Frente parlamentar multipartidária quer disseminar cultura de Defesa no país

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deputadorauljungman.jpgA criação no dia 5/11 da Frente Parlamentar da Defesa Nacional confirma que a questão da defesa saiu da agenda exclusiva militar e foi inserida no debate nacional, com o destaque que o tema deve ter. Foi a avaliação feita pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, na cerimônia que lançou oficialmente a frente em almoço realizado no Clube Naval. “O que é importante é ser uma frente pluripartidária, onde são encontrados todos os segmentos da Câmara, mostrando claramente que a questão da Defesa não é uma questão político-partidária, nem uma questão de governo, é um problema da nação. E isso é importante para nós. Mostra o apoio que o Congresso Nacional está dando às ações das Forças Armadas”, disse Jobim.

A Frente Parlamentar será presidida pelo deputado Raul Jungman (PPS-PE), que foi o autor da proposta, e terá como diretores os deputados Aldo Rebelo (PCdoB-SP), Ibsen Pinheiro (PMDB-RS), Michel Temer (PMDB-SP) e José Genoíno (PT-SP).

Ao discursar no evento, o ministro ressaltou que o caráter multipartidário da Frente mostra um amadurecimento político do país. “Essa é uma frente multipartidária, onde se encontra esquerda e direita, em uma definição não significativa no Brasil hoje, que se encontra alguém que foi preso pelas Forças Armadas no período militar, como o deputado José Genoíno, e outros que também falavam e afirmavam a necessidade daqueles atos. Por quê? Porque nós não estamos falando com o passado, estamos sim na busca de um grande ajuste de contas do Brasil com seu futuro. E o espectro disso representa nitidamente a necessidade de pensarmos o Brasil e sua grandeza”, disse Jobim.

O ministro afirmou ainda que a Defesa é o escudo do desenvolvimento nacional e da capacidade de uma presença não submissa do Brasil no contexto das nações. “É por isso que passamos a discutir a Defesa não mais como uma questão exclusivamente militar, mas como uma questão política de altíssima relevância nacional. Jobim lembrou que são os militares que têm a capacidade de discutir as probabilidades estratégicas de ações militares, mas o governo civil não pode fugir da responsabilidade de definir as hipóteses de emprego das Forças Armadas“. Segundo Jobim, o Ministério da Defesa trabalha na integração dos dois lados.

O deputado Raul Jungman, presidente da Frente Parlamentar, destacou que a promoção de uma “cultura de defesa” – moderna, democrática, nacional e soberana – é a razão de ser maior da constituição da Frente Parlamentar. Na avaliação do deputado, a definição do novo Plano Nacional de Defesa é uma oportunidade única para se iniciar o processo de disseminação de uma cultura de defesa no país, compatível com o grau de desenvolvimento alcançado pelo Brasil que, entre 200 nações, detém o 10º PIB do mundo.

“Donde propomos, para discussão, que ele seja submetido à análise e deliberação do Congresso Nacional e que, de quatro em quatro anos, coincidentemente com o mandato presidencial, seja o Plano revisto, atualizado e submetido a crivo parlamentar, como forma de ampliar responsabilidades do Congresso no tocante à defesa e respaldar as decisões do Executivo em matéria do mais elevado interesse nacional”, sugeriu Jungman.

O deputado ressaltou a urgência de se desenvolver o pensamento estratégico nacional como meio de o Brasil superar dependências e avançar na formulação de políticas científicas na área tecnológica. “A formação e qualificação de quadros, o desenvolvimento de programas e projetos, além do imprescindível suporte de conhecimentos, reflexão e informações requerem a atuação engajada das nossas universidades em consonância com os interesses e prioridades definidos pela área da defesa”, completou.

Entre os objetivos da Frente Parlamentar estão as relações internacionais do Brasil na área de defesa, com destaque para o Conselho Sul-Americano de Defesa, direitos humanos e política de defesa nacional. O papel e a organização da Defesa Nacional e das Forças Armadas, a elaboração do Livro Branco da Defesa Nacional e o aumento da cooperação entre o Congresso Nacional e a Defesa.

Prestigiaram o lançamento da Frente Parlamentar, o Comandante do Exército, General de Exército Enzo Martins Peri, o Almirante de Esquadra Aurélio Ribeiro da Silva Filho, chefe do Estado Maior da Armada no exercício do Comando da Armada, o Comandante da Aeronáutica, Tenente Brigadeiro do Ar, Juniti Saito, o secretário de Ensino, Logística, Mobilização, Ciência e Tecnologia (SELOM) do Ministério da Defesa, General de Exército José Carlos de Nardi, o secretário de Organização Institucional (SEORI) do Ministério, Ari Matos, o secretário da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Jorge Godinho Barreto Nery, e o Almirante de Esquadra Prado Maia, chefe do Estado Maior de Defesa do Ministério da Defesa.

FONTE: https://www.defesa.gov.br/

NOTA DO BLOG: Os deputados pretendem promover a cooperação e a troca de informações entre o parlamento, o Ministério da Defesa e as Forças Armadas e editar um documento com as propostas de legislação sobre defesa em tramitação no Congresso. Também estão previstas a edição de uma revista de debates sobre o tema, a elaboração de calendário anual de seminários, palestras e outros eventos e a articulação com frentes similares de outros países, especialmente da América do Sul.

