Os novos princípios para aquisições da Marinha dos EUA

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Secretário da Marinha dos EUA, Ray Mabus, anunciou cinco princípios para as futuras aquisições da Marinha e do Corpo de Fuzileiros Navais do país

No simpósio anual de Mar, Ar e Espaço da Liga da Marinha, realizado no último dia 5 de maio, o Secretário da Marinha dos EUA, Ray Mabus, anunciou os cinco princípios para novas aquisições da Marinha e do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos.

Entre os objetivos da aplicação desses princípios, estão a capacitação dos gestores dos programas para buscar redução de custos, estabelecer parâmetros de referência de desempenho para os programas da USN (Marinha dos EUA) e USMC (Corpo de Fuzileiros Navais), e são similares aos cinco “energy goals” (metas de energia, numa tradução literal) da USN e do USMC, delineados em outubro passado. Porém, Mabus fez uma distinção entre os princípios e os “energy goals”: tratam-se de obrigações, não de metas: “Para construir a frota que precisamos – tanto a Marinha quanto o Corpo de Fuzileiros e os parceiros industriais, nós temos que fazer todas essas coisas”.

São esses os cinco princípios que a Marinha planeja implementar:

1 – Identificar claramente os requerimentos

Todos os programas passarão pelo “Gate Review Process”, que permitirá às equipes responsáveis pela aquisição analisar apropriadamente os requerimentos antes de conceder contratos. Segundo o Secretário, essa análise será feita em tudo, o que inclui os futuros SSBN que substituirão a classe Ohio.

2 – Elevar o nível de desempenho

Basicamente, a qualidade tem que melhorar, as horas-homem têm que ser reduzidas e metas e orçamentos têm que ser cumpridos – esse é o nível a ser elevado. Para isso, tanto a indústria quanto as equipes de aquisição devem ser mais responsáveis por aquilo que fazem. O Secretário aanunciou uma nova política para mudanças em encomendas (tanto de aeronaves quanto de navios), para garantir que tanto o custo unitário quanto operacional ao longo da vida útil (total ownership cost) sejam considerados antes que mudanças sejam aprovadas. Os padrões de aquisição serão redefinidos para permitir uma maior colaboração da indústria.

3 – Reconstruir a força de trabalho de aquisição

Segundo Mabus, tanto a Marinha quanto o Corpo de Fuzileiros Navais estão criando grandes oportunidades para o futuro dos EUA que trarão grandes benefícios ao país. Assim, o desafio às equipes de aquisição é ajudar nesse esforço com um planejamento para duplicar, até 2015, o alcance em ciências, tecnologia e engenharia do Departamento de Marinha.

4 – Apoiar a base industrial

Foi anunciada a criação de um Conselho de Base Industrial que fará sua primeira reunião até o final deste ano. O Conselho deverá unir representantes das maiores empresas de construção naval e de aviação e será uma oportunidade para a USN e o USMC informarem-se melhor sobre as preocupações da indústria.

5 – Fazer valer cada dólar

O Secretário também encorajou as empresas mais destacadas em desempenho para aprimorá-lo ainda mais, de forma a se qualificar para um “Preferred Provider Program” (programa de fornecedor preferencial), que deverá ser publicado para debate no “Federal Register” (equivalente ao “Diário Oficial”) até o final deste mês. Pelo programa, empresas contratadas serão recompensadas com termos, condições e cronogramas de pagamentos favoráveis nos seus contratos, em troca de desempenho consistente e exemplar no cumprimento dos mesmos. Produtos de maior eficiência energética e capacidade de fabricação serão parte dos critérios para entrar no programa.

O Secretário também acrescentou que a Marinha voltará aos contratos de custo fixo, para fazer “cada dólar valer”. Contratos do tipo “cost-plus” somente serão empregados em sistemas de alto risco, como é o caso do primeiro navio de uma nova classe.

FONTE / FOTO: USN (Marinha dos EUA)

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Alex Nogueira

Quem dera no Brasil tivessemos o mesmo empenho em se manter principios como estes. Parabéns a Marinha do EUA.

Clésio Luiz

Realmente, era preciso que eles se mexessem. A muito tempo que eu não vejo um programa militar nos EUA que não extrapola o orçamento. Eu não sei se são os militares que ficam mudando os requerimentos no meio do projeto ou incompetência das empresas, ou os dois juntos.

Fábio  Mayer

Ele apenas lembrou desses princípios, porque eles fazem parte da cultura da sociedade americana, onde dinheiro público é coisa séria, não a farra que se vê aqui ao sul do Equador.

Bruno Rocha

Tá aí porque é arriscado comprar armas dos EUA. Mudanças bruscas nas leis que passam por cima de contratos ja firmados.