Momento em que o NPo Almirante Maximiano cruza o Círculo Polar Antártico

Marco inédito contribui para o desenvolvimento de pesquisas científicas

O Navio Polar (NPo) “Almirante Maximiano” cruzou, sexta-feira (8), pela primeira vez, o Círculo Polar Antártico, localizado, aproximadamente, na latitude 66°33′48.9’’Sul, a fim de contribuir para o desenvolvimento dos projetos científicos, que fazem parte da 42ª Operação Antártica (OPERANTAR).

O marco inédito – uma vez que a maioria das expedições não atinge a latitude  66°33’ Sul devido às condições adversas – reforça o compromisso da Marinha do Brasil (MB) em garantir ao País a condição de Membro Consultivo do Tratado da Antártica – assegurando a plena participação do Brasil nos processos decisórios relativos ao futuro do Continente Branco – e na promoção de pesquisas diversificadas, de alta qualidade, com referência a temas antárticos relevantes.

O Círculo Polar Antártico é uma linha imaginária que delimita a área ao redor do Pólo Sul, onde o sol não se põe no solstício de dezembro e não nasce no solstício de junho. É uma das cinco principais linhas de latitude que marcam os círculos polares na Terra, juntamente com o Círculo Polar Ártico, o Trópico de Câncer, o Trópico de Capricórnio e o Equador.

“O fato de ter cruzado o Círculo Polar Antártico representou um estímulo para toda tripulação e pesquisadores após cinco meses de comissão. Além do desafio de navegar em ambiente tão inóspito e longínquo, o ineditismo para a pesquisa científica brasileira foi inspirador”, afirmou o Comandante do NPo “Almirante Maximiano”, Capitão de Mar e Guerra Dieferson Ramos Pinheiro.

Operações Antárticas

A OPERANTAR, que integra o Programa Antártico Brasileiro, é dividida em atividades logísticas e de pesquisa. A organização de materiais, equipamentos e gêneros – necessários para o funcionamento da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) e para o desenvolvimento dos projetos científicos – envolve diretamente os meios da MB e da Força Aérea Brasileira.

A parte de pesquisa é realizada durante o período de verão da OPERANTAR, entre os meses de outubro a março. Os estudos são desenvolvidos a bordo dos navios da MB, na EACF, no módulo Criosfera 1, em acampamentos isolados e em estações estrangeiras, por meio de acordos de cooperação entre os países.

Participam da OPERANTAR os projetos de pesquisas aprovados e divulgados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Cada grupo de estudo apresenta a proposta de trabalho e as necessidades de apoio para a Operação, por meio de formulários científico, logístico e ambiental, que serão avaliados. Com base nas informações adquiridas, os projetos são distribuídos nas fases de pesquisa, fazendo uso dos meios disponíveis para acessar os locais autorizados, onde ocorre a coleta de amostras e a realização de estudos e experimentos científicos.

O NPo “Almirante Maximiano” segue no continente branco, com retorno previsto para o Brasil em abril deste ano. Para saber mais sobre o trabalho da Marinha no gelo, clique aqui.

FONTE: Agência Marinha de Notícias

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Ozawa

Congratulações pela marca na história do barco e pelo marco na história do PROANTAR. No ansioso aguardo do NApAnt Almirante Saldanha para conduzir essas operações com mais capacidade. O cobertor é curto, sabemos, mas a Marinha “Científica” é primordial, assim, a Marinha “de Guerra” deve ser modesta na quantidade mas eficaz no essencial, sem megalomanias aeródromas ou aeronáuticas de caça, por recorrente exemplo. Não temos organizações civis com meios náuticos para esse serviço na Antártica, então, se a Marinha o faz, que lhe dê recursos financeiros inclusive para isso, e que a Marinha gerencie bem esses recursos. Bom retorno ao… Read more »

Guizmo

Meu caro…..quanto tempo! Bom ler seus comentários de novo

Esteves

Grato por voltar.

Valmor

Bom ter vc aqui novamente…eu que acompanho Galante & Cia desde os jurássicos 1998 fico feliz.

rommelqe

Jurássicamente de acordo! ABs

Nilo

Congratulações

Marcilio lemos de Araujo

Bom dia Ozawa, satisfação tê lo de volta

rommelqe

Caro Ogawa, seja muito rebenvindo! Suas observações e comentários são um espetáculo!

André Sávio Craveiro Bueno

Muito bom vê-lo de volta.

Rafael Coimbra

Ótimo, agora nossa Amazônia azul está protegida… contém ironia…

Nilo

Para um navio feito para navegar em regiões não polares, um feito que elevou os riscos, parabéns aos Marinheiros e a equipe de pesquisa.

Last edited 1 mês atrás by Nilo
Luiz Guilherme

Aproveitando o tema, uma vez foi noticiado o projeto de uma navio hospital Anna Nery, mas nunca teve nenhum atualização. Ele chegou a sair do papel ?

Equilibrium

A incorporação está prevista para o primeiro semestre deste ano.

Fabio

Bacana o feito, mas qual o objetivo estratégico de manter presença nessa região não inóspita?

Ricardo Torres

Leu a matéria?? Pode ajudar a responder a sua pergunta!

Marcelo Andrade

Pesquise Tratado Antártico e Proantar

Marco Antonio Gonçalves Bompet

O feito nada tem inédito, tendo em vista que o NApoc “Barão de Teffé” cruzou o círculo na I Expedicão brasileira à Antártica em 1983.

Jorge Augusto

O nível da interpretação de texto é horripilante.

A matéria não diz que foi a primeira vez na história que um navio cruzou o círculo.

A matéria diz que foi a primeira vez que ESTE NAVIO cruzou o círculo, e isso é um feito inédito para o navio e para a tripulação com ESTE NAVIO.

Augusto José de Souza

Eu não sabia que temos outros navios polares além do Ary Rangel e do Guillobel.

Santamariense

O Guillobel não é um navio polar. É um navio de salvamento submarino. Os navios utilizados nas OPERANTAR são o Ary Rangel e o Almirante Maximiano.

Santamariense

Rongel *

Felipe Augusto Batista

A estação Comandante Ferraz se localiza fora do Círculo Polar?

Henrique

Ela fica na porta de entrada da Antártida (joga no google: -62.08510465847704, -58.391553860785585 ), na parte mais fácil de explorar do continente, a parte que só quer te matar umas 10x ao dia…

(ignora a linha laranja do mapa)
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Last edited 1 mês atrás by Henrique
Marillac Queiroz

Nossa achei louvável esse feito, lembrando eu das bravura de Amirante Tamandaré na época das baías do Rio de Janeiro quando aportava as embarcações nas mares agitadas, gosto muito de ler sobre as honrosas feitos das forças armadas e principalmente da marinha que retrato em meus selos no qual sou filatelista, não é a toa que escolhi o tema ” forças armadas e serviços auxiares. Mas voltando ao assunto, estimo muito por saber que a marinha não para e que continua pesquisando e acredito que também aproveita pra ver também as léguas pra submarinos, isso ? Ou ainda não destacou… Read more »

No One

Desculpem o off, redação, mas fica a sugestão de uma matéria interessante, considerando os inúmeros questionamentos sobre as capacidades das nossas futuras “fragatas leves” . https://www.navalnews.com/naval-news/2024/03/france-is-fitting-paseo-xlr-eo-ir-system-on-all-its-fremm-and-air-defense-destroyers/ “France Is Fitting Paseo XLR EO/IR System On All Its FREMM And Air Defense Destroyers ” Depois do OTO Melara 76 MM agora o Paseo , já são dois sistemas selecionados para equipar as futuras FCT MB que parecem efetivos e desejáveis no contexto do Mar Vermelho. Ainda que pese o fator “quantidade” -aquém do desejável – porém os sistemas escolhidos parecem ser todos ótimos e referências na própria categoria. Então, pelo menos nesse… Read more »

Anderson

Parabéns ao querido amigo dos tempos de Escola Naval, CMG DIEFERSON. BRAVO ZULU!!