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Baschera

É um primeiro passo positivo. Para quem não tinha nada….
Observemos !!
Sds.

Marcelo R

Vamos trabalhar gente!!!, para justificar para o povão deste Brasil que ganha salário mínimo o seus salários de Atores ja consagrados da Universal Pictures de R$ 110.000,00 por mês.

Jorge

Só para lembrar:

O deputado marxista-apátrida-internacionalista Jungman é o mesmo que sistematicamente ignora o resultado do referendo de 2005 (o apelidado como Referendo do Desarmamento), tentando através de seus projetos de leis “mudar” o que a população democraticamente escolheu.

Algum interesse oculto esse dito-cujo tem e não é favoravel ao Brasil.

Iuri Korolev

Bom

O Ibsen e o Genoíno são 2 mortos-vivos que levantaram da sepultura.
Processados por corrupção e queimados no Congresso.

O Aldo Rebelo tem força política e pelo que eu conheço dele interessa-se muito pelo tema defesa.
Tem grande simpatia pela Rússia.

Sds
Iuri

Hornet

Li essa matéria ainda hoje no site do MD e achei uma iniciativa louvável. Também defendo uma discussão mais ampla, com todos os setores organizados da sociedade brasileira, dos assuntos de defesa do país. Isso é louvável e um avanço incrível tanto para a democracia do país como também para a defesa. Seria ótimo também se junto com essa proposta de disseminação da cultura de defesa viesse a transparência que tanto queremos nos assuntos ligados aos interesses nacionais. Não custava nada explicar pra sociedade de vez em quando os motivos de se estar comprando ou deixando de comprar esse ou… Read more »

Marcelo R

A defesa nacional não é uma questão politico-partidaria, é uma questão de liberar o dinheiro necessário para os militares equiparem as tres forças e permitir que se dê continuidade aos planos de modernização de equipamentos e novas compras de armas. Quando eu ouço que a defesa nacional passa a ser uma questão politico-partidária a ser discutida, dá a impressão que eles vão discutir o que vão levar por fora para autorizar a compra das armas de defesa do país. Imagina um monte de comunistas no poder discutindo o que vão comprar para as forças armadas que (segundo eles) foram perceguidos… Read more »

Gunter

“marxista-apátrida-internacionalista” AHRGH

Brasilino

Eles,(os políticos) estão sendo lógicos, as FAs se comportam como golpistas profissionais – desrespeitam as instituições públicas, ameaçam dar golpe até para aumentarem o soldo- e não precisam de armas sofisticadas para fazerem isso. As compras de armas, quando ocorrem, ocorrem para subsidiarem a indústria bélica do “Tio Sam” e companhia, elas não tem o propósito de defender o Brasil para os brasileiros e sim o Brasil para estrangeiros(políticos já sabem disso, aprendem rápido), é essa potítica de Estado deliberadamente equivocada (sem entrar no mérito da questão) de patriotismo falacioso, barato, “fajuto”, que, desde a década de 60 tem sido… Read more »

Farragut

Não custa repetir que é difícil acreditar em boas intenções no Brasil. A prudência recomenda olho vivo p/ a possibilidade de que este apreço por Defesa seja apenas a descoberta de mais um filão para os nossos probos políticos meterem a mão sem a resistência dos militares, uma vez que qualquer reação a falcatruas poderá ser vista como golpe.

Walderson

Caro amigo Marcelo R, sem querer ofendê-lo, penso realmente que vc está ouvindo vozes. Eu até fui ler novamente a notícia, mas não achei em nenhum lugar que agora seria a defesa tratada como um assunto político-partidário. A notícia fala expressamente “QUE NÃO É ASSUNTO POLÍTICO-PARTIDÁRIO”. Como os amigos BASCHERA e HORNET, acho louvável sair da esfera única e exclusivamente militar (POLÍTICA DE GOVERNOS, PARTIDOS) para ser tratado como um assunto de ESTADO (POLÍTICA DA NAÇÃO). Dessa forma, penso que será melhor tratado e que teremos melhores resultados. Daqui para frente, teremos o orçamento de cada força para a manutenção,… Read more »

Walderson

amigo Farragut, penso que está mais que na hora de acordarmos e vermos que os políticos que vc citou são nossos representantes. Eles são nossos empregados. Não o contrário. O problema é que o povo saiu de casa e os deixou tomando conta. Aí, é aquela velha máxima: qdo o gato sai, o ratos sobe à mesa. Nós é que temos de fiscalizar, cobrar uma conduta mais ética e honesta. Se fizermos isso, o Brasil vira país de 1º mundo. É uma questão de cidadania. O brasileiro não quer fazer sua parte, esperando cair do Céu. Infelizmente, amigo, não cai.… Read more »

AMX

Embora o discurso seja ideal, dado que vem dos representantes da nação, com certeza algum interesse escuso esses políticos têm por trás.
Creio que é o que todos nós aqui gostaríamos e queríamos ouvir. Já disse aqui outras vêzes que, pelo menos isso mudou. Mas, por experiências próprias no país, tudo acabará em escândalo, compras inexplicáveis e etc.
Tomara que não.
Abraços