Raytheon faz teste de disparos em salva do RAM Block 2

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Segundo a empresa, ambos os mísseis disparados comprovaram a efetividade de comando e controle

Em nota divulgada nesta segunda-feira, 22 de outubro, a Raytheon informou que completou, com sucesso, o terceiro teste de disparo guiado do sistema RAM (rolling airframe missile) Block II. O objetivo foi comprovar as melhorias no desempenho cinemático, do sistema de guiagem e das capacidades da estrutura, verificando também o uso de “hardware” representativo de produção.

O teste foi planejado para representar um disparo em salva, incluindo o lançamento de dois mísseis para verificar as capacidaes de comando e controle do sistema de armas avançado RAM Block 2. Segundo a empresa, o engajamento resultou num impacto direto.

A Raytheon tecebeu neste ano um contrato de produção em baixa cadência de 51 mísseis RAM Block 2, estando programada a entrega de 25 mísseis Block 2 durante a fase de testes de integração do programa. A empresa informou que, nessa fase, foi decidido um programa de testes de voo bastante agressivo, de forma a se posicionar para início de testes de integração ainda neste ano.

A atualização RAM Block 2 inclui um sistema atuador independente nos quatro eixos e um aumento da capacidade do motor foguete, ampliando o alcance e a manobrabilidade.

Também inclui uma cabeça de busca de rádio-frequência melhorada, autopiloto digital e alterçãos de engenharia em componentes selecionados da cabeça de busca por infravermelho.

O míssil de baixo peso, reação rápida e desempenho supersônico de emprego naval, do tipo “dispare-e-esqueça”, foi projetado para se contrapor a mísseis antinavio, helicópteros e ameaças aéreas, sendo produzido numa parceria da Raytheon norte-americana com a RAMSYS alemã.

O sistema RAM, ainda segundo a empresa, opera em mais de 100 navios das marinhas da Alemanha, Coreia do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Estados Unidos, Grécia e Turquia.

FONTE / FOTOS (ilustrativas): Raytheon (tradução e edição do Poder Naval a partir de original em inglês)

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joseboscojr

O Phalanx se mostrou inapropriado para proporcionar a última defesa contra mísseis supersônicos já que é efetivo a pouco mais de 1 km, o que faz com que mesmo acertando em cheio, pode ocorrer da ogiva atingir o navio defendido de qualquer maneira. Pensando nisso criou-se o RAM, com 9 km de alcance e que é sensível à grande assinatura térmica dos mísseis supersônicos. O RAM Block 2 dobrou o alcance (15 km), o que é bem interessante no caso de uma ameaça que se aproxima a mais de 600 m/s já que proporciona com melhor facilidade que um segundo… Read more »

Groo

Nunca entendi o porque desse míssil ter apenas duas antenas SAHR. Ele não deveria ter queatro ou, no mínimo, três? Será que o radar só é utilizado contra mísseis de perfil sea skimmer?

Groo

Ou será que a antena gira?

joseboscojr

Groo,
O sistema usado não é SARH (semi-active radar homing) e sim PRH (passive radar homing).
O RAM usa primeiro seu sistema inercial para se voltar em direção ao alvo, depois usa o sistema PRH para ir em direção ao alvo e na fase terminal liga seu buscador de imagem térmica.
Tudo de forma autônoma (fire and forget) sem mais nenhuma intervenção do lançador.

andreas

Se sair mesmo um lote adicional de Barrosos, bem que poderia botar um lançador desses em cada… (Sonho meu…)

joseboscojr

Como o sistema foi projetado para se contrapor a mísseis antinavios o míssil não recebe atualização via data-link (uplink) já que a manobrabilidade desses mísseis (principalmente dos supersônicos) é desprezível, para ser otimista.

joseboscojr

Há uma versão do RAM que não adota o sistema PRH (passive radar homing) e não tem as anteninhas, se guiando exclusivamente pelo sistema de imagem térmica, e foi pensado tendo em vista mísseis antinavios guiados por calor/imagem térmica, que não usam um radar ativo, tais como o Penguim, o NSM, o SLAM-ER, o Maverick F, etc.
Também é creditado a algumas versões do RAM a capacidade anti-superfície, contra pequenas embarcações.

Groo

Bosco, realmente ele usa o sistema PRH, mas mesmo assim o uso de duas antenas permite que ambas as antenas estejam a uma mesma distância do emissor sem que o míssil esteja apontando para o alvo. Mísseis que utilizam este tipo de antena como o Talos e Sea Dart possuem quatro antenas. Parece que o míssil gira como uma bala de revólver. Alguns desenhos da concepção deste míssil mostravam apenas duas superfícies móveis de controle, como no míssil Startreak ou na munição terra-ar DART do canhão naval Otobreda de 76mm. Acho que esta é a melhor foto já publicada deste… Read more »

joseboscojr

Groo,
Como você disse é porque ele gira,não é atoa que chama “rolling”, daí ter só duas aletas de controle.
Todos as outras versões do RAM têm 2 aletas.
Esse Block 2 é que veio com 4 superfícies de controle e “acho” que não “gira” mais.
Já as “duas antenas” pelo jeito são suficientes já que foram conservadas, sendo usadas para fornecer uma direção geral para o míssil, que diferente dos que você citou, que tinham 4, e as usavam no modo SARH, e deviam prover o máximo de precisão que a época (40 anos) permitia.
Um abraço.

Groo

Não tinha reparado no nome do míssil. Acho que continua a ser um míssil rolador. Esse tipo de arranjo de antena parte do princípio que a antena mais perto do alvo recebe o sinal primeiro ou mais forte que a antena que está mais longe, portanto não há tecnologia que permitiria que apenas duas antenas em uma posição fixa determine a posição de um alvo em elecação e azimute. Seria necessário três ou quatro antenas.