Armadas anglo-saxônicas: Até quanto vamos engolir sapos?

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Por Paulo Ricardo da Rocha Paiva – de Manaus

São passadas três décadas e o Reino Unido se decidiu por alinhavar um plano de defesa para suas ilhas ao sul do Atlântico. Não demorou e o Daily Mail publicou recentemente que fontes do Ministério da Defesa britânico reportaram ao noticioso que um submarino nuclear da Royal Navy está de prontidão justo no entorno do litoral das “suas” Ilhas Falkland. Já os fraco-abusados do Mercosul, por sua vez, resolveram, ao que parece, mas ainda sem a competência para tanto, procurar sarna para se coçar:
“Atenção cucarachada luso-hispânica, vamos fazer um acordo proibindo a passagem de barcos com bandeiras ilegais das Malvinas, que absurdo, as ilhas estão ocupadas pelos piratas de Sua Majestade desde 1833!”.

O fato, como só em ser, já serviu para atiçar o espírito bucaneiro do velho lobo do mar inglês que, sem titubear, classificou de escandalosa a decisão dos atrevidos “cucarachos”. Parece que estou a ver o marinheiro graduado, veterano da Guerra das Malvinas, quando ele estufou seu peito cheio de medalhas e sugeriu que “o submarino deveria mostrar seu mastro e deixar claro que está lá!”. Sim, é bom que não se esqueçam os ufanistas dos programas paliativos, a longuíssimos prazos, de modernização das forças navais sul-americanas, que bastou um submergível destes para negar à Marinha argentina a competência de se fazer ao mar, e quando o fez, deu no que deu: o Cruzador Belgrano simplesmente foi a pique!

É de se perguntar se já temos cacife para sermos atrevidos neste nível. Devo me reportar agora ao nosso país. E atenção, porque não estou a culpar ou a criticar nossas Forças Armadas pelo seu atual desmanche. Todos sabem muito bem quem são os responsáveis pela nossa absoluta incapacidade de defesa frente às grandes potências militares que ameaçam a posse de nossas riquezas naturais. Ah! Mas o Brasil está providenciando para aumentar o seu poder naval. E daí? Minha gente, nada contra a compra de navios, submarinos, porta-aviões, caças ou helicópteros, afinal de contas ainda não fabricamos nada mesmo e temos que sair do zero! Mas importa, sim, que comprar com transferência de tecnologia é um processo muito moroso e nossos oponentes não vão esperar os anos 2020 para se aventurarem nas amazônias verde e azul que queremos garantir. Alerta! Precisamos adquirir capacidade de dissuadir desde já!

Que se diga, hoje, as nove fragatas (de fabricação “britânica” para variar), os cinco submarinos movidos a diesel e o porta aviões comprado na França não representam absolutamente nada em termos de poder naval para quem nos ameaça. Para que se tenha uma idéia, estas belonaves começariam a ser acrescidas com um submarino convencional só em 2016, e isto que gente entendida levantou as necessidades para uma defesa efetiva do entorno do pré-sal, da bacia do Amazonas mais os 7.941 Km de extensão litorânea, de nada mais nada menos do que: seis submarinos nucleares, 20 convencionais mais uma frota a ser baseada no nordeste, o que seria logrado, é de pasmar, somente a partir de 2030. Acontece que a “gangue dos cinco” não sofre do mesmo “amadorismo antiestratégico” dos nossos governantes e políticos a ponto de esperar mais 20 anos para se apossar de nossos mananciais hídricos.

Os maiores responsáveis pela nossa integridade territorial e marítima têm que se convencer que as grandes potências militares não vão observar prazos para por à prova a defesa nacional.

Em assim sendo, Brasil e Argentina, que já dominam o processo de enriquecimento de urânio há algum tempo, sem desconfianças mútuas, precisam ser capazes de redigirem juntos um tratado militar para desenvolvimento de um projeto defensivo nuclear, binacional, em arsenais comuns, que diminua os gastos com aquisições de material bélico nos mesmos ”mercadores da morte encastelados no CDS/ONU”. E atenção hermanos, é bom que partamos para esta linha de ação o quanto antes porque, como disse outra fonte militar de Sua Majestade: “no momento em que eles (argentinos) cruzem sua costa, desceremos do ar. Seria uma caça de perus”, ao que acrescento: ”no instante em que eles (brasileiros) se aproximem do pré-sal, desceremos do ar. Seria uma caça aos “papagaios”.

