do Reino Unido era menor… Read more »

Last edited 3 meses atrás by Franz A. Neeracher
Allan Lemos

Como assim investir em mão de obra? Essa não é responsabilidade do empregador, não é viável ele qualificar um empregado só para depois este se demitir e/ou trabalhar em um concorrente.

O salário base não é um problema, houve um tempo em que ele era suficiente para que um cidadão nos EUA conseguisse sustentar confortavelmente a sua família e ainda mandar os filhos para a faculdade.

A culpa disso não ser mais possível hoje em dia é do Estado, que aplicou políticas que fizeram a situação macroeconômica se deteriorar ao longo das últimas décadas.

Gabriel BR

Discordo completamente.
Isso é uma mentalidade retrograda

Franz A. Neeracher

Oi Allan

Sou de outra opinião, se a empresa investe no trabalhador, a longo prazo a empresa sai lucrando.

O trabalhador sabe que é valorizado pela empresa, o rendimento aumenta….motivação é algo importante.

E o salário base é sim um grande problema, nas últimas décadas os salários dos “Top Managers” praticamente explodiram, enquanto a maior parte do povão mal ganha as perdas provocadas pela inflação.

E olhe que eu não sou nehum socialista ou comunista, mas infelizmente a verdade é essa.

Mas estamos saindo bastante do tema da matéria, ou vou acabar eu mesmo ter que puxar as minhas orelhas!!!!

Last edited 3 meses atrás by Franz A. Neeracher
Esteves

A concentração da renda está aumentando em todo o mundo. Isso tem com profissões que nasceram no pós pandemia, com a financeirizacao das economias que atraem os melhores postos de trabalho e com o envelhecimento das indústrias.

Quem quer passar o dia em um estaleiro sujo de graxa se pode ganhar muito mais atrás de um computador…de bermuda e chinelos?

Motivação é grana no bolso.

Alex Barreto Cypriano

Caro Allan, onde mais se formaria mão de obra senão no trabalho ou em escola técnica? Nos dois casos é investimento em conhecimento e proficiência. Pela lei da oferta e procura, o trabalhador troca de emprego pra aumentar sua ‘renda’, seja na sua área ou em outra. O Estado, nas suas políticas regulatórias com fins de bem estar social, acabou lá nos anos 70 do XX, quando o capitalismo iniciou sua transição de industrial pra neoliberal/financeiro. A concentração de renda atual, a riqueza financeirizada, especulativa, que ultrapassa em muitas vezes a soma do PIB mundial, vai de par com a… Read more »

Vinicius Momesso

Hoje em dia, grande parte da mão-de-obra elegível está migrando para a área de T.I.
Ótimos salários, home office, flexibilidade de horários e muito mais.
Um exemplo: Ganhar 5000 para Trabalhar de casa ou 6000 em um galpão operando maquinários pesados, perigosos e ainda sujeito um alto nível de ruídos e materias danosos a saúde.

Samuel Asafe

Por isso que o leste da Ásia tá dando um banho em matéria de indústria em nós e o no resto do ocidente. Esse pensamento de característica liberal, que não admite formar mão de obra qualificada como investimento, não remunera bem os seus empregados e ainda por cima culpa o estado; mas adivinha só? Distribui lucro pros acionistas todo trimestre, a custo de pior serviço prestado e constantes desinvestimentos em pessoal. Que culpa o governo americano tem na falta de capacitação de pessoal na indústria? O governo já está comprando a droga da fragata, se a empresa não contrata engenheiros… Read more »

Gabriel BR

O setor industrial dos EUA está remunerando mais , e existem bastante empresas investindo em formação de colaboradores sem experiência na área. A mentalidade do empresariado europeu e americano, em média , é muito mais humana e inteligente do que aqui no Brasil.
A questão da Europa e dos EUA é mais demográfica mesmo… o Ocidente precisa fazer mais crianças e focar na valorização da mão de obra técnica

Franz A. Neeracher

Concordo em quase tudo que vc escreveu.

Menos na parte demográfica; a população dos EUA por exemplo não está em queda.

O problema existe em certos países europeus e até mesmo no Japão.

Last edited 3 meses atrás by Franz A. Neeracher
Rui Mendes

Até no Brasil.