Acorda cucarachada !

Paulo Ricardo da Rocha Paiva é coronel de Infantaria e Estado-Maior.

FONTE: Correio do Brasil

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Joker

As FFAA brasileiras agem sobre o manto do que mesmo?

Até onde eu me lembre se trata da constituição, a mesma que expressa que as pesquisas nucleares serão com fins pacíficos e a END(da picada para alguns…) diz que as pesquisas nucleares não objetivam armamentos nucleares!

Daglian

Acho que esse sujeito não sabe o que ocorreria caso nós iniciássemos um projeto de armas nucleares. Sanções, embargos, dificuldades comerciais… não sei se seria viável. De novo, os inimigos são sempre o Satã do norte e os europes. Tudo bem, mas os Russos e Chineses são santos? Aliás, e a Venezuela? Fora isso, acredito que o texto expressa bem uma necessidade brasileira: INVESTIR EM DEFESA!!!! Mas, como sempre nesse país… vamos deixar pra depois! Sempre assim, sempre com corrupção, sempre com incompetência, sempre indefesos. E como já foi exaustivamente dito aqui, somos a Quinta ou Sexta Economia mundial e… Read more »

Antonio M

mode imbecil [on]

Depois este senhor precisa fazer uma matéria a respeito da força aérea e exército também para que possamos reivindicar as Guianas pois esses territórios em relação às Malvinas/Argentina, são muito mais próximos de nós do que da Holanda, França e Inglaterra .

mode imbecil [off]

thomas_dw

Pelo estatuto de descolonizacao, os habitantes das Ilhas Falklands tem o direito de escolher o seu destino: permanecer com o Reino Unido, virar provincia da Argentina ou Independencia, qualquer que seja a escolha, eles sao soberanos.

Discutir o direito da Arentina anexar as Ilhas vai contra a carta da ONU.

Quanto a presenca militar do Reino Unido nas Falklands, faz parte do direito a auto-defesa do Reino Unido.

Quanto ao pre-sal, o Mexico tem enormes reservas no mar e em terra, ultima vez que verifiquei o noticiario, nao vi nenhuma ameaca dos Estados Unidos de invadir o Mexico.

Comandante Supremo

Quanta imbecilidade do povo brasileiro eu fico enseado com tamanha ignorância, que tempestade em copo D´ Aguá foi proibido a entrada de navios com bandeira das malvinas que nem é um país e só os navios trocarem pela bandeira britânica e pronto, pode entrar em qualquer porto sul-americano e realmente uma imbecilidade sem tamanho o texto não diz nada que não condiz com a verdade, é mais uma critica a posição brasileira de querer falar grosso mas sem ter os meios pra tentar impor isso. Se lerem a historia das ilhas malvinas vão realmente entender o por quê dos argentinos… Read more »

Daglian

Eu não duvido que conseguiríamos fazer armas nucleares. Porém, quem faria sanções contra nós? Com certeza os EUA e a UE. Bem, digamos que eles compram MUITOS produtos nossos, diversos produtores e empresários iriam falir caso estes fizessem um embargo à nós. Fora isso, será que a Rússia e a China iriam nos apoiar? Na minha opinião, não. E quem é o nosso maior comprador atualmente? A China. Pois é…

Almeida

Realmente manter uma capacidade dissuassória com armas nucleares é muito mais barato na ponta da caneta. Não precisa de submarinos, caças, escoltas, tanques, nada, apenas as bombas, mísseis balísticos e a vontade de usá-los. Na ponta da caneta. Nossa indústria seria SERIAMENTE penalizada com um embargo, diminuindo exportações, gerando desemprego, desacelerando o mercado interno e acabando como nosso crescimento econômico e científico. Sem falar na nossa imagem enquanto povo e nação lá fora. Esse senhor não lembra do que embargo que sofremos na década de 90 por conta de nossa não assinatura do tratado de proliferação? Nossas universidades não podiam… Read more »

Ricardo Cascaldi

Concordo com o Almeida. Defesa sim, mas sem armas nucleares.

Desnecessário alguns aspectos do texto. Falou, falou, falou e desrespeitou a própria constituição que deveria seguir.

Vou ficar quieto.

Obs.: Esse não é o coronel que mandou a resposta aos comentaristas da outra vez?

paulinofariasaj

O autor deveria, antes de escrever o texto, ter lido, o Decreto 2864, de 7 de dezembro de 1998.