Fabio Mayer

Mas demora para ter massa de mão-de-obra preparada para reindustrializar o país…

Paulo Sollo

Já faz um tempo que a falta de mão de obra tem sido apontada de forma generalizada nos eua em vários setores da indústria e comércio. Não é algo que se restringe à questão de qualificação mas de uma falta de interesse por parte de muitas pessoas que tem levado inclusive a um processo de desligamento voluntário de grande quantidade de trabalhadores de empresas diversas. Isto tem sido reportado por várias empresas e institutos dos eua. Há um fenômeno acontecendo por lá que ainda precisa ser compreendido. Mas creio que também é relevante ressaltar que ficou claro que as modificações… Read more »

Renato B.

O dinheiro de grandes empresas não tem nação, vai para onde for mais fácil render e os chineses aprenderam a jogar esse jogo do capitalismo em benefício próprio, o resto é consequência.

Emmanuel

Contrata com um estaleiro chinês que vai entregar antes da data de entrega, mais barato e, se brincar, melhor construído.

Rui Mendes

O mal foi esse, passar a

Rui Mendes

*Desculpa Emmanuel, não consideres as palavras em cima.
Obrigado.

Last edited 3 meses atrás by Rui Mendes
mario

melhor construído??? Os navios Fincantieri são incomparáveis. Sem sequer as proteções ambientais ou os direitos dos trabalhadores que os estaleiros chineses constroem e entregam rapidamente é um falso mito. O problema é que os EUA não sabem o que querem, não sabem os requisitos que uma fragata deve ter, querem tudo e o contrário de tudo.

Alex Barreto Cypriano

Mario, existe mito real ou verdadeiro?

Fabio Mayer

A industria dos EUA fez isto de modo generalizado durante uns 30 anos, entre as décadas de 80 e 2000, os rapazes imberbes de Wall Stresst encheram as burras de dinheiro produzindo bens de consumos pagos com mão-de-obra baratíssima que gerava altas taxas de lucros, e o resultado foi este aí. Agora os EUA precisam se reindustrializar, e a China é uma potência que os ameaça, e eles não tiveram nem a capacidade de perceber com o Japão, que isso aconteceria com China, Coreia, Índia, etc…

Nativo

Se contratarem muitos latinos , àqueles yankees que não querem pegar no pesado, vão reclamar que estão tendo seus empregos roubados.
Essa situação acaba por se tornar uma sinuca de bico para a marinha americana.

Esteves

Imigrantes trazem demandas e problemas sociais. A curto prazo, uma solução. A médio e longo prazos…segurança, saúde, habitação, saneamento, transportes e informalidade.

JPonte

O setor industrial naval é siderúrgico americano irá precisar ser repensado e uma nova política de base pra atender aos desafios presentes … não é simples ou fácil pois isto implicará soluções fora da caixa e massivos investimentos na educação medicina que está em crise do berço s universidades …. vamos acompanhar ……
Que possam recuperar se em breve , este trado é somente um sintoma da doença do sistema que tornou se expert em SERVIÇOS E LOGÍSTICA mas fraco em alguns setores industriais chaves …. eles saberão renascer ..

Alex Barreto Cypriano

Rapaz, como eu gostaria de dar uma lida no relatório de testes no modelo do casco da FFG-62. Se alguém souber onde encontrar, por favor poste.

Carlos

Definitivamente, algo que a marinha chinesa não passa.

JT8D

A mão de obra segue as leis de mercado. Quando é escassa, custa mais caro. Reclamar não adianta, basta pagar salários atrativos. Parece que tem gente que só é capitalista na hora de encher os bolsos, mas na hora de investir se fazem de desentendidos

Alex Barreto Cypriano

Isso mesmo JT8D. Mas continua sendo capitalista nos dois casos: ou é capitalismo industrial produtor de mercadorias ou é capitalismo neoliberal/financeiro produtor de dinheiro. Acontece que o capitalismo industrial está morrendo sob a pressão do neoliberal/financeiro: atualmente preferem viver tranquilamente das rendas e juros do que encarar o esforço de explorar ao trabalho alheio diretamente na estrutura fabril (não que isso seja melhor que o rentismo…).

Binho

Porque esse estaleiro fica em logo em Wisconsin ?

Franz A. Neeracher

O estaleiro é de 1942, construíram vários submarinos durante a 2. Guerra Mundial.

Em sí não é problema algum construir navios longe da costa, existem vários canais ligando os Great Lakes com o Atlântico.

Algo comum na Alemanha, Rússia ou China.

Alex Barreto Cypriano

Que lugares bonitos estes estados dos Grandes Lagos, em especial Michigan e Wisconsin. Quem puder, visite.

Patta

2constallation com seus 64 silos VLS e com boa defesa anti aérea vs 4 FCT com 48 silos VLS(no total)
e com péssima defesa anti aérea. Será que perderiamos nossa defesa de superfície se tivesse uma guerra com somente essas duas classes de navios? Certamente sim.

Alex Barreto Cypriano

Por quê só duas FFG-62 quando elas serão vinte?…

Patta

2 costallation são o suficiente pra afundar todas as 4FCT. Só observar o poder de defesa anti aéreas das tamandaré e a quantidade de silos VLS pra fazer saturação das defesas. Observe também que as costallation possuem 16 misseis anti-navios, já as Tamandaré pode ser expandível de de 4 mísseis pra 8.

Alex Barreto Cypriano

ah, entendi, Patta. Valeu.

max

Permita-me citar um comentário feito por um internauta há quatro anos:

“A capacidade industrial americana e incomparável até para os Chineses, podem por trezentos navios no mar agora mante-los em operação outro quesito duvidoso. A base naval de Norfolk e incomparável a China tem remar muito.”

Citação de:
https://www.naval.com.br/blog/2019/05/07/china-esta-ficando-sem-nomes-de-cidade-para-navios-de-guerra/

Acredito que naquela época muitos internautas pensavam da mesma forma que ele.
Posso perguntar quantas pessoas ainda pensam assim?

Patta

A China de lá pra cá teve planos muito ambiciosos. Invadindo as ZEEs dos países vizinhos. Nenhuma Marinha da região dá medo neles. Só os Estados Unidos pode conseguir parar o expansionismo chinês.

Last edited 3 meses atrás by Patta
Patta

*corrigindo por que não posso mais editar*

A China por muito tempo teve planos ambiciosos no pacífico. E pra ela conseguir concretizar, ela investiu pesado na mão de obra e na tecnologia. Fazendo que sua força naval seja forte. Nos dias atuais ela invade as ZEEs de vários países vizinhos, e nenhuma delas poe medo na Marinha chinesa. Hoje ela conta com 3 porta aviões, navios da classe type055, um dos melhores destroyer do mundo e submarinos nucleares. Só os Estados Unidos pode conseguir parar o expansionismo chinês.

Esteves

Operar e manter os navios chineses devidamente aprestados para um estado imediato de guerra será um desafio. A máquina de guerra norte-americana é feita para combater. O esforço na China é feito para ocupar o mar e para impressionar/pressionar Taiwan.

Um país tem 1,5 bilhões de habitantes e 900 milhões de trabalhadores. O outro tem 340 milhões de habitantes e 165 milhões de trabalhadores. Uma comparação desigual.

Patta

Exato.

Esteves

165 milhões de trabalhadores nos EUA X 900 milhões na China. São as melhores taxas de população economicamente ativa…em torno de 62%. A força de trabalho na China de 1 sindicato nasceu na era da tecnologia…50/40 anos para cá. A força de trabalho nos EUA de 100 sindicatos precisa de requalificação, treinamento e incentivos. Os problemas com a qualidade das soldas nos estaleiros norte-americanos foi matéria no Poder Naval. Nos EUA existem certificações. Na China, como sempre lembra Mestre Bosco, tudo nasce e morre perfeitamente sem problemas. Nos EUA existem competições nos mercados de trabalho e…nesse momento TI e Internet… Read more »

António Rodrigues

Peço desculpa mas vou dar um exemplo do que se passou aqui em Portugal. Tem uns bons anos que fiz uma visita ao Centro de formação profissional de Setúbal onde foi dado um curso para soldador de estruturas de navios. O estado pagou esse curso e pelo que eu vi já próximo do fim de curso estavam óptimos soldadores. Já recrutados para firmas em Portugal. Vim a saber que 2/3 deles rumaram depois para a Holanda imaginem qual o estaleiro que os veio buscar e pagar muito mais que os portugueses? Formar pessoas pagas pelo estado nacional e de repente… Read more »

Paulo Sollo

O caso de Portugal é bem específico. A tempos o país enfrenta fuga de mão de obra devido aos baixíssimos salários oferecidos em todas as áreas. Em média pagam aí em torno de 750 euros por mês enquanto o mínimo necessário para custear as despesas de uma vida simples seria o dobro disto, sem considerar os gastos extras. O ideal segundo estudos seria no mínimo uns 1.850 euros. E em se tratando de profissões melhor remuneradas, a disparidade em relação aos salários oferecido por empresas de outros países é grande. Até no Brasil se paga melhor em diversas áreas e… Read more »

Alex Barreto Cypriano

Mas havia quem quisesse os serviços desses soldadores na terrinha? Se não, ou se pagavam mal, por quê esses profissionais aptos se sujeitariam à espera de emprego (com contas chegando…) ou à pagamento vil (atrasando contas…) tendo liberdade de, como Alexandre o Grande, procurar por si em outros reinos?

Last edited 3 meses atrás by Alex Barreto Cypriano
Esteves

Iam soldar o que em Portugal?

Alex Barreto Cypriano
Last edited 3 meses atrás by Alex Barreto Cypriano
Nonato

Por que não colocam 500 militares para trabalhando no estaleiro?
Ou até presidiários em trabalhos que não exijam perfeição.

Esteves

Esses são outros 500…

Nonato

O estaleiro tem apenas 2300 funcionários.
É pouco.

Nonato

Como tenho falado, estão de brincadeira. Têm poucos navios e os poucos que mandam construir ficam batendo cabeça. Se enrolaram no LCS. Aí, resolveram descomplicar e usar um projeto já testado. Depois que escolheram a FREMM, mandam mudar o projeto (ora, se escolheram a FREMM justamente para simplificar) e, um novo navio, percebem problemas. Engenharia naval é algo que existe há mais de 2 mil anos. Portuguesas e espanhóis construíam caravelas, etc que davam a volta ao mundo. Aí, agora, os Estados Unidos não conseguem projetar navios feijão com arroz nem inovações que têm problema? Alguém percebeu que está tudo… Read more »

Alex Barreto Cypriano

Não é que não saibam fazer, é que estão sob pressão de heteronomia e arriscam ‘pular fase’. Depois da descoberta do cálculo por Newton e Leibniz, as ‘engenharias’ refinaram a matemática herdada de Galileu e penetraram, pelo experimento medido e controlado, em sutilezas que nunca exploraram antes; mas os problemas em vasos modernos ultrapassa em muito as possibilidades daquilo que o passado obteve com muita tentativa e erro. Nossos problemas técnicos são nossos, têm uns quinhentos anos de idade no máximo…

Nonato

Você complicou mais do que os americanos.
Fazer o feijão com arroz ou até mesmo criar algo novo (deve fazer uns 30 anos que não criam algo realmente novo que não dê problema) não é nada do outro mundo.

Alex Barreto Cypriano

Kkk, acho que compliquei sim, Nonato.

Last edited 3 meses atrás by Alex Barreto Cypriano
Fabio Mayer

…falta de mão-de-obra…” começa a custar caro aquela obsessão da economia dos EUA em transferir suas manufaturas para outros países (a China, por exemplo) e fazer sua economia migrar para o setor de serviços, o que aconteceu entre as décadas de 80 a 2000. O resultado é que não tem mais mão-de-obra industrial, e não tem mais mão-de-obra que dependa de trabalho também braçal, porque muita gente ganha dinheiro sem fazer esforço nenhum, dançando feito um idiota nas redes sociais ou vendendo cursos milagrosos de “como ficar rico sem trabalhar”…

Renato B.

Para o trabalho braçal eles tem os imigrantes.

Fabio Mayer

Tem relação: lembremos que a poderosa, salve, salve, maravilhosa Boeing, sofre com a falta de engenheiros e mão-de-obra industrial especializada, o que explica duas coisas: a) os problemas constantes de suas aeronaves mais recentes; b) a tentativa desesperada de absorver a EMBRAER. Pode parecer que sou um anti-americano desses que odeiam o Tio Sam, quando faço vários comentários criticando aquele país, mas não é isto, a crítica é endereçada para o mercado de capitais daquele país, que em busca do lucro fácil e rápido que agradava os histéricos que analisam balanços exigindo lucros trimestrais em todas as empresas, abdicaram da… Read